COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: AÇÕES DIGITAIS DE BOLSISTAS QUE ATUAM NA EDUCACAO INTEGRAL

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Transcrição:

COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: AÇÕES DIGITAIS DE BOLSISTAS QUE ATUAM NA EDUCACAO INTEGRAL CALIGIORNE, Darsoni de Oliveira 1 RESUMO: O artigo aborda o resultado de pesquisa sobre o desenvolvimento e uso do ambiente virtual mediado por práticas pedagógicas através do uso de tecnologias digitais proporcionando novas possibilidades metodológicas para o ensino-aprendizagem de bolsistas do curso de pedagogia que atuam no Programa de Educação Integral. A metodologia incluiu a seleção e analise na rede social Comunidade Virtual, das contribuições, socialização e compartilhamento de experiências das práticas pedagógicas visando o aprendizado de forma cooperativa. Os resultados evidenciaram que a apropriação e construção do conhecimento em espaço virtual contribuem na superação da visão de que toda comunidade é uma comunidade de aprendizagem, e para promover um espaço que valorize uma aprendizagem colaborativa é importante refletir sobre as estratégias de apropriação e construção do conhecimento em espaço virtual num processo coletivo para a construção do conhecimento significativo. PALAVRAS-CHAVE: Comunidades Virtuais. Mediação Pedagógica. Ciberespaço. Formação Docente. EIXTO TEMÁTICO: Docência, inovação e tecnologia para a Educação. 1 darsoni@terra.com.br / ORCID 000.003-1696-3269 Pesquisadora NECT/FaE/UEMG NEPCED/FAE/UFMG PRODOC/FAE/UFMG Brasil Pedagoga - Mestre em Engenharia de Produção UFSC

INTRODUÇÃO As transformações técnico-científicas-informacionais, econômicas, sociais, culturais e políticas pelas quais a sociedade contemporânea tem passado, vêm provocando impactos e perspectivas no campo educacional, sendo uma delas a difusão dos multimeios didáticos, enriquecendo e diversificando a sua forma de encaminhar o processo ensino-aprendizagem. Neste sentido a escola não pode ignorar a revolução tecnológica presente nesse contexto que vem proporcionando o surgimento de uma nova sociedade que tem como elemento a técnica, a informação e o conhecimento. (CALIGIORNE, 2012, p.88) O processo educativo está passando por grandes transformações provocadas pela democratização da tecnologia, novos tempos, etnias, grupos sociais, tornando- se necessário buscar novos paradigmas educacionais que orientem a aprendizagem e o ensino, tanto em termos metodológicos como terminológicos. Mill, (2010, p.83) considera que em função dos tempos e espaços, em função das mudanças no mercado de trabalho e das transformações decorrentes do desenvolvimento técnicocientífico, tanto o professor quanto o estudante adquirem novas configurações. O professor deixa de ser o detentor de um saber e o estudante deixa de ser um ser passivo no processo ensino-aprendizagem. A relação professor e aluno representa na dinâmica da sala de aula um elemento essencial para a organização do trabalho docente no ensino presencial. Segundo Behrens (2000) é preciso desenvolver uma abordagem pedagógica que valorize a aprendizagem colaborativa, redimensionando a metodologia desenvolvida na sala de aula, através de uma prática pedagógica fundamentada no ensino com pesquisa, através de projetos de aprendizagem que possibilitam a reflexão sobre o conhecimento acessado, num processo coletivo para a construção do conhecimento significativo. Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo descrever e analisar a utilização por parte das bolsistas que atuam no programa escola integrada (PEI) nas escolas municipais de Belo Horizonte, dos recursos tecnológicos disponibilizados no ambiente virtual online tendo como princípio a atividade pedagógica docente. DOS FATOS A incorporação e reconhecimento da era digital, como uma forma de conhecimento, o processo de aprendizagem colaborativa torna-se um desafio para a ação docente, na qual professor e aluno participem de um projeto contínuo de aprender e ensinar de forma criativa, dinâmica, significativa e transformadora. (FRANCISCO, 2011; MASSETO, 2000).

Giroux (1996) ao refletir sobre as questões que envolvem a formação docente e o uso das TICs como recurso didático destaca que o domínio das ferramentas tecnológicas e sua utilização de forma acrítica tem deteriorado a função social do conhecimento e, por conseguinte a função social do trabalho docente. Por outro lado, a utilização das novas tecnologias da informação e da comunicação como ferramenta pedagógica auxilia nas formas de interação e no processo de apropriação e construção do conhecimento. Existem varias ferramentas e ambientes tecnológicos, dentre e-mail, listas de discussão, fóruns, newgroups, ambientes de conversação on-line, chats, ambiente de aprendizado baseado na web, portais da web, servidores de compartilhamento de arquivo, que promovem a interação entre professor e aluno, no entanto o processo de aprendizagem colaborativa acontece durante dinâmicas de troca, colaboração com vistas a um objetivo específico (Coscareli, 2002) Há porem, as comunidades virtuais, surgem como espaços em que acontece o aprendizado, de forma cooperativa, no qual o aluno assume o papel ativo na construção do seu conhecimento de acordo com tema da comunidade e o educador tem o papel de orientador. Para Lévy (1999) a direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da inteligência coletiva no domínio educativo, é a da aprendizagem cooperativa. Segundo Magdalena e Costa (2005), as Comunidades Virtuais de Aprendizagem promovem um novo modo do ser, de saber e de apreender, em que cada novo sistema de comunicação, da informação cria novos desafios, que implicam novas competências e novas formas de construir conhecimento. Para Coll et all (2010) nem toda comunidade é, necessariamente, uma comunidade de prática ou uma comunidade de aprendizagem. É preciso estar atento ao conceito de comunidade, que envolve um conjunto de pessoas com características ou interesses comuns, que pode compartilhar ou não objetivos e dividem um território ou espaço geográfico. ( Coll et all,2010,p.270) É preciso caracterizar as comunidades virtuais e comunidades virtuais de aprendizagem. Uma comunidade virtual é um espaço de interação, comunicação, troca de informação e de encontros associados a todas as possibilidades que uma as tecnologias da informação e comunicação permitem. Uma comunidade virtual de aprendizagem permite que seus membros partilhem e construam ideias e opiniões que proporciona uma melhora na compreensão entre os atores. Segundo Coll et all (2010), são dividas em três níveis, associadas aos objetivos e expectativas de seus membros. Tais comunidades virtuais são classificadas, de

acordo com o interesse, de acordo com a participação e aquela que esta relacionada à aprendizagem. A comunidade virtual de interesse (CVI) envolve o acesso à informação atualizada sobre o tema de interesse a qualquer hora e de qualquer lugar, no qual o interesse está associado ao ter acesso a outros, criando vinculo de apoio, ajuda ou troca. Criando um espaço de pertencimento. A comunidade virtual de participação (CVP) tem o interesse como passo inicial de valorização entre os envolvidos, cuja organização gira em torno de uma prática específica. O terceiro nível envolve a comunidade virtual de aprendizagem (CVA) tem como foco m conteúdo ou tarefa de aprendizagem e tem como característica a participação e interesse. Fazem uso de recursos das tecnologias da informação e comunicação, para trocar, informar, comunicar e promover a aprendizagem. Com essa perspectiva, e uma vez que, na atividade pedagógica, o professor é um elemento primordial na concretização do currículo (SACRITÀN, 2000) que permite a constituição de sua identidade e contribui para ampliar a função do trabalho docente (NOGUEIRA, 2006) A metodologia utilizada foi da pesquisa colaborativa, que possibilita a integração entre pesquisadores e professores [...] tanto em processos de produção de conhecimento quanto de desenvolvimento interativo da própria pesquisa [...] (IBIAPINA, 2008, p.25). Segundo Gatti (2005), esta técnica possibilita a reflexão crítica sobre o seu trabalho na medida em que eles participaram na construção de ações pedagógicas e digitais de desenvolvidas nas interações durante a pesquisa: descrição, informação, confronto e reconstrução. RESULTADOS E DISCUSSÃO A metodologia foi desenvolvida com graduandos-bolsista do curso de pedagogia da Faculdade de Educação FaE - que atuam na escola de tempo integral dos anos iniciais da rede municipal de ensino de Belo Horizonte na perspectiva de uma aprendizagem colaborativa e desta forma contribuir para o desenvolvimento de práticas pedagógicas mediadas por novas possibilidades metodológicas para o ensino-aprendizagem. O contato com as graduandas-bolsistas foi realizado através rede social online facebook -, proporcionou que se conseguisse variada informações sobre o um ambiente com princípio a atividade pedagógica docente.

Figura 1. Rede Social online Fonte: Comunidade Virtual FaE/UEMG Na figura 1, temos a apresentação da rede social online além de operar em vários níveis tornou-se ponto de encontro da sociedade na era da Informação. No facebook a finalidade é facilmente apresentada pela imagem de abertura da página facilitando o contato com as informações e forma de navegação. Garantindo o ponto de encontro entre os graduandas-bolsistas. Neste espaço de interação e implantação da comunidade virtual, os membros encontram a regras de participação, as características da atividade e a forma de partilha de ideias de natureza profissional. Caracterizando desta forma o primeiro nível, isto é, a comunidade virtual de interesse, no qual os membros obtém informação sobre um tema de interesse do grupo, com possibilidades de estabelecer comunicação, troca, apoio, ajuda com os outros membros. Figura 2. Rede Social online Fonte: Comunidade Virtual

Figura 3. Rede Social online Fonte: Comunidade Virtual FaE/UEMG De acordo com a figura 2 e 3, identificamos a participação dos graduandas-bolsistas no espaço virtual o que segundo Levy, 1999 (Apud, CALIGIORNE, PRIMO, VENICIO,DUARTE, MATTA, 2017), constituem-se em diversos nós que contribuem para um processo de criação, codificação, gestão e disseminação de informação e conhecimento. Sendo possível adicionar, modificar conteúdos ou parte, criando uma inteligência coletiva. Figura 4. Rede Social online Fonte: Comunidade Virtual FaE/UEMG Um aspecto marcante na Figura 4 é a dualidade do ambiente virtual do Facebook, que permite expressar de uma maneira informal, como a linguagem visual que tem por função repassar informações de maneira mais rápida e que alcance a todos. Os sujeitos vão se tornando autores, a partir de suas reflexões e opiniões.

