Tema: Hábitos de higiene 1. Objetivos da reunião 1.1. Aprofundar reflexões sobre a necessidade de se criarem hábitos de higiene, sua importância e as possíveis doenças causadas pela sua falta. 1.2. Refletir com os pais sobre a relação existente entre auto-estima, higiene e sexualidade dos adolescentes. 1.3. Levar escola e família a estimularem os bons hábitos de higiene, visando melhorar a qualidade de vida das crianças, conscientizá-las e incentivá-las sobre os hábitos de higiene pessoal. 1.4. Compartilhar idéias sobre a responsabilidade da escola e da família para o estabelecimento de hábitos de higiene nos alunos. 1.5. Identificar as possibilidades de ações compartilhadas entre a família e a escola, objetivando educar crianças e adolescentes para valorizarem os bons hábitos de higiene. 2. Desenvolvimento 2.1. Fazer uma cópia da charge a seguir (cópia maior em anexo) e distribuí-la a cada participante da reunião. 1
2.2. Pedir que todos os participantes leiam a charge. 2.3. Solicitar que alguns participantes façam comentários sobre a situação apresentada na charge. 2.4. Iniciar a formulação das perguntas sugeridas a seguir para o início das reflexões sobre o tema. É um momento de exposição de opiniões, portanto não deve haver correções das respostas emitidas. O que a charge relata? A charge tem relação com o tema ou não? Por quê? A situação apresentada na charge já foi vivenciada por alguém? Em qual circunstância? Hábitos de higiene devem ser ensinados ou não? Como? O que fazer com alunos que chegam sujos na escola? O que fazer com alunos malcheirosos (chulé, suor, urina) quando há uma recusa dos colegas em se aproximarem dele? 2.5. Distribuir uma cópia do texto-base (em anexo) para cada participante da reunião. 2.6. Ler o texto em voz alta. Como ensinar hábitos de higiene? A necessidade de se transmitir às crianças e aos jovens o valor e a importância da higiene pessoal encontra consenso no posicionamento dos educadores: pais e professores. A maioria defende que os hábitos de higiene devem ser adquiridos desde a mais tenra idade, por isso a família é a instituição responsável pela aquisição desses hábitos, bem como pela sua manutenção e ampliação. Na primeira infância, o adulto é responsável, por exemplo, pela escovação dental da criança, como também tem a responsabilidade de fazer com que, de forma autônoma, ainda que com supervisão, a criança assuma a plena realização dessa ação. Assim como as práticas dos estudos, os costumes alimentares, as vestimentas e as brincadeiras, os hábitos de higiene também são assumidos com base em modelos gerados por meio das regras de convivência, na cultura local e na tradição familiar. Nessa direção e diante do exposto, a máxima: faça o que digo e não o que faço é ineficaz em meio a essas circunstâncias. Em resumo: os filhos precisam vivenciar, ver e imitar o modelo de higiene pessoal defendido pelos pais e educadores. É comum ter em casa crianças que se negam a escovar os dentes, bem como adolescentes que driblam o banho diário, sem falar nos tênis malcheirosos, nas unhas roídas ou malcortadas, nas roupas sujas guardadas no armário ou vestidas por vários dias consecutivos. Simplesmente cobrar outras atitudes não traz uma solução, necessitamos estabelecer uma ação educativa intencional em relação a higiene pessoal, sabendo de antemão não ser tarefa fácil. Uma ação educativa intencional para estabelecimento de hábitos de higiene pessoal requer uma disposição de organização e supervisão por parte dos educadores. Por exemplo: todas as vezes, antes das refeições, perguntar se todos lavaram as mãos e, em caso de negativa, propor que se levantem e lavem, enquanto os demais aguardam. Outra prática interessante é se propor o escovamento conjunto dos dentes após as refeições. Com crianças menores, é uma alternativa que dá certo. Adulto e criança escovam seus dentes, um supervisionando o outro. Com adolescentes, é conveniente destacar a importância da higiene para a convivência entre os pares, o valor do banho, do desodorante, das meias limpas. Além da vivência e da imitação, proporcionar informações, exemplos e incentivos ajuda a estabelecer hábitos de higiene. Ensinar a relação direta entre higiene e saúde também pode trazer bons resultados, evidentemente, esclarecendo-se que a higiene coletiva e o sanitarismo básico são questões básicas de saúde pública. 2
