RELIGIÃO E CIÊNCIA: CONSIDERAÇÕES E PERSPECTIVAS ACERCA DE DOIS GRANDES MAGISTÉRIOS

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Transcrição:

RELIGIÃO E CIÊNCIA: CONSIDERAÇÕES E PERSPECTIVAS ACERCA DE DOIS GRANDES MAGISTÉRIOS Maria Antonia Ferreira Andrade RESUMO Sec. XXI. Novo tempo. Novos modos. Novas maneiras de ser, pensar, conceber. Até os aspectos referentes a fé agora apresentam uma nova maneira de olhar, se posicionar. O que outrora era explicado por meio dos dogmas, da fé; agora no modernismo se relativisa. E hoje? À quantas andam estas áreas do conhecimento? Como convivem?os objetivos propostos para este trabalho são: _ Pensar conhecimentos bíblicos/religiosos enquanto leitura distanciada da ação reflexiva. _Pensar como se estabelecem as áreas do conhecimento cientifico e teológico. A importância de estudos nesta área é perceber que, mesmo timidamente poderá haver, possíveis diálogos entre a ciência e a religião, pois muito mais sentido nas descobertas se poderá ter se os fatos forem enxergados utilizando estas duas lentes do conhecimento. Palavras-chaves: Religião, fundamentalismo, ciência. Sec. XXI. Novo tempo. Novos modos. Novas maneiras de ser, pensar, conceber. Até os aspectos referentes a fé agora apresentam uma nova maneira de olhar, se posicionar. O que outrora era explicado por meio dos dogmas, da fé; agora no modernismo se relativisa. O conhecimento predominante até antes do surgimento do racionalismo era o que predominava na Idade Média, aquele em que os cléricos e sacerdotes falavam, proveniente da fé, da bíblia, dos dogmas cristãos. E hoje? À quantas andam estas áreas do conhecimento? Como convivem? Os objetivos propostos para este trabalho são: _ Pensar conhecimentos bíblicos/religiosos enquanto leitura distanciada da ação reflexiva. _Pensar como se estabelecem as áreas do conhecimento cientifico e teológico. A importância de estudos nesta área é perceber que, mesmo timidamente poderá haver, possíveis diálogos entre a ciência e a

religião, pois muito mais sentido nas descobertas se poderá ter se os fatos forem enxergados utilizando estas duas lentes do conhecimento. A RELIGIÃO E O FUNDAMENTALISMO Com o renascimento, desponta-se a era da razão para explicar os fatos que até então a religião explicava. Instaurou-se o pavor de muitos que se apoiavam na religiosidade como fundamento de crenças e dogmas. Mas a era das luzes não chegou sozinha trouxe também teóricos radicais em determinados aspectos, a citar aqui o fundamentalismo que, ensinava as escrituras sagradas a partir de pressupostos, doutrinas sem que houvesse abertura para reflexões ou sequer questionamentos sobre conceitos apresentados. Os fundamentalistas cristãos rejeitam as descobertas da biologia e da física sobre as origens da vida e afirmam que o livro do Genesis é cientificamente exato em todos os detalhes.(armstrong, 2001, p.9) A uma determinada altura do texto: A Bíblia e a crítica moderna de David Heagle, o autor faz a seguinte pergunta à critica moderna: O que ela nos oferece? Nada. O que ela nos tira? Tudo. Em relação à religião, os pensadores fundamentalistas são tão fechados à ciência, que se recusam a enxergar muitos benefícios trazidos pela ciência à sociedade e muito menos ao que se refere ao entendimento dos textos bíblicos. Para Silva, o movimento teológico fundamentalista se enquadra neste contexto de modernidade ao optar por uma interpretação bíblica historicista e literalista, além de enfrentar uma postura de enfrentamento à ciência moderna, pelo fato de esta ter levantado duvidas quanto às interpretações bíblicas vigentes. Para Bacon, apud, Rossi, o iluminismo é o grande causador da degeneração da cultura europeia, pois através dos processos de

