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Transcrição:

Protocolo: 15029/2018 Edital: Protocolo: Objeto: Critério de julgamento CONTRATAÇÃO DE AGÊNCIA DE VIAGENS PARA AQUISIÇÃO DE PASSAGENS AÉREAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS, HOSPEDAGENS EM HOTÉIS NACIONAIS E INTERNACIONAIS, SEGURO VIAGEM NACIONAL E INTERNACIONAL, PASSAGENS RODOVIÁRIAS NACIONAIS, PASSE DE TREM INTERNACIONAL, EMISSÃO DE CARTA VERDE, BEM COMO ATENDIMENTO DE LOCAÇÃO DE VEÍCULOS NO EXTERIOR, LOCAÇÃO NACIONAL DE VANS, ÔNIBUS E MICRO- ÔNIBUS, EVENTOS REALIZADOS EM HOTÉIS NACIONAIS E ATENDIMENTO RECEPTIVO DE GRUPOS EM PASSEIOS CULTURAIS, TURÍSTICOS E EXCURSÕES Menor preço por LOTE Abertura: 22 10 Abertura: Recorrente: Contrarrazoante: Recorrida: BREMATUR PASSAGENS E TURISMO LTDA AVIPAM VIAGENS E TURISMO LTDA COMISSÃO DE LICITAÇÕES DO SESI/SENAI-PR 1. DA TEMPESTIVIDADE É tempestivo o recurso apresentado pela empresa BREMATUR PASSAGENS E TURISMO LTDA no dia 30 de novembro de 2018 as 14h24min, meio fisico, contra o julgamento da sessão parte integrante da Ata de Abertura publicada em 28 de novembro de 2018; Oportunizadas as contrarrazões, a empresa AVIPAM VIAGENS E TURISMO LTDA apresentou, em meio eletrônico, tempestivamente, no dia 04 de dezembro de 2018, às 12h06min. 2. DAS RAZÕES RECURSAIS A recorrente BREMATUR PASSAGENS E TURISMO LTDA com base no julgamento da sessão, incialmente faz menção quanto ao lance verbal final da recorrente foi menor que 5% em razão da empresa declarada vencedora, dizendo que à luz da Lei Complementar 123/06, houve empate entre as duas licitantes. E ainda, alega haver nítidas irregularidades na decisão que tornou a empresa AVIPAM VIAGENS E TURISMO LTDA vencedora; 1) Registra contra a alteração do representante na sessão de continuidade, onde inicialmente foi apresentado como representante o Sr Anderson Paranhos e posteriormente o Sr Peterson Prado Rollo, alegando que tal modificação viola o item 3.7 do edital. Dizendo ainda que, a pregoeira tomou decisão infundada não respeitado o item do edital; Ainda por sua vez, diz que com tal decisão a recorrente foi prejudica pela modificação abrupta das regras do instrumento convocatório. 2) Alega que a Comissão de Licitação declarou que não seria aplicado o benefício constante no art. 44, da Lei Complementar nº 123/206 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte). Diz que, diante disso, deveria ter sido aplicado a Lei Complementar a recorrente. Ainda diz que o fato do Sistema Fiep possuir regulamento próprio e não aplicar a Lei Federal 8.666/93, não vale prosperar pois trata-se de item previsto em Lei de caráter geral. 1 / 5

Diante do exposto, a recorrente solicita que seu recurso seja admitido como procedente. 3. DAS CONTRARRAZÕES RECURSAIS A contrarrazoante AVIPAM VIAGENS E TURISMO LTDA, com base no recurso publicado no site do Sistema FIEP, diz: 1) Quanto a modificação de representação da Avipam Viagens e Turismo Ltda. Diz que, não há qualquer obrigatoriedade legal ou sobre o tema, onde cita que não poderá ser alterado o representante legal da empresa em realização de sessão em dias distintos. Ainda traz em sua contrarrazão que o representante é aquele que expressa a vontade, assume obrigações, realiza atos negociais, enfim, aquele através qual a pessoa jurídica se manifesta 2) Da inaplicabilidade do art. 44 da Lei Complementar 123/2006 Diz que tal beneficio não é aplicado ao Sistema S, uma vez que a instituição não é da administração indireta Sendo assim, a contrarrazoante pede pela manutenção do julgamento final. PARA INFORMAÇÃO: De pronto cumpre informar que o Tribunal de Contas da União tem jurisprudência consolidada no sentido que os Serviços Sociais Autônomos não se submetem às regras da Lei nº 