Abordagem técnica sobre Indicadores Gestão POR Processos



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Transcrição:

Thiago Alan Dutra dos Santos, Engenheiro Mecânico/UGF e MBA em Engenharia de Manutenção/UFRJ Consultor de Engenharia de Manutenção e Confiabilidade Ano 2014-2 Semestre - Material publicado no blog: - brasilengenhariademanutencao.blogspot.com.br Abordagem técnica sobre Indicadores Gestão POR Processos 1 a publicação - 18/08/2014 Gestão POR Processo - Definição de Processo Olá amigos e leitores do Blog Engenharia de Manutenção no Brasil! Como escolhido por vocês, segue a primeira postagem sobre o assunto Gestão POR Processos. O primeiro passo para compreender a Gestão POR Processo é entender o básico, e para isso, nossa primeira postagem será a uniformização da definição de Processo: - O que seria ou quais as definições de Processo para a GESTÃO? Na definição formal, Processo seria uma palavra de origem no latim procedere, um verbo que indica a ação de avançar, ir para frente (pro+cedere), significa também método, sistema, maneira de agir ou conjunto de medidas tomadas para se atingir um objetivo. Mas para nós é preciso mais do que a mera definição de dicionário. Para isso então segue uma sequência de definições que se enquadram melhor a realidade industrial e de gestão, seja qual for o ramo de atividade. Joseph Moses Juran, ou J. M. Juran, por muitos considerado o guru ou pai da Qualidade, definiu Processo em seu livro Juran on Quality by Design: The New Steps for Planning Quality Into Goods and Services, Free Press, 1992, traduzido e lançado no mesmo ano no Brasil como A Qualidade desde o projeto Os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços, pela editora Cengage (conforme o ISBN 85-221-0756-4 da primeira edição), como: Um processo é uma série sistemática de ações dirigidas à realização de uma meta.

Outro dos chamados gurus, H. James Harrington, no ano seguinte em seu livro Aperfeiçoando Processos Empresariais: Estratégia Revolucionária para o aperfeiçoamento da qualidade, da produtividade e da competitividade da editora Makron Books 1993, afirma que: Um processo é um grupo de tarefas interligadas logicamente, que utilizam os recursos da organização para gerar os resultados definidos, de forma a apoiar os seus objetivos. Percebam que a definição básica dada por Juran, em 1992, evoluiu, e não parou por aí! H. J. Johansson em seu livro "Processos de negócios: Como criar sinergia entre a estratégia de mercado e a excelência operacional", da editora Pioneira 1995, continuou com essa evolução e introduziu ao conceito o que chamamos de Input e Output: Um processo é um conjunto de atividades ligadas que tomam um insumo (input) e o transformam para criar um resultado (output). A transformação que nele ocorre deve adicionar valor e criar um resultado que seja mais útil e eficaz ao recebedor acima ou abaixo da cadeia produtiva. A abordagem de Input e Output também foi considerada na revisão da norma NRB ISO 9000:2000. Outra definição bastante interessante foi feita por BRACHE, A. P. e RUMMLER, G. A., no livro "Melhores desempenhos das empresas: Uma abordagem prática para transformar as organizações através da reengenharia" da editora Makron Books em 1994, em que o conceito de Valor é inserido ao processo: Um processo é uma série de etapas criadas para produzir um produto ou serviço, incluindo várias funções e abrangendo o espaço em branco entre os quadros do organograma, sendo visto como uma cadeia de agregação de valor. Particularmente, baseado em todo material que conheço, poderia resumir o conceito da seguinte maneira: Seria uma sequência de ações (atividade, funções ou tarefas) que visam a realização de um trabalho que agregue valor a um produto ou serviço. Com tudo que vimos poderíamos resumir de maneira visual um processo como: Muitas definições de processo podem ser encontradas além das que foram citadas em nosso blog. O que precisamos compreender é que a evolução dos processos é contínua e que a experiência de implantação das melhorias na gestão sempre trarão algo novo que poderão mudar conceitos.

Me preocupei em expor a definição básica de Processo antes de iniciar efetivamente a falar sobre Gestão POR Processo pois muitos colaboradores de Manutenção não têm uma visão clara sobre o assunto. Por isso, concluiremos as definições em nossa próxima postagem e na sequência falaremos sobre as diferenças entre a Gestão DE Processo e as inovações da Gestão POR Processo. Divulgue entre seus amigos, colegas e companheiros de trabalho. Acesse, Curta, Acompanhe e Compartilhe as informações de nosso Blog. até a próxima postagem! Thiago Alan Dutra dos Santos, Engenheiro Mecânico/UGF e MBA em Engenharia de Manutenção/UFRJ Consultor de Engenharia de Manutenção e Confiabilidade Ano 2014-2 Semestre - Material publicado no blog: - brasilengenhariademanutencao.blogspot.com.br Abordagem técnica sobre Indicadores Gestão POR Processos 2 a publicação - 28/08/2014 Gestão POR Processo - Características de Processo Olá amigos e leitores do Blog Engenharia de Manutenção no Brasil! Continuamos nossas publicações com a segunda parte do tema escolhido por vocês por vocês Gestão POR Processos. Hoje concluiremos as definições básicas sobre processo, observando a hierarquia de processos e algumas características, a partir daí seguiremos com o detalhamento sobre a Gestão POR Processos. Como muito bem exposto por Rildo Santos, em seus treinamentos, Processo pode ser dividido em três componentes: Entrada (Input), Saída (Output) e Transformação (Processo propriamente dito). Entrada seria uma requisição, solicitação, produto ou até mesmo informação, aquilo que sofrerá qualquer tipo de transformação ou modificação. Transformação seria o processo propriamente dito, as formas ou maneiras que aglomeram ações para realização do objetivo. Saída seria o produto desta transformação, que não necessariamente precisa ser um produto, pode ser um serviço e também uma informação. Mas para que algo seja transformado, outros dois fatores são necessários: Regras e Recursos. Regras - seriam os documentos que norteiam os processos (manuais, normas, procedimentos, etc.); Recursos seriam os meios necessários que permitem a realização da transformação (recursos financeiros, humano e de infraestrutura);

Quanto à hierarquia, a observação das divisões de Processos conforme a estrutura empresarial respeita o nível de detalhamento e abrangência do mesmo. Desta maneira, podemos decompor Processo em cinco níveis: Macroprocesso, Processo, Subprocesso, Atividade e Tarefa. Macroprocesso: Soma dos processos de uma empresa. É um processo que geralmente envolve mais de uma função da organização, e sua operação tem impacto significativo no modo como a organização funciona. Processo: Um processo é uma série de etapas criadas para produzir um produto ou serviço, incluindo várias funções e abrangendo o espaço em branco entre os quadros do organograma, sendo visto como uma cadeia de agregação de valor. Subprocesso: Divisões do processo com objetivos específicos. É a parte que interrelacionada de forma lógica com outro subprocesso, realiza um objetivo específico em apoio ao macroprocesso e contribui para a missão deste. Atividade: Conjunto de atividades com objetivo de realizar um resultado particular. Geralmente desempenhada por uma determinada unidade (departamento ou pessoa); Tarefa: Ações individualizadas realizadas por um membro da unidade (equipe ou departamento), ou até mesmo por toda a equipe, que se somam para a realização da atividade determinada.

Normalmente o número de Tarefas é maior que o de Atividades, que é maior que o número de Subprocessos, que por sua vez maior que o de Processos, assim como este é de Macroprocessos, como na figura acima, mas isso não é regra. Em meio a esta compreensão podemos realizar também a notação da chamada Rede de Processos. A rede de processos de clientes internos deve funcionar harmoniosamente, tendo como objetivo essencial a satisfação do cliente do próximo processo e o entendimento de que o setor se torna fornecedor do produto ou serviço. É preciso lembrar também que: Bom Cliente: aquele que cobra as melhorias e o pronto atendimento, informando ao fornecedor as suas necessidades. Bom Fornecedor: aquele que melhora continuamente, consulta as necessidades dos clientes e procura satisfazê-lo. Observação: Está compreensão é de extrema importância quando se trata da Gestão POR processos. Desenhamos então uma nova cara ao processo individualizado: E da mesma maneira à Rede de Processos: Para concluir, o entendimento de Valor é preciso ser somado ao Processo, como realizado por Brache, A. P. e Rummler, G. A. (e exposto na postagem anterior), em resumo, Sempre que o trabalho humano satisfaz as necessidades das pessoas ele agrega valor.

