Análise do perfil e características epidemiológicas da população atendida nas Estratégias de Saúde da Família do Município de Presidente Prudente.

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Transcrição:

Análise do perfil e características epidemiológicas da população atendida nas Estratégias de Saúde da Família do Município de Presidente Prudente. Nathália Serafim da Silva, Viviane de Freitas Cardoso, Ana Lúcia de Jesus Almeida. Campus de Presidente Prudente, FCT/Unesp, Fisioterapia, nathaliaserafim.s@hotmail.com. Eixo: Eixo 2 Os Valores para Teorias e Práticas Vitais. Resumo O presente estudo objetiva caracterizar o perfil e as condições epidemiológicas da população atendida nas ESFs do município de Presidente Prudente tendo como referência as informações disponíveis no consolidado fornecido pelo Sistema de Informação da Atenção Básica SIAB. Os consolidados foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde SMS e as informações foram organizadas e analisadas, retratando o perfil e as condições epidemiológicas de cada unidade. As variáveis selecionadas no consolidado foram: a população cadastrada e atendida pelas ESF; a faixa etária; a prevalência de intercorrências referidas e a prevalência de gestantes. Os dados foram organizados e analisados em planilhas do programa Excel, permitindo o cálculo da média, mediana e porcentagem. As patologias com maior prevalência foram: diabetes e hipertensão, entretanto, elas se diferem para cada ESF, bem como a gravidez na adolescência. Palavras Chave: Características epidemiológicas, Estratégia de Saúde da Família, Sistema Único de Saúde. Abstract: This study aims to characterize the profile and epidemiological conditions of the population served in the Family Health Strategy of the municipality of Presidente Prudente with reference to the information available in the consolidated provided by the Primary Care Information System. Consolidated were provided by the City Health Department and the information was organized and analyzed, depicting the profile and epidemiological conditions of each unit. The variables selected were consolidated: the population enrolled and attended by the Family Health Strategies; the age group; the prevalence of these complications and the prevalence of pregnant women. Data were organized and analyzed in Excel spreadsheets, allowing the calculation of the mean, median and percentage. The conditions with the highest prevalence were: diabetes and hypertension, however, they differ for each Family Health Strategy and teenage pregnancy. Keywords: Epidemiological characteristics, The Family Health Strategy, Health System. Introdução A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é uma das mais recentes propostas assumida pelo Ministério da Saúde (MS) para reorganizar o modelo de assistência a saúde no Brasil. A ESF exige que a equipe conheça a realidade das famílias pelas quais é responsável, através do cadastramento destas e do diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; que identifique os problemas de saúde prevalentes e situações de risco aos quais a população está exposta; que 8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Análise do perfil e características epidemiológicas da população atendida nas Estratégias de Saúde da Família do Município de Presidente Prudente, Nathália Serafim da Silva, Viviane de Freitas Cardoso, Ana Lúcia de Jesus Almeida ISSN 2176-9761

