RELATO DE EXPERIÊNCIA: A SEMIÓTICA NO 3º ANO DO CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

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Transcrição:

ÁREA e SUB-ÁREA: ARTES E HUMANIDADES / ENSINO-APRENDIZAGEM RELATO DE EXPERIÊNCIA: A SEMIÓTICA NO 3º ANO DO CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO 1 Otávio de Oliveira Castelane; 2 Joane Marieli Pereira Caetano 1 Estudante do curso de Letras com habilitação em Língua Portuguesa e Língua Inglesa do Centro Universitário São José de Itaperuna; E-mail: otavio31castelane@hotmail.com 2 Professora Mestra do Centro Universitário São José de Itaperuna e do Instituto Federal Fluminense (campus Itaperuna); RESUMO Este estudo buscou verificar o desenvolvimento argumentativo de alunos do 3º ano do curso técnico em Eletrotécnica Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Itaperuna, recorrendo à aplicação da teoria semiótica de Pierce (2015), mais especificamente na Teoria da Iconicidade Verbal (TIV) (SIMÕES, 2009), no processo de avaliação textual. Elaborou-se uma sequência didática, baseada em Marcuschi (2008). No texto aqui tecido, discorre-se sobre o perfil discente e o seu desenvolvimento no decorrer do estudo. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica descritiva quali-quantitativa e um estudo de caso, no qual se aplicou uma nova metodologia no processo da produção textual, embasada em Passarelli (2012), Costa Val (2009), Peirce (2015) e Simões (2009). Concluiu-se que o desenvolvimento de ações específicas como o debate, a escrita em etapas e o estudo de áreas específicas do tema em uma sequência didática podem contribuir para a melhora da qualidade de produções textuais. PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Argumentativo. Produção Textual. Semiótica. INTRODUÇÃO Em tempos de dificuldade na escrita, da valorização de mitos (Cf. Passarelli, 2012) e da produção descontextualizada (Cf. Antunes, 2009), faz-se necessário que docentes encontrem alternativas com ações que forneçam abordagens diferenciadas e contribuam para que o desenvolvimento linguístico se faça mais presente até mesmo com abordagens avaliativas inovadoras. Partiu-se de habilidades ditas como necessárias à escrita e pressupostos básicos orientados por Irandé Antunes (2016) e Lílian Passarelli (2012) como ter o que dizer, a quem dizer, como dizer e em que situação dizer, além da eliminação de mitos da escrita baseada em Passarelli (2012). Já a avaliação, segundo Costa Val (2009) deve ser encarada como uma forma de aprendizado que deve previamente expor os critérios estabelecidos para uma melhor adequação do público-alvo. Tal avaliação é contemplada aqui pelo viés semiótico do americano Charles Sanders Peirce (2015) que permite um novo olhar ao texto, a partir da imagem criada e da significação obtida pelo leitor, mais afundo apoia-se em Darcilia Simões e sua Teoria da Iconicidade Verbal (2009) que projeta o olhar apenas para a capacidade icônica dos signos, ou seja, para sua plurissignificação, possibilitando ao autor diferentes alternativas de escrita com o enriquecimento do vocabulário, o incentivo da ambiguidade e outros sentidos que podem favorecer no leitor diferentes sensações contribuindo para o entendimento do texto.

Buscou-se, então, verificar como seria o desenvolvimento de um público-alvo, no caso alunos do 3º ano do Curso Técnico em Eletrotécnica integrado ao Ensino Médio do Instituo Federal Fluminense Campus Itaperuna, por meio de uma sequência didática para a sua capacitação em torno da produção textual. Objetivamente, promoveram-se ações dentro de uma sequência didática visando ao crescimento argumentativo a partir do gênero artigo de opinião. Especificamente, pretendeu-se conhecer o perfil discente através de uma pesquisa qualiquantitativa, projetar uma sequência didática junto a tais resultados e semioticamente avaliar e fornecer um feedback às produções textuais. METODOLOGIA Utilizou-se de um estudo de caso, segundo Gil (2009), pois foram usados vários processos com apenas um público-alvo. Inicialmente, fez-se uso de uma pesquisa quali-quantitativa por meio de formulários online, mais especificamente na plataforma Google Forms, que teve como vista a elaboração de um perfil discente para o melhor desenvolver dos processos posteriores. Seguidamente, colocou-se em prática uma sequência didática (SD) de Bernard Schneuwly e Joaquim Dolz apud Marcuschi (2008) para o desenvolvimento do gênero artigo de opinião. Durante o seu desenvolvimento, a SD possibilitou a execução de diferentes etapas da escrita textual que, por fim, foram analisadas por pressupostos textuais e semióticos, baseados em estudos bibliográficos de Costa Val (2009), Passarelli (2012), Peirce (2015) e Simões (2009). RESULTADOS E DISCUSSÃO O procedimento inicial com o objetivo de determinar o perfil discente foi realizado num espaço alternativo da instituição, denominado Tecnoteca, por meio da plataforma Google Forms. Dentre vários questionamentos, foi solicitada aos participantes a exposição de suas preferências de leitura, que resultou no seguinte resultado:

