Gilberto Gomes de Oliveira RELATOR



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Apelação Cível nº 2011.063602-9, de Joaçaba Relator: Des. Gilberto Gomes de Oliveira SEGURO DE VIDA EM GRUPO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ CONCEDIDA PELO INSS. PRESCRIÇÃO ÂNUA. ART. 206, 1º, II, 'B' DO CODEX CIVIL. SENTENÇA MANTIDA. Em se tratando de prazo prescricional incidente em demanda securitária, o mesmo é de 01 (um) ano, a teor da inteligência que dimana do art. 206, 1º, II, alínea 'b' do Codex Civil, roborado pelo enunciado da Súmula nº 101 do eg. S.T.J., iniciando-se a contagem do prazo na data em que o segurado é inequivocamente cientificado da incapacidade (Súmula n. 278/STJ), restando suspenso no período compreendido entre o aviso do sinistro à seguradora e a recusa desta do pagamento da indenização (Súmula 229/STJ). RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 2011.063602-9, da comarca de Joaçaba (2ª Vara Cível), em que é apelante Artilino Antunes da Silva, e apelado Santa Catarina Seguros e Previdência S.A.: A Segunda Câmara de Direito Civil decidiu, por unanimidade, conhecer do recurso e negar-lhe provimento, nos termos do voto do relator. Custas legais. O julgamento, realizado nesta data, foi presidido pelo Exmo. Sr. Des. Nelson Schaefer Martins, com voto, e dele participou o Exmo. Sr. Des. Luiz Carlos Freyesleben. Florianópolis, 19 de abril de 2012. Gilberto Gomes de Oliveira RELATOR RELATÓRIO Na comarca de Joaçaba (2ª Vara Cível), Artilino Antunes da Silva ingressou com 'ação de cobrança' contra Santa Catarina Seguros e Previdência S.A., aduzindo em síntese, que é beneficiário de apólice de seguro de vida em grupo, e em

16.01.2006 (fl. 17) obteve a aposentadoria por invalidez pelo INSS, e após solicitou administrativamente a cobertura securitária, sendo que somente em 30 de março de 2010, obteve o crédito em sua conta-corrente da quantia de R$ 500,00 (quinhentos reais). Alega, que o INSS reconheceu sua invalidez permanente e definitiva, e a quantia paga administrativamente foi calculada de forma proporcional, sendo devido os valores contratados em sua integralidade, em face da natureza definitiva da invalidez. Requer, portanto, a condenação da demandada ao pagamento da indenização, no valor fixado na apólice, descontando-se o valor pago de R$ 500,00 (quinhentos reais), sendo que este foi realizado em 08.03.2010, devidamente atualizado monetariamente desde a data do ocorrido e juros legais, até o efetivo pagamento. Deferido o benefício da assistência judiciária gratuita à fl. 24. Em contestação (fls. 31/57), a demandada arguiu como prejudicial de mérito a prescrição da ação, eis que a demandante foi aposentada por invalidez em 16.01.2008 (fl.17), o aviso de sinistro à seguradora ocorreu em 13.01.2010, contudo, somente ajuizou a demanda em 27.03.2010, portanto, transcorreu o prazo ânuo. Em sede de preliminar alega carência de ação, por falta de interesse de agir, visto que a obrigação já foi satisfeita em sua totalidade, posto que não consta nenhum ressalva no recibo de quitação, sendo inclusive bastante claro e específico. E no mérito, traça comentários sobre o contrato de seguro, a particularização dos riscos e que o valor da indenização deve corresponder ao grau de redução da capacidade, sempre limitado ao valor estipulado e de acordo com o membro afetado, desde que as sequelas possuam nexo com o acidente. Aduz, que na aferição do grau de invalidez deve-se aplicar a tabela da SUSEP, que prevê a indenização de acordo com a efetiva perda (ainda que funcional) do segurado, devidamente individualizado por percentuais sobre o capital máximo indenizável. Portanto, demonstrado nos autos que o segurado apresenta perda de 50% da capacidade funcional de um dos joelhos, está correto o valor pago administrativamente a título de indenização, sendo indevido o pedido de complementação. Alega necessidade da realização de perícia médica, e afirma, inexistir qualquer relação entre a concessão da aposentadoria por invalidez e o recebimento da indenização securitária. Assevera, em atenção ao princípio da eventualidade, na remota hipótese de reconhecimento da responsabilidade contratual da seguradora, que seja aplicado o percentual constante da tabela de indenização, com incidência de correção monetária a partir do ajuizamento da ação e juros de mora contados da citação. Ao final pugnou pela improcedência da pretensão. Réplica às fls. 78/86. No ato compositivo da lide, o magistrado a quo julgou extinto o processo, através da decisão de fls. 87/93, vazando seu decisum no seguinte teor: Ante o exposto, JULGO EXTINTA a presente Ação de Cobrança de