elabore, com a participação da comunidade, um plano local para o enfrentamento dos determinantes de processo saúde/doença; que preste assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda organizada ou espontânea, na ESF, na comunidade, no domicílio e no acompanhamento ao atendimento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar; que desenvolva ações educativas e intersetoriais para o enfrentamento dos problemas de saúde identificados, problemas como doenças infecciosas (chagas, tuberculose), intercorrências referidas (hipertensão, diabetes mellitus) e condições como a gestação. A análise epidemiológica da população atendida na ESF é importante para o estabelecimento de prioridades, para a alocação de recursos e a orientação programática (SANTANA & CARMAGNANI, 2001), afim de implantar intervenções nessa população que sejam mais eficientes Objetivos Caracterizar o perfil e as condições epidemiológicas da população atendida nas ESFs do município de Presidente Prudente a partir do consolidado do Sistema de Informação da Atenção Básica SIAB. Material e Métodos Os dados analisados neste estudo são oriundos do SIAB, que atualmente foi transferido para o sistema e-sus. Foram analisados os dados de 15 unidades, a partir dos consolidados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, referentes ao mês de novembro de 2013. Além do perfil dos usuários das ESF foram caracterizadas as condições epidemiológicas de cada unidade. Para isso todos os dados foram organizados em planilhas do programa Excel, permitindo o cálculo da média, mediana e porcentagem. As variáveis selecionadas no consolidado foram: a população cadastrada e atendida pelas ESFs; a faixa etária; a prevalência de intercorrências referidas e a prevalência de gestantes. Resultados e Discussão O município de Presidente Prudente tinha 15 unidades de ESFs em novembro de 2013, oferecendo uma cobertura de 21,81% da população. Na tabela 1 é apresentado o número de pessoas cadastradas em cada ESF, bem como o número de famílias. Em relação ao número de pessoas, os distritos apresentam uma população menor. A ESF que apresenta a maior população é o Parque. Alvorada I, com o total de 4.001 pessoas e a ESF do distrito de Eneida/ Ameliópolis com 1.340 pessoas apresenta o menor número. Essa é a razão pela qual esses dois distritos são atendidos por uma mesma equipe. Tabela 1 Número de Pessoas e Famílias cadastradas nas ESFs de Presidente Prudente: ESF Nº Pessoas Nº Fam 1. Jd. Regina 2.840 921 2. Jd. Belo Horizonte 3.492 1.131 3. São Pedro 3.764 1.153 4. Pq. Alvorada I 4.001 1.154 5. Jd. Guanabara 3.192 987 6. Pq. Primavera 3.748 1.152 7. Morada do Sol 2.847 868 8. Jd. Humberto Salvador 3.783 1.107 9. Pq. Alvorada II 3.671 1.003 10. Pq. Alvorada III 3.654 1.082 11. Humberto Salvador II 3.667 1.043 12. Jd. Cambuci 3.987 1.051 13. Floresta do Sul 1.472 506 14. Eneida/Ameliópolis 1.340 456 15. Montalvão 2.526 825 Fonte: SIAB, 2013

Em relação à faixa etária, a área com maior percentual de crianças menores de um ano é a ESF São Pedro (46 crianças; 1,2%), que também é a que que apresentou maior número de deficientes físicos, 44 casos, com proporção de 2,17%. Em relação aos diabéticos, Jardim Belo Horizonte mais tem idosos (acima de 60 anos), como veremos apresentou 230 casos, (6,59%), Eneida/ abaixo. A ESF Jardim Cambuci apresenta maior percentual de jovens de 10 a 19 anos (816 jovens; 20,4%) e apresenta também maior número absoluto Ameliópolis, 76 casos (5,67%) e Floresta do Sul 76 casos (5,16%), o que representa a maior proporção de casos na população do município. A ESF Eneida/ de adultos de 20 a 39 anos (1.135 adultos), porém Ameliópolis apresenta maior proporção de proporcionalmente a ESF Jardim Humberto epiléticos, com 11 casos (0,82%). Salvador apresenta 33,5% de adultos (1.269 As doenças que aparecem em maiores proporções pessoas) nessa faixa etária e maior número de e em todas as ESFs são a hipertensão e diabetes. adultos na faixa de 40 a 49 anos (621 adultos; Em função disso, foi realizada uma análise 16,4%). Ao analisar a faixa etária de 50 a 59 anos, a ESF Parque Alvorada I é a área que apresenta comparativa entre hipertensão/ diabetes e a idade. A hipertensão e diabetes são doenças crônicodegenerativas maior valor absoluto (507 adultos), porém e apresentam aspectos em comuns, proporcionalmente a ESF Parque Primavera como: fatores de risco, etiopatogenia, importância apresenta maior percentual na mesma faixa etária (13.4%, correspondendo a 503 