UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS UFG Pró-Reitoria de Administração e Finanças PROAD GESTÃO DE TELEFONIA NA UFG Eng. Leonardo E. Guimarães
Telecomunicações/telefonia no Brasil CONCESSÕES (MEADOS DO SÉCULO XIX) ESTATIZAÇÃO E NACIONALIZAÇÃO (MEADOS DO SÉCULO XX) PRIVATIZAÇÃO (1998) Telebrás é leiloada/dividida em quatro empresas: Telesp/Brasil Telecom/Telemar Embratel
A privatização na UFG só chegou de fato em 2008; A Brasiltelecom/OI tratava a UFG como uma conta propriedade e os contratos eram renovados anualmente por inexigibilidade de licitação; Em 2006 tentou-se um entendimento para melhorar as condições contratuais administrativamente; A contrapartida oferecida pela prestadora foi considerada insignificante pela UFG que optou por contratar uma consultoria para projetar a reestruturação de seus serviços.
A prestadora de serviços para a UFG adotava um sistema onde não existe um PABX físico instalado no cliente. O serviço de comutação era provido pela operadora de telecomunicações remotamente, o que inviabilizava a concorrência das outras empresas pela conta UFG.
CARACTERÍSTICAS DESTE SISTEMA: O serviço permite a conexão de ramais situados em endereços diferentes; DDR (Discagem Direta ao Ramal) cada usuário pode receber uma ligação diretamente ao seu ramal; Cada usuário consegue ligar a outro ramal digitando 4 dígitos (os 4 últimos dígitos deste terminal); Para se realizar uma ligação externa é preciso discar o 0 (obter-se o tom de linha). Cada ramal é uma linha direta e é tarifado de forma independente, é possível saber o que cada usuário consumia.
A rede de cabos telefônicos que antes apresentava uma configuração concentrada através de um Distribuidor Geral começou a se desconcentrar com a construção de novos prédios e unidades. Os cabos que atendiam os prédios começaram a tornar-se subdimensionados. Para sanar este problema a concessionária instalava ramais diretamente no endereço final, não mais passando pelo Distribuidor Geral. Em outros casos unidades tomaram a iniciativa de comprar PABX analógico para aumentar o número de ramais, ou seja, os ramais do PABX Virtual tornavam-se troncos analógicos de entrada e criava-se assim os sub-ramais.
Esta medida solucionou o problema da limitação física mas os usuários perderam funcionalidades importantes, como o DDR, uma vez que a linha estava sendo usada como tronco. Para acessar um usuário específico era preciso chamar um dos códigos de acesso dos troncos, que era atendido por uma telefonista que redirecionava ao usuário pretendido. Com esta nova topologia, não era mais possível identificar o consumo de cada usuário, uma vez que as faturas geradas por cada ramal-tronco mostrava o consumo de diversos usuários.
A central existente simula um PABX Físico, ou seja, para acessar a rede pública, era necessário discar o 0. Quando coloca-se estas linhas como tronco em outro PABX físico para um usuário acessar a rede pública ele tinha que discar 0 para que o PABX físico buscasse o tronco e outro para acessar a rede pública.
Com o crescimento dos acessos móveis(celular) e o aumento do tráfego destinado a estes, a UFG via suas contas telefônicas crescerem, em valores, acima do que o mercado costuma praticar devido as tarifas de interconexão que as operadoras de telefonia fixa tem que pagar a uma operadora de telefonia móvel, quando um usuário de telefonia fixa completa uma ligação a um acesso móvel. Uma ligação originada num telefone fixo destinada a um acesso móvel torna-se mais cara do que uma ligação originada de um acesso móvel destinado a outro acesso móvel.
No mercado em geral ocorreu um movimento no sentido de converter todo o tráfego fixo-móvel para móvel-móvel. Para isto a indústria tecnológica desenvolveu interfaces (hardware) que, uma vez acoplada ao sistema PABX do cliente, permite que as ligações do tipo fixo-móvel fossem convertidas em móvel-móvel. Através desta tecnologia, muitas empresas públicas ou privadas alcançaram grandes reduções nos seus gastos em telecomunicações, no item fixo-móvel, mas havia um impedimento físico para a implementação deste sistema na UFG visto que não existia um PABX físico.
Considerando que, além dos problemas citados acima: A tecnologia utilizada é propriedade de apenas uma operadora, na região onde a UFG era atendida, e qualquer processo licitatório resultaria em nenhuma concorrência; Que em decorrência da falta de concorrência, mesmo com o cenário de abertura de mercado, a UFG tornou-se refém da operadora, que podia praticar tarifas e mensalidades que normalmente são empregados apenas para clientes residenciais ou de pequeno porte; As auditorias começaram questionar a renovação dos contratos por inexigibilidade de licitação; A UFG optou por implementar mudanças no seu parque tecnológico de telefonia.