Assim sendo, podemos afirmar que cabe à família ensinar aos seus filhos os hábitos básicos de higiene, e, à escola, ressignificar, na dimensão social, tal atitude formativa. A educação sanitária e hábitos de higiene, então, podem ser apresentados como um assunto transversal, de responsabilidade da família e da escola, capaz de objetivar a busca de soluções educativas para as crianças e adolescentes que necessitam de orientações e acompanhamento nessa área de desenvolvimento pessoal. 2.7. Pedir que alguns pais destaquem trechos do texto que lhes foram significativos. 2.8. Fechamento: pontuar para o grupo que a família perceba a necessidade de se criarem bons hábitos de higiene, com base em uma ação educativa intencional. 3. Textos complementares PESSOAL, ESCOVAR OS DENTES VOCÊS JÁ VIRAM QUE É IMPORTANTE PARA NOSSA SAÚDE, NÃO É? MAS TEMOS QUE APRENDER O JEITO CERTO DE USAR A ESCOVA E O FIO DENTAL. 01, COLOQUE AS CERDAS DA ESCOVA SOBRE OS DENTES E A GENGIVA NUM ÂNGULO DE 45 GRAUS 02, INTRODUZA SUAVEMENTE OS FIOS DA ESCOVA ENTRE OS DENTES E A GENGIVA 03, FAÇA MOVIMENTOS CURTOS PARA FRENTE E PARA TRÁS, DE CIMA PARA BAIXO NA ARCADA SUPERIOR 04, LEMBRE-SE DE ESCOVAR COM CUIDADO TODOS OS LADOS DOS DENTES E QUE TAMBÉM A LÍNGUA DEVE SER ESCOVADA 01, ENROLE O FIO DENTAL NO DEDO MÉDIO DE CADA MÃO E USE OS POLEGARES PARA ESTICÁ-LO 02, INTRODUZA O FIO DENTAL ENTRE OS DENTES. 03, CURVE O FIO SUAVEMENTE ATÉ ENCOSTAR NA GENGIVA, RETIRE-O DESLIZANDO SOBRE O DENTE 04, REPITA O MESMO PROCESSO EM CADA DENTE. http://www.andrehq.com.br/website/portifolio_detalhar.asp?cod=204&idi=1&id_portifolio=2669 3
Hábitos de higiene: é cedo que se começa Karem Susan Hansen Marilisa B. Hoffmann Tatiele L. Rodrigues Maria Lorete Thomas Flores Introdução A educação e a saúde são dois pilares de sobrevivência humana que estão em eterna construção e desconstrução. Os autores assumem um compromisso ético de que é possível promover saúde escolar através da articulação entre os setores da educação e da saúde, por meio da interdisciplinaridade, envolvimento dos grupos de alunos, famílias e educadores, num contínuo processo crítico avaliativo dos saberes e práticas de saúde escolar (FERRIANI, 1997). Segundo Souza (2000), o objetivo da saúde escolar é atender a integralidade da criança. Em vez de a considerarmos com queixa escolar, doente ou diferente, devemos vê-la de maneira a ser entendida no seu ambiente social mais amplo, na família, na escola, no seu grupo de amigos. A escola, dentro de uma perspectiva educativa que se integra a outros setores na busca de transformação social, pode ser uma aliada da saúde e vice-versa. Essas alianças podem ser estabelecidas para o complexo empreendimento de fazer com que crianças e adolescentes se transformem em sujeitos de sua saúde, deixando de ser sujeitos de sua doença. Após assinalar a importância da saúde escolar, resta-nos defender a promoção de conhecimentos e práticas de saúde que possam se aliar à escola e outras instituições, na busca de transformações sociais. A educação não formal vem se manifestando como uma das formas mais exitosas de socialização e capacitação pessoal encontradas atualmente. Mais do que provado, a educação não se restringe apenas aos bancos escolares convencionais e ocupa um espaço cada vez mais concorrido, visto a abertura que um meio como esse proporciona a novas e significativas aprendizagens, assim como um espaço de troca de experiências e valorização de opiniões. Um exemplo de educação não formal, muito comum em nossa realidade, é a creche, que as crianças freqüentam desde a mais tenra idade. Nesse local, elas vivem momentos de socialização, por meio do contato com os colegas, dos horários, da partilha do brinquedo. Sendo assim, além de compartilhar experiências, também são educados, mesmo que não formalmente. Em vista da importância dos bons hábitos de higiene para a vida do ser humano, é essencial que essa consciência seja desenvolvida ainda na infância. É nessa fase que as informações são mais bem assimiladas e acomodadas, certamente pela abertura e desprendimento das crianças em se defrontar com o novo e aceitar desafios sem receio algum. Problemas com piolho, muito comuns em crianças que convivem em ambientes públicos, podem ser diminuídos sensivelmente com base num trabalho de conscientização com crianças que, conseqüentemente, atingirá os pais e a comunidade em geral. Quanto mais bem esclarecidas forem as crianças, mais chances elas terão de formar seu ego e ajudar a criar um ambiente mais humano (PUCCI, 1999). Objetivo Com o objetivo de estimular os bons hábitos de higiene, visando melhorar a qualidade de vida das crianças, incentivá-las aos hábitos de higiene pessoal e conscientizá-las de sua importância fez-se presente este trabalho em forma de oficina, a qual foi aplicada na Creche Tico-Tico, na cidade de São Luiz Gonzaga (RS). 4
