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Transcrição:

ESCOLA: Um lugar de e para Todos. Créditos. IESGO Instituto de Ensino Superior de Goiás. Bacharel em Psicologia. Psicologia das Pessoas com Necessidades Especiais. Karley Macedo de Araújo. Secretaria de Estado de Educação do DF. Coordenação Regional de Ensino. Centro de Ensino Médio 02 de Planaltina. Colaboradores: PROJETO: Com Passos Criação de Logotipo: Bernardo Ximbre. Desenho da Capa: Alexia Rodrigues. Depoimentos: Juliana Araújo, Marcos Aurélio, Rosemeire Lara e Sandro Baru. Planaltina, 28 de Maio de 2014.

INTRODUÇÃO Atualmente, está cada vez mais comum se deparar com pessoas com deficiência exercendo ações nas mais diferentes áreas. A cada ano fica mais fácil perceber que apresentar uma deficiência não é sinônimo de limitação, mas sim de superação. Hoje em dia, o número de exemplos não para de crescer e é possível citar vários nomes de pessoas que superaram suas dificuldades e se destacaram em algum setor. São músicos, atletas, cidadãos comuns, que conseguem exercer uma função com igualdade de oportunidades. Este destaque permeia as varias estruturas sociais vigentes. Desde prédios públicos, templos, shopping e, também, na escola. AFINAL, O QUE É INCLUSÃO ESCOLAR? Segundo Aranha (2004), inclusão escolar é acolher todas as pessoas, sem exceção, no sistema de ensino regular de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e psicológicas. A política pública de Inclusão Social está ligada as lutas históricas pelos direitos humanos e do cidadão. Muitos acordos, convenções, pactos, etc. foram criados, com intuito, de estabelecer um processo de inclusão. Assim, dizemos que a inclusão não está pronta e acabada. Nem que nunca começou. É um processo de construção e desenvolvimento. Estamos fazendo Inclusão a todo o momento. Esta cartilha tem como intuito introduzir ao leitor os direitos e deveres relativos às pessoas com deficiência no contexto escolar destacando o conceito de Inclusão como finalidade de promover a igualdade e a cidadania a fim de garantir a inclusão social.

Um dos primeiros documentos produzidos que consideram a educação inclusiva foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 gerado a partir de uma Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Esse documento reconhece que todos os seres humanos nascem livres e iguais, em dignidade e direitos e essa é uma condição básica que lhes garante o direito a participar ativamente do ensino sistematizado independente de sua condição física, social ou psíquica. De maneira geral, essa Declaração assegura as pessoas com deficiência os mesmos direitos à liberdade, a uma vida digna, a educação fundamental, ao desenvolvimento pessoal e social e à livre participação na vida da comunidade. Outro documento importante sobre o processo de Inclusão Escolar é a Declaração de Salamanca. A Declaração de Salamanca data de 1994, foi estruturada na Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, realizada pela UNESCO, em Salamanca na Espanha. Essa Conferência teve como principal objetivo discutir sobre a atenção educacional aos alunos com necessidades educacionais especiais. Nesta foram firmadas cartas de Intenções por todos os países participantes no intuito de promover uma nova educação inclusiva. Em 1999 aconteceu a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência onde se reafirmou que as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o de não ser submetido à discriminação com base na deficiência. Inclusão X Integração A integração nos induz a acreditar que podemos escolher quais seres humanos têm direito a estar nas escolas, nos parques de diversões, nas igrejas, nos ambientes de trabalho, em todos os lugares. A principal ideia de educação integrada é aquela que percebe as escolas comuns aceitando crianças ou adolescentes deficientes nas classes comuns, ou excepcionalmente em ambientes o menos restritos possíveis. A Educação Integrada exigia a adaptação

dos alunos ao sistema escolar excluindo aqueles que não conseguiam adaptar-se ou acompanhar os demais alunos. A inclusão, ao contrário, nos aponta para um novo caminho. Nele, nossas decisões são guiadas pela certeza de que o direito de escolher seres humanos é filosoficamente ilegítimo, além de ser anticonstitucional. De acordo com Batista (2006, p.211), a quarta fase, a da inclusão, baseada em uma visão de educação de qualidade para todos, em que não é o aluno que deve ser normalizado para se integrar na escola, mas é esta que se modifica para atender a todos. O princípio da normalização diz respeito a uma colocação seletiva do indivíduo portador de necessidade especial na classe comum.

Depoimento e Percepções sobre a Inclusão Escolar. A inclusão do surdo na escola regular promove a socialização e o seu crescimento intelectual. Sandro Baru Professor Intérprete de Libras. p A Inclusão ainda é uma utopia, a que temos hoje, no Professor Sandro máximo, é uma integração que busca facilitar a aprendizagem do aluno com necessidades especiais. Rosemeire Lara Professora de Português como segunda Língua. A proposta de uma escola inclusiva é valida e necessária no contexto atual. Entretanto, é preciso que haja um maior investimento. O eixo central da proposta inclusiva é proporcionar melhores condições de aprendizagem para todos por meio de uma transformação radical da cultura pedagógica. Exige-se, assim, que as relações interpessoais e o fazer pedagógico sejam postos em discussão, evitando-se, dessa forma, que não sejam camuflados ou projetados no aluno, a quem, na maioria das vezes, se atribui o fracasso escolar em virtude de suas carências ou deficiência. Marcos Aurélio Professor regular de física. Inclusão estar bom e feliz para eu. Gostar e ficar com todo mundo. Juliana Araújo Aluna deficiente auditivo do CEM02 de Planaltina. p Professor Sandro