PSICOLOGIA JURÍDICA: RELAÇÃO COM O DIREITO DE FAMÍLIA

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1 PSICOLOGIA JURÍDICA: RELAÇÃO COM O DIREITO DE FAMÍLIA Prof. Thiago Gomes 1. CONTEXTUALIZAÇÃO O QUE É A FAMÍLIA? E O CASAMENTO? Poema: PROMESSAS MATRIMONIAIS (Martha Medeiros) Promete se deixar conhecer? Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor? Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja? Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros. Casamento e igual a Av. Paulista: Começa no Paraíso e termina na Consolação. PROPOSTA DO DIA 1

2 2. VISÃO DO CASAMENTO NO TEMPO CONTRATOS DE CASAMENTO: MUDANÇAS AO LONGO DO TEMPO NO PASSADO Antes eram por conveniência das famílias Investimentos para expandir patrimônio Era visto como evento único/eterno Dificilmente se separavam, pois seria um mal negócio Modelo patriarcal Famílias numerosas 2. VISÃO DO CASAMENTO NO TEMPO CONTRATOS DE CASAMENTO: MUDANÇAS AO LONGO DO TEMPO NOVO CONTEXTO SOCIAL COM A INDUSTRIALIZAÇÃO, A EVOLUÇÃO DOS COSTUMES E O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO FEMININO Mudanças no papel do homem e da mulher Mudanças nos critérios de escolha do parceiro/autonomia Famílias menos numerosas. Aceitação social da separação (uniões mais instáveis) Tornam-se mais frequentes os recasamentos Casamento continua valorizado socialmente. 2

3 2. 2. VISÃO VISÃO DO DO CASAMENTO CASAMENTO NO NO TEMPO TEMPO CONTRATOS DE CASAMENTO: MUDANÇAS CONTRATOS DE CASAMENTO: MUDANÇAS AO LONGO AO DO LONGO TEMPO DO TEMPO OS IDEAIS CONTEMPORÂNEOS DE RELAÇÃO OS IDEAIS CONTEMPORÂNEOS DE RELAÇÃO CONJUGAL CONJUGAL Enfatizam mais a autonomia e a satisfação de cada cônjuge do que os laços de dependência. Necessidade de substituição do que não é satisfatório. As uniões duram menos: divórcios e separações cada vez mais frequentes. Mesmo assim a família continua sendo a instituição de maior importância dentro da sociedade. 3. CASAMENTO: ASPECTOS JURÍDICOS E PSICOLÓGICOS Todo casamento tem seu contrato psicológico A partir do não atendimento desses contratos é que os conflitos aparecem. 4. CESSAÇÃO DO VÍNCULO: SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO Quando há consenso: a reorganização do sistema familiar tende a ser mais tranquila e rápida. Raramente é mutua a decisão pela separação Conflitos mais acirrados quando existe disputa por interesses: guarda dos filhos e patrimônio. Processo doloroso para o casal e, principalmente, para os filhos. 3

4 4. CESSAÇÃO DO VÍNCULO: SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO A separação e o divórcio implicam: Um processo jurídico/término Também um processo psicológico/término O processo jurídico e os emocionais se entrelaçam: razão pela qual os operadores do direito não deveriam desconhecer a existência de fatores psicológicos relacionados à perda, enquanto os profissionais de psicologia não deveriam desconhecer os fatores legais. Às vezes a sentença põe fim ao processo judicial mais os conflitos emocionais não são resolvidos. 4. A DISPUTA DA GUARDA DOS FILHOS Crescimento de pais que requerem a guarda dos filhos Cada uma das partes, na etapa de produção de provas, vai procurar demonstrar suas qualidades, ao mesmo tempo em que sublinhará as dificuldades da outra, suas limitações e seus defeitos. Esse momento costuma ser de muita ansiedade, principalmente pros filhos. 4

