O Estado de Santa Catarina e Paraná, dentre conflitos territoriais decididos e outros pendentes no Superior Tribunal Federal.

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TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO

Transcrição:

75 CONCLUSÃO Diante desta vasta exposição de documentos, está provada a usurpação territorial cometida pelo Estado da Bahia perante o Estado de Alagoas, pois, não há fatos, registros ou documentos que comprovem de forma diferente; e, se existirem, que sejam publicados para uma contestação do que ora se expressa. Os atos imperiais de 1824 e 1827 não atingiram as ilhas localizadas a partir da barra do Rio São Francisco até a confluência do Rio Moxotó, pois tais ilhas, por decisão de D. João III, em sua Carta de Doação ao Donatário Duarte Coelho, em 30 de março de 1534, pertenciam à Capitania de Pernambuco; e, em 16 de setembro de 1817, quando a Comarca das Alagoas, conquistou a sua independência por Ato Imperial de D. João VI e passou a ser Província das Alagoas, conquistou o seu status de Capitania e a sua devida autonomia, assim, as tais ilhas passaram para o domínio da Província das Alagoas, pelo posicionamento e localização geográfica e, até por declaração corroboradora do próprio Governador de Pernambuco Caetano Pinto de Miranda Montenegro. Não há como negar a propriedade deste território ao Estado de Alagoas. A localização geográfica das ilhas dá suporte aos olhos de historiadores e geógrafos, alimentando as mais convictas das interpretações, que estão voltadas para a legislação, a cartografia, as imagens de satélites, as escrituras, os fatos, a história. De Casa Nova - BA, margem esquerda do Rio São Francisco que faz fronteira com Petrolina-PE, também na margem esquerda, e Sobradinho-BA, margem direita, até o Rio Carinhanha - margem esquerda do Rio São Francisco e Malhada BA, na margem direita, encontra-se o território da Comarca do Rio São Francisco, a área transferida pelos Decretos Imperiais. A distância aproximada entre Petrolina e Jatobá Pernambuco é de aproximadamente 540 quilômetros até atingir as ilhas das léguas 324.ª a 326ª, do Relatório de Halfeld; e da confluência do Rio Moxotó, que divide Alagoas e Pernambuco, uns cinco quilômetros. A Cartografia de Halfeld conforme detalhamento das léguas 324.ª a 326.ª mostra, ilha por ilha, seus respectivos nomes e posicionamentos, inclusive o braço do rio São Francisco que recebe as águas do Riacho da Morena, que tem como referência a prainha e o aeroporto de Paulo Afonso, como melhor expressa a imagem de satélite da EMBRAPA.

76 Uma das primeiras jurisprudências imperial sobre este território é o Provimento do Conselho Ultramarino de 09 de fevereiro de 1758, quando a Bahia, mais uma vez, tentou invadir território alheio. De forma sábia, D. José, Rei de Portugal, após questionamento da população local, entrega a consulta ao seu Conselho Ultramarino e este decidiu em favor da Carta de Doação de D. João III, ou seja, Pernambuco. Decisão esta que está em acordo com a frase do seu governador: [...] Tomando a barra do rio de S. Francisco, pertence o terreno desta para cima até a ribeira do Moxotó á comarca das Alagoas, e desta parte eu não trato agora, porque a villa do Penedo, pela sua posição e commercio, attrahe os ouvidores das Alagôas, e por conseguinte não vem a ficar aquelle districto sem correição alguma. (MONTENEGRO, 1809). Esta decisão corrobora com o pleito futuro do Estado de Alagoas, mesmo após a decisão por Decreto Imperial de 1812, que colocou a ilha Paraúna sob os domínios da Bahia, hoje território do Estado de Sergipe, mas este Decreto não deixou de reconhecer que tal ilha pertence à Penedo Alagoas nem tampouco esta decisão se estendeu para outras terras. No Brasil, um julgado mais recente. A Ação Cível Originária n.º 307-5, que envolve o Estado do Mato Grosso e o Estado de Goiás. O Estado do Mato Grosso reconquista parte do seu território que estava sob domínio do Estado de Goiás. O Estado de Santa Catarina e Paraná, dentre conflitos territoriais decididos e outros pendentes no Superior Tribunal Federal. Assim, somente assim a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco CHESF, responsável por todas essas alterações de solo e o rejuntamento do arquipélago que transformou o arquipélago identificado por Halfeld em ilha artificial de Paulo Afonso, através da exposição dos seus arquivos poderá apresentar provas contrárias, se existirem. Nada mais resta senão ao Estado de Alagoas,quando lhe for conveniente,recorrer ao Supremo Tribunal Federal STF, para que os seus pares julguem com imparcialidade e devolvam para os alagoanos o seu território usurpado, extinguindo assim mais um dos conflitos territoriais provocados pelo Estado da Bahia. Não vamos tirar nada da cidade de Paulo Afonso. Apenas retomar o que é de Alagoas desde os primórdios e quem sabe, assim todos os conflitos territoriais do País sejam revistos com mais atenção e responsabilidade pelos gestores públicos e pelas Casas de Justiça. Ao Governador da Província de Pernambuco, CAETANO PINTO DE MIRANDA MONTENEGRO, in memoriam, uma justa homenagem pela perspicácia, ousadia, teimosia e

77 diplomacia pela forma como tratou o problema da desanexação da Comarca do Rio São Francisco da Capitania de Pernambuco, buscando a sua reintegração; e ao advogado pernambucano Dr. Ulysses de Carvalho Soares Brandão (in memoriam) por seu trabalho, descaracterizando assim a posse centenária que entendia ter o Estado da Bahia sobre o território da Comarca do Rio São Francisco e ninguém sabe o por que também sobre estas ilhas. Mesmo encontrando resistências tais como a CHESF por não fornecer cópias das escrituras locais; da Ouvidoria da Bahia em apenas afirmar que o divisor dos Estados da Bahia -Pernambuco/Alagoas é o talweg do rio (palavra alemã que significa caminho do vale e, na geografia é a linha formada pela intesecção das duas superfícies formadoras das vertentes de um vale. É o local mais profundo do vale, onde correm as águas de chuva ou dos rios e riachos). A reintegração territorial das ilhas do rio São Francisco, localizadas a partir da confluência do rio Moxotó até a barra do Rio São Francisco, na cidade de Piaçabuçu Estado de Alagoas, se acontecer, pela expressão de vontade do Estado de Alagoas, contra o Estado da Bahia depende agora da interpretação da Carta de Doação da Capitania de Pernambuco, do Alvará de Emancipação da Capitania das Alagoas, da Provisão de 9 de fevereiro de 1758 do Conselho Ultramarino e da interpretação da Cartografia de Halfeld; pois nada direciona para o Decreto Imperial de 7 de julho de 1824, do Decreto Imperial d 15 de outubro de 1827. As Constituições do Brasil, de 1824 até a Constituição de 1988, e os Códigos Civil de 1916 e 2002, o Código de Processo Civil, e as jurisprudências territoriais, os fatos históricos, as escrituras e demais legislações pertinentes serão vistas pelo Supremo Tribunal Federal que não poderá fugir do entendimento do julgamento da Ação Cível Originária que, oportunamente, quando o Estado de Alagoas expressar a sua vontade,e impetrara devida ação de reintegração territorial reclamando os seus direitos sobre as ilhas usurpadