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Estratégias da Engenharia de Produção para Otimização da Gestão Hospitalar no Município de Marabá-PA: Um Estudo de Caso com Foco na Gestão Pela Qualidade Alice Silau Amoury Neta Vitor Willian Batista Martins RESUMO A administração hospitalar pública, de forma mal planejada, pode ocasionar insatisfação no público que se utiliza desse serviço. Tendo em vista, o estudo dos fatores mais críticos durante a prestação de serviço hospitalar, para posterior proposta de intervenção corretiva, objetivando melhorias nessas áreas específicas, desenvolveu- se um estudo focado na identificação dos setores menos qualificados durante o processo de atendimento, apontados pelos próprios usuários desses, numa instituição hospitalar pública do interior do Pará. Mediante a aplicação de questionários ao público da instituição, houve a coleta do grau de satisfação do usuário em relação as mais diversas etapas da prestação de serviço referida. Após a identificação dos 2 setores de atendimento menos satisfatórios ao consumidor, a saber, a duração da prestação de serviço e a comunicação dos atendentes, foram sugeridos, ao gestor, procedimentos a serem adotados para maior eficiência da prestação do serviço, visando, com isso, a satisfação do usuário a partir da colaboração entre acadêmicos, pesquisadores e gestores no exercício de suas atividades. Palavras-Chaves: Qualidade; Prestação de Serviço; Setor Hospitalar; Modelo SERVQUAL. 1. Introdução A busca pela qualidade em serviços é um anseio dos consumidores com critérios avaliativos e potenciais de consumo elevados, com isso, as empresas que focam suas melhorias nesse setor, tendem a atingir maior agregação de valor aos seus produtos frente aos concorrentes. Neste estudo o modelo SERVQUAL é utilizado com o objetivo de minimizar as lacunas existentes na prestação de serviços hospitalares, a partir da análise de vários estágios dessa, oferecidos no setor público do interior do Estado do Pará, durante estudo de caso realizado em um recinto que atende regionalmente, e possui demanda significativa. A visualização da realidade hospitalar parte do olhar do consumidor atrelado às informações administrativas que possibilitem a verificação dos recursos disponíveis, para delimitação de melhorias, unida à análise teórica do universo hospitalar, para então, levantar-se propostas racionais direcionadas ao alcance de avanços, no que diz respeito, sobretudo ao

desempenho das disposições da prestação do serviço em questão. Seixas e Melo (2004) ao citar Fajardo Ortiz (1972, p. 10), afirma que as instituições de saúde encontram-se com estruturas antigas e rígidas, onde o médico, como diretor, é responsável pela atividade administrativa e clínica, assim, nosso enfoque maior que perpassa toda nossa pesquisa é possibilitar quebrar paradigmas, sem estilhaçar valores (MADEIRA, 2013), ao se analisar os avanços conquistados pelas gestões anteriores e sugerir uma nova e/ou conjunta forma administrativa, visando sempre melhorias no campo de prestação de serviços à população. O objetivo desse estudo consiste no levantamento de propostas gerenciais, baseadas na visualização do ambiente organizacional em questão, almejando a excelência da prestação de serviços e a satisfação do público consumidor. Além dessa, este artigo está estruturado em outras secções, A secção 2 que aponta os embasamentos teóricos utilizados na pesquisa, a secção 3 que explana acerca da metodologia utilizada na pesquisa, a secção 4 que aborda o passo-a-passo da análise dos resultados obtidos no presente artigo e a secção 6 que traz as considerações finais acerca do estudo em questão. 2. Fundamentação Teórica Frente ao cenário complexo que envolve o setor hospitalar, torna-se eficiente a utilização de ferramentas voltadas para melhoria qualitativa da prestação de serviços, bem como o emprego de estratégias da Engenharia de Produção que almejem a otimização da gestão nesse ramo de atividades, de modo que, encontra-se o modelo SERVQUAL como importante instrumento facilitador da visualização de setores críticos na prestação de serviços, permitindo o direcionamento de melhorias setoriais na estrutura organizacional em questão. 2.1 Gestão Hospitalar O hospital, enquanto instituição prestadora de serviços especializados que apresenta funções diferenciadas, de acordo com a especificidade do tratamento solicitado, pode ser caracterizada como uma organização complexa. Dessa forma, exige gestores como ferramentas gerenciais que possibilitem a avaliação do conjunto de ações internas que ofereçam serviços de qualidade para a população (SOUZA et al, 2009). Com a chegada da globalização as exigências por parte das organizações têm aumentado, com vistas à busca da instrumentalização necessária para dar sustentação aos seus negócios, da mesma forma, no setor hospitalar, há uma procura maior por controle de gastos e alocação de

