Case 5 Diagnóstico sobre a percepção das mulheres na empresa no tema Conciliação entre Trabalho e Família Líder em soluções de TI para governo
MOTIVAÇÃO A ação constou do Plano de Ação da 5ª Edição do Programa PróEquidade de Gênero e Raça do Serpro. Aplicar pesquisa e realizar diagnóstico sobre a percepção das mulheres na empresa no tema conciliação entre trabalho e família O Comitê delineou a ação com o propósito de identificar como as relações de gênero influenciam a vida familiar e as atividades de trabalho para a proposição de ações de cunho preventivo ou mitigatório: Mitigar a situação de desvantagem que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho; e Minimizar as tensões entre a vida laboral e familiar-pessoal.
BENEFÍCIOS Conhecer as representações das empregadas mães no que se refere à conciliação trabalho e família; Conhecer as estratégias utilizadas pelas empregadas para promoção da conciliação trabalho e família; Identificar se os benefícios oferecidos pela empresa são conhecidos e quais estratégias são adotadas.
DESCRIÇÃO Trata-se de uma pesquisa cuja finalidade era identificar as estratégias utilizadas pelas empregadas para promover a conciliação trabalho e família. Público-alvo da Pesquisa: 75 empregadas que gozaram licençamaternidade no período compreendido entre 2013 a 2015 Participantes: 41 empregadas (55%) Pesquisa: formulário composto de 6 (seis) questões abertas, enviado para o e-mail corporativo das empregadas Período de aplicação: 18 a 25 de junho/2015
DESCRIÇÃO As perguntas buscaram identificar: 1) Se há conhecimento dos benefícios ofertados pela empresa constantes dos dispositivos normativos vigentes e ACT; 2) Se houve utilização dos benefícios de forma consecutiva (prorrogação da licença-maternidade, licença-amamentação e licença-prêmio); 3) Se o planejamento familiar foi realizado considerando a conciliação trabalho e família; 4) Se o relacionamento com a chefia imediata favorece tal conciliação; 5) Se a utilização dos benefícios foi feita de forma a conciliar a vida familiar com as atividades de trabalho; e 6) Se é ocupante de função de confiança. Responsáveis pela ação: área coordenadora do PSEG
VERBALIZAÇÕES Questão 2 2- Os benefícios foram usufruídos de forma consecutiva? Caso negativo, por quê? Não, ainda não adquiri tempo de empresa para usufruir a licença prêmio. Sim, a fim de prorrogar ao máximo a minha permanência com meu filho em casa. Não. Gostaria de ter emendado férias com minha licença-maternidade, mas fui informada que se o fizesse perderia minha gratificação. Logo, retornei ao trabalho e assim que pude tirei as férias. Sim, sempre que possível, uma vez que o tempo de licença concedido pela empresa ainda NÃO É SUFICIENTE para suprir a necessidade de presença da mãe no lar durante a primeira infância. Desta forma, é comum ver funcionárias agregando férias e licença-prêmio à licença-maternidade para minimizar esta dificuldade, que torna o período de retorno ao trabalho um momento muito difícil emocionalmente para a maioria das mulheres. No meu caso, a licençaprêmio foi convertida em pecúnia pela necessidade de aumentar a renda familiar.
VERBALIZAÇÕES Questão 3 3- Você planejou o nascimento do seu filho de modo a conciliar este evento com os benefícios oferecidos pela empresa? Não, mas os benefícios oferecidos pela empresa ajudam bastante no primeiro ano de vida do bebê. Não exatamente. Ser mãe foi planejado com mais segurança também por saber que teria os benefícios oferecidos pela empresa. Não, muito pelo contrário. Em algumas situações, a vontade de ter outro filho foi postergada pela dificuldade de conciliar o papel de mãe com as atividades profissionais. Minhas gravidezes (quatro, no total) foram planejadas de acordo com o desejo da família. Os nascimentos, em si, não foram eventos agendados; aconteceram de forma natural.
VERBALIZAÇÕES Questão 4 4- O seu relacionamento com a chefia imediata favorece a conciliação trabalho e família? Sim. Mas tive um pouco de dificuldades quando estava gestante. Tinha um projeto urgente no meu setor e sofri muita pressão e stress durante este período, independentemente das minhas condições (durante a gravidez, tive enjôos e cansaço). Não. Tenho 3 filhos e como ainda são muito pequenos, a necessidade de consultas médicas, vacinação e acompanhamento não é compreendida pela minha chefia que diz que a quantidade de atestados apresentados para esse fim é bem maior maior que os demais colegas da equipe, colegas esses que não tem filhos ou que a esposa é responsável por esses compromissos. A comparação foi injusta e senti meu benefício e direito limitado diante dos demais. Nem sempre. Primeiramente a chefia, bem como alguns colegas de trabalho não compreendem completamente minhas necessidades específicas (mãe de quatro filhos)...é preciso um olhar mais humano para as questões sociais dos funcionários, que são um grande (senão o maior) capital de qualquer empresa.
