ART. 543-C DO CPC - FIM DOS REPETIDOS RECURSOS ESPECIAIS



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Transcrição:

ART. 543-C DO CPC - FIM DOS REPETIDOS RECURSOS ESPECIAIS Rénan Kfuri Lopes- Advogado, Professor, Palestrante, Pós- Graduado em Direito Processual Civil e Direito de Empresa, Membro do Instituto Brasileiro de Direito Constitucional. Sumário: I- A RATIO LEGIS DO ART. 543-C DO CPC II- PROCEDIMENTO NO TRIBUNAL DE ORIGEM III- PROCEDIMENTO NO STJ IV- EFEITOS DO ACÓRDÃO DA MATÉRIA REPETITIVA V- PROVIMENTO LIMINAR NO STJ VI- RECURSOS ESPECIAIS JÁ INTERPOSTOS I- A RATIO LEGIS DO ART.543-C DO CPC A Lei n. 11.672 de 08.05.2008 particularizou através de novo dispositivo introduzido no Código de Processo Civil, art. 543-C 1, um procedimento para impedir que as causas repetitivas, consolidadas pelo posicionamento do STJ não subam através de Recurso Especial ou de Agravo de Instrumento, não se aplicando as regras de seguimento regular dos arts. 542 e 543 do CPC. O Tribunal local ao verificar esse quadro terá o poder de suspender a tramitação do Recurso Especial até que o Pleno ou Seção Especializada do STJ aprecie o tema (art.543-c, caput e 1º). A qualificação de uma causa como repetitiva levará em conta a multiplicidade de recursos discutindo a mesma questão de direito.

É mais uma etapa da reforma da lei instrumental civil com o escopo de evitar a procrastinação de processos, quando amplamente sabido o posicionamento da instância superior, competente para apreciar e julgar matérias de jaez infraconstitucional. A suspensão sine die do Recurso Especial servirá como fator para desestimular o propósito protelatório, tornando mais célere a prestação jurisdicional. Também prestará, como se espera, para que o órgão colegiado do Tribunal local, não insista em posicionamentos contrários ao pacificado pelo STJ, o que também contribui para agilizar a tramitação do processo. Para adaptar à nova legislação que versa sobre os repetidos Recursos Especiais, os Tribunais de segunda instância e o STJ haverão de alterar seus Regimentos Internos, dando maior estabilidade e regularidade ao procedimento traçado pelo art.543-c, 9º. II- PROCEDIMENTO NO TRIBUNAL DE ORIGEM Em primeiro lugar, o Presidente do Tribunal de origem detectará a presença de recursos especiais seriados. Diante da constatação positiva da ocorrência de identidade total de fundamento de direito entre todos os recursos, deverá a presidência (ou vice-presidência) que compete o juízo preliminar de admissibilidade, selecionar um ou mais recursos que, sendo admitidos, serão encaminhados, dentro do procedimento normal desse tipo de recurso, ao STJ. Todos os demais, que se fundamentem na mesma questão de direito, ficarão retidos e suspensos no tribunal a quo, para aguardar o pronunciamento definitivo do STJ sobre a tese comum a todos eles (art.543-c, caput e 1º). 2

III- PROCEDIMENTO NO STJ O recurso chegará ao STJ em 02 (duas) hipóteses: com ou sem a constatação da repetitividade detectada no Tribunal de origem. Caracterizada a REPETITIVIDADE o relator poderá solicitar informações ao Tribunal de origem ou a outros tribunais federais ou estaduais, com o fito de identificar a existência da mesma decisão (art. 543-C, 3º). O relator, caso queira e de acordo com o RISTJ, poderá também admitir a manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse (relevante: econômico, moral, social, político, etc.) na controvérsia, é a intervenção do amicus curiae 2, cuja presença se justifica pela multiplicidade de interessados na tese e a repercussão sobre recursos estranhos à causa (art.543-c, 4º). O Ministério Público se manifestará antes do relatório, vez que presente o interesse público ou coletivo (art.543-c, 5º). Feito o relatório, será encaminhada cópia aos ministros integrantes da Seção ou da Corte Especial, competentes para julgar com preferência a hipótese de recurso especial repetitivo - - ressalvado os outros recursos que envolvam réus presos ou habeas corpus (art. 543-C, 6º). NÃO CARACTERIZADA A REPETITIVIDADE pelo Tribunal local, mas se o relator no STJ identificar a controvérsia quanto à questão de direito ou a matéria já estiver sendo examinada pela Seção para fins de examinar sua repetitividade poderá expedir ordem determinando a suspensão deles até que ocorra o pronunciamento definitivo do STJ (art.543-c, 2º). 3