Assim podemos resumir o entendimento do Valor no Processo a uma simples fórmula matemática, onde a diferença do valor de saída em relação ao Valor de Entrada será igual ao valor agregado ao processo. Vs-Ve=Vp (Valor de Saída) (Valor de Entrada) = Valor Agregado no Processo Através dessa simples medição poderemos dar início ao uma avaliação futura da criticidade ou impacto de determinado processo, mas isso é assunto para outras postagens. Espero que tenha cooperado mais um pouco no entendimento básico sobre Processo, a partir da próxima postagem começaremos a entrar no mundo da Gestão POR Processos, entendendo seu surgimento e objetivos. Aproveito para antecipar que ainda esta semana estaremos publicando mais uma entrevista, desta vez, conversamos com o vice-presidente da ABRAMAN Associação Brasileira de Manutenção, Rogério Arcuri Filho. Continue conosco, acompanhe, compartilhe, divulgue entre seus amigos, colegas e companheiros de trabalho as informações de nosso Blog. Até a próxima postagem! Thiago Alan Dutra dos Santos, Engenheiro Mecânico/UGF e MBA em Engenharia de Manutenção/UFRJ Consultor de Engenharia de Manutenção e Confiabilidade Ano 2014-2 Semestre - Material publicado no blog: - brasilengenhariademanutencao.blogspot.com.br Abordagem técnica sobre Indicadores Gestão POR Processos 3 a publicação - 22/09/2014 Gestão POR Processo - Definições e BPM Olá amigos e leitores do Blog Engenharia de Manutenção no Brasil. Após uma pequena contusão no ombro finalmente de volta, ainda não completamente recuperado, mas em condições de publicar. Espero que tenham gostado da entrevista com o vice-presidente da ABRAMAN Rogério Arcuri Filho, foram informações bastante importantes compartilhadas a respeito da nova norma ABNT-NBR-55000/2014, mas hoje continuaremos com a terceira publicação sobre o assunto escolhido por vocês, Gestão Por Processo. Na abordagem de hoje entraremos das definições da Gestão por Processo. Nas duas primeiras publicações a preocupação foi esclarecer dúvidas e equalizar as informações sobre Processo, para somente agora nos introduzirmos aos detalhes desta inovadora abordagem. Basicamente o princípio desta metodologia surgiu a partir da constatação de que os processos em sua grande maioria não obedecem às fronteiras das gerências ou departamentos

na estrutura organizacional, por isso então seria preciso algo com o objetivo de conectá-los, surgiu a Gestão POR Processos. Uma das definições mais interessantes na minha opinião, foi a realizada por ROSEMANN e BRUIN em 2005 que diz o seguinte: "Gestão por processos pode ser entendida como uma prática de gestão organizacional holística, que exige compreensão e envolvimento da alta administração e uma cultura receptiva aos processos de negócio. É baseada em uma arquitetura de processo, que capta o inter-relacionamento entre os principais processos empresariais e que permite o alinhamento com as estratégias, metas e políticas de uma organização." Talvez a informação mais importante para os Gestores que podemos extrair desta definição seria que para a implantação de uma ferramenta de Gestão POR Processos proporcionar de fato melhorias, gestores e alta direção das empresas precisam estar cientes de que o equilíbrio entre tecnologia, pessoas e processos será o fator chave para o desempenho de sucesso dessa ferramenta, ou seja, quase 100% dos processos que acontecem em uma empresa, seja qual for área de atuação, dependem de diferentes setores ou gerências para acontecer e justamente devido às particularidades técnicas existentes em cada uma delas não se pode contar que tudo andará com a mesma velocidade ou dedicação. Mais ou menos assim, o que é importante para você pode não ser tão importante para mim! Essa é a maior dificuldade na implantação. É comum que se encontrem barreiras culturais durante o percurso, pois bem sabemos que melhorias implicam em mudanças e as pessoas nem sempre estão dispostas a lidar com o novo. Por isso, uma metodologia é preciso para se ter o total controle das fases da implantação, neste sentido, o BPM (Business Processs Management ou Gestão por Processos de Negócios) emergiu como um princípio de gestão focalizado em construir pontes entre sistemas diversos, pessoas, e processos.