VERBALIZAÇÕES Questão 5 5- Os benefícios foram usufruídos de modo a conciliar a vida familiar às atividades de trabalho? Sim, perfeitamente, sem interferir em nada com a qualidade do trabalho. Não. Além da empresa não oferecer um período de transição entre a amamentação exclusiva e a introdução de novos alimentos, também prejudica a funcionária que está de LICENÇA AMAMENTAÇÃO, pois não permite que a empregada com carga horário de 8 horas, mas que efetivamente, deverá trabalhar apenas 6 horas (devido ao Acordo coletivo que permite dois intervalos de 1 hora, cada, utilizados de forma junta ou separada) cumpra essas 6 horas de trabalho de forma contínua no registro de ponto. Todos os benefícios oferecidos pela Empresa (licença-maternidade, licençaamamentação, férias) foram usufruídos de forma a MINIMIZAR a dificuldade de conciliar a vida familiar com as atividades laborais. Entretanto, os benefícios concedidos às mães de crianças muito pequenas estão longe de ser suficientes para garantir a presença mínima necessária da mãe para um acompanhamento razoável à primeira infância ( ).
APRENDIZADO Objetivo estabelecido foi alcançado; Conhecer algumas estratégias adotadas pelas mulheres a fim de conciliar as atividades profissionais com o momento de maternidade recente; A empresa deve estabelecer políticas e ações no sentido de fortalecer a promoção de um contexto de trabalho que reduza as desigualdades de gênero e favoreça o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Caberá ao Serpro instituir uma cultura que valorize o equilíbrio entre o trabalho e a vida familiar/pessoal e que estimule sua efetiva utilização.
RESULTADOS Os benefícios são conhecidos (90,2%); Licença-amamentação e auxílio-creche são os benefícios sobre os quais as empregadas mais têm dúvidas; 28 empregadas (68,3%) responderam que usufruíram dos benefícios (licençamaternidade e prorrogação da licença, férias e licença-prêmio) de forma consecutiva; Quanto à relação de subordinação, a maioria das respostas (73%) indica um relacionamento favorável à conciliação trabalho e família. Apesar dos resultados positivos, há situações onde as práticas de gestão podem impactar na conciliação trabalho e família; 85% das respondentes não são ocupantes de função de confiança; As mulheres buscam compatibilizar a vida profissional e as demandas da vida familiar por meio do uso consecutivo dos benefícios e do relacionamento favorável com a chefia imediata. É recomendada a ampliação das discussões na empresa acerca do tema a fim de sensibilizar e capacitar empregados e empregadas.
RECOMENDAÇÕES PARA REPRODUÇÃO DA PRÁTICA Recomenda-se a aplicação da presente pesquisa em instituições públicas a fim de diagnosticar a realidade organizacional acerca da utilização dos benefícios oferecidos pelas empresas, sob o recorte de gênero, por meio da instauração de espaços de fala com vistas à ampliação e revisão dos benefícios oferecidos, promoção de relações socioprofissionais saudáveis e mudança de cultura organizacional.
CONCLUSÕES A partir dos resultados do diagnóstico, será possível ao Comitê definir ações com o propósito de sensibilizar e capacitar empregadas e empregados sobre a importância da conciliação trabalho e família, paternidade consciente e divisão de tarefas, bem como definir medidas institucionais conciliatórias entre a vida laboral e a familiar para reduzir as desigualdades de gênero.
CRÉDITOS E CONTATOS Ruth Lopes Divisão da Gestão do Desenvolvimento, dos Programas de Diversidade e da Qualidade de Vida no Trabalho ruth.lopes@serpro.gov.br (61) 2021.8653 Marcos Benjamin da Silva Superintendência de Pessoas e Coordenação do Comitê do Programa Serpro de Equidade de Gênero e Raça marcos-benjamin.silva@serpro.gov.br (61) 2021.7782 Bruno Andrade Departamento das Relações Sociais, da Gestão de Carreiras e da Qualidade de Vida no Trabalho, Segurança e Saúde do Trabalhador bruno.andrade@serpro.gov.br (61) 2021.8125 Sara Lustosa Divisão da Gestão do Desenvolvimento, dos Programas de Diversidade e da Qualidade de Vida no Trabalho sara.lustosa@serpro.gov.br (61) 2021.7819