IV- EFEITOS DO ACÓRDÃO DA MATÉRIA REPETITIVA Após julgada e publicada a questão pela Seção ou pela Corte do STJ, o acórdão produzirá os seguintes efeitos sobre os recursos especiais suspensos pelo Tribunal local, ex-vi art. 543- C, 7º: (i) se o acórdão recorrido corresponder com a orientação traçada pelo STJ, a instância de origem negará seguimento ao recurso; (ii) se o acórdão recorrido divergir com a orientação e atendimento assentado pelo STJ, a abordagem trazida pelo Recurso Especial será obrigatoriamente levada para a Câmara ou Turma julgadora do Tribunal local prolator da decisão, para reapreciar o tema. O colegiado de origem poderá ou não retratar do acórdão recorrido, levando em conta a divergência com o posicionamento do STJ (art.543-c, 8º). Se suceder a retratação, o Recurso Especial ficará prejudicado pela perda do objeto. Mantido o acórdão pelo colegiado do Tribunal local, data vênia, óbvio que o Recurso Especial será admitido, pois já identificado o dissídio com a instância ad quem, guindando-o, destarte para o STJ. Mas na hipótese do presidente do Tribunal local negar seguimento ao Recurso Especial, o recorrente terá de agravar de instrumento, na forma do art. 544 do CPC, sustentando a dissidência do acórdão recorrido com decisões sufragadas pelo STJ. V- PROVIMENTO LIMINAR NO STJ Admitido o Recurso Especial, vez que no juízo de retratação o Tribunal local manteve seu posicionamento, subirá o recurso. No STJ, o relator poderá de plano, em decisão singular, 4

dar provimento ao recurso, sob o enfoque que a decisão recorrida contraria o entendimento solidificado pela Corte Especial ou Seção Especializada do STJ, aplicando-se o comando do art. 557, 1º-A do CPC 3. VI- APLICAÇÃO AOS RECURSOS ESPECIAIS JÁ INTERPOSTOS Os arts. 2º e 3º da Lei n. 11.672 de 08.05.2008 4 criaram duas regras de direito intertemporal para a incidência imediata dos efeitos irradiados pelo art.543-c do CPC: a nova regra de natureza procedimental incide a partir da data de sua publicação --- eficácia imediata--- para os Recursos Especiais já interpostos e em tramitação perante os Tribunais locais 5 ; mas a aplicação efetiva da norma do art.543-c só se dará no prazo de noventa dias a contar da data da publicação da lei (DJ 09.05.2008). Assim, nesse período de 90 (noventa) dias emergirá para uma vacatio legis 6 no processamento dos Recursos Especiais de causas repetitivas, vigorando o dispositivo a partir do dia 08.08.2008. Rénan Kfuri Lopes maio de 2.008. 1 Art. 543-C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o recurso especial será processado nos termos deste artigo. 1º. Caberá ao presidente do tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça, ficando suspensos os demais recursos especiais até o pronunciamento definitivo do Superior Tribunal de Justiça. 2º. Não adotada a providência descrita no 1º deste artigo, o relator no Superior Tribunal de Justiça, ao identificar que sobre a controvérsia já existe jurisprudência dominante ou que a matéria já está afeta ao colegiado, poderá determinar a suspensão, nos tribunais de segunda instância, dos recursos nos quais a controvérsia esteja 5

estabelecida. 3º. O relator poderá solicitar informações, a serem prestadas no prazo de quinze dias, aos tribunais federais ou estaduais a respeito da controvérsia. 4º. O relator, conforme dispuser o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça e considerando a relevância da matéria, poderá admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia. 5º. Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no 4º deste artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de quinze dias. 6º. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais Ministros, o processo será incluído em pauta na seção ou na Corte Especial, devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. 7º. Publicado o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na origem: I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação do Superior Tribunal de Justiça; ou II - serão novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir da orientação do Superior Tribunal de Justiça. 8º. Na hipótese prevista no inciso II do 7º deste artigo, mantida a decisão divergente pelo tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso especial. 9º. O Superior Tribunal de Justiça e os tribunais de segunda instância regulamentarão, no âmbito de suas com competências, os procedimentos relativos ao processamento e julgamento do recurso especial nos casos previstos neste artigo. 2 Amicus Curiae em latim significa "amigo da Corte". Jargão utilizado no direito para se referir àquele presta informações sobre matéria de direito, objeto da controvérsia. Sua função é chamar a atenção dos julgadores para alguma matéria que poderia, de outra forma, escapar-lhe ao conhecimento. Um memorial de amicus curiae é produzido, assim, por quem não é parte no processo, com vistas a auxiliar a Corte para que esta possa proferir uma decisão acertada, ou com vistas a sustentar determinada tese jurídica em defesa de interesses públicos e privados de terceiros, que serão indiretamente afetados pelo desfecho da questão. 3 CPC, art. 557. 1º-A: Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. 4 Art. 2º. Aplica-se o disposto nesta Lei aos recursos já interpostos por ocasião da sua entrada em vigor. Art. 3º. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação. 5 Ante a omissão constitucional quanto ao princípio adotado para a solução dos conflitos intertemporais, aplica-se o art. 6º da LICC: a lei terá efeito imediato e geral. Mas não há óbice que o legislador em questões de ordem pública, como são as leis processuais, adotem expressamente na novatio legis efeito retroativo - princípio da retroatividade mínima, quando a nova lei atinge efeitos futuros de atos pendentes -, desde que não ocasione atrito com os institutos constitucionais do direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 6 É o intervalo entre a data da publicação e a sua entrada em vigor, o período em que a lei já existe, mas ainda se encontra em estado de vacância ou dormência, não podendo ter aplicação enquanto não transcorrer o prazo nela própria previsto. 6