O EFEITO DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL EM MULHERES FISICAMENTE ATIVAS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

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Artigo SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL EM MULHERES MUSCULAÇÃO THE EFFECT OF NUTRITIONAL ORIENTATION ON BODY COMPOSITION IN PHYSICALLY ACTIVE MUSCULATION ACTIVE WOMEN Luiz Cezar Lima Junior 1 Nayane Nazareth Ferreira Limar 2 Gleide Maria Gatto Bragança 3 Resumo O presente estudo se trata de avaliação do efeito da orientação nutricional sobre a composição corporal em mulheres fisicamente ativas praticantes de musculação. A amostra foi constituída por 6 mulheres, com idades entre 27 e 48 anos (média = 32,3 ± 5,4 anos) residentes na cidade de Aracaju, estado de Sergipe. O estudo foi dividido em dois grupos: Grupo 1, que só realizou exercícios físicos (Musculação) e Grupo 2, que realizou exercícios físicos aliados a uma orientação nutricional, no período de 8 semanas. As participantes foram submetidas à avaliação antropométrica antes e após a intervenção. A análise dos dados foi obtida através de uma análise descritiva da média e desvio padrão. Os resultados do estudo mostraram alterações na composição corporal em ambos os grupos, mas o grupo que se destacou foi aquele que associou treinamento com orientação alimentar. A conclusão foi que exercício físico associado a uma orientação nutricional se apresentou como uma estratégia mais eficiente quanto aos efeitos na composição corporal, do que quando o exercício físico foi utilizado isoladamente. Palavras-chave: Mulheres fisicamente ativas, hipertrofia, alimentação, composição corporal Abstract The present study deals with the evaluation of the effect of nutritional orientation on body composition in physically active women practicing bodybuilding. The sample consisted of 6 women, aged between 27 and 48 years (mean = 32.3 ± 5.4 years) living in the city of Aracaju, 1 Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Especialista em Bases Nutricionais da Atividade Física. Bacharel em Educação Física pela Universidade Tiradentes (UNIT). Graduado em Licenciatura pela Faculdade Claretiano. E-mail: llima1305@hotmail.com. 2 Graduada em Medicina pela Universidade Tiradentes (UNIT). E-mail: nayanenf_lima@hotmail.com 3 Mestre em Saúde e Ambiente pela Universidade Tiradentes (UNIT). Professora de Dermatologia do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (UNIT). Especialista em Pediatria e Dermatologia. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). E-mail: gleidegattodermato@hotmail.com.

state of Sergipe. The study was divided in two groups: Group 1, that only performed physical exercises (Bodybuilding) and Group 2, that performed physical exercises allied to a nutritional orientation, in the period of 8 weeks. The participants were submitted to anthropometric evaluation before and after the intervention. Data analysis was obtained through a descriptive analysis of mean and standard deviation. The results of the studies showed changes in body composition in both groups, but the group that stood out was one that associated training with food orientation. The conclusion was that physical exercise associated with a nutritional orientation was presented as a more efficient strategy regarding the effects on body composition, than when physical exercise was used alone. Keywords: Physically active women, weight training, nutritional guidance, body composition 1 INTRODUÇÃO As pessoas que buscam as academias geralmente se preocupam com a aparência física ou com a qualidade de vida. Entretanto, muitas vezes sofrem a influência de produtos impostos pela mídia, pelos colegas ou pelos treinadores. Dessa forma, essas pessoas são induzidas a hábitos alimentares que em grande parte não trazem benefícios ao organismo e acabam prejudicando a prática de exercícios físicos e, por isso, esse grupo torna-se mais vulnerável a mudanças na alimentação. Consequentemente, essas pessoas constituem um grupo de candidatos a receber orientações nutricionais para melhor qualidade de vida e beneficiar-se com os exercícios praticados (HIRSCHBRUCH; CARVALHO, 2002). Segundo Wolinsky e Hickson (2002), a nutrição é um dos fatores que podem aperfeiçoar o desempenho atlético, já que uma alimentação bem equilibrada pode reduzir a fadiga, permitindo que o treino tenha um maior tempo e que o atleta se recupere mais rapidamente entre as sessões de exercícios, além de aumentar as reservas energéticas e reduzir a possibilidade de contrair enfermidades. De acordo com (DIAS et al., 2005), o nutricionista tem um papel fundamental para a obtenção dos resultados esperados pelos atletas e praticantes de exercícios físicos em geral, como no treinamento com peso, cujos benefícios abrangem modificações corporais esteticamente satisfatórias. Os praticantes de musculação devem ser informados de que o consumo de uma dieta variada, com alimentos densos em nutrientes promove o equilíbrio adequado, e que esses alimentos têm um efeito potencialmente benéfico sobre a saúde quando consumidos regularmente e em níveis eficientes. (PEREIRA; LAJOLO; HIRSCHBRUCH, 2003). 56