Podemos dizer então que o BPM mostra o roteiro de como implantar a Gestão POR Processo passo a passo. O BPM é uma coleção de ferramentas integradas para dar suporte ao ciclo de vida completo dos processos, da modelagem e execução até a mensuração e a otimização dos Processos. Este roteiro está descrito e detalhado no BPM CBOK. A algum tempo tive a oportunidade de conhecer uma outra metodologia para se dar início a implantação da Gestão POR Processo chamada de MAMP (Método de Análise e Melhoria de Processos), baseada no conhecido MASP (Método de Análise e Solução de Problemas) que tem foco principal em equipamentos, mas claro como sua própria descrição, o MAMP foca em Processos. Inicialmente iremos falar sobre o BPM que tem metodologia oficial amplamente divulgada e de conhecimento geral, mas trataremos também do MAMP em postagens posteriores. Antes de definirmos o BPM (Business Processs Management ou Gestão por Processos de Negócios), compreendamos duas definições importantes: Negócio e Processo de Negócio. Negócio Grupo de indivíduos interagindo para realizar um conjunto de atividades e entregar valor aos clientes (fins lucrativos ou não, e governamental). Processo de Negócio É um trabalho realizado Fim-a-Fim, que ultrapassa qualquer fronteira funcional necessária e que entrega valor aos clientes. Somente estas definições já dão ideia da dimensão que um projeto de Gestão POR Processo. Em todo o Processo as interações devem focar os clientes internos e externos de maneira que a fluência seja contínua. O BPMBook trás a definição formal do BPM, mas particularmente gosto também do material produzido por Gart CAPOTE e Rildo SANTOS, que auxiliam diretamente o dia-a-dia da implantação. BPM (Business Process Management / Gerenciamento por Processos de Negócio) É uma abordagem disciplinar para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar, controlar e melhorar processos de negócio, automatizado ou não, para alcançar resultados consistentes e alinhados com os objetivos estratégicos da organização. Outras definições importantes das necessidades do BPM estão expressas como:

BPMS (Business Process Management Suite Systems) Um BPMS é uma ferramenta complexa que, em linhas gerais, é responsável pela realização de grande parte do ciclo de vida do gerenciamento de processos de negócio. BPMN (Business Process Modeling Notation) Notação da Object Management Group para modelagem de Processos. Segundo a própria OMG, mantenedora da notação, BPMN é uma notação gráfica que descreve as etapas de um processo de negócio. BPMN descreve o fluxo ponta a ponta de um processo de negócio. Assim concluímos mais uma postagem sobre a Gestão POR Processo. Na próxima, detalharemos um pouco mais sobre o BPM e na sequência falaremos também do MAMP para concluir o assunto. Espero que continuem acompanhando nossas publicações, acompanhe, compartilhe, divulgue entre seus amigos, colegas e companheiros de trabalho as informações de nosso Blog e os vídeos de nosso canal no YouTube. Até a próxima postagem! Thiago Alan Dutra dos Santos, Engenheiro Mecânico/UGF e MBA em Engenharia de Manutenção/UFRJ Consultor de Engenharia de Manutenção e Confiabilidade Ano 2014-2 Semestre - Material publicado no blog: - brasilengenhariademanutencao.blogspot.com.br Abordagem técnica sobre Indicadores Gestão POR Processos 4 a publicação - 07/10/2014 Gestão POR Processos - BPM e MAMP Olá Amigos e leitores do Blog Engenharia de Manutenção no Brasil. Inicio a postagem de hoje pedindo desculpas pelo atraso na publicação, infelizmente estou com alguns probleminhas de saúde que estão me colocando em alguma dificuldade em publicar. Bem, segue a última postagem sobre Gestão POR Processo, o tema de hoje BPM e MAMP.

