CUIDADO PREVENTIVO EM PRECAUÇÕES DE CONTATO: ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 1 ROSSATO, Karine 2 ; GIRARDON-PERLINI, Nara Marilene 3 ; MISTURA, Claudelí 4 ; ROSO, Camila Castro 5 ; CAMPONOGARA, Silviamar 6 RESUMO A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é considerada como uma unidade crítica para o ambiente hospitalar onde, frequentemente, cuida-se de pacientes que necessitam de precaução de contato para o controle da disseminação de microrganismos. Independentemente da condição clínica e presença ou não de infecção do enfermo, é fundamental que a precaução padrão seja adotada por todos os profissionais de saúde, em destaque a enfermagem, que está mais diretamente em contato com o paciente. Tal medida tem a finalidade de evitar a transmissão de microrganismos. O objetivo deste estudo é relatar a experiência como estudante de enfermagem junto à equipe de saúde de uma UTI na perspectiva do cuidado preventivo com pacientes em precauções de contato. Trata-se de um relato de experiência vivenciado na UTI do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Como resultados observou-se que entre os profissionais e estudantes de enfermagem existe a preocupação em lavar as mãos ao término de cada procedimento e não antes e depois dele, eliminando uma importante medida para a prevenção de infecções. A experiência possibilitou aperfeiçoar o conhecimento em relação ao contexto da prevenção 1 Trabalho de Relato de Experiência. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2 Apresentadora. Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Integrante do Grupo de Pesquisa Cuidado Saúde e Enfermagem. Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. E- mail: kaka.rossato@hotmail.com 3 Orientadora. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós Graduação em Enfermagem da UFSM. Integrante do Grupo de Pesquisa Cuidado Saúde e Enfermagem. Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. 4 Enfermeira. Mestranda em Enfermagem do Programa de Pos Graduação em Enfermagem da UFSM. Integrante do Grupo de Pesquisa Cuidado Saúde e Enfermagem. Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. 5 Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem. Bolsista CAPES. E-mail: camilaroso@yahoo.com.br 6 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: silviaufsm@yahoo.com.br 1
de infecção, sobre o papel dos profissionais da unidade nesse intuito, bem como constatar que é preciso um compromisso entre todos os membros da equipe para a mudança de rotinas de trabalho e busca por resultados positivos diante da prevenção da disseminação de microorganismos. Descritores: Unidades de Terapia Intensiva; Infecção Hospitalar; Cuidados de Enfermagem. ABSTRACT The Intensive Care Unit (ICU) is considered as a critical unit of the nasocomial environment where often it is cared of patients that need of contact precautions to control the dissemination of microorganisms. Independent of the clinical condition and the presence or absence of infection of the sick it is essential that the standard precaution is adopted for all health professionals in particular nursing that is more directly in contact with the patient. This measure has intention of to prevent the transmission of microorganisms. The aim of this study is to report the experience as nursing student together health team of an ICU in the perspective of the preventive care to patients in contact precautions. It is an experience report experienced in the ICU at the Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). As results it was observed that between the nursing professionals and students there is the preoccupation in to wash the hands to the end of each procedure and not only before and after him removing an important measure for the prevention of infections. The experience made possible to perfect the knowledge relative to the context of prevention of infection, the paper of the professionals of the unity in this intention as well as to evidence that is necessary an commitment between all the members team for the change of routines of work and the search for positive results in the prevention of the dissemination of microorganisms. Keywords: Intensive Care Units; Cross Infection; Nursing Care. 1. INTRODUÇÃO A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é considerada como uma unidade crítica para o ambiente hospitalar. Na UTI concentram-se pacientes graves e que apresentam doenças ou condições clínicas favoráveis a infecções hospitalares. Muitos desses pacientes já se 2
encontram infectados ao serem admitidos na unidade. A maioria dos paciente internados é submetida a procedimentos invasivos. Nesse contexto cuida-se de pacientes que necessitam de precaução de contato para o controle da disseminação de microrganismos, resistentes, ou não, a antibióticos. A precaução de contato está indicada nos casos de suspeita ou confirmação de colonização ou infecção por um microrganismo no qual o contato é uma fonte de transmissão (1). Frequentemente, os pacientes internados em UTI necessitam de procedimentos invasivos como a instalação de cateter venoso, cateter vesical, drenos, tubo endotraqueal, entre outros. Como estes procedimentos comprometem as barreiras de defesa natural do organismos, os mesmos estão tornam-se mais suscetíveis e expostos ao risco de infecções. Uma das principais formas de disseminação dos agentes infecciosos nos hospitais é pelas mãos, pois a conseqüência da não higienização das mãos é a transmissão cruzada de patógenos, que são tranferidos para outros indivíduos por meio do profissional que não lavou as mãos e que, por isso, atuam como veículo de transmissão (2). Dessa forma, independentemente do estado de infecção do enfermo, é fundamental que a precaução padrão seja adotada por todos os profissionais de saúde. A enfermagem, por estar mais diretamente em contato com o paciente, ocupa um destaque maior, evitando assim, a transmissão de microrganismos para outros pacientes e para os próprios profissionais de saúde. 2. OBJETIVO Este estudo tem como objetivo relatar a experiência como estudante de enfermagem junto à equipe de saúde da UTI na perspectiva do cuidado preventivo com pacientes em precauções de contato. 3. METODOLOGIA Trata-se de um relato de experiência vivenciado no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), hospital escola que tem sua atuação voltada para o desenvolvimento do ensino, pesquisa e da assistência em saúde. As atividades desenvolvidas são denominadas como extracurriculares realizada através do Programa de Formação Complementar em 3
