PROFESSORES NEGROS E NEGRAS DA REDE MUNICIPAL DE CRICIÚMA: NARRATIVA E IDENTIDADE

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Transcrição:

PROFESSORES NEGROS E NEGRAS DA REDE MUNICIPAL DE CRICIÚMA: NARRATIVA E IDENTIDADE Alex Sander da Silva alexsanders@unesc.net Karoline Cipriano dos Santos karoline23@gmail.com Rafaela Brito Pereira rafaelabrittop@gmail.com Resumo: O projeto de pesquisa tem como objetivo analisar narrativas biográficas de professores negros e negras da rede municipal de Criciúma, a fim de compreender características em comum nas memórias e trajetórias educacionais que valorizem as experiências culturais negras brasileiras presentes nas narrativas desses professores. A metodologia se dará, num primeiro momento, na leitura de obras de Walter Benjamim, Stuart Hall, Nestor Garcia Canclini e Kabengele Munanga, da produção de resenhas e de ciclos de estudos e num segundo momento, serão feitas entrevistas semiestruturadas com professores negros e negras da rede municipal. Em seguida a análise dos dados obtidos com foco nas categorias identidade, narrativa e negritude. Palavras-chave: Narrativa; Identidade; Memória; Negritude, educação. Introdução O projeto de pesquisa tem como objetivo buscar nas narrativas dos professores negros e negras da rede municipal de Criciúma características em comum nas memórias e trajetórias educacionais que valorizem as experiências culturais negras brasileiras. A primeira etapa se consiste na leitura das obras O Narrador e Experiência e pobreza de Waler Benjamin, A identidade cultural na pós-modernidade de Stuart Hall e Negritude. Usos e sentidos, de Kabengele Munanga. As duas primeiras leituras já foram concluídas e serão aprofundadas no próximo tópico, a terceira encontra-se em andamento. O levantamento de dados se dá por meio de entrevistas semiestruturadas com professores da rede municipal de Criciúma. Pretendemos entrevistar dois professores e duas professoras, de idades diferentes. Até o momento entrevistamos um professor de 25 anos e uma professora de 61 anos.

Resultados e Discussão Em experiência e pobreza a experiência transmitida para os filhos e a riqueza em saber passar esta experiência é o objeto de Benjamin neste ensaio, mais especificamente a pobreza e a falta de saber conduzir essas experiências à diante, o empobrecimento da comunicabilidade das coisas que se experimentam. O texto com o que seria a perda da Arte de narrar. (Benjamin, 1987, p.200); onde Quase nada do que acontece está a serviço da narrativa, e quase tudo está a serviço da informação. (Idem, p.203); explana que em outra geração anterior a ele (lembrando que o texto é de 1930) existia o momento da narrativa que seria Uma forma artesanal de comunicação (Idem, p.206); e que nas gerações posteriores o homem se enchiam de experiência mas nenhuma narrativa, uma das explicações seria de que O homem de hoje não cultiva o que não pode ser abreviado. Com efeito, o homem conseguiu abreviar até a narrativa. Assistimos em nossos dias ao nascimento da short story, que se emancipou da tradição oral e não mais permite essa lenta superposição de camadas finas e translúcidas, que representa a melhor imagem do processo pelo qual a narrativa perfeita vem à luz do dia, como coroamento das várias camadas constituídas pelas narrações sucessivas. (Idem, p.206); O narrador assimila à sua substância mais íntima aquilo que sabe por ouvir dizer. Seu dom é poder contar sua vida; sua dignidade é contá-la inteira. O narrador é o homem que poderia deixar a luz tênue de sua narração consumir completamente a mecha de sua vida. (Idem, p. 221). Experiência e Pobreza de Benjamin inicia com um exemplo do seria a experiência e a riqueza na visão de Benjamin, através do exemplo da parábola; O Narrador e Experiência e pobreza, com as quais nós pudemos compreender o pensamento do autor no que diz respeito ao território narrativo e a arte desse discurso no primeiro texto. A tentativa é pensar, na perspectiva de Benjamim o sentidos da narratividade e de experiência vivenciada no contato com professores negros e negras da cidade de Criciúma - Santa Catarina.