recursos (LEMOS & ROCHA, 2011). Dessa forma, o âmbito de tomadas de decisões da gestão hospitalar deve possuir discernimento estratégico suficiente para saber conciliar interesses profissionais aos princípios éticos e morais, no exercício de suas atividades (LEMOS & ROCHA, 2011). 2.2 Modelo SERVQUAL Visualizar o sucesso empresarial a partir da expectativa do consumidor age como ferramenta estratégica que facilita a aquisição de clientes fidelizados, o que permite a estabilidade do negócio. Assim, tendo em vista a perspectiva do consumidor, as cinco dimensões da escala SERVQUAL para analisar a qualidade dos serviços são: Confiabilidade, Responsividade, Segurança/Garantia, Empatia e Tangibilidade (MARTINS et al, 2012, p. 284). No que diz respeito aos graus qualitativos, o serviço a ser analisado, a partir da perspectiva dos usuários, tem como vertentes direcionais a expectativa em relação ao serviço solicitado seguido da percepção acerca do serviço utilizado, referentes a amplitude do modelo de estudo em questão, que assume 5 dimensões, das quais a primeira diz respeito à confiança que o usuário sente em relação aos serviços oferecidos pelo estabelecimento, a segunda faz referência à resposta da organização às expectativas do usuário, a terceira leva em consideração o nível de segurança do usuário ao solicitar os serviços da organização em questão, a quarta se refere à comunicação dos servidores com o público consumidor e a última diz respeito aos aspectos físicos do estabelecimento onde o serviço é prestado. Segundo Parasuraman et al (apud LANNA & RESENDE, 2010, p. 6), a percepção que um consumidor tem da qualidade da prestação de serviço depende da natureza da discrepância entre o serviço esperado (SE) e o serviço percebido (SP), onde: a) Quando SE > SP, a qualidade percebida é insatisfatória; b) Quando SE = SP, a qualidade percebida é satisfatória; c) Quando SE < SP, a qualidade percebida é mais que satisfatória. Nesse sentido, a utilização dessa pesquisa de opinião gera parâmetros classificatórios para as disposições da empresa em questão, norteando positivamente o setor estratégico organizacional na tomada de medidas intervencionais de forma corretiva nos setores identificados frágeis da prestação de serviços da empresa em questão. É relevante, a verificação da identificação de falhas nos processos de execução do

serviço pelos clientes aos quais esses são destinados, também, com vistas à melhoria das maneiras de oferta e elevação do patamar de qualidade percebida, haja vista que, a falta de comunicação entre os prestadores de serviço e seus pacientes provoca receio em relação à avaliação da capacidade técnica do profissional, por parte desses, podendo ocasionar, muitas vezes, a deterioração da imagem da competência técnica dos profissionais atuantes no estabelecimento, a partir as minimização dos níveis de satisfação do cliente (CAMPOS, 2011). Enfim, ao agir como meio auxiliador de visualização de critérios críticos de desempenho, a partir das percepções do cliente, a avaliação da qualidade de serviço utilizando a escala SERVQUAL é uma importante ferramenta para detecção de falhas em serviços que precisam ser otimizados, sendo assim, um importante componente de mensuração de qualidade (MARTINS et al, 2012). 3. Método de pesquisa Para efetivação da pesquisa decorrente do presente artigo, aplicou-se o modelo SERVQUAL no decorrer de um Estudo de Caso in loco. De acordo com a metodologia em questão, após efetivada a inserção no ambiente de estudo, realizou-se a aplicação de questionários aos usuários do serviço, pacientes e/ou acompanhantes, para coleta de informações inerentes à prestação desse. Uma vez identificados os anseios e as percepções dos usuários em relação ao serviço hospitalar referido, houve a análise minuciosa dos resultados, com vistas à visualização de incidências qualitativas que norteassem os atributos de menor índice satisfatório, para a partir daí sugerir melhorias direcionadas. Nesse caso, em específico, houve uma adaptação do modelo SERVQUAL, uma vez que, a expectativa explorada dos usuários focou-se nos serviços prestados pelo estabelecimento em questão apenas, ao invés de expectativas ideais de serviços a serem oferecidos pelo ramo em questão, visto que a realidade que o presente artigo visa apontar diz respeito ao cenário regional apenas, em consequência dos serviços ali oferecidos se destinarem a esse público em particular. 4. Análise dos Resultados Esta secção encontra-se subdividida em 3 subsecções, que abrangem desde a aplicação dos questionários até a análise das diferenças percentuais entre expectativa e percepção das