Diversos estudos mostram que a manutenção ou o ganho de massa muscular esquelética contribuem para uma melhor qualidade e prolongamento da vida (HARAGUCHI; ABREU; HEBERTH,2006). Além disso, é necessária uma boa contribuição da nutrição, que oferece meios para que isto ocorra de forma mais efetiva (Fett. C e Fett. W, 2003), como também a determinação da composição corporal, que é utilizada para verificar e controlar a saúde e o estado físico de uma pessoa, e auxiliar no planejamento de um programa de treinamento (ROBERTS E ROBERGS, 2002). Para estimar as composições corporais, as equações antropométricas usam as dobras cutâneas e são muitos utilizadas nas academias para verificar o percentual de gordura corporal. A estimativa de um peso corporal saudável e a formulação de recomendações nutricionais e prescrição de exercícios é outra medida mensurável da composição corporal. A partir desse exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da orientação nutricional sobre a composição corporal em mulheres fisicamente ativas praticantes de musculação. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Todas as pessoas da amostra participaram livre e espontaneamente do experimento após leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, conforme resolução 196/96 do conselho nacional da saúde e do ministério da saúde. O estudo foi autorizado pela responsável da academia Radical, localizado na Rua E, no loteamento Aruana, Bairro Atalaia na cidade de Aracaju, no estado de Sergipe. A amostra foi retirada de um estudo composto por seis indivíduos do sexo feminino, entre 27 e 48 anos (x=32,3 ± 5,4), divididos em dois grupos. Grupo1, composto por três mulheres que só realizaram exercícios físicos (musculação) no período de oito semanas, orientados pelo professor de educação física, com frequência de quatro vezes semanais. O grupo 2, composto por três mulheres que realizaram exercícios físicos associados a uma dieta balanceada e variada, acompanhada por uma nutricionista, tendo cinco refeições fracionadas em café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Para os critérios de seleção todas deveriam praticar algum exercício físico há no mínimo um ano. Após a divisão dos grupos, todas as participantes foram avaliadas para análise da composição corporal, para quantificar o percentual de gordura (%G), a massa corporal magra (MCM), o peso corporal (PC) e o índice de massa muscular (IMC). 57

Para a obtenção das medidas antropométricas, utilizou-se um adipômetro científico de marca Cescorf com sensibilidade de 0,1mm, fita antropométrica de marca Sanny de dois metros de comprimento e uma balança antropométrica adulta de marca Welmy. Para a mensuração do IMC realizou-se a massa corporal (KG) / altura² (m²). As medições, tanto da massa corporal quanto da estatura, foram feitas na balança Welmy. Para as medições das dobras cutâneas foram escolhidas as dobras tricipital, peitoral, subescapular, axilar-média, suprailíaca, abdominal e da coxa. Utilizando o Protocolo de Pollock de 7 dobras, as medições foram feitas no lado direito do corpo das pessoas avaliadas, em posição anatômica. Foram apresentados e discutidos os resultados, oriundos das avaliações referentes às variáveis estudadas nos grupos 1 e 2, e foram utilizados os métodos estatísticos descritivos média e desvio padrão. 3 RESULTADOS Os valores de média e desvio padrão das variáveis antropométricas do grupo 1 e do grupo 2, antes e após o período de intervenção, de acordo com o índice de massa corporal (IMC), massa corporal (MC), porcentual de gordura (%MG) e massa magra (MM) (Tabela 1 e Tabela 2) são apresentados a seguir: Tabela 1: Variáveis antropométricas do Grupo 1 antes e após o período de 8 semanas. Variáveis Antropométricas Pré Pós MC(kg) 65 ± 4,08 65,47 ± 3,27 MG(%) 32,66 ± 1,56 M.M(kg) 40,08 ± 0,47 32,48 ± 1,56 41,31 ±1,28 IMC (kg.m 2 ) 23,69 ± 0,79 23,90 ±0,53 Fonte: Pesquisa realizada pelos autores em Aracaju-SE Tabela2: Variáveis antropométricas do Grupo 2 antes e após o período de 8 semanas. Variáveis Antropométricas Pré Pós MC(kg) 68,71 ±0,98 67,17± 0,82 MG(%) 32,78 ± 1,12 32,53 ± 1,12 M.M(kg) 32,53 ± 1,43 46,57 ±1,78 IMC (kg.m 2 ) 25,36 ± 0,55 24,74 ±0,35 Fonte: Pesquisa realizada pelos autores em Aracaju-SE 58