O BPM - Business Process Management, traduzido no Brasil como Gerenciamento por Processos de Negócio, tem como definição formal pelo BPM CBOK da ABPMP Internacional (Associação de Profissionais de Gerenciamento de Processos de Negócio): BPM é uma abordagem disciplinar para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar, controlar e melhorar processos de negócio, automatizados ou não, para alcançar resultados consistentes e alinhados com os objetivos estratégicos da organização. Na postagem anterior já havíamos citado esta e outras definições, mas o que veremos agora será um pequeno resumo da composição do BPM, conforme o BPM CBOK : 1. Gerenciamento de Processos; 2. Modelagem de Processos; 3. Análise de Processos; 4. Desenho de Processos; 5. Gerenciamento de Desempenho; 6. Transformação de Processos; 7. Organização de Processos; 8. Gerenciamento de Processos Corporativos; 9. Tecnologias de Gerenciamento de Processos. Cada passo citado necessita de muito empenho e dedicação dos participantes, tanto dos "aplicadores" da metodologia, quanto dos colaboradores que participarão na doação de informações confiáveis para a realização do trabalho. Para dar os primeiros passos do BPM em uma organização, cito um roteiro utilizado e descrito por Gart Capote, em seus livros "BPM para todos" e "Guia para Formação de Analistas de Processos", que particularmente recomendo a leitura por se tratarem de literaturas claras, objetivas e altamente explicativas desta notável metodologia. Não quero servir de "Spoiler", por isso apresentarei apenas um resumo muito, mas muito curto e lembro ainda que sem o detalhamento e o total conhecimento da matéria de nada adianta na prática da implantação. Como ele mesmo diz estes passos seriam "o conhecimento mínimo essencial para dar início ou andamento ao ciclo de vida de BPM". Capote, define 10 passos apenas para se iniciar as atividades: 1. Descobrir os Processos Atuais; 2. Descrever os Processos Atuais; 3. Definir o Sentido dos Processos; 4. Preencher a Cadeia de Valor; 5. Certificar a Estratégia; 6. Definir o que é Importante; 7. Diagnosticar o que é Importante; 8. Divulgar o Diagnóstico; 9. Propor o Tratamento; 10. Fazer Acontecer. Algumas observações ponto-a-ponto. Passo 1 - Descobrir os Processos Atuais: "Quantos processos sua empresa possui?", isso mesmo, é preciso conhecer os processos de sua empresa. Nem sempre se ter um número elevado de processos quer dizer que o Negócio da empresa agrega valor ao desejo do cliente interno ou externo;

Passo 2 - Descrever os Processos Atuais: é isso mesmo, Todos os Processos, ao menos o detalhamento mínimo. Utilizando preferencialmente a metodologia BPMN; Passo 3 - Definir o Sentido dos Processos: Agora é hora de ver para que lado cada processo está apontando, se ele atende ao Negócio da Empresa ou a satisfação de uma gerência exclusivamente; Passo 4 - Preencher a Cadeia de Valor: Agora está na hora de transformar a até então alegórica cadeia de valor em algo mais significativo em termos de gestão de processos. Aqui uma teoria bastante interessante se aplica, o agrupamento dos processos; Passo 5 - Certificar a Estratégia: é preciso que a informação levantada seja comparada com a realidade; Passo 6 - Definir o que é importante: a tomada de decisão sobre o que deve ser feito está diretamente ligada a sua verdadeira capacidade de realização. Passo 7 - Diagnosticar o que é Importante: pontuar e definir quais são os processos de negócio com maior participação na criação de valor em direção ao objetivo do negócio; Passo 8 - Divulgar o Diagnóstico: É muito importante dar retorno sobre o resultado alcançado durante a análise dos processos; Passo 9 - Propor o Tratamento: Devemos usar esta etapa para elaborar as mudanças necessárias ao processo; Passo 10 - Fazer acontecer: Literalmente é hora de por a mão na massa, pois a organização já conhece seus pontos de oportunidade. Lembro que estes seriam apenas os passos para se iniciar o trabalho e que em cada passo existe o detalhamento de uma série de ferramentas que precisam ser implantadas para se alcançar o sucesso, por isso não se contenham com estas observações, é necessário a busca das informações. Outra metodologia, mas esta com foco acredito um pouco mais imediatista, é o chamado MAMP (Método de Análise e Melhoria de Processos). O MAMP tem características próximas às do MASP (Metodologia de Análise e Solução de Problemas). Utilizando ferramentas de solução de problemas nas organizações de forma ordenada e lógica, facilitando a análise de problemas, determinação de suas causas e elaboração de planos de ação para eliminação dessas causas. O MAMP é um conjunto de ações desenvolvidas para aprimorar as atividades executadas, identificando possíveis desvios, corrigindo erros, transformando insumos em produtos, ou serviços com alto valor agregado.