dimensões qualitativas em estudo. 4.1 Aplicação dos Questionários A coleta das informações se deu a partir da realização de entrevistas direcionadas ao público consumidor do estabelecimento, constituídas de questionamentos de caráter objetivo e uniforme, para aquisição coerente das informações necessárias ao prosseguimento do estudo. As questões abordadas na exploração de percepções dos usuários, se encontra descrita na Tabela (1), abaixo: TABELA 1 Modelagem da questão-problema Tangibilidade Confiabilidade Responsividade Segurança Empatia Como você avalia as instalações físicas do estabelecimento, no que diz respeito à limpeza, organização, conforto e climatização? Como você avalia as condições físicas dos equipamentos médico-hospitalares no que diz respeito à conservação e funcionalidade? Apresentam condições de uso favoráveis? No que diz respeito aos funcionários, eles agem de maneira prestativa, quanto à retirada de dúvidas relacionadas aos serviços prestados? Como você qualifica a eficácia do atendimento recebido? Como você qualifica a comunicação dos atendentes? Ela ocorre de maneira clara, permitindo a fácil compreensão? O hospital mantém pacientes e acompanhantes sempre informados dos procedimentos que serão realizados? Qual seu nível de segurança em relação ao serviço prestado pelo hospital? Como você qualifica o conhecimento dos funcionários em relação aos procedimentos realizados? Eles possuem entendimento suficiente para sanar eventuais dúvidas que possam surgir durante a prestação de serviços? Os funcionários são atenciosos quanto às necessidades dos pacientes e acompanhantes? Como você qualifica a duração da prestação de serviço? Foi satisfatória? Fonte: Autores (2014)

O questionário acima foi aplicado à uma amostra de 98 usuários do serviço da instituição hospitalar estudada, de maneira que torna-se valida a pesquisa de opinião, de acordo com o cálculo da amostragem necessária para o público alvo dos serviços em questão. De acordo com dados cedidos pelo setor administrativo da organização, Tabela (2), tem-se uma média de demanda mensal, considerando-se os três últimos meses anteriores à pesquisa: TABELA 2 Média de Usuários do Serviço Mês Quantidade de Usuários Média de Usuários do Serviço Abril 3248 Maio 2989 3277 Junho 3594 Fonte: Autor (2014) Em posse dos dados da Tabela (2), se torna viável o cálculo do quantitativo de usuários necessário para as entrevistas, conforme indicado nos cálculos abaixo: Equação (1) Cálculo de Erro Amostral e de Tamanho Amostral Em que: no = Uma primeira aproximação pra o tamanho da amostra. Eo² = Erro amostral tolerável na pesquisa n = Tamanho da amostra N = Tamanho da população Dessa maneira, aplicando-se os dados adquiridos nas formulações, gera-se as seguintes equações específicas da avaliação em questão: Equação (2) Cálculo de Erro Amostral tolerável na Pesquisa em Questão Equação (3) Cálculo de Tamanho Amostral da Pesquisa em Questão

Dessa forma, o questionário foi aplicado aos 98 usuários do serviço (pacientes e/ou acompanhantes), resultando na seguinte tabela (3) dos percentuais qualificativos do hospital em questão: TABELA 3 Índices dos Percentuais Qualitativos da Pesquisa em Questão A partir da análise da Tabela 3, evidencia-se que, as médias referentes à expectativa são inferiores às médias relacionadas às percepções do público consumidor, o que qualifica como satisfatória a prestação de serviço do hospital em questão. É necessário ressaltar, porém, que uma das justificativas para a presença de índices baixos na expectativa de desempenho das disposições do hospital em questão, diz respeito, segundo apontamento dos próprios usuários do serviço, à elevada insatisfação dos usuários dos serviços públicos regionais de maneira geral, que ao se depararem com a prestação de serviço da organização em questão pela primeira vez, se surpreendem, haja vista a disparidade em relação às demais organizações prestadoras de serviços públicos locais. Considerando-se, porém, o fator com o menor índice satisfatório da pesquisa, apresentando apenas 82,2% de satisfação dos usuários, temos a comunicação dos atendentes, se tornando necessário, no entanto, investimentos voltados ao treinamento do pessoal, para que a linguagem seja acessível aos diversos públicos que recorrem aos serviços hospitalares do recinto, aliados a direcionamento de recursos direcionados ao aperfeiçoamento do ambiente de trabalho dos servidores, de maneira ergonômica, uma vez, que pouca satisfação do profissional atinge diretamente a qualidade do serviço que esse se dispõe a oferecer. Numa quarta Tabela, se encontram destacados os índices mínimos de expectativa e de satisfação dos usuários e as variações referentes às expectativas e percepções das respectivas dimensões dos serviços hospitalares oferecidos pelo recinto.