pessoas). A ESF Jardim Belo Horizonte é a área com maior número absoluto e percentual de idosos com mais de 60 anos (635 idosos;18.1% da sua população). Em relação a prevalência das intercorrências referidas relacionados à hipertensão arterial as ESFs que apresentaram maior proporção foram: do tratamento não medicamentoso, complicações, necessidade de controle permanente, entre outros (RIBEIRO et al 2014). A hipertensão arterial é definida como uma pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmhg e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmhg. Já a diabetes mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina Eneida/Ameliópolis, com 323 casos (24,1%), e/ou incapacidade de a insulina exercer seus efeitos Floresta do Sul, com 324 casos (22,01%) e Jardim adequadamente (BRASIL, 2000). Belo Horizonte com 716 casos (20,5%). De acordo com os resultados apresentados Com relação a hanseníase as ESFs Montalvão, anteriormente, nota-se que a proporção de Jardim Belo Horizonte, Alvorada II e Cambuci, apresentaram apenas 1 caso em sua população em 2013. Com relação à tuberculose a ESF Humberto Salvador II apresentou 3 casos na população. E em diabéticos é maior nas mesmas ESFs onde há maior proporção de hipertensos. Observamos também que cinco locais apresentam grande proporção de indivíduos acima de 60 anos, relação à doença de chagas a ESF que são: Montalvão (17,2%), Eneida/Ameliopolis Eneida/Ameliópolis apresentou 3 casos na (16,7%), Belo Horizonte (18,1%), Alvorada III (16%) população. São Pedro (15,7%). Se focarmos nos dados de Todas as ESFs tem casos de alcoolismo, porém a hipertensão e diabetes expostos anteriormente, ESF Montalvão apresentou 19 notificações, dois desses locais Eneida/ Ameliópolis e Jardim representando maior número de casos, com Belo horizonte,aparecem com maior número de proporção de 0,75%. A ESF Floresta do Sul foi a munícipes com essas patologias.

Na hipertensão, além dos fatores de risco modificáveis, que são os hábitos de vida, há também os fatores de risco não modificáveis, como a hereditariedade e a idade. É dessa forma que o envelhecimento aumenta o risco da hipertensão em ambos os sexos. Estimativas globais sugerem taxas de hipertensão arterial mais elevadas para homens a partir dos 50 anos e para mulheres a partir dos 60 anos. E na diabetes, a prevalência varia de 2,6% para o grupo etário de 30 a 49 anos a 17,4 % para o grupo de 60 a 69 anos. Atinge igualmente homens e mulheres e seu risco aumenta com a idade (MINAS GERAIS, 2006). Essas informações reforçam a importância do trabalho com a população de diabéticos e hipertensos. A tabela 2 apresenta o número de gestantes na adolescência e com idade maior que 20 anos. Em relação a gestantes de 10 a 19 anos, as ESFs que apresentam maior proporção são Montalvão, (3,43%) e Alvorada III (2,94%). Em relação a gestantes na vida adulta, com mais de 20 anos, a ESF Morada do Sol é a área que apresenta maior proporção (2,5%) e a ESF Belo Horizonte, contraditoriamente, por ser uma área com maior concentração de idosos, apresenta uma minoria de 0,73% de gestações, sendo a menor proporção. Um olhar para as maiores concentrações de acordo com a faixa etária, podemos observar que a ESF Jardim Cambuci é a que apresenta maior proporção de adolescentes de 10 a 19 anos (20,4% da população), porém a ESF Montalvão com 15,1% de jovens nessa faixa etária é a ESF que apresenta maior proporção de jovens gestantes e a ESF Alvorada III com 15,4% de jovens nessa faixa etária, apresenta a segunda maior proporção de gestantes adolescentes. Enquanto a ESF Floresta do Sul, com 15% da população de 10 a 19 anos, não apresenta nenhum caso de gravidez na adolescência. Esse fato chama a atenção pois pode nos sinalizar sobre estratégias de trabalho com essa população. Tabela 2 Prevalência de gestantes A gravidez na adolescência é um problema de saúde publica por ser considerada uma gravidez de alto riso, uma vez que ela está sujeita