Indenização de Seguro, proposta por ARTILINO ANTUNES DA SILVA em desfavor de SANTA CATARINA SEGUROS E PREVIDÊNCIA PRIVADA, com fulcro no artigo 269, inciso IV do CPC, reconhecendo a prescrição da pretensão. Condeno o autor ao pagamento das custas processuais e honorários em prol do procurador da seguradora no importe de R$ 800,00 (oitocentos reais), por apreciação equitativa, restando suspensa sua exigibilidade por força da Lei n. 1060/50. Descontente, a parte demandante interpôs recurso de apelação. Artílio Antunes da Silva (fl.97), articulou em suas razões (fls. 98/102), que merece reforma a sentença que acolheu a prejudicial de mérito, ou seja, a prescrição da ação. Aduz que o termo inicial do prazo prescricional deve começar a contar da data que o apelante recebeu o pagamento parcial da indenização administrativamente (08.03.2010) e não da concessão da aposentadoria (16.01.2008). Impugna, o aviso de sinistro constante a fl. 59, posto que a data constante no referido documento (13.01.2010), foi preenchido posteriormente, tanto que na cópia do autos juntada pelo suplicante (fl.22) inexiste data da assinatura e de recebimento. Alega, que o aviso de sinistro foi encaminhado dentro do prazo ânuo. Pautou-se, nestes termos, pelo provimento de seu reclamo e reforma da decisão. Contrarrazões às fls. 110/116. Ascenderam os autos. Este é o relatório.

VOTO Conheço do recurso, porquanto presente os pressupostos de admissibilidade. Objetiva o recorrente a cassação da sentença que julgou extinto o processo por prescrição, argumentando que o termo inicial do prazo prescricional é da data do pagamento da indenização administrativamente e não da concessão da aposentadoria. Cinge-se a controvérsia, em aferir qual o marco inicial para computação do prazo prescricional, na ação onde se objetiva a cobrança de indenização de seguro de vida em grupo. Estabelece o artigo 206, 1º, II, 'b', do Codex Civil, que: Prescreve: 1º Em 1 (um) ano: II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; É cediço que a pretensão do segurado contra o segurador prescreve em um ano, ex vi do artigo 206, 1º, inciso II, do Código Civil, contado, na hipótese, da "(...) data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral", a teor do enunciado da Súmula 278 do S.T.J. Roborando o dispositivo legal, a Súmula nº 101 do STJ, dispõe que: "a ação do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em um ano". O prazo prescricional, no entanto, tem início da data em que o segurado tem conhecimento inequívoco da incapacidade (Súmula 278/STJ), permanecendo suspenso entre a comunicação do sinistro e a resposta da recusa do pagamento da indenização (Súmula 229/STJ). É certo que o termo inicial do prazo prescricional ocorreu quando a segurada tomou ciência de sua invalidez (Súmula 278 do STJ), ou seja, quando obteve a concessão de aposentadoria junto ao INSS (16.01.2008 - fl. 17). Também é verdade que o pedido de pagamento na via administrativa, realizado em 10.12.2009 (fl. 59), é causa suspensiva de tal prazo (Súmula 229 do STJ), desde que seja formulado dentro do prazo prescricional, o que não ocorreu na hipótese. A ação, porém, foi ajuizada apenas em 27.04.2010 (fl. 03-verso), ou seja, além do interregno de 1 (um) ano, razão pela qual é caso de se reconhecer a prescrição. Extrai-se do acervo jurisprudencial desta Corte: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATO DE SEGURO DE VIDA EM GRUPO. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA NO JUÍZO A QUO. PRAZO ÂNUO. INTELIGÊNCIA DO ART. 206, 1º, II, b, DO CC. ÔNUS DO AUTOR EM COMPROVAR QUE REALMENTE EFETIVOU PEDIDO ADMINISTRATIVO JUNTO A SEGURADORA. ATENÇÃO AO DISPOSTO NO ART. 333, I, DO CPC. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO (Apelação Cível