mercantilização da cultura, da sociedade industrial moderna, reina alienação da tecnologia. Quando refere-se a ciência, a qualifica como uma potencia que destrói a tradição. Para Armstrong, o fundamentalismo surgiu de uma devoção militante, dentro das grandes tradições religiosas. E suas manifestações são as vezes assustadoras. Muitos cristãos fundamentalistas veem a ciência como uma agressão aos conceitos construídos em sua cultura e por isso fazemde tudo para neutralizar o trabalho da ciência. A CIÊNCIA É uma área do conhecimento onde os fatos são construídos e elaborados por meio da racionalidade. E os mesmos antes de serem apresentados são coletados, testados, analisados e provados antes de serem apresentados à sociedade. Os defensores do iluminismo pensavam que, a partir de então uma ferramenta mais eficaz superior capaz de explicar os acontecimentos com mais clareza que era a ciência, a revolução cientifica fosse vigorar. Esperava-se que a religião fosse relegada a um segundo plano, abandonada. Mas, não foi o que aconteceu. Em relação à religião o iluminismo não alcançou seus objetivos, a religião continua presente. Para Armstrong, eles podem rejeitar o racionalismo cientifico do Ocidente, mas não tem como fugir dele. A civilização ocidental mudou o mundo. Nada-nem a religião-será como antes. A ciência aparece então, para a humanidade como um terreno dentro do qual a verdade sempre se configura como algo que é colocado à prova da experiência, ao confronto com o mundo real. A ciência apresenta-se, na sua essência, como um pensamento que tende a sistematização, a colocação de afirmações em contextos teóricos muito amplos.

Conforme Silva, as entidades de que falam a ciência não são nem do senso comum, nem os objetos encontrados na vida cotidiana, são entidades construídas dentro de teorias com frequência de pouco acesso ou acessíveis a poucos. A Ciência moderna tende a evoluir conforme as necessidades da sociedade. Quando isto não acontece. Mantem-se a tradição e os princípios. Séc. 20, continua a assistir à dois magistérios, cada um a sua maneira defendendo sua posição, tanto a ciência como a religião. Contudo, o fundamentalismo não possui apenas um rosto religioso. Todos os sistemas, seja culturais, científicos, políticos, econômicos e ate artísticos, que se apresentam com portadores exclusivos de verdade e de solução única para os problemas devem ser considerados fundamentalistas (Boff, 2002,). Continua o autor: _Atualmente, vivemos sob o império feroz de vários fundamentalismos. Assim, como há fundamentalistas religiosos, também há cientistas fundamentalistas. CIÊNCIA E RELIGIÃO O séc.20 foi a época em que aconteceu da 1ª guerra mundial (1914-1918) e passados alguns anos o mundo deparou-se com uma 2ª guerra (1939-1945). Este período de guerras é infinitamente marcado pelo pessimismo, falta de expectativa e esperança em relação à ideia de progresso apresentado pela ciência, liberalismo. Vive-se um período de crise e o temor aos horrores à guerra. Neste contexto, a ciência, com todo o seu apogeu expõe sua fragilidade, sua incapacidade responder a todos os questionamentos e sofrimentos humanos.