Na análise das entrevistas do ponto de vista de Narrativa e experiência. O professor 1 explicou, foi breve nos relatos em relação aos aspectos tradicionais, ambos os professores demonstraram que o status de professor propicia respeito em relação a raça. Ambos falaram das dificuldades econômicas e sociais quanto ao acesso ao ensino superior além da questão racial, a professora dois contou histórias tradicionais de sua época e da época de sua mãe, o que apontou aspectos de narrativa. No primeiro professor foi observado a presença de uma identidade híbrida que assume papéis que um dia não foram de negros mas não necessariamente por meio da luta ou resistência, mas sim por ir se encaixando. O que iria de encontro com as leituras de Stuart Hall. Trechos da entrevista que deixam claro às conclusões. Rafaela: Uma... ah... Mãe... Alguém que trançasse na família? Alguém que trançasse cabelo? Aaah, sim, sim, não, sim, sim. Minha mãe embora o cabelo delas não seja muito comprido, mas minha mãe sabe fazer sim, tem essa cultura, principalmente do lado do meu pai, tem uma cultura mais forte nesse sentido, em relação a músicas até cultura religiosa, digamos africana assim, por lado do meu pai. Minha mãe nem tanto assim. quando questionado a respeito de aspectos tradicionais culturais na família. Questionado sobre ser negro hoje, as dificuldades enfrentadas. O professor optou falar mais do que ele vê, porque com ele não há grandes dificuldades. Não, eu já senti e sei que sentirei ainda. É algo normal. Mas não tanto quanto eu vejo fora do meu contexto, talvez porque eu... eu tenha, lógico, a gente como professor longe de ser de classe racial, bem longe disso. Mas, talvez a minha condição, eu dou aula por exemplo em Forquilhinha, eu achava que chegando naquela escola talvez eu poderia encontrar alguns problemas assim, descendência de alemães, loiros dos olhos azuis, essas coisas todas. Mas eu não encontrei nada disso, nem piadinha em relação a isso, sabe? [...]Eu tenho visto experiências diferentes, e talvez porque a minha personalidade, a minha condição, no sentido de onde eu estou. Normalmente eu estou como alguém que é líder de alguma forma.

Essa impressão de que ocupar o lugar de professor é um reconhecimento também aparece na entrevista com a professora Maria do Carmo. Segundo ela as crianças não apresentam nenhuma barreira ou resistência com ela, em relação ao toque e a fala, as tratam com muito respeito, diferente do que acontece entre os alunos. Até o presente foram concluídas as leituras de Walter Benjamin: O Narrador e Experiência e pobreza, com as quais nós pudemos compreender o pensamento do autor no que diz respeito ao território narrativo e a arte desse discurso no primeiro texto. Para Benjamim, o sentido da experiência, que se apresentavam em baixa no contexto histórico do autor, diz respeito a capacidade dos sujeitos de narrar suas histórias. Isto é, falar de suas memórias que envolvem as trajetórias coletivas. Para o autor, os tempos, os espaços e as condições estão possibilitando cada vez mais, um empobrecimento da experiência (Erfahrung). Isso se dá na incapacidade de compreender o sentido de pertencimento a uma comunidade. Com a leitura de A identidade cultural na pós-modernidade, de Stuart Hall pudemos compreender a história da identidade, no iluminismo a identidade era tida como estável e individual. Com algumas mudanças teóricas, como as descobertas de Darwin e algumas mudanças nas ciências sociais o sujeito sociológico surge. Posteriormente outras mudanças teóricas como o marxismo falando que o meio influencia diretamente no sujeito, o inconsciente de Freud, que segue regras diferentes da razão, além do debate de gênero que questiona a identidade de gênero, se constitui o sujeito pós-moderno, fragmentado, com várias identidades que podem até ser incoerentes entre si, mas funcionam. Além disso, as culturas nacionais como comunidades imaginadas e o impacto da globalização e da pós-modernidade na descentração do sujeito, ou na chamada crise da identidade. Essa se caracteriza pela fragmentação da identidade. Quanto a identidade cultural o autor nos aponta que essa é imaginada. Identidade Cultural; As culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre a nação, sentidos com os quais podemos nos identificar, constroem identidades. Esses sentidos estão contidos nas estórias que são contadas sobre a nação, memórias que conectam seu presente com seu passado e imagens que dela são construídas. (Hall,

1999, p.50). Dentro dos sentidos da cultura nacional esta a narrativa, tanto os modos de falar (sotaque, variação linguística) como o que geralmente se fala, no sentido do imaginário de um povo, da sua tradição, seus valores, histórias. Além disso, essa narrativa é atrelada à identidade cultural, assim como em Benjamin. Considerações Finais Os referenciais lidos se interligam em vários pontos. Nos dois textos de Benjamin é mais evidente, pois falam de comunicabilidade ou a falta dela. Hall se liga principalmente a questão da narrativa e experiência como parte da identidade. O entendimento desses conceitos está sendo de extrema importância para a análise das entrevistas, que ainda estão em andamento mas que já foi possível ser notado alguns aspectos ou a falta deles. Referências BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. 3. ed. São Paulo: Brasiliense S.a., 1987. p. 197-221. Volume I das obras escolhidas. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1999.