Quando o perigo dorme ao lado: a violência sexual infantil inserida no contexto da família Talita Baldin (Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO) Angelo Bonateli Neto (Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO) Roberto Mendes Guimarães (Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO) RESUMO O presente trabalho consiste em uma revisão de literatura acerca da violência sexual infantil de caráter intrafamiliar. Nele, se buscou verificar o que caracteriza o fenômeno e as famílias que propiciam sua ocorrência, se percebendo que muitas vezes a violência acontece por ausência de diálogo na relação familiar, ou por conta da confusão ou não clareza nos papéis de seus membros. Ainda, se verificou que as conseqüências advindas com a violência podem trazer danos irreversíveis à criança vitimizada, independente de sua idade, mas mais profundos conforme menor ela for. A partir disto, se sugere que o contato de confiança entre a criança e seus familiares é de grande valia na percepção do abuso e também para a minimização de seus efeitos. Palavras-chave: incesto; abuso sexual infantil; conflitos familiares. Presente em toda a sociedade e em todos os tempos em maior ou menor grau de visibilidade, a violência se faz perceptível principalmente por conta da mídia, que a expõe como fenômeno presente nas ruas, na frente das casas, nas escolas e locais ou situações afins e que afeta o indivíduo de forma social e individualmente. Esta violência é considerada fruto de inúmeros fatores, tais como desigualdade de gênero, desigualdades econômicas e sociais, uso de drogas e atos criminosos cometidas pelas pessoas (ARAÚJO, 2002), mas sempre eclode como violência física, psicológica, social e/ou sexual. Esta última recebe ênfase na literatura por ser o tipo de agressão que atinge de forma mais particular e direta o ser humano naquilo que tem de propriamente seu, ou seja, sua sexualidade, sendo capaz de limitar ou anular os direitos sexuais e reprodutivos da vítima, principalmente se tratando da mulher (MONTEIRO et. al., 2008). Da mesma forma, pensando na violência sexual infantil, se acredita impossível permanecer displicente perante a descoberta, visto que o assunto é complexo e delicado para a vítima, assim como para o profissional e demais membros da família que estejam em contato com ela (FURNISS, 2003), já que se trata da violação de direitos de uma população dita vulnerável e bastante dependente de seus cuidadores. Por conta disto, e problematizando um
pouco mais a situação, muitos casos são relatados (OMS, 2010) com ocorrência dentro da família, o que torna necessário a quebra do tabu, haja vistas que a omissão vitimiza crianças cotidianamente. Quanto a dados estatísticos, o Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2010) alerta que durante o período de maio de 2003 a abril de 2010 houve mais de 2 milhões de atendimentos, sendo que o programa recebeu e encaminhou mais de 123 mil denúncias em todo o Brasil. Apesar da média anual de denúncias atingir 82 denúncias/dia, no ano de 2010 apenas entre os meses de janeiro e abril foram atendidas em média 73 denúncias/dia. Estes dados por si só já são alarmantes, mas ainda se precisa levar em consideração que muitos casos ficam no anonimato, sem serem denunciados. Os mesmos dados apresentam que 62% das vítimas de violência sexual são do sexo feminino. No contingente total de casos de violência sexual, os casos de abuso registram 59,71%, ao lado de 0,63% de ocorrências de tráfico de crianças e adolescentes, 1,51% de pornografia e 38,15% de exploração sexual. Não foram encontrados dados específicos de crianças vitimizadas por familiares. Conceitualmente, Gabel (1997) aponta que falar da violência sexual infantil é falar do uso errado ou excessivo do poder sexual de um adulto familiar à criança ou adolescente menor de 18 anos contra esta, que desempenha o papel de vítima. Ainda, a autora aponta que quanto menor for a criança, menos visíveis serão os maus-tratos, já que crianças pequenas em geral não falam e quando se dispõem a falar são poucos os adultos dispostos a ouvi-las, principalmente por conta do um medo ou insegurança diante do fato de ouvir e precisar lidar com a situação. Com relação a isto, os dados da UNICEF (2011) indicam que 49% dos casos de violência sexual intrafamiliar são exatamente sobre crianças com idade entre dois e cinco anos. Assim, se considera como foco do estudo a busca pela verificação do papel da infância na família, bem como maior compreensão acerca das situações que propiciam a ocorrência do fenômeno no contexto aqui abordado. METODOLOGIA O presente trabalho está pautado em uma revisão na literatura desenvolvida acerca da temática da violência sexual contra crianças e adolescentes dentro da instituição familiar,
