Gramática Visual. Composição



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Transcrição:

Gramática Visual Composição

Uma comunicação visual composta de formas expressivas possui um conteúdo de valores significativos.

As formas são organizadas num espaço limitado: o espaço visual ou campo de acção, da relação dessas formas com o espaço visual resulta a composição.

Assim, a composição pode ser definida como uma organização de formas num determinado espaço visual.

O espaço visual pode tomar as mais variadas formas: uma sala de aula, uma galeria de arte, uma toalha de mesa, uma tela, uma folha de papel, etc. ; pode, assim, ser um espaço bidimensional ( duas dimensões ), ou tridimensional ( três dimensões ), onde a comunicação visual é realizada.

Um espaço visual bidimensional é organizado por linhas implícitas ( linhas estruturantes, quer da forma quer da relação entre as formas ), linhas medianas, obliquas ou linhas curvas, pelas quais o olhar do observador tende a ser dirigido; num sentido ascendente ou descendente, para a esquerda ou para a direita.

A composição resulta pela organização das partes que a constituem, formando deste modo um todo unitário, a que não falta nenhuma das suas partes.

Deste modo, numa composição visual, a unidade, neste caso a coerente interacção das partes, quer entre elas quer entre o espaço onde são organizadas é, deste modo, um elemento essencial, tanto para a sua leitura, como, teoricamente, para a sua validação.

As qualidades de uma composição, resultam da eficaz interacção dos elementos estruturais da linguagem visual: ponto, linha, textura, cor e valor lumínico.

Estes elementos organizam-se segundo: - Unidade; - Equilíbrio; - Peso; - Ritmo; - Movimento.

Ao equilíbrio associamos imediatamente princípios da física, que nos diz que o equilíbrio pode ser: estável, instável ou indiferente.

O peso físico de um corpo equivale a uma força aplicada no seu baricentro e dirigida verticalmente de cima para baixo, devido à força da gravidade.

O equilíbrio pode existir por simetria (equilíbrio estático) ou por assimetria (equilíbrio dinâmico).

Na linguagem visual, consideram-se outras categorias de peso: o peso visual das formas, que dependem de factores como: a dimensão, a posição, a cor, a textura e direcção das formas realizadas no espaço visual.

Numa imagem bidimensional o conceito de ritmo está em analogia com o conceito de ritmo do mundo circundante. Pressupõe-se no conceito de ritmo uma noção de repetição, em interacção com um determinado intervalo.

O ritmo pode ser simétrico ou assimétrico.

O ritmo simétrico, resulta da translação de um elemento segundo um determinado intervalo constante; o elemento usado repete-se um determinado número de vezes, mas, se mudarmos uma das suas partes, alteramos, desta forma, a sua estrutura, originando um ritmo assimétrico, por consequência, mais dinâmico.

Numa composição dinâmica à que ter presentes factores como: a posição das formas, a sua deslocação no espaço visual englobando movimentos de dilatação e o aumento dos intervalos entre as formas; o contraste da cor, da textura, do valor lumínico, da aparência das formas, etc.

O artista plástico Paul Klee, considerou duas espécies de ritmos:

1) ritmos cadenciados que resultam da sucessão linear, segundo determinada ordem; uma sucessão de cheios e vazios, de luz e de sombra. Assim, cria escalas rítmicas alternadas onde se pode variar a medida, o peso, o espaço ou a forma.

2) ritmos estruturais que derivam de configurações espaciais estruturadas dando origem a ritmos em espaço.

O movimento tornou-se nas artes visuais cinéticas uma realidade física: os elementos são colocados em movimento real através de processos mais ou menos complexos.

A forma linear espontânea está intimamente ligada à percepção e expressão de ritmo visual, manifestando-se no movimento.

Nos trabalhos estáticos, o movimento é sugerido pela relação de tensões entre as diversas partes que constituem o todo, ou seja, a composição.

A noção de movimento é transmitida por uma cadência de registos que, desta forma, origina o factor tempo. De notar que a subdivisão das partes é um meio essencial na formação da composição.

Técnicas usadas na realização da sugestão de movimento nas composições visuais:

1- Sequência de posições de uma forma que se desloca no espaço, com modificações progressivas da sua aparência;

2- Sequência simples direccional de uma forma que se repete no espaço;

3- Fusão parcial das imagens correspondentes a diversas posições da forma no espaço;

4- Sobreposição de uma ou mais atitudes dinâmicas de uma forma;

5- Variação de tamanho de uma ou mais formas;

6- Alteração da ordem, dar novas orientações a uma forma de um conjunto ordenado de outras formas;

7- Sequência progressiva posicional de formas posicionadas no espaço visual;

8- Recurso à velocidade de registo, tendo em consideração o factor gestual.

Imagens retiradas do Flickr

Fim