8.666/93, posto que não integram a Administração Pública, tal como delimita seu artigo 1º. Ainda, a jurisprudência da Corte de Contas reconhece a plena autonomia dos Conselhos Nacionais dos Serviços Sociais Autônomos para editarem seus próprios Regulamentos de Licitações e Contratos. Nesse contexto tem-se que as licitações do SESI/SENAI se pautam pelo seu Regulamento de Licitações e Contratos (RLC). Salienta-se, ainda, que os processos de licitação realizados pelo SESI/SENAI atendem aos Princípios da Legalidade, da Impessoalidade, da Moralidade, da Igualdade, da Publicidade, da Probidade, da Vinculação ao Instrumento Convocatório, do Julgamento Objetivo e dos que lhe são correlatos, inadmitindo-se critérios que frustrem seu caráter competitivo. Tais princípios estão estabelecidos no Art. 2º do Regulamento de Licitações e Contratos do SESI/SENAI, no qual está respaldado o presente Edital. 4. DA ANÁLISE DAS RAZÕES DE RECURSO E CONTRARRAZÕES 1) DA ALTERAÇÃO DO REPRESENTANTE Nada impede que as empresas participantes apresentem mais de um representante legal, com poderes conferidos a ele. Pois, entende-se que isso não prejudica o interesse público. O pregoeiro, ao deparar com procuração ou carta de preposição conferindo poderes a mais de uma pessoa para representar o mesmo licitante, no exercício do poder de polícia que lhe é conferido para presidir a sessão do pregão, faça com que os mesmos indiquem um deles como o representante oficial do licitante, isto é, como o interlocutor dele para com o pregoeiro e para com a Administração Pública em geral. Porém, como é sabido em ata, para cada sessão apenas um representante se manifestou, devidamente amparados por documentos e poderes que lhes foram conferidos. Quanto a substituição do representante, seria arbitrário impedir que o representante do licitante fosse substituído. Sem embargo, o substituto deve apresentar os documentos para o credenciamento, o que foi efetuado na sessão de continuidade. Quanto ao item 3.7 do instrumento convocatório que a recorrente indica, seu entendimento foi de forma errônea, pois tal item se refere a ausência do representante credenciado da sala da sessão, por quaisquer motivos, sem que tenha procedido à sua substituição. Ou seja, se o representante for convocado para oferecer lance verbal ou praticar outro ato e não estiver presente na sessão, perderá a 2 / 5

oportunidade de fazê-lo, assumindo os ônus de sua ausência. Sendo assim, não há o que se falar sobre qual ato que a pregoeira tenha tomado de forma infundada em sessão pública de continuidade, ou mesmo ter ido contra o instrumento convocatório. Uma vez que, houve a substituição do credenciamento devidamente através da procuração outorgada pelo representante legal a empresa participante. 2) DA LEI COMPLEMENTAR 123/2006 Conforme dito inicialmente, conforme decisão nº 907, que as entidades do Sistema S não se submetem ao regime jurídico administrativo e, por conseguinte, à legislação aplicável à Administração Pública, inclusive Lei nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02, no que toca a licitações e contratos. Essa mesma diretriz vem sendo reiterada pelo Tribunal de Contas da União TCU. Recentemente, no Acórdão nº 547/2018 2ª Câmara, no seu voto, o Ministro Relator Aroldo Cedraz explora bem e enfaticamente argumentação nesse sentido. Diz o Ministro, resgatando inclusive entendimento seu, em voto condutor já do Acórdão 3554/2014, do Plenário do TCU: ( ) 17. Relembro de passagem de meu Voto, no qual falei de nossa tentação publicista de declarar a autonomia e a liberdade de auto-gestão do Sistema, falando da inaplicabilidade de normas como a Lei 8.666/1993, averbando, contraditoriamente, que o Sistema só está submetido aos princípios da