Figura 1 e 2 Resultado da Pesquisa Esse resultado serviu de base para o planejamento e a execução de ações na sequência didática, sendo possível perceber o assunto que os discentes tinham mais interesse para ler, contribuindo dessa forma para a contextualização do conteúdo, já que era do conhecimento da maioria. Intitulada O Legado de Megaeventos Esportivos no Brasil, a sequência didática, permitiu que em debates e produções textuais de artigos de opinião tivessem suas particularidades em pauta, como: i Arte e Arquitetura; ii Impacto Socioeconômico; iii Exposição na Mídia e iv Política, como exemplificado no fluxograma abaixo: Figura 3 Modelo de Sequência Didática para Desenvolvimento Argumentativo A sequência didática fomentada de forma contextualizada à realidade docente e teve como objetivo o desenvolvimento de habilidades imprescindíveis, segundo o PCN: H1 Reconhecer as linguagens como elementos integradores dos sistemas de comunicação. H2 Identificar os diferentes recursos das linguagens, utilizados em diferentes sistemas de comunicação e informação. H3 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para explicar problemas sociais e do mundo do trabalho. H4 Relacionar informações sobre os sistemas de comunicação e informação, considerando sua função social. H5 Posicionar-se criticamente sobre os usos sociais que se fazem das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação. H21 Identificar categorias pertinentes para a análise e interpretação do texto literário e reconhecer procedimentos de sua construção. H22 Distinguir as marcas próprias do texto literário e estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político. H23 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção de texto literário com os contextos de produção, para atribuir significados de leituras críticas em diferentes situações. H24 Analisar as intenções dos autores na escolha dos temas, das estruturas, dos estilos, dos gêneros discursivos e recursos expressivos como procedimentos argumentativos. H25 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional. H26 Reconhecer, em textos de diferentes gêneros, temas, macroestruturas, tipos, suportes textuais, formas e recursos expressivos. H27 Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática para a organização e

estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos. H28 Analisar a função predominante (informativa, persuasiva etc.) dos textos em situações especificas de interlocução, e as funções secundarias, por meio da identificação das suas marcas textuais. H29 Relacionar textos ao seu contexto de produção/ recepção histórico, social, político, cultural, estético. H30 Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.h36 Identificar, em textos de diferentes gêneros, as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro, e reconhecer as categorias explicativas básicas da área, demonstrando domínio do léxico da língua. H37 Reconhecer, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as diferentes variedades e identificar os efeitos de sentidos resultantes do uso de determinados recursos expressivos. H38 Identificar pressupostos, subentendidos e implícitos presentes em um texto ou associados ao uso de uma variedade linguística em um contexto especifico. H39 Analisar, em um texto, os mecanismos linguísticos utilizados na construção da argumentação. H40 Identificar a relação entre preconceitos sociais e usos da língua, construindo, a partir da análise linguística, uma visão crítica sobre a variação social e regional. (BRASIL, 2005, p. 2-4) Após a produção inicial, as produções textuais foram submetidas a avaliações com critérios semióticos em busca do sentido depositado pelo autor e adequação ao gênero. As avaliações contaram como método avaliativo fichas para o feedback e posteriormente reescrita dos alunos, que aconteceram em dois momentos. Os resultados encontrados permitiram verificar melhoras significativas quanto à exposição das reais ideias dos autores nos textos, a impressão da personalidade, com o uso de vocabulário que permite a associação de significados, além da promoção de melhor desenvolvimento da trilha textual. Exemplo de bom uso do léxico pode ser encontrado na produção nº 031 em que o autor se utiliza de um ícone, segundo a semiótica, fazendo uma comparação entre o estado de famílias que foram retiradas de seus lares para construções esportivas e o holocausto, sacrifício em massa durante a segunda guerra mundial, tamanho o sacrifício por elas encontrado. Outro caso se deu na produção nº 005 em que o autor utiliza da nomenclatura esportiva do futebol juntamente com a realidade brasileira: Porém ao contrário da nossa seleção, que sofreu a sua pior derrota na história, o nosso jogo não acabou! E para que viremos o placar precisamos convocar toda a população e cobrar uma atitude à nossas autoridades antes que seja tarde demais e o juiz apite o final de jogo! [sic] (grifo do autor). Ainda no texto nº 005 é possível verificar um título a serviço da semiótica. Como nesse caso o texto promove a ativação da interdiscursividade lexical por meio do seu título que remete a outro acontecimento esportivo Mega eventos 7 x 1 Brasil à derrota histórica para a Alemanha no Copa do Mundo do Brasil em 2014. Outro recurso encontrado foi a utilização da intertextualidade na produção nº 003 por meio de uma referência explícita ao resultado de todo o investimento federal nas cidades-sede da Copa do Mundo e da cidade do Rio de Janeiro com a difícil situação da Polícia Militar no estado do Espírito Santo, com Os megaeventos tiveram pontos positivos e negativos, o Brasil conseguiu mostrar que é capaz de realizar esses eventos, os estrangeiros passaram a ter