Metodologia Primeiramente, fez-se a apresentação do teatro de fantoches Amigos da higiene, com as personagens sabonete, chuveiro, escova dental, pente, pasta dental, xampu e papel higiênico e com o texto a seguir. Sabonete: Olá Amiguinhos! Tudo bom? Vim aqui com minha turminha para conversarmos um pouco sobre hábitos de higiene. Vocês sabem o que é higiene? Vou chamar meu amiguinho chuveiro para explicar. Chuveiro: Oi! Que pessoal bonito! Bem, higiene é cuidar bem do corpo, tomar banho, escovar os dentes, cortar as unhas Escova dental: Péra aí! Opa! Olá pessoal Eu sou muito importante, vocês sabem para que eu sirvo? Sou importante para escovar os dentinhos todos os dias, com minha amiga pasta. Pasta dental: É!!! Eu sirvo para deixar os dentes bem limpinhos e sou muito importante para não deixar o bichinho da cárie entrar nos dentinhos!!! Escova: É isso ai!!! Juntos, nós tiramos toda a sujeira dos dentes! E tem mais, amiguinhos: devemos ser usadas sempre por vocês, após comerem algum lanche e antes de dormir! Pente: Oi!!! E eu, sou quem??? Sabem pra que sou usado? Sou usado para manter um visual bonito, o cabelinho penteado e arrumadinho Todo mundo me usa aqui? Shampoo: É. O pente é muito importante mesmo!!! Nós dois trabalhamos juntos para deixar o cabelo bonito e livre dos piolhos!!! Pente: E, para o cabelo ficar sempre limpinho, devemos lavá-lo muito bem e no mínimo três vezes por semana, amiguinhos!!! Papel higiênico: Ei! Não esqueçam de mim!!! Sou o papel higiênico e devo ser usado quando se vai no banheiro! Todos: Nós formamos a equipe da limpeza!!! Junto com vocês, vamos acabar com a sujeira!!! Sabonete: E não esqueçam! Todos: Cuidar do nosso corpo é muito importante!!! Tchau!!! Posteriormente, foram questionados quais são os hábitos de higiene que devemos ter, com a participação do Sr. Piolhão. Houve então brincadeiras com as crianças, como imitações de cartazes com desenhos relacionados à higiene corporal e canto de paródias relacionadas aos hábitos de higiene, com as músicas: Lavar as mãos ( Atirei o pau no gato ); Lixo na lixeira ( Marcha, soldado ); Meus dentinhos ( Ciranda ). Após as brincadeiras, as crianças pintaram as personagens do teatrinho. Resultados e discussões A prática de ensino de ciências nos tem proporcionado ricos momentos de aprendizagem e de interação com a realidade da educação. Essa prática, em especial, nos permitiu conhecer um pouco mais do cotidiano e da organização de grupos não formais de educação. Com o desenvolvimento dessa prática, pôde-se mudar a impressão de que se tinha em relação às creches, como um mero depositário de crianças, alvo de muitos comentários de que os pequenos são maltratados e cujos prédios são fisicamente mal equipados. Em relação às atividades, as crianças ficaram encantadas, participaram ativamente, sendo que o Sr. Piolhão foi a personagem mais citada por elas após a apresentação. Além do mais, os conceitos sobre higiene 5
discutidos no teatrinho foram muito argumentados pelas crianças. Isso prova que já existe um trabalho desenvolvido sobre o assunto, tanto em casa como na creche. Constatamos, com essa experiência, um outro ângulo da sociedade, onde a socialização é proporcionada aos indivíduos que a compõem, de maneira que estes se sintam valorizados como seres capazes e produtivos. Sendo a educação científica necessária para resolver assuntos do cotidiano, conclui-se que, também nessas instituições populares, a ciência pode e deve se fazer presente, como forma de relacionar fatos do dia-a-dia com informações obtidas a todo instante pelos mais diversos meios de comunicação. É preciso valorizar a educação em ciências, como prática social, entendendo a saúde como resultado de condições econômicas, políticas e culturais. Portanto, com base nessas questões abordadas, é evidente o papel ímpar do educador na conscientização da sociedade. É imprescindível que os profissionais de todas as áreas do saber contribuam para a construção da cidadania. A educação sanitária e hábitos de higiene são assuntos que devem ser familiares ao ser humano desde a mais tenra idade. Baseadas nisso, é que realizou-se essa prática, com crianças de creche, proporcionando-lhes momentos de diversão, reflexão e conhecimento sobre esses temas. Conclui-se, assim, que esses meios de educação comunitária e se apresentam cada vez mais solidificados e embasados em valores morais e fins bem definidos, o que eleva sua capacidade de transformação na realidade em que estão inseridos. Referências bibliográficas FERRIANI, Maria das Graças C.; GOME, Romeu. Saúde escolar contradições e desafios. Goiânia: AB Editora, 1997. PUCCI, Bruno, et al. Adorno: o poder educativo do pensamento crítico. Petrópolis: Vozes, 1999. SOUZA, Beatriz de Paula e MORAIS, Maria de Lima Salem. Saúde e educação: muito prazer! novos reinos no atendimento à queixa escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. 6