administração pública. Ora, se são privados não estão regidos por princípios da administração pública. Prova é que eles não se submetem ao princípio da legalidade administrativa. Ao contrário, quando falamos em princípios da moralidade, da legitimidade, da eficiência, estamos a falar de meta-princípios, aplicáveis a todos indistintamente. Aos incrédulos dou um exemplo: quando a lei fundamental declara o direito fundamental à propriedade, ao mesmo tempo declara a função social da mesma, dizendo desapropriáveis as propriedades improdutivas. Nada mais está a falar o texto constitucional do que a produtividade (eficácia e eficiência) na iniciativa privada. O mesmo se pode dizer do instituto da encampação de empresas. 18. E por vezes declaramos solenemente a autonomia e a autogestão dos integrantes do Sistema S Sindical, associada à inaplicabilidade da lei de licitações, mas quando analisamos as normas internas de licitações, parece que só entendemos como lícito o que for similar à Lei 8.666. Em síntese, serão livres se editarem regulamentos quase-idênticos à Lei de Licitações e Contratos. 19. Assim sendo, para o Sistema S é possível sim a interpretação extensiva de normas, dado seu regime de direito privado.( ) 21. Afirmo, sem qualquer hesitação, que ao Sistema S Sindical não se aplica o art. 37 da Constituição Federal, pois de Administração Pública não se trata (grifo nosso). Também não lhe incide o 1º do art. 173 da Carta da República, pois não há estatuto jurídico especial do Sistema S Sindical. São entidades de direito privado (grifo nosso). Ainda o Acórdão nº 1784/2018 Plenário TCU (...) 7. Incorporo o parecer da unidade técnica a estas razões de decidir, sem prejuízo de discordar das considerações anunciadas para a falta de submissão aos arts. 44, 47 e 48 da LC n.º 123, de 2006. 8. O tratamento diferenciado previsto pelos arts. 44, 47 e 48 da LC n.º 123, de 2006, em prol das ME e das EPP não se aplicaria necessariamente às entidades do Sistema S (grifo nosso), inobstante a possibilidade de esse tratamento passar a ser inserido nos regulamentos próprios dessas entidades. 9. Desde a prolação da Decisão 907/1997-Plenário, o TCU já entendeu que as entidades do Sistema S não integrariam a administração federal indireta e, como destinatários de recursos públicos, poderiam editar os seus regulamentos próprios, observando, em todo caso, os princípios gerais da administração pública, a exemplo dos princípios da legalidade, da moralidade, da finalidade, da isonomia, da igualdade e da publicidade.(...) 3 / 5

A Lei Complementar nº 123/2006 não comanda a aplicação de seus termos às Entidades do Sistema S, conforme preconiza o caput do art. 1º da referida lei: Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere. Diante desta redação, não há em que se falar, em sentido estrito, a aplicação da Lei Complementar 123/06, alterada pela Lei Complementar 147/14, pois tais entidades não estão ali indicadas, uma vez que é sabido que que as entidades do Sistema S não são pertencentes à Administração Pública direta, indireta, autárquica ou fundacional conforme sua função constitucional imposta. É o ensinamento da Prof. Julieta Mendes Lopes Vareschini i : As entidades integrantes do Sistema S, [...] são serviços sociais autônomos instituídos por lei, que possuem personalidade de direito privado e não tem fins lucrativos. São paraestatais, no sentido de que atuam ao lado do Estado, mediante o desempenho de atividades não lucrativas, não integrando a Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), nem tampouco a Indireta (Autarquias, Fundações Públicas, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas), não se submetendo, portanto, à legislação específica de licitação da Administração