Figura 5. Rede Social online Fonte: Comunidade Virtual FaE/UEMG Outro ponto a destacar, é a possibilidade de divulgação de projetos, que está presente na figura 5. Esta ação pedagógica permite aos graduandas-bolsistas e educandos interagirem em relação aos conteúdos postados fazendo assim com que as discussões saiam do facebook para a sala da aula. Nas figuras 4 e 5, o interesse em participar e envolver, demostra o segundo nível da comunidade virtual, pois apresenta praticas que oportuniza questionar e avaliar as contribuições apresentadas ao grupo. A troca de informação através o ambiente virtual constrói um espaço de reconhecimento e valorização da participação dos graduandas-bolsistas que assumem papeis ativos na solução coletiva de problemas. A rede social facebook é um espaço de socialização e compartilhamento de experiências e contribui para desenvolver de ações digitais. No entanto no campo educacional nem toda comunidade é uma comunidade de aprendizagem, que possa promover um espaço que valorize uma aprendizagem colaborativa. Neste sentido o uso de ambientes virtuais, contribuíram para formação e ações pedagógicas por monitores do curso de pedagogia da FaE que atuam no Programa de Educação Integral dos anos iniciais da rede municipal de ensino de BH, bem como um caminho teórico metodológico, para refletir o uso de ambientes virtuais na formação on-line de educadores. CONCLUSÃO Uma vez que a comunidade envolve um conjunto de pessoas que compartilham características e interesses comuns, e integra a comunidade de aprendizagem, e é um dos princípios da construção da comunidade virtual de aprendizagem. As ações digitais utilizadas pelas graduandas-bolsistas do curso de pedagogia da FaE/UEMG que atuam no Programa Escola Integrada dos anos iniciais da rede municipal de Belo Horizonte, apresentam elementos que caracterizam a formação de uma

comunidade de virtual de aprendizagem pois envolve: os interesses comuns, compartilhamento em território virtual das práticas e atividades com objetivos comuns e associadas a projetos educacionais. O desafio para a organização, estrutura e gestão das comunidades virtuais de aprendizagem, esta relacionado, no entanto, as ações digitais no espaço virtual devem ser devem ser alimentadas e estruturadas de forma dinâmica, para evoluírem com o tempo com novas propostas, em um processo coletivo que cria vínculos entre os membros. REFERÊNCIAS BEHRENS, Marilda Aparecida. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: MORAN, José M.; MASSETO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000. p.67-132. CALIGIORNE, Darsoni de Oliveira. Os desafios da ead: reflexões da tutoria on-line na perspectiva de sua função mediadora entre as tics e o processo de aprender na sociedade do conhecimento. Anais do IV eminário de Educacão a Distância: Tão Longe, Tão Perto. Belo Horizonte, 04/06/2012. CALIGIORNE, Darsoni de Oliveira et all. A web rádio na rede social. In: CALIGIORNE, Darsoni de Oliveira (Org. ). Pesquisa, Extensão e Conhecimentos: diálogos possíveis. Curitiba: CRV, 2017. P.57-68. COSCARELLI, Carla Viana. Entre textos e hipertextos. In: COSCARELLI, Carla Viana (Org.). Novas Tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. p.65-84. GATTI, B.A.Grupo Focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília, DF:Liber Livro, 2005. GIROUX, Henri. Jovens, diferença e educação pós-moderna. In: CASTELLS, Manuel. Novas perspectivas críticas em educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. IBIAPINA, I.M.L.M. Pesquisa colaborativa: investigação, formação e produção de conhecimentos. Brasília, DF:Liber Livro, 2008 LEVY, Pierre. Cibercultura. Trad. de Carlos Irineu da Costa. 2º ed. São Paulo: Ed. 34, 1999. MAGDALENA, Beatriz Corza e COSTA, Iris Elizageth Tempel. Novas formas de aprender: comunidades de aprendizagem. In: SALTO PARA O FUTURO, 15, 2005, Brasília. [Publicações Eletrônicas da TV Escola]. Disponível em: < http://tvescola.mec.gov.br/tve/salto/publicacao>. Acesso em: 30 mar 2007. MASETTO, Marcos T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, José M.; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000. p. 133 173.

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