A NR-32 E O ENFERMEIRO PROTAGONIZANDO A SEGURANÇA E A SAÚDE DE TRABALHADORES DE ENFERMAGEM 1 RESUMO
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- Terezinha Pedroso Barbosa
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1 A NR-32 E O ENFERMEIRO PROTAGONIZANDO A SEGURANÇA E A SAÚDE DE TRABALHADORES DE ENFERMAGEM 1 DISSEN, Caliandra Marta 2 ; BECK, Carmem Lúcia Colomé 3 ; MAGNANO, Tânia Solange Bosi de Souza 4 ; FREITAS, Natiellen Quatrin 5 ; SANGOI, Thais Picolin 6 ; FERREIRA, Emanuelli Mancio 7 RESUMO Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, que teve por objetivo relatar a experiência de uma acadêmica de enfermagem em relação a como o enfermeiro protagoniza na prática a vigência de legislações específicas como a NR-32 frente à equipe de trabalhadores de enfermagem. Como metodologia, utilizou-se o embasamento teórico obtido a partir dos conteúdos de uma Disciplina Complementar de Graduação do curso de graduação em enfermagem de uma Universidade Federal do Sul do Brasil somado às ocasiões práticas vivenciadas pela acadêmica em um hospital escola da referida instituição de ensino. Como resultados, discutiram-se aspectos da NR-32 relacionados à atuação do enfermeiro e o (des) cumprimento da legislação na prática. Concluiu-se que o enfermeiro 1 Relato de Experiência.Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2 Acadêmica do 7º Semestre de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM - RS. Bolsista PIBIC/CNPq 2011/ kalidissen@yahoo.com.br 3 Doutora em Enfermagem, Docente Associado do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM-RS. Vice-Líder do Grupo de Pesquisa Trabalho, Saúde, Educação e Enfermagem da UFSM/Brasil. 4 Doutora em Enfermagem, Docente Associado do Departamento e do Programa de Pós-Graduação de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM-RS. Líder do Grupo de Pesquisa Trabalho, Saúde, Educação e Enfermagem da UFSM/Brasil. 5 Acadêmica do 7º Semestre de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM - RS. Bolsista PROBIC/FAPERGS 2011/ Acadêmica do 7º Semestre de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM - RS. 7 Acadêmica do 7º Semestre de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM - RS. Bolsista PIBIC/CNPq. 1
2 possui grande potencial de mudança, porém nem sempre se utiliza deste para transformar a realidade que vivencia. Descritores: Enfermagem; Enfermagem do trabalho; Estudantes de enfermagem. ABSTRACT The present work is a study of experience report that aimed to report the experience of an academic of Nursing relative to how the Nurses are providing, in practice, the normatives procedures of a specific legislation such as the NR-32, on the nursing staff. Theoretical support derived from the contents of the supplementary discipline of undergraduate in Nursing of the Universidade Federal do Sul do Brasil, added to the practices situations experienced by the academic inside of a teaching hospital of same educational institution were used as the methodology in this study. As results, aspects of the NR-32 were discussed and related to the nurses' performance and (no)compliance in practice. It was concluded that the Nurse has great potential for change, but do not always use it to transform the reality experienced. Descriptors: Nursing; Occupational health nursing; Students nursing. 1. INTRODUÇÃO A enfermagem é uma profissão que tem inerentes ao seu campo de atuação diversas situações de trabalho que podem vir a acarretar uma série de riscos para a saúde e de acidentes para os trabalhadores desta classe. Sendo assim, na falta de uma legislação específica, que respaldasse e protegesse a esses e aos demais trabalhadores da área da saúde, foi elaborada a Norma Regulamentadora de número 32 (NR-32). A NR-32, vigente desde 2006, objetiva estabelecer diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde e daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral 1. Entre os profissionais contemplados pela NR-32, destaca-se neste relato a categoria de trabalhadores de enfermagem, com enfoque ao profissional enfermeiro que se vê diante 2
3 da responsabilidade de coordenar uma equipe. Fundamenta-se a complexidade deste ofício com base no cotidiano da Enfermagem, no qual o enfermeiro responsabiliza-se por um lócus de trabalho onde é comum observarem-se situações de risco que podem vir a causar danos a ele próprio e aos demais trabalhadores que este gerencia. Sendo assim, percebe-se a relevância da discussão que permeia a atuação do enfermeiro frente ao (des) cumprimento e efetividade de medidas legais como a NR-32 a fim de evitar situações de risco para sua equipe, sendo este profissional de vital importância frente à implementação da NR-32 nas instituições de saúde. 2. OBJETIVO Relatar a experiência de uma acadêmica de enfermagem em relação a como o enfermeiro protagoniza na prática a vigência de legislações específicas como a NR-32 frente à equipe de trabalhadores de enfermagem. 3. METODOLOGIA Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência elaborado com base na vivência de uma acadêmica de sétimo semestre de enfermagem frente à fundamentação teórica obtida e contextualizada durante uma disciplina complementar de graduação (DCG) da grade curricular do curso de graduação em Enfermagem de uma Universidade Federal do Sul do Brasil. As aulas da DCG supracitada e intitulada "Trabalho e Saúde do trabalhador", somaram um total de 30 horas e foram ministradas no segundo semestre letivo do ano de Os conteúdos propostos por esta disciplina enfocaram temas relacionados à saúde dos trabalhadores, com destaque para a implementação da NR-32. Além disso, este estudo conta com reflexões elaboradas a partir da vivência prática desta acadêmica no decorrer de sua caminhada em todos os semestres do curso, durante as aulas práticas acompanhadas por enfermeiros docentes e assistenciais. Tais considerações se referem ao cumprimento da NR-32 e à atuação do enfermeiro nesse processo, basearam-se na conduta de profissionais de enfermagem, sobretudo o enfermeiro, de um hospital escola localizado nas dependências desta universidade. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3