Para Olson, os fundamentalistas atribuem que a doença chamada modernismo vinha diretamente desta infecção e considerava Schaleiermacher responsável por têla introduzido na teologia protestante. Schaleiermacher defendia a necessidade dos cristãos relacionarem a fé cristã com a situação humana. Para o prof. PUC-SP, o professor Dr. Queiroz, o processo científico do sec. XIX, se fundamenta na verificação. O remetente deve provar o seu enunciado e reformular o enunciado contrário. O séc. XX tem por base o princípio da falseabilidade: uma proposição científica se puder ser submetida a uma demonstração de que seja falsa será verdadeira enquanto tal demonstração não acontecer. O consenso é apenas um horizonte nesse jogo, o que não significa ser a verdade em si. O cenário teológico apontava para uma emancipação teológica, onde teólogos pensavam que a fé crista e a teologia deveria ser reelaboradas à luz do conhecimento moderno. Usava-se de diferentes áreas do conhecimento no entendimento de textos com a antropologia, a história,a arqueologia, a geografia, a linguística entre outras ciências. Para contribuir com o entendimento dos textos bíblicos surge também a nova hermenêutica que tem suas raízes na filosofia da linguagem. Conforme, Gerhard Ebeling, apud, Oliveira, uma teologia hermenêutica significa em definitivo animado pelo cuidado de articular uma palavra responsável. Isso significa que a ela só deve dizer o que pode assumir: uma possibilidade da palavra e uma responsabilidade da linguagem. Na verdade, a critica bíblica referia-se a esforços na tentativa de estudar a Bíblia utilizando-se de métodos e técnicas cientificas para examinar a Bíblia Sagrada.Esta nova maneira de estudar a Bíblia, que era a nova hermenêutica trazia uma proposta para o entendimento dos

textos bíblicos, muito pautada em reflexões e questionamentos acerca de fatos e acontecimentos; autoridades, composição dos livros bíblicos. Indagações comuns como quando, onde, sob quais razões e circunstancias, por quem e para quem estes textos foram escritos? Este fato corresponde realmente ao ato narrado na Bíblia? Como transpor o ocorrido para os dias atuais? Para Cruz, a história bíblica vale para a reinterpretação das doutrinas religiosas em termos de conhecimento cientifico contemporâneo teológico. Enfim, não há nenhuma ciência seja ela teológica, filosófica, cientifica ou senso comum que se sobrepuja à outra. Todas tem sua importância e o ideal seria se pudessem dialogar uma com a outra livremente, sem barreiras ou sequer pre conceitos. CONCLUSÃO A quem diga que os homens da fé e os homens da ciência se contrapõem um ao outro. Todavia, se a ciência for colocada como ferramenta que ajude as pessoas a enxergarem os fatos, o homem alcançará uma capacidade de enxergar a vida, a realidade, o entendimento de tudo com mais clareza e menos ilusionismo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ARMSTRONG, Karen. Em nome de Deus: o fundamentalismo no cristianismo e no islamismo. São Paulo: Companhia das Letras,2001. BOFF, Leonardo. Fundamentalismo: a globalização e o futuro da humanidade. Rio de Janeiro: Sextante, 2002. CRUZ, Eduardo R. De Fé e Razão a Teologia e Ciência/Tecnologias : aporias de um diálogo e o recuperar da doutrina da Criação. Cibercultura-Revista de Teologia & Cultura-Ano III, n 23. OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã: 2000 anos de tradição e reformas. São Paulo:Vida, 2001. OLIVEIRA, Pedro Rubens Ferreira. A fé no risco da interpretação entre a filosofia e teologia. Revista de Teologia e Ciências da Religião da Unicamp. Ano VIII, 2009, nº 2-Julho/Dez. QUEIROZ, José J. Deus e as crenças Religiosas no discurso filosófico Pós-Moderno. Linguagens e Religião. Revista Estudos da Religião-Rever. Acesso:www.puc.sp.br/Em 10/06/2015. ROSSI, Paolo. A ciência e a filosófica dos modernos: aspectos da Revolução Científica. Trad.: LORENCINI, Álvaro. São Paulo: Ed.: Unesp, 1992. SILVA, José Mário Galdino da Silva. Religião Cristã e Ciência moderna: uma análise comparativa nas obras Os Fundamentos, organizada por A.R. Torrey e Religião de Bertrand Russel. Dissertação de Mestrado. São Bernardo do Campo, 2014. SOARES, Afonso Maria Ligório; PASSOS, João Décio (orgs.). Teologia e Ciência: Diálogos acadêmicos em busca do saber. São Paulo: Educ/Paulinas, 2008. TORREY, R.A. Os fundamentos: A Famosa Coletânea de Textos das Verdades Bíblicas Fundamentais. Trad. PODRIGUES, Cláudio J. A. São Paulo: Hagnos, 2005.