TABELA 4 Diferenças Percentuais entre Expectativa e Percepção das Dimensões da Pesquisa em Questão e acordo com a pesquisa referida, os dois aspectos da prestação de serviço que apresentaram pior expectativa de acordo com avaliação do público consumidor foram as mesmas que mais surpreenderam esses, apresentando maior variação entre expectativa e percepção, a primeira questão diz respeito à duração da prestação de serviço e a segunda se refere às condições físicas dos equipamentos médico-hospitalares. A partir da análise dos percentuais qualitativos podemos concluir ainda, que mesmo apresentando o maior percentual de ultrapassagem da expectativa inicial dos usuários, a duração da prestação de serviço ainda apresentou o segundo menor índice de satisfação dos usuários, dessa forma, há a necessidade de aplicações de melhorias no setor, que poderiam ser permitidas a partir de um melhor controle de agendamentos, estipulação de tempos médios para cada atendimento, permitindo assim, um agendamento mais coerente e personalizado, com vistas à minimização das filas de espera, previsão de demandas, enfim, a aplicação da filosofia Just in time, seria uma iniciativa bastante coerente na busca de aperfeiçoamento do quadro atual do estabelecimento em questão. Por fim, os investimentos de capital de giro, devem se direcionar prioritariamente aos setores considerados menos satisfatórios pelo consumidor, a começar pela comunicação dos atendentes, seguido da duração do serviço. Se observarmos, porém, os dois aspectos referidos, ambos dizem respeito à qualificação dos prestadores de serviço, necessária para que esses possam desempenhar melhor suas disposições no ambiente de trabalho, dessa maneira, investimentos direcionados ao treinamento do pessoal e ergonomia, poderiam se tornar as peças chaves para um salto ainda maior da qualidade percebida nos serviços oferecidos pela organização. D

5. Considerações Finais O objetivo do estudo em questão foi, a partir da mediação do modelo SERVQUAL, identificar os aspectos menos satisfatórios da prestação de serviços em uma instituição hospitalar do interior do Estado do Pará, com vistas ao levantamento de propostas intervencionais que possibilitem melhoria no desempenho das atribuições organizacionais, haja vista que esse modelo nos fornece diagnóstico sobre as falhas ocorridas na prestação de serviços por meio de dimensões que são determinantes no julgamento da qualidade pelos clientes (JUNIOR & TURRIONI, 2010). De maneira geral, os serviços disponibilizados pelo hospital sofreram avaliação bastante positiva pelos usuários, uma vez que, superaram percentualmente suas expectativas, todavia, para que a organização progrida qualitativamente, torna-se necessário aprimoramento de seus pontos menos potenciais, com vistas à melhoria contínua da qualidade dos serviços por ela oferecidos. Sob o ponto de vista gerencial, o estudo em questão sinalizou a contribuição do consumidor no setor de tomada de decisões, a partir da identificação dos aspectos mais delicados da prestação de serviços. Como proposta de pesquisas futuras, que permitem continuidade da discussão perpassada no presente artigo, podem ser aplicadas outras ferramentas de estudo de melhorias no estabelecimento em questão, como Ergonomia e Filosofia Just in Time. Referências LANNA, Giovani Blasi Martino; RESENDE, Daniel Carvalho de. Avaliação da qualidade dos serviços em escolas de idiomas: Uma adaptação do modelo SERVQUAL. XVII Simpósio de Engenharia de Produção, Bauru, nov., 2010. LEMOS, Vanda Márcia Ferri; ROCHA, Marcius Hollanda Pereira da. A gestão das organizações hospitalares e suas complexidades. VII Congresso Nacional de Excelência em Gestão, Brasil, agosto, 2011. MADEIRA, Louise. Conjecturas de uma Terapeuta de Casais e de Família, Brasil, 2013. Disponível em: https://twitter.com/low easy. Acessado em 11 de Agosto de 2013. MARTINS, Vitor William Batista; TRINDADE, Sandro Roberto Santos; MACEDO, Alcebíades Negrão; NEVES, Renato Martins das. Utilização do modelo SERVQUAL em uma rede de supermercados como instrumento de avaliação da qualidade. Iberoamerican Journal of Industrial Engineering, Florianópolis, v. 4, n. 7, p. 279-296, 2012.

SEIXAS, Maria Auxiliadora Souza e MELO, Hermes Teixeira de. Desafios do administrador hospitalar. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, a. 5, n. 9, p. 16-20, jan./jun., 2004. Agradecimento Os autores são gratos aos usuários do serviço em questão por terem se disponibilizado à participarem da pesquisa e ao setor administrativo por ter cedido os dados necessários ao desdobramento do estudo.