5 DISCUSSÃO Os resultados encontrados no presente estudo indicaram que no período de 8 semanas houve uma maior diminuição da massa corporal e do índice de massa corporal do grupo 2 em relação ao grupo 1. Segundo Francischi; Pereira e Lancha, 2001; Damaso et al, 2003, a prática de exercício físico, associada a uma dieta balanceada, torna mais fácil a adesão ao controle alimentar, o que favorece a perda de peso por promover um balanço energético mais negativo. Em relação à massa muscular, ambos os grupos tiveram um resultado positivo, mas houve um destaque, o grupo 2, que teve um aumento significativo no período de 8 semanas. Segundo Guyton e Hall (2002), o aumento da força muscular e da massa magra, ou seja, hipertrofia muscular, acontecem geralmente entre seis e oito semanas, coincidindo com os resultados desta pesquisa. Com relação ao percentual de gordura, houve uma pequena diminuição após a finalização do estudo em ambos os grupos e, supõe-se que isso se deva ao curto período de intervenção. Estudos semelhantes a este, mas com períodos de intervenção superiores a doze semanas, relatam redução significativa no percentual de gordura de sujeitos orientados nutricionalmente. (PULCINELLI; GENTIL, 2002; GUYTON; HALL, 2002) 6 CONCLUSÃO O presente estudo mostrou que o exercício físico associado a uma orientação nutricional é uma estratégia mais eficiente quanto aos efeitos na composição corporal, do que quando se utiliza apenas o exercício físico isolado. Então, pode-se observar a importância da participação de uma equipe multidisciplinar, com atuação conjunta dos profissionais de educação física, responsáveis por identificar e determinar as intensidades e cargas do treino, bem como quantificar o gasto energético em função do mesmo para cada indivíduo, e a necessidade do profissional nutricionista para orientar e elaborar uma dieta de maneira a gerar a oferta calórica adequada para obtenção de sucesso na melhora dos indicadores da composição corporal. 59

REFERÊNCIAS DAMASO, A; FREITAS, J, I, F; CHEIK, N, C. Balanço Energético e Controle de Peso. Guanabara Koogan. 2003. p. 259-272 DIAS, R, M; RITTI et al. Impacto de oito semanas de treinamento com pesos sobre a força muscular de homens e mulheres. Revista Brasileira Medicina do Esporte, v. 11, n. 4, jul. /Ago. 2005. FETT, C. A; FETT, W. C. R. Suplementação e treinamento para redução de peso e melhora da performance em lutador: estudo de caso. UNOPAR Cient. Ciênc.Biol. Saúde, Londrina, v. 5/6, n. 1, p. 57-67, out. 2003/2004. FRANCISCHI, R. P; PEREIRA, L. O; Lancha, A. H. J. Exercício, Comportamento Alimentar e Obesidade: Revisão dos Efeitos Sobre a Composição Corporal e Parâmetros Metabólicos. Revista Paulista de Educação Física. Vol. 15. Num. 2. 2001. p. 117-140. GUYTON, A, C; HALL, J, E. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2002. Cap. 84. HARAGUCHI, F. K; Abreu, W. C;HEBERTH, P.Proteínas do soro do leite: composição,pr opriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana. Revista Nutrição, Campinas, v. 19, n. 4, jul./ago. 2006. HIRSCHIBRUCH, M, D; CARVALHO, J, R. Nutrição esportiva: Uma visão pratica. São Paulo, SP: Manole, 2002. Cap. 7. PEREIRA, R, F; LAJOLO, F, M; HIRSCHBRUCH, M, D. Consumo de suplementos por alunos de academias de ginástica em São Paulo. Revista Nutrição. Campinas, jul./set. 2003. PULCINELLI, A, J; GENTIL, P. Treinamento com pesos: Efeitos na composição corporal de mulheres jovens. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v. 13, n. 2, p. 41-45, 2. Sem. 2002. ROBERG, R. A; ROBERTS, S.O: Princípios Fundamentais de Fisiologia do Exercício: Para Aptidão, Desempenho e Saúde. São Paulo.Ed. Phorte, 2002. WOLINSKY, I; HILCKSON, J, F. Nutrição no exercício e no esporte. 2. ed. São Paulo, SP: Roca, 2002. Cap. 1. 60