A Análise dos Processos e a mudança da visão da Gestão DE Processos para a Gestão POR Processos depende de uma série de etapas que serão executadas de maneira paralela pelos componentes da equipe. Assim como o BPM, o MAMP também tem uma série de passos a seguir: Passo 1 Gestão POR Processo; Passo 2 Conhecendo os Processos; Passo 3 Mapeando os Processos; Passo 4 Identificar os Problemas e Definir Criticidade; Passo 5 - Identifica as Causas dos Problemas; Passo 6 Identificando as Alternativas de Solução; Passo 7 Monitoramento do Processo; Passo 8 - Normatização do Processo; Passo 9 Consolidação do Processo. Faremos aqui apenas uma pequena observação sobre cada passo. Passo 1 Gestão POR Processo: apresentação do conceito da Gestão POR Processos, a fim de facilitar o entendimento dos futuros passos desta metodologia; Passo 2 Conhecendo os Processos: É preciso conhecer os principais processos organizacionais, através de entrevistas e documentos apresentados, permitindo assim relacionar os processos da organização ou área funcional; Passo 3 Mapeando os Processos: momento de identificar a sequência de atividades desenvolvidas no Macroprocesso da Empresa. Uma ferramenta bastante interessante nesta etapa é o SIPOC; Passo 4 Identificar os Problemas e Definir Criticidade: Com a quantidade de informações levantadas é preciso identificar oportunidades e iniciar as definições de criticidade. Ferramentas importantes neste passo, Matriz GUT e Pareto, por exemplo; Passo 5 - Identifica as Causas dos Problemas: Agora é preciso definir a Causa Raiz dos problemas que determinaram a criticidade de cada processo; Passo 6 Identificando as Alternativas de Solução: O passo seguinte é planejar a eliminação das causas do problema. Passo 7 Monitoramento do Processo: acompanhamento e validação de tudo que foi observado e descrito até o momento; Passo 8 - Normatização do Processo: Nesta fase, elaboram-se as normas e fluxos bem como a documentação de apoio; Passo 9 Consolidação do Processo: É necessário desenvolver outras ações para que as modificações realizadas possam fazer parte da rotina das pessoas envolvidas. Repito que cada pequena observação realizada não traz o conhecimento necessário para a implantação desta metodologia, pois cada passo contém uma série de ferramentas que devem ser implantadas no momento e sequência correta para a obtenção dos resultados esperados. Aqui encerramos as publicações sobre Gestão POR Processos. Nos preocupamos em tirar algumas dúvidas sobre o tema e expor apenas algumas fontes de consulta que poderão auxiliá-lo na realização de uma atividade de melhoria de gestão com foco no negócio da empresa. Como de costume, publicaremos na sequência todo o material postado de maneira compilada em documento único, contendo toda a bibliografia utilizada e recomendada.

Por enquanto, você já pode votar para escolher o próximo tema que trabalharemos em nosso blog. procure na Lateral esquerda e escolha! Acesse, compartilhe, acompanhe e Vote!! Até a Próxima. Bibliografia: ABPMP - BPM CBOK v3.0, 2013, Business Process Management Common Body of Knowledge. BRACHE, A. P., RUMMLER, G. A., "Melhores desempenhos das empresas: Uma abordagem prática para transformar as organizações através da reengenharia", Makron Books, 1994. CAPOTE, Gart, 2011, "Guia para Formação de Analistas de Processos". -------------------- 2012, "BPM para Todos". HARRINGTON, H. James, Aperfeiçoando Processos Empresariais: Estratégia Revolucionária para o aperfeiçoamento da qualidade, da produtividade e da competitividade, Makron Books, 1993. JOHANSSON, H. J., "Processos de negócios: Como criar sinergia entre a estratégia de mercado e a excelência operacional", Pioneira, 1995. JURAN, J. M., Juran on Quality by Design: The New Steps for Planning Quality Into Goods and Services, Free Press, 1992, traduzido e lançado no mesmo ano no Brasil como A Qualidade desde o projeto Os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços, pela editora Cengage (conforme o ISBN 85-221-0756-4 da primeira edição) ROSEMANN, M., BRUIN, T., 2005, "Application of a Holistic Model for Determining BPM Maturity", BPTrends. SANTOS, Rildo F., "Gestão POR Processos - Fundamentos", apresentação no site http://pt.slideshare.net/ridlo/gesto-por-processo. Acessado em Março de 2014.