5 5. POSSÍVEIS EFEITOS DO DIVÓRCIO SOBRE OS FILHOS Problemas escolares Ocorrência de estereótipos negativos, que podem prejudicar o emocional, social e pedagógico Diminuição do rendimento escolar Os conflitos de separação e patrimoniais envolvem os pais, que podem reduzir o tempo de dedicação aos filhos Crianças pequenas não conseguem compreender porque um dos pais deixou o lar Tendem a interpretar essa situação em termos de abandono. 5. POSSÍVEIS EFEITOS DO DIVÓRCIO SOBRE OS FILHOS Condutas repetitivas É uma forma de tentar controlar sua própria vida Medo e depressão Somatização (deslocar os conflitos emocionais para o corpo) Preocupações intensas com abandono, doença e morte Incapacidade de dormir fora de casa Isolamento Perda de apetite Ideias suicidas. 5

6 5. POSSÍVEIS EFEITOS DO DIVÓRCIO SOBRE OS FILHOS Comportamento antissocial Devido aos sentimentos de frustração Agressividade, com os pais, irmãos, professores, colegas. Irritabilidade, hostilidade Mentiras, pequenos furtos com características de reação ao trauma Sentimentos de culpa 6. GUARDA NO CÓDIGO CIVIL Guarda Unilateral Um genitor detém a guarda e o outro tem o direito a visitação. Ambos mantém o poder familiar, mas as decisões recaem sobre o genitor que detiver a guarda Esse sistema de visitas pode ter um efeito destrutivo sobre a relação entre pais e filhos pois acarreta uma profunda divisão na convivência Quando é recomendada: Um dos pais apresentar algum débito de ordem moral ou psicológica, Ou quando houver um profundo desentendimento entre os pais 6

7 6. GUARDA NO CÓDIGO CIVIL Guarda Compartilhada Modelo mais aceitável para pais e filhos na medida em que contempla os dois lados e evita disputas A criança continua sob a responsabilidade de ambos os pais, como também tem livre acesso a moradia dos dois genitores. Busca reorganizar a relação entre pais e filhos no interior da família separada, diminuindo os traumas e os distanciamentos. Para se estabelecer esse tipo de guarda, é necessário o estudo de cada caso: Peculiaridades e variáveis Melhor interesse da criança Ambos os pais devem concordar 6. GUARDA NO CÓDIGO CIVIL Guarda Compartilhada REQUISITOS DOS GENITORES PARA A GUARDA COMPARTILHADA Entender claramente o que é Ajustarem um acordo entre eles Certo grau de flexibilidade e maturidade para o exercício dessa tarefa comum, compartilhando responsabilidades Capacidade parental e de cooperação 7

8 7. PSICOLOGIA NA DISPUTA DA GUARDA ] A Psicologia Jurídica pode auxiliar os cônjuges, e principalmente os filhos menores, a enfrentar as incertezas e os problemas decorrentes da separação e do divórcio. O trabalho psicológico passará pelo crivo das partes. Poderá ser contestado, criticado e posto à prova Poderá não ser levado em conta pelo Juiz 7. PSICOLOGIA NA DISPUTA DA GUARDA ] Variáveis importantes consideradas para a psicologia Histórico de abuso à criança ou a terceiros Ajuste da criança ao ambiente de cada genitor Tempo disponível para a criança e qualidade dos cuidados oferecidos Necessidades da criança Acordo entre os pais Habilidades parentais Saúde mental Posição econômica (para fins de pensão) O desejo desses pais (Não deve confundir com o interesse pela pensão alimentícia!) 8

9 8. ALIENAÇÃO PARENTAL (LEI FEDERAL 12318/2010) ] Como ocorre a alienação parental? Ocorre quando um dos pais tenta desconstituir a imagem emocional que uma criança tem do outro pai. Isso ocorre tanto na constância do casamento, mas principalmente nos momentos de separação. O pai ou mãe que provoca-a normalmente tem problemas de egocentrismo e não consegue trabalhar bem com a rejeição e a separação. A tentativa de desconstituir a outra parte é uma forma de defesa para essas pessoas. 8. ALIENAÇÃO PARENTAL (LEI FEDERAL 12318/2010) ] Consequências de quem pratica a alienação parental Declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; Ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; Estipular multa ao alienador; Determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; Determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; Determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; Declarar a suspensão da autoridade parental. 9

10 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Evolução da Família e Casamento no tempo Aspectos jurídicos e psicológicos do casamento Efeitos da cessação do vínculo sobre os filhos Alienação Parental 10. DÚVIDAS? 10