Enfermagem (PROFCEN) (3), o qual articula ensino e extensão nos espaços de atenção à saúde, ampliando o processo de formação acadêmica. A atividade foi desenvolvida em uma unidade hospitalar de Terapia Intensiva Adulta e ocorreu no mês de julho de 2011, com duração de vinte dias. A escolha da unidade foi determinada pelo interesse pessoal e a consideração pela importância do cuidado de enfermagem à pacientes portadores de doenças graves. Neste local atuam profissionais de diferentes áreas, tais como: médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, técnicos de enfermagem, entre outros. A meta traçada para esta atividade de extensão foi acompanhar o enfermeiro nas ações de sua competência com enfoque nos cuidados preventivos de infecção na assistência e implementação do processo de enfermagem. As atividades envolveram a troca de experiências com os profissionais da equipe (técnico-científico), cuidados ao paciente e seus familiares e acompanhamento da dinâmica da unidade. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES O primeiro contato mantido com a UTI foi durante as aulas teórico-práticas realizadas no quinto semestre de graduação em enfermagem. A duração dessa atividade curricular foi relativamente curta e com foco na realização e observação dos diversos procedimentos presentes na unidade, como os cuidados técnicos, a rotina da unidade, o diálogo com familiares e pacientes, entre outros. Com a realização dessas atividades, percebi que havia um número significativo de pacientes com infecções bacterianas e, devido a isso, emergiu o interesse em aprofundar o conhecimento nos cuidados preventivos à pacientes críticos que necessitam de precauções de contato. Durante o andamento das vivências buscou-se observar entre os profissionais e, principalmente os enfermeiros, como estes utilizavam os meios de prevenir a disseminação de microorganismos e com que frequencia. Nesse sentido, a atenção foi direcionada aos cuidados desenvolvidos em situações de contato direto com o paciente, ou seja, que requerem a lavagem das mãos. Nota-se que entre os profissionais e estudantes de enfermagem existe uma preocupação em lavar as mãos, predominantemente, ao término do procedimento, eliminando assim uma importante medida para a prevenção de infecções. 4
Porém, notou-se que o uso do avental é uma conduta que estava presente durante a realiazação da maioria dos procedimentos, seja leito privativo ou não, promovendo assim, uma proteção para a pele e a roupa do profissional e reduzindo a possibilidade de transmissão e disseminação de microorganismos. Também verificou-se que a assepsia era observada na maioria dos objetos que a equipe utilizava com cada paciente, por exemplo, o termômetro, o esfignomanômetro e o estetoscópio. Porém não foi observado o cuidado de assepsia em objetos que, mesmo não sendo contato direto com o paciente, passam de mãos em mãos transmitindo microorganismos, que é o aparelho de teste de glicose periférica(hgt) e as pranchetas de enfermagem. Portanto, para o cuidado preventivo de todos os pacientes, independente de diagnóstico, condição clínica e estado de infecção é fundamental que os profissionais de saúde, em destaque a enfermagem, adotem a precaução padrão no cotidiano, pois assim evitam a transmissão de microorganismos para outros pacientes e para os próprios profissionais de saúde (4). 5. CONCLUSÃO A realização desta atividade acadêmica extracurricular na UTI constituiu-se na possibilidade de aperfeiçoar o conhecimento em relação à maneira como a equipe de enfermagem da UTI utilizava as medidas de precaução de contato, contribuindo para melhor compreender sobre o processo que se relaciona a prevenção e a disseminação dos microorganismos cada vez mais frequentes nestas unidades hospitalares. Sendo a higienização das mãos uma das medidas mais simples, efetiva e com menos custo na prevenção das infecções hospitalares, percebeu-se que a equipe de enfermagem da UTI não realizava muito frequente a limpeza das mãos, nem antes e nem depois de qualquer procedimento. Todo paciente ao ser hospitalizado está sujeito a riscos, podendo até morrer devido a infecções. É preciso que exista um compromisso entre todos os membros da equipe, para a mudança de rotinas de trabalho na busca por resultados positivos. Portanto, a participação de todos os profissionais da área da saúde que oferecem assistência direta e/ou indireta aos pacientes, são responsáveis pela adoção de medidas preventivas com relação às infecções. 5
6. REFERÊNCIAS 1. Dianna B, Bolyard EA, Tablan VOC. Segurança e controle de infecção. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores; Tradução de Henrique Cosendey; 2000. 2. Trabasso P. Adesão à lavagem das mãos ainda é pequena. Rev Meio de Cultura 2002; 19: 15-8. 3. Beuter M, Neves ET, Magnago TSBS, Weiller TH. Programa de Formação Complementar em Enfermagem/PROFCEN [digitado]. Santa Maria, 2009. 4. Ministério da Saúde. Portaria nº 2616 de 12 de maio de 1998. Diário Oficial (Brasília); 1998. 6