nº 2010.052447-7, de Joinville, rel. Des. Sérgio Izidoro Heil, julgada em 01.09.2011). E: APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO C/C AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PARCIAL PROCEDÊNCIA. PRESCRIÇÃO ÂNUA. ACOLHIMENTO. APLICAÇÃO DO ART. 206, 1º, II, DO CÓDIGO CIVIL, E NÃO DO ART. 27 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL E DO STJ. SENTENÇA REFORMADA. 'A ação de cobrança de indenização fundada em contrato de seguro, por ser inerente à relação entre segurado e segurador e não relacionada a defeito do serviço, sujeita-se ao prazo prescricional ânuo previsto no Código Civil e não ao de cinco anos, preconizado pelo art. 27 do Código de Defesa do Consumidor [...]' (STJ, AgRg no REsp 1014747, de SC, rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 22.02.11). RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO. RECURSO ADESIVO PREJUDICADO (Apelação Cível nº 2008.001666-7, de Mafra, rel.: Des. Victor Ferreira, julgada em 13.09.2011). E, no egrégio STJ, a posição não destoa: CIVIL. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. NEGATIVA DA SEGURADORA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PRESCRIÇÃO ANUAL. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL. HIPÓTESES. - A ação contra a negativa de pagamento de seguro de vida em grupo prescreve em 01 (um) ano. Súmula nº 101 do STJ. - O pedido de pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão. Súmula nº 229 do STJ. - O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral. Súmula nº 278 do STJ. - Todavia, a Súmula nº 229 do STJ não esgota todas as possibilidades envolvidas no comunicado de sinistro feito à seguradora, sendo possível vislumbrar situações em que haverá a interrupção - e não há suspensão - do prazo prescricional. Apesar do pedido de indenização ter efeito suspensivo, esse efeito é inerente apenas à apresentação do comunicado de sinistro pelo segurado. Há de se considerar, em contrapartida, que a resposta da seguradora pode, eventualmente, caracterizar causa interruptiva do prazo prescricional, notadamente aquela prevista no art. 172, V, do CC/16 (atual art. 202, VI, do CC/02), qual seja, a prática de ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp nº 875.637-PR, Relª. Minª. Nancy Andrighi, julgado em 19.03.2009) E: AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE COBRANÇA DE INDENIZAÇÃO. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. INVALIDEZ PERMANENTE. CÂNCER DE MAMA. INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO ÂNUA. TERMO INICIAL DA CONTAGEM. SÚMULA STJ/278. DATA DA CIÊNCIA INEQUÍVOCA DA INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO PRAZO ATÉ RESPOSTA DEFINITIVA DA SEGURADORA EM REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. SÚMULA STJ/229. INAPLICABILIDADE. I - A ação de cobrança de indenização fundada em contrato de seguro, por ser inerente à relação entre segurado e segurador e não relacionada a defeito do

impõe. serviço, sujeita-se ao prazo prescricional ânuo previsto no Código Civil e não ao de cinco anos, preconizado pelo art. 27 do Código de Defesa do Consumidor. II - Consoante a jurisprudência pacífica desta Corte, o termo inicial do prazo prescricional ânuo, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral (Súmula STJ/278), o que no presente caso ocorreu com a elaboração do laudo médico. III - Embora a Súmula 229 deste Tribunal disponha que "o pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão", é iniludível que tal regra só terá aplicação quando o requerimento administrativo for formulado ainda dentro do prazo prescricional, o que não se verifica, na hipótese. Agravo Regimental improvido (AgRg no REsp nº 1.014.747-SC, rel. Min. Sideni Beneti, julgado em 22.02.2011). Portanto, o reconhecimento da prescrição, assim, é medida que se Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao apelo. Este é o voto.