Pública. As entidades pertencentes ao Sistema S, conforme julgado paradigma exarado pelo Plenário do TCU no acórdão nº 907/07, não estão sujeitas aos estritos termos da Lei 8666/93, devendo publicar regulamentos próprios na linha do tempo. O Sesi e o Senai procederam desta forma, publicando seus regulamentos de licitações e contratos desde 1998. Estes regulamentos, portanto, tem o condão de vincular os atos referentes à compras e contratos no âmago destas entidades e trazendo arcabouço jurídico correspondente. Pois bem, estes regulamentos não preveem a aplicação da LC 123/06 alterada pela LC 147/14 para fins de discriminação dos fornecedores em certames licitatórios. Ora, se não há previsão regulamentar, até que os regulamentos sejam alterados, não há vinculação ou obrigatoriedade de aplicação da referida lei complementar. Este é o ensinamento dos Prof. Edgar Guimarães e Jair Santana ii : A LC 123 nº 123/06 consigna de forma clara sua abrangência ao fixar normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às ME/EPP no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Não estão incluídos neste rol os entes que compõem o Sistema S, pois, como dito anteriormente, mencionadas entidades não integram a estrutura organizacional da Administração Pública brasileira. Inexiste, portanto, qualquer comando normativo expresso que, de forma compulsória, obrigue o Sistema S a respeitar, por ocasião das licitações instauradas com recursos próprios, o regime jurídico favorecido a que se referem os artigos 42ª 45 e 47 a 49 da LC nº 123/06. Coroando todo o raciocínio acima disposto, inobstante a não aplicação ao Sistema S da LC 123/06 alterada pela LC 147/14, este deve ter como norte os Princípios Licitatórios dispostos no Art. 37 da Constituição Federal, quais sejam o da Legalidade, da Igualdade e da Ampla Competitividade, não tolerando, até a alteração de seus regulamentos, clausulas discriminatórias entre seus fornecedores. Diante do exposto, esta autoridade competente entende pela não aplicação do benefício previsto na LC 123/06 alterada pela LC 147/14. 4. DA CONCLUSÃO Diante das considerações acima, esta autoridade competente para análise dos recursos conhece das razões recursais, eis que tempestivos, e no mérito os julga: 1) IMPROCEDENTE, mantendo a decisão da Comissão de Licitação quanto ao julgamento final e 4 / 5

mantêm a empresa AVIPAM VIAGENS E TURISMO LTDA vencedora da licitação Edital 799/2018. 2) Determino que a Comissão de Licitações publique ato formal contendo as decisões tomadas neste julgamento de recurso. 3) DIVULGUE-SE para fins de direito. Curitiba, 05 de dezembro de 2018. CARLOS ALBERTO NALEVAIKO GERENTE CORPORATIVO DE SUPRIMENTOS E ABASTECIMENTO MANUEL EMILIO RODRIGUES GERENTE EXECUTIVO DESENVOLVIMENTO, SUPRIMENTOS E ENGENHARIA IRINEU ROVEDA JUNIOR SUPERINTENDENTE DE ÁREAS CORPORATIVAS DO SISTEMA FIEP EDSON LUIZ CAMPAGNOLO PRESIDENTE DO SISTEMA FIEP Ciente. De acordo. Nadia de Jesus dos Santos Presidente da Comissão de Licitação e Pregoeira Alessandra Teodoro Silvério Luciano de Freitas Trindade Caroline Borges i VARESCHINI, Julieta Mendes Lopes. (org.) Licitações Públicas. Coleção JML Consultoria Vol. I. Regime Jurídico da Licitação: fase interna e externa; pregão presencial e eletrônico; Lei Complementar 123/06; Sistema de Registro de Preços. Curitiba: JML, 2012, p. 277 ii SANTANA, Jair Eduardo; GUIMARÃES, Edgar. Licitação e o novo estatuto da pequena e microempresa. Belo Horizonte: Fórum, 2007, p, 35 In VARESCHINI, Julieta Mendes Lopes. (org.) Licitações Públicas. Coleção JML Consultoria Vol. I. Regime Jurídico da Licitação: fase interna e externa; pregão presencial e eletrônico; Lei Complementar 123/06; Sistema de Registro de Preços. Curitiba: JML, 2012, p. 282. 5 / 5