4 Como resultados, este estudo conta com reflexões acerca da legislação (NR-32) relacionada à prática do enfermeiro e a equipe de trabalhadores de enfermagem de acordo com a percepção e experiências de uma acadêmica de enfermagem. Considerando o ser humano e sua saúde como referência para a saúde ocupacional, deve-se tomar como base para a execução de práticas de segurança do trabalho a ergonomia, a higiene ocupacional e a adequação do ambiente e do instrumental às necessidades humanas, promovendo a integridade física e psíquica da equipe de enfermagem 2. Diante deste preceito, a acadêmica se vê instigada a questionar-se se o profissional enfermeiro dispõe destas condições para coordenar a equipe, chegando à conclusão de que na realidade analisada isso não ocorre. Percebe-se assim que nem mesmo a existência de uma norma regulamentadora específica como a NR-32 é suficiente para garantir à equipe de enfermagem condições laborais dignas e legais. Aprofundando-se na NR-32, no número , que diz que em toda ocorrência de acidente de trabalho envolvendo riscos biológicos, com ou sem afastamento do trabalhador, deve ser emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho, já se tornou possível constatar um exemplo de descumprimento dessa lei. Na realidade acompanhada pela acadêmica, destaca-se que nem sempre o enfermeiro toma ciência do que acontece com o seu grupo de trabalhadores, como resultado crescem os índices de subnotificação e são ineficazes medidas de prevenção que deveriam ter sido implementadas pelo enfermeiro. Por negligência ou não, percebe-se que muitas vezes os acidentes de trabalho acabam por ser subestimados, tornando ineficaz a NR-32. Outra questão discutida em aula e observada pela acadêmica no hospital escola se relaciona com o uso de EPI s, citados pela NR-32 no número como dispositivos que deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho. No entanto, essa prática não é realidade em relação a certos equipamentos, como é o caso dos óculos de proteção que não se encontram em boas condições de conservação. Em outras situações, não há a habilitação e incentivo necessários aos trabalhadores para o uso de EPI s, um exemplo disso é quanto ao uso de máscaras em isolamentos. Nessas situações, acredita-se que o enfermeiro deve alertar os demais integrantes da equipe de enfermagem quanto ao uso regular e/ou adequado das mesmas, fiscalizando, inclusive. Sobre a falta de EPI s, a legislação específica da enfermagem garante que o enfermeiro tem direito de exercer suas atividades profissionais em condições de trabalho 4
5 que promovam a própria segurança, segundo as normas vigentes, cabendo a ele recusar-se desenvolver atividades profissionais na falta destes materiais definidos na legislação específica 3. Logo, defende-se que cabe a esse profissional valorizar esse direito, dando o exemplo para os demais; porém, por vezes, a acadêmica presenciou situações não de recusa dos enfermeiros e sim atitude de quem desempenha suas funções independentemente de questões legais, visando principalmente o atendimento a quem precisa, abdicando, como é o caso, de seus direitos em prol da saúde alheia. Para que tais situações sejam diferentes, defende-se que os trabalhadores de enfermagem precisam ser rigorosamente incitados a manter sua saúde ao trabalhar, não sendo cúmplices do não cumprimento da legislação. Assim, acredita-se que possam surgir caminhos que diminuam os riscos de adoecimentos e acidentes no trabalho com base no seguimento da NR-32, fazendo-a efetiva. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A experiência relatada contribuiu para o amadurecimento da acadêmica de enfermagem, já que permitiu a ela perceber o potencial de transformação do qual o enfermeiro dispõe e deve por obrigação utilizá-lo no sentido de fazer aplicável toda e qualquer legislação, e, principalmente atuar ativamente para garantir e melhorar a saúde dos trabalhadores de enfermagem. Com tudo, incentiva-se que mais reflexões a cerca da saúde do trabalhador sejam elaboradas para fortalecer cada vez mais essa temática a fim de diminuir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais. Generalizando, defende-se que o enfermeiro deve estar atento aos riscos para a saúde ocupacional da equipe de enfermagem e atuar no sentido da prevenção e de acordo com a lei. REFERÊNCIAS 1 Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Portaria GM n.º 485, de 11 de novembro de 2005 e Portaria GM n.º 939, de 18 de novembro de /11/08. Disponível em: Acessado em: 12 de março de
6 2 Leitão ITA, Fernandes AL, Ramos IC. Saúde ocupacional: analisando os riscos relacionados à equipe de enfermagem numa unidade de terapia intensiva. Cienc Cuid Saude. 2008; 7(4): Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN 311/2007. Aprova a reformulação do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Rio de Janeiro: COFEN;
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