uma visão melhor do nosso país, mas o alto investimento nos estádios é vergonhoso, muitos forma abandonados e chamados de elefantes brancos, o desconforto de alguns é visível, o Brasil permaneceu na crise financeira, causando problemas como a recente greve dos policiais no Espirito Santo, um evento que aumentou drasticamente o número de assaltos e assassinatos no estado. (Produção Textual nº 005) Além de ressaltar pontos positivos, o feedback tem a função verificar algumas inadequações como foi possível conferir o uso do termo hostilidade que, após ressaltado, foi alterado para o sentido pretendido pelo autor: hospitalidade. Fato também observado foi o mau uso em várias produções do tema adaptado ao título, que não contribuía para a compreensão do mesmo. Sinais de autoria bem como observados que contribuíram para a adequação da posição assumida pelo autor em suas produções foram expressões, muitas vezes, utilizadas como recursos irônicos, como mar de rosas/ tudo deu certo/ nóis continua fudido/ país do futebol/ jogado às traças e a utilização de perguntas retóricas, que colaboram como um estímulo ao leitor na tentativa de inferir sua opinião e a promover uma reflexão. CONCLUSÃO Mediante o atual status da produção textual escolar, é imprescindível a tentativa de mudança e a reflexão do profissional quanto a sua prática pedagógica. O objetivo central deste trabalho, o de promover ações junto aos alunos diante de uma perspectiva inovadora e contextualizada, foi alcançado. Diante de todos os resultados colhidos, pode-se verificar o aumento de competências relacionadas à escrita e a verificação de níveis da TIV nas produções textuais, que comprova o alcance da proposta de significação textual. Cabe ressaltar a importância de um trabalho com a temática semiótica, tão pouco explorada no noroeste fluminense, que pode servir de estímulo e de conhecimento a interessados sobre as experiências proporcionadas. REFERÊNCIAS: ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. ANTUNES, Irandé. Práticas Pedagógicas para o Desenvolvimento das Competências em Escrita. In: COELHO, Fábio André; PALOMANES, Roza (Orgs). Ensino de Produção Textual. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2016. BRASIL. Matriz de Competências e habilidade do ensino médio. INEP, 2005. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/encceja/legistacao/2005/anexoii.pdf> Acesso em: 04 set. 2017 COSTA VAL, Maria da Graça et. al. Avaliação do Texto Escolar: Professor-leitor/Aluno-autor. Coleção Alfabetização e Letramento na Sala de Aula. Belo Horizonte: Autêntica Editora/Ceale, 2009. GIL, Antônio Carlos. Estudo de Caso. São Paulo: Atlas, 2009.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. PASSARELLI, Lílian Maria Ghiuro. Ensino e correção na produção de textos escolares. São Paulo: Cortez, 2012. PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. Coleção Estudos, 46. Tradução de José Teixeira Coelho Neto de The Collected Papers of Charles Sanders Peirce. São Paulo: Perspectiva, 2015. SIMÕES, Darcilia. Iconicidade verbal: Teoria e prática. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2009.