sendo que há estudos relativamente vastos divulgados de forma impressa e online, os quais foram utilizados como referencial teórico e de análise. DESENVOLVIMENTO Acredita-se que a violência sexual infantil ocorrida dentro das famílias esteja intrinsecamente ligada com o papel histórico dessa instituição na sociedade, que sofreu modificações estruturais, passando da família ampliada para a nuclear e posteriormente para as ramificações, fruto de divórcios e recasamentos (EIZIRIK, 2001; SCODELARIO, 2002), e também com relação aos sentimentos envolvidos entre os membros. Quanto a este último aspecto, Ariès (2006) pensa o sentimento de família na História como emergente somente a partir da revolução industrial, no século XVIII, pois antes disto se referia apenas à função reprodutora. No entanto, a partir deste século, não se era mais necessário uma estrutura hierárquica a fim de facilitar a subsistência da mesma, possibilitando maior importância na criação e na presença dos filhos. Desta forma, o autor percebe que desde os séculos XVI e XVII o sentimento de família emerge junto com o de infância, estando a partir de então indissociáveis. Da mesma forma, Scodelario (2002) relata que é somente com a chegada do século XVIII que a família começa a unir-se pelo sentimento e a valorizar a sua identidade e a de seus membros, mesmo apresentando tumultos familiares, já que com o nascimento dos filhos se intensificam os conflitos no casamento devido à relação triangular instaurada com a presença do filho juntamente ao pai e à mãe. Com isto se quer dizer que os seres humanos possuem um grupo social com processo de reprodução rigoroso, baseado na identificação de um pai social ligado à sobrevivência e à inserção do recém-nascido na sociedade, pois enquanto função econômica de subsistência e, no aspecto de identificação social, a família é de grande importância na cultura (PRADO, 1985). Desta forma, se pode entender que na sociedade medieval o sentimento de infância não existia, mas que nem por isso as crianças eram negligenciadas. Acreditava-se, porém que a partir do momento em que pudesse viver sem dependência constante da mãe, era passível de ser inserida no mundo adulto sem grandes traumas, o que possibilitava a confusão de seus papéis sociais, confundidos com a integração entre mundo adulto e infantil. Com as modificações históricas e sociais, a infância só surge como idade com características e necessidades próprias no século XX (ARIÈS, 2006), pois é a partir disto, conforme Kramer (1996), que se pensa nas condições próprias do ser criança, a qual merece respeito e consideração com seu universo de representações já que é ativamente participante das
relações sociais, históricas, culturais e psicológicas da sociedade. Para o autor, dar espaço a essas representações é o mesmo que possibilitar à criança construir sua própria história. Como dito anteriormente, a formação de cada família tem suas singularidades e sua dinâmica de relacionamento que são construídos diariamente, diante de cada situação. Com a chegada dos filhos, os pais precisam se adequar ao novo padrão de vida exigido por eles e os conflitos na constituição das relações entre os familiares (como ciúme, raiva, amor e medo) precisam ser trabalhados na busca por resultados positivos. Porém, quando os conflitos são negligenciados, há possibilidade de levarem a família à desintegração e incluírem em sua estrutura a violência, fenômeno multicausal com incontáveis consequências (SCODELARIO, 2002). Quando isto ocorre, Furniss (1993) percebe que há perda de parte da identidade da criança e ela se deixa ser humilhada, respondendo apenas com o silêncio diante de uma relação em que se mostra necessitada de carinho e corre o risco de receber sexo, visto que há uma confusão de línguas. Nas palavras de Cromberg (2001), a criança se utiliza da linguagem da ternura e o adulto da linguagem da paixão adulta. Quando isso ocorre, se percebe a presença do abuso que, conforme Gabel (1997), se refere a um uso errado e excessivo por uma das partes. A autora dá seguimento caracterizando etimologicamente a palavra abuso, que atenta para si a noção de poder neste caso, do poderio sexual. Faiman (2004) complementa alegando que o abuso é uma forma violenta do sujeito trazer para si a onipotência destruidora, quando na verdade se encontra em posição de impotência, o que pode caracterizar uma tentativa descontrolada do adulto tentar manter o poder diante de algo ou alguém, processo bastante preocupante quando se tratando da família. Assim, o abuso sexual é praticado em três níveis, sendo eles o abuso do adulto (forte e grande) sobre a criança (fraca e pequena), a violação do direito de preservação do corpo da criança e a não-correspondência da confiança que a criança (dependente) investe no adulto (protetor). Ainda, a violência sexual infantil dentro da família pode ocorrer de forma nãoviolenta, mas ainda assim abusiva, a qual é conceituada por Faiman (2004) como sedução. Neste caso, o termo é utilizado quando há interação entre duas pessoas e uma delas se utiliza de gestos sexuais sem que haja resistência clara por parte da outra pessoa com relação à aproximação e quando isto ocorre ambos os indivíduos estão eroticamente estimulados, sendo que a erotização do vínculo representa o próprio abuso. No Brasil, o Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae (CRVV) vem fazendo um trabalho de pesquisa sobre a violência e de assistência às vítimas dela desde 1996. Seu objetivo é propiciar um espaço de aprofundamento e reflexão
acerca da problemática, principalmente a de caráter doméstico, visando produzir conhecimento e práticas que possam questionar, aperfeiçoar e superar o fenômeno. Ao longo de seu trabalho, o CRVV tem percebido que frequentemente a violência sexual intrafamiliar vem aliada a um emaranhado de outros tipos de violência e que por vezes ultrapassam o contexto familiar (FERRARI, 2009). Já nos casos de incesto, devem ser atentados aspectos legais e psicológicos, pois enquanto sua conceituação legal leva em consideração apenas as relações sexuais entre indivíduos com graus próximos de parentesco, a definição psicológica se amplia para qualquer contato considerado abertamente sexual entre pessoas que tenham ou acreditem ter algum grau de parentesco ou proximidade (FORWARD & BUCK, 1989), o que engloba qualquer pessoa próxima à vítima, incluindo padrastos, madrastas, meio-irmãos e conhecidos tidos como avós, primos e etc. apenas por afinidade. Desta forma, entre as principais características do incesto está a relação abuso sexual-vínculo familiar. Faiman (2004) contribui, alegando que o incesto é uma prática proibida tanto social quanto culturalmente e que se configura a partir de normas estruturadas no indivíduo e na sociedade, sendo que dados (COHEN, 2000) apontam que a forma mais frequente do fenômeno ocorre entre pai e filha. Com Totem e Tabu, Freud (1969) propõe de onde vêm as organizações sociais e, mais especificamente, a proibição do incesto e do assassinato. Em seu texto, o psicanalista escreve sobre as primeiras comunidades humanas sob controle de um macho responsável pelas fêmeas e seus descendentes, que criavam os filhos até que estes tivessem autonomia suficiente para formar uma família, momento em que eram abandonados pelo grupo a fim de conquistar a liderança de outro grupo. No entanto, a certa altura os irmãos rejeitados pelo pai se unem contra ele e o matam e devoram com intuito de ter direito de se relacionarem sexualmente com as fêmeas do bando, mas sentem culpa, já que apesar dos filhos repulsarem o poder sexual do pai sobre as mulheres, também admiram suas qualidades e, passado o ódio, o remorso toma conta deles. Assim, o pai morto acaba se tornando muito mais forte do que era quando vivo e a obediência transforma-se em obediência adiada, cujo resultado é o desinteresse dos filhos pelas fêmeas: eis os desejos reprimidos do Complexo de Édipo, os únicos crimes preocupantes na sociedade primitiva, ou seja, o homicídio e o incesto. Desta forma, o autor acredita que as pulsões sexuais incestuosas são naturais ao ser humano, identificando a proibição como o intuito de coibir a realização de algo desejado, já que não haveria porque não permitir algo que não fosse de interessante execução. A ideia de Freud (1969) pode ser complementada com contribuições de Faiman (2004), que encara o incesto como proibido e cuja internalização (da proibição) torna possível
a organização psíquica e social para a vida comunitária. Essa proibição é tomada por Freud (1969) como uma renúncia necessária à civilização, pois para que haja boa convivência no grupo é preciso respeitar regras baseadas na interdição do incesto e do assassinato, os quais distinguem a ordem do caos. Desta forma, a privação da satisfação dos impulsos do indivíduo é a possibilidade do surgimento de um aparelho mental para operar representações, onde a família tem papel mediador entre o indivíduo e a sociedade (FAIMAN, 2004). Conforme citado anteriormente, conflitos familiares mal resolvidos possibilitam a presença da violência em sua dinâmica. Essas famílias, consideradas incestogências, em geral são caracterizadas pela disfuncionalidade, ou seja, são famílias simbióticas e aglutinadas, sem limites intergeracionais, com dificuldades para lidar com mudanças (rígidas) ou ausência de regras (caóticas) e, nelas, o abuso é, muitas vezes, a única forma de contato entre o genitor e a criança (MATTOS, 2002, p. 179), acreditando-se que o segredo é o que mantém o ciclo do abuso fechado. Furniss (1993) estabelece que para as crianças menores, quando um jogo sexual se torna presente, ela não o vê como se estivesse fora da relação normal existente entre qualquer adulto e uma criança, logo a violência é tratada como natural na relação e o segredo é a preservação da aliança especial formada por eles. Para a autora, esta relação tida sob segredo pode representar uma lacuna no cotidiano da vítima, o que parece ser uma nãorealidade dependente do contexto em que ocorre a violência, bem como das características do abusador, ou seja, no jogo sexual em que há presença de um segredo entre o adulto e a criança, aquele se faz parecer outra pessoa por meio da representação de um personagem, por exemplo, onde há mudança no tom de voz ou na linguagem, ou ainda pela forma como o abusador entra e sai da situação, característica que isola o tempo em que a violência é cometida, fantasiando que nada ocorreu nesse meio tempo. A autora exemplifica que o agressor pode fazer uma pergunta qualquer, cometer o ato e em seguida retomar um comentário a respeito da pergunta anterior, ignorando o que aconteceu entre suas falas. Na visão de Freud (1920) e Mattos (2002), o abusador pode tentar ter domínio da situação traumática cometendo o ato porque ele próprio foi vítima anteriormente, o que facilita a perpetuação do ciclo da violência. Por isso, não é espantoso a grande quantidade de casos de abusadores que foram vítimas no passado, ao mesmo tempo em que não se deve considerar este um fator determinante, como já dito anteriormente, pois muitos abusados não se tornam abusadores quando adultos e vice-versa. Gabel (1997) declara que em se tratando de abuso sexual a criança, incontestavelmente, é a vítima portadora de danos que vão além do traumatismo do ato sexual propriamente dito, pois quando seguido de violência deixa sequelas visíveis, tais como
infecções e lacerações, mas também marcas muito mais difíceis de serem apagadas, que são as do âmbito psicológico, tais como os sentimentos de culpa, angústia, depressão e possíveis disfunções sexuais e de relacionamento posteriormente, quando na vida adulta. Ferrari e Vecina (2002) observam que em curto prazo os pais relatam mudanças de comportamento na criança vítima de violência sexual, marcadas por agressividade ou inibição, ansiedade e agitação, medos, distúrbios alimentares, distúrbios de sono e distúrbios sexuais (como proposta de jogos sensuais com os colegas e masturbação compulsiva), enurese e encoprese. Já, na vitimização com longo prazo de ocorrência são identificados por Mattos (2002) fobias crônicas, pânico, personalidade múltipla, depressão, prostituição ou repetição de padrão abusivo. Todos estes são sintomas que dependem da idade, vulnerabilidade e forma da criança lidar com a situação em que foi envolvida, sendo que Braun (2002) relata que quanto mais madura ela for, menores serão os traumas. Logo, crianças que sofreram abuso sexual muito precocemente tendem a apresentar muitos mais danos no desenvolvimento da aprendizagem e na sua forma de relacionar-se com os demais, do que aquelas que sofreram o abuso com maior idade. Essa visão de Ferrari e Vecina (2002) parte do pressuposto de que a violência faz com que a criança perca o senso do Eu, do Tu e do Ele e que, para reuni-los após a perda, é preciso um equipamento mental que nem sempre ela tem concreto em si, por conta de sua imaturidade psíquica. Os sentimentos advindos com a situação de violência sexual incestuosa geram grande ansiedade na criança, ao passo que Faiman (2004) relata que quando passa a entender o que aconteceu entre ela e o pai, por exemplo, sente ódio e vê a experiência de forma extremamente dolorosa, pois ao se ver nutrindo ódio intenso contra seu genitor se recrimina pelo sentimento de destruição. Com isso, a autora observa confusão no papel exercido pela menina dentro de sua família, visto que ela passa a ser filha e esposa, sem na realidade ter estes papéis de forma definida na cultura, o que faz supor que também a construção da identidade da criança é prejudicada. Há consenso entre os alguns autores, acerca da relação íntima entre o incesto e o funcionamento familiar como um todo (ARAÚJO, 2002; FAIMAN, 2004; RIBEIRO, FERRIANI & REIS, 2004; HABIGZANG et. al, 2005), então o atendimento ou intervenção terapêutica deve levar em conta a dinâmica das interações familiares e dirigir-se à família, porém sem descartar o atendimento individual quando o mesmo se mostrar necessário, sempre dando ênfase no acolhimento e atenção à vítima.
CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do que foi discutido anteriormente, permite-se afirmar que a violência sexual intrafamiliar está intrinsecamente ligada à própria dinâmica da família, visto que a nãoresolução de conflitos entre seus membros propicia a inserção do fenômeno em suas estruturas, assim como está ligada aos conflitos existentes nos papéis de seus membros, que por vezes não são claros. Com isto, se acredita que o diálogo familiar seja capaz de reduzir os índices de ocorrência do fenômeno e, caso ele ocorra, minimizar seus efeitos sobre as crianças vitimizadas, seja pela quebra do silêncio que perpetua o tabu, seja pela resolução de conflitos internos e efetivados com o contato entre os membros, que podem interagir a fim de elaborar ansiedades e angústias acerca da constituição familiar e seus conflitos inerentes. Por se tratar de uma revisão teórica o presente trabalho contribui com a sistematização dos dados, mas não dispensa a necessidade da intensificação dos estudos a fim de maior compreensão e estratégias para se lidar com o fenômeno que causa tanto sofrimento, principalmente psíquico, às vitimas. REFERÊNCIAS ARAÚJO, M. F. Violência e abuso sexual na família. Psicol Estudo, 7(2) 3-11, 2002. ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 2006. BRASIL. Disque Denúncia Nacional: DDN 100. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente. Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, 2010. Disponível em http://www.conselhodacrianca.al.gov.br/sala-de- imprensa/publicacoes/dados%20disque%20100%20-%20alagoas%20- %202010.pdf/view Acesso em 12 de agosto de 2011. BRAUN, S. A violência sexual infantil na família: do silêncio à revelação do segredo. Porto Alegre: AGE, 2002. COHEN, C. O incesto. In: AZEVEDO, M. A.; GUERRA, V. N. A. (orgs.). Infância e violência doméstica: fronteiras do conhecimento. São Paulo: Cortez, 2000, p. 211-225. CROMBERG, R. U. Cena Incestuosa: abuso e violência sexual. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001. EIZIRIK, C. L. O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. FAIMAN, C. J. S. Abuso sexual em família: a violência do incesto à luz da psicanálise. 1. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.
FERRARI, D. C. A. Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sedes Sapientiae, 2009. Disponível em www.sedes.org.br/centros/cnrvv.htm Acesso em 12 de agosto de 2011. FERRARI, D. C. A.; VECINA, T. C. C. (org). O fim do silêncio na violência familiar: teoria e prática. São Paulo: Ágora, 2002. FORWARD, S.; BUCK, C. A traição da inocência: o incesto e sua devastação. Rio de Janeiro: Rocco, 1989. FREUD, S. Totem e Tabu. Pequena Coleção das Obras de Freud. v. 4. Rio de Janeiro: Imago editora, 1969. FURNISS, T. Abuso Sexual das Crianças: Uma abordagem Multidisciplinar, Manejo, Terapia e Intervenção Legal Integrados. Artes Médicas, Porto Alegre, 1993. GABEL, M. (org.). Crianças vítimas de abuso sexual. São Paulo: Summus, 1997. HABIGZANG, L. F. et. al. Abuso Sexual Infantil e Dinâmica Familiar: Aspectos Observados em Processos Jurídicos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Vol. 21 n. 3, pp. 341-348, Set-Dez, 2005. KRAMER, S.; LEITE, M. I. Infâncias: fios e desafios da pesquisa. São Paulo: Papirus, 1996. MATTOS, G. O. O abuso sexual em crianças pequenas: peculiaridades e dilemas no diagnóstico e no tratamento. In: FERRARI, D. C. A.; VECINA, T. C. C. (org). O fim do silêncio na violência familiar: teoria e prática. São Paulo: Ágora, 2002, p. 174-200. MONTEIRO, C.F.S. et.al. Violência sexual contra criança no meio intrafamiliar atendidos no SAMVVIS, Teresina, PI. Rev Bras Enferm, Brasília, jul-ago; 61(4): 459-63, 2008. OMS. Who. ESPANHA. Disponível em http://www.who.int/es/ Acesso em 12 de agosto de 2011. PRADO, D. O que é família. São Paulo: Abril Cultural, Brasiliense, 1985. RIBEIRO, M. A; FERRIANI, M. G. C.; REIS, J. N. Violência sexual contra crianças e adolescentes: características relativas à vitimização nas relações familiares, Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):456-464, mar- abr, 2004. SCODELARIO, A. S. A família abusiva. In: FERRARI, D. C. A. & VECINA, T. C. C. (org). O fim do silêncio na violência familiar: teoria e prática. São Paulo: Ágora, 2002, p. 95-106. UNICEF. Infância e adolescência no Brasil. 2011. [on line] Disponível em http://www.unicef.org/brazil/pt/activities_9381.htm Acesso em 12 de agosto de 2011.