a maior incidência de complicações na gestação, parto e puerpério. Essas complicações podem se intensificar ainda mais quando a gestante é de uma classe social menos favorecida, o que pode aumentar a incidência de prematuridade e baixo peso ao nascer. A gravidez na adolescência, não planejada e indesejada é referida como um impacto negativo nas condições físicas, econômicas e emocionais das adolescentes, incluindo o fato de que a maioria delas abandona o estudo para cuidar dessas crianças, o que aumenta o índice de desemprego gerando dependência econômica de familiares, afetando completamente seu modo de vida (SUZUKI et al, 2001). Dada esas condições torna-se muito importante um trabalho próximo a essa população. Conclusões O presente estudo apresentou o perfil e as características epidemiológicas de cada ESF do município de Presidente Prudente. As patologias que se destacaram das demais foi a hipertensão e diabetes, que aparecem em maior proporção em áreas onde também há uma alta

proporção de idosos e, principalmente, nos distritos. As duas patologias, por serem crônicodegenerativas, requerem do individuo não apenas o uso de medicação, mas principalmente mudanças em seus hábitos de vida, não só na alimentação, como na prática de atividades físicas, acompanhadas por um profissional. A gravidez na adolescência que é um problema de saúde que vem crescendo no Brasil e a prevenção é o único caminho para diminuir os índices. O fato de existir áreas no município com baixo índice chama a atenção para a efetividade das ações neste local. Os dados apresentados reforçam a necessidade de intervenções que contemplem, ao menos três intercorrências: a hipertensão, a diabetes e a gravidez, com foco para a gravidez na adolescência. Essas intercorrências solicitam não só o acompanhamento profissional mais efetivo (médico e enfermeiro), como também programas de orientação, de atividade física e de nutrição, passíveis de serem executados nas ESFs. Essas medidas de prevenção e promoção de saúde irão garantir a população dessas áreas melhor qualidade de vida e melhora em suas condições de vida. A próxima etapa desse trabalho é atualizar e apresentar essas informações em cada unidade, buscando debater com as pessoas envolvidas no trabalho com essas populações e junto com Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) e a Residência em Fisioterapia poder criar espaços para atender as populações de diabéticos, hipertensos e gestantes em todas as Estratégias de Saúde, diminuindo riscos e aumento a qualidade de vida. Agradecimentos Agradeço a todos que colaboraram e apoiaram a realização dessa pesquisa, em especial a Secretaria Municipal de Saúde. BRASIL. Ministério da saúde. Manual de hipertensão arterial e diabetes mellitus.brasilia: Secretaria de Politicas de Saude, Ministerio da Saúde.BRASILIA, 2002. Disponível em: (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/miolo2002.pdf). MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção a saúde do adulto hipertensão e diabetes: Saude em casa, 2 ed. Belo Horizonte, 2006. Disponível em: (http://www.fasa.edu.br/images/pdf/linha_guia_hiperdia.pdf) Acesso em: 23 Fev. 2014. RIBEIRO, M., FARIA, L., LEMOS, G.. Atenção Farmacêutica em Pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica em uma Unidade de Saúde de Jequié-BA. JMPHC. Journal of Management and Primary Health Care, América do Norte, 4, fev. 2014. Disponível em: (http://jmphc.com/ojs/index.php/01/article/view/176/109). Acesso em: 26 Fev. 2014. SANTANA, M. L.; CARMAGNANI, M. I. Programa saúde da família no brasil: um enfoque sobre seus pressupostos básicos, operacionalização e vantagens. Saude soc.[online]. 2001, vol.10, n.1, pp. 33-53. ISSN 0104-1290. SUZUKI C.M.; CECCON M.E.J.; FALCÃO M.C.; VAZ F.A.C.; Análise comparativa da frequência de prematuridade e baixo peso entre filhos de mães adolescentes e adultas. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum, v 3; n 17, pp.95-103,2007.