RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DE EDITAL APRESENTADA PELA EMPRESA VS CARD ADMINISTRADORA DE CARTÕES LTDA - EPP

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Victorio Philippi Escobar
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1 RESPOSTA À IMPUGNAÇÃO DE EDITAL APRESENTADA PELA EMPRESA VS CARD ADMINISTRADORA DE CARTÕES LTDA - EPP Referente: Pregão Presencial nº 006/2018 Contratação de empresa especializada para fornecimento de Vales Alimentação a serem utilizados pelos funcionários da Fundação Educacional de Barretos Assunto: Impugnação ao Edital 006/2018 Pregão Presencial nº 006/2018, protocolizada em 18/04/2018 I DAS RAZÕES DA IMPUGNAÇÃO A empresa VS Card Administradora de Cartões Ltda - ME, devidamente qualificada na impugnação ao Edital, com base nas disposições contidas na Portaria 1.287/17, publicada pelo Ministério do Trabalho em 27 de dezembro de 2.017, aponta pedido de impugnação ao presente Edital. Insurge-se, em apertada síntese, que com a publicação de referida Portaria estaria vedado às empresas credenciadas no PAT e a Administração Pública, direta, indireta, autárquica e fundacional a aceitação de taxa de administração negativa, ou seja, com aplicação de desconto. II DO PEDIDO DA IMPUGNANTE Requereu a Impugnante a correção do ponto apontado, pugnando pela procedência de seu pleito, com a consequente reforma do Edital, com vedação de taxa negativa e aplicação de taxa administrativa zero. III DA ANÁLISE DAS ALEGAÇÕES PRELIMINARMENTE: a) DO CARÁTER JURÍDICO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS Inicialmente, cumpre esclarecer que o parágrafo único do artigo 1º da Lei Federal nº 8.666/93 estabelece que:

2 Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A Fundação Educacional de Barretos, entidade exclusivamente de Direito Privado, sem fins lucrativos, após a promulgação da Lei Municipal nº 154/11 que a reconhece como fundação privada, motivo pelo qual não se submete aos ditames da Lei de Licitações (8.666/93), podendo livremente estabelecer seus próprios procedimentos de contratação, o que levou a 2ª Vara Cível da Comarca de Barretos a vedar sua fiscalização pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Registre-se, outrossim, para que não pairem quaisquer dúvidas que a Fundação Educacional de Barretos, não recebe qualquer verba de órgãos públicos, pagando regularmente os impostos que lhe são exigidos, mantendose no mercado educacional com seus próprios recursos. Por fim, e não menos importante, informa também que os procedimentos de compras são pautados em Resolução desta Instituição (RE nº 09/12), usando subsidiariamente, visando dar transparência a seu procedimento de contratações, de alguns princípios norteadores do Direito Administrativo, o que contudo, não a obriga a pautar-se como verdadeiro ente público. DO MÉRITO DAS ALEGAÇÕES Inobstante a preliminar apontada afastar de pleno a necessidade de análise do mérito apontado pela Impugnante, passemos a elas como forma de esclarecimento aos interessados. Feita esta consideração, passemos ao apontamento:

3 1. VEDAÇÃO A POSSIBILIDADE DE COBRANÇA DE TAXA DE ADMINISTRAÇÃO NEGATIVA, CONFORME DISPOSIÇÃO CONTIDA NA PORTARIA Nº 1.287/17 A impugnante, fez uma série de considerações tratando a matéria como se a contratação ocorreria junto à Administração Pública. Ora, tal premissa conforme exposto em sede de preliminar revela-se totalmente equivocada. Esta Instituição, repita-se, entidade exclusivamente de Direito Privado, sem fins lucrativos, não recebe, qualquer verba provinda do governo municipal, estadual ou federal. Seu regulamento de contratação é próprio (Resolução RE nº 09/12), não se submetendo as diretrizes apontadas na Lei de Licitações. E mais, o presente procedimento, embora garanta transparência, publicidade e igualdade de oportunidade a todos os interessados não a torna um Ente Público. E ainda, neste diapasão, por ser uma entidade de caráter filantrópico tem isenção no recolhimento de IRPJ, não auferindo assim deste benefício fiscal garantido pelo PAT, tampouco encontrando-se inscrita em referido programa. Não bastassem todas estas considerações aqui lançadas que tornam a Impugnada inalcançada pela Portaria mencionada, nota-se também que na prática as decisões recentes proferidas pelo TCU e TCE SP tratam a matéria de forma totalmente divergente do apontado pelo Impugnante. Neste sentido, transcrevemos o Acórdão 2004/2018 da Primeira Câmara do TCU de lavra do Relator Ministro Walton Alencar Rodrigues, in verbis: Licitação. Proposta. Preço. Exequibilidade. Taxa de administração. Vale refeição. Combustível. Em licitações para operacionalização de vale-refeição, vale-alimentação, vale-combustível e cartão combustível, não se deve proibir o oferecimento de proposta de preço com taxa de administração zero ou negativa. Entretanto, em cada caso, deve ser avaliado se a proposta com taxa de administração negativa ou de valor

4 zero é exequível, a partir de critérios previamente fixados no edital. Elaboração: Diretoria. Tal posicionamento também é compartilhado em sede estadual vide TC e TC e ainda a ementa proferida em março do corrente ano, no Acórdão dos Processos e , adiante transcrito: EMENTA: Exames Prévios de Edital. Prestação de serviços de administração, gerenciamento, emissão e fornecimento de vale alimentação. Adoção da taxa negativa. Ausência de sujeição dos entes públicos às regras do Programa de Alimentação do Trabalhador. Submissão da Administração às condições de aquisição e de pagamento semelhantes às do mercado, nos termos do artigo 15, inciso III, da Lei Federal n.º 8.666/93. Interpretações sobre a taxa negativa contemplam diversos cenários econômicos e pontos de vista, não sendo recomendável a alteração da jurisprudência desta Corte, no processo específico em exame, sem prejuízo de que sejam feitos estudos sobre a matéria. Representações julgadas improcedentes. E mais, não bastasse o posicionamento tomado pelos órgãos de fiscalização, todos posteriores a promulgação da mencionada Portaria, denota-se que o mercado em geral, seja no âmbito público ou privado continua aceitando e participando de procedimentos de contratação similares ao Edital impugnado, vide informação anexa à presente decisão, obtida junto ao Banco de Preços, e ainda Edital publicado neste ano pela Câmara Municipal de Diadema, no sítio Por fim, devemos deixar claro que o presente procedimento é composto de uma série de atos que obedecem a uma sequência determinada pela Resolução RE nº 09/12 e tem por objetivo selecionar a proposta mais vantajosa a Fundação Educacional de Barretos. Assim, por todo o exposto, na qualidade de representante da FEB decido:

5 a) conhecer a Impugnação apresentada e no seu mérito afastá-la pelo fato desta Instituição não ser uma empresa aderente ao Programa de Alimentação do Trabalhador. Inobstante isto, decido pela retirada no Edital do item 6.1, d e 3.1, o do Termo de Referência. Por fim, informo que, mediante as alterações mencionadas, o Pregão Presencial nº 06/2018 será republicado, estabelecendo-se como nova data de julgamento o dia 08 de maio de Barretos, 19 de abril de Atenciosamente Arthur Ferraz Witzel Machado Representante da FEB

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