Para implementar estas mudanças e elaborar um projeto de migração de tecnologia, era necessário atualizar a topologia da rede, dimensionando todo o sistema e adicionando demanda reprimida; A realidade do parque tecnológico não era conhecida devido a inexistência de plantas da rede de telefonia (Distribuidor Geral, dutos e cabeamentos para as diversas unidades/prédios da UFG). Desconhecia-se: A planta instalada (quantidade de ramais de PABX Virtual); Quais unidades/prédios da UFG utilizavam o recurso de entroncamento de PABX Virtual em PABX analógicos físicos; Porte dos PABXs físicos e quantos sub-ramais foram criados;
Uma consultoria especializada em telecomunicações foi contratada para realizar o levantamento da rede existente e a elaboração de um projeto para a escolha da melhor tecnologia a ser adotada; Os resultados esperados para este processo licitatório eram: Atualização tecnológica de todo o parque instalado de telecomunicações, prevendo o atendimento da demanda reprimida e futuras ampliações; Redução dos custos com a ampliação da concorrência; Implementar sistemas de interfaces de comunicação que possibilitassem a conversão do tráfego telefônico do tipo fixomóvel em móvel-móvel;
Para que houvesse uma maior concorrência e alcançar melhores resultados para a administração pública, optou-se pelo sistema digital de telefonia que é a tecnologia comum a todas as operadoras; Este sistema consiste no atendimento ao cliente através de links digitais de telefonia e equipamento PABX Digital.
Após as providências pertinentes a UFG optou por licitar todo o serviço de telecomunicações com o licitante vencedor executando as mudanças necessárias na rede de infra-estrutura telefônica, bem como o fornecimento de todo hardware necessário na forma de contrato de comodato.
O pregão eletrônico foi realizado, mas não houve concorrência. Devido aos altos investimentos exigidos ao licitante vencedor (exigências nas mudanças de rede físicas e cessão de equipamentos ou hardware em regime de comodato), somente um licitante apresentou proposta e ganhou a licitação com o preço máximo; A UFG cancelou a licitação. O licitante vencedor entrou na justiça contestando o cancelamento do processo licitatório, mas não teve êxito.
Um novo projeto foi desenvolvido dividendo a licitação em dois processos licitatórios: Rede e Hardware; Serviços. O processo de rede e Hardware foi encaminhado de forma prioritária visto que a mudança do parque tecnológico dependia dele.
O processo licitatório com três lotes de PABX para atender Goiânia, Catalão e Jataí, como se segue. Dois PABXs para Goiânia; Um para Catalão; Dois para Jataí. Equipamentos para a ampliação do PABX já existente no Hospital das Clínicas. O HC já possuía a tecnologia digital. O equipamento foi aproveitado, fazendo-se um up grade para atender a demanda reprimida. Interfaces de conversão celular Estes equipamentos serão interligados diretamente aos equipamentos principais PABX para a conversão do tráfego fixo-móvel em móvel-móvel;
O processo foi orçado em R$ 841.000,00 e adquirido por R$ 391.000,00, incluindo-se as interfaces de conversão. Os ajustes nas redes de infra-estrutura custaram R$ 52.000,00 para a UFG; O custo global da migração foi de R$443.000,00
Com as etapas de projeto e licitação concluídas, iniciou-se o processo de implantação e migração do sistema,os quais dependeram de providências inerentes a estes processos: Treinamento e capacitação da equipe técnica responsável para a nova tecnologia; Paralisação temporária do sistema de telefonia de várias unidades durante as instalações; Treinamento de usuários ao novo sistema;
RESULTADOS ALCANÇADOS: As primeiras faturas apresentam reduções de despesas em torno de 75%(R$ 245.571,18 nos três primeiros meses de contrato) projetando a amortização dos equipamentos e da infra-estrutura em cinco meses e meio; Esta redução projeta também uma economia anual da ordem de R$ 980.000,00 com serviços de telefonia. Atendimento da demanda reprimida; Equipamentos com tecnologia atualizada e de ponta; Controle da gestão do sistema pela UFG.
(REDUÇÃO DE DESPESAS) MÊS/2009 VALOR SEM DESCONTO VALOR COM DESCONTO REDUÇÃO DE CUSTOS Março 90.097,38 21.048,87 69.048,51 ABRIL 114.110,16 29.791,55 84.318,61 MAIO 124.636,35 32.432,29 92.204,06 Total 245.571,18
LEITURA DE REFERÊNCIA 03/2007 DESCRIÇÃO UNIDADE DE MEDIDA QTDE. TARIFA MÉDIA (R$) VALOR MENSAL (R$) Assinaturas Mensais DDR Canais 907 33,69 30.555,21 Assinatura Acessos Celulares Unidade 0 0,00 0,00 Ligações Efetuadas Ligações Locais Min. 158.280 0,11 16.883,21 DDD Min. 15.717 0,49 7.633,88 DDI Min. 414 1,56 646,20 VC1 Min. 0,78 VCS Min. 1,54 Local (VC1) Min. 37.236 0,78 29.140,04 DDD (VC2) Min. 1.917 1,47 2.820,30 DDD (VC3) Min. 841 1,60 1.345,59 TOTAL 89.024,43
LEITURA DATA: 05/2009 DESCRIÇÃO CONSUMO / QTDE. TARIFA MÉDI A (R$) VALOR COM DESCONT O (R$) VALOR SEM DESCONTO (R$) REDUÇÃO OBTIDA (R$) DDR 360 7,76 2.793,55 30.555,21 27.761,66 Assinatura Acessos Celulares 90 6,17 555,30 0,00-555,30 Ligações Locais 144.008 0,01 1.294,98 15.360,82 14.065,84 DDD 23.420 0,16 3.733,90 11.375,15 7.641,25 DDI 94 0,79 73,60 146,10 72,50 VC1 9 0,81 7,60 7,36-0,24 VCS 5.516 1,42 7.857,10 8.470,81 613,71 Local (VC1) 75.035 0,21 16.116,26 58.720,91 42.604,65 DDD (VC2) 0,00 0,00 DDD (VC3) 0,00 0,00 TOTAIS 32.432,29 124.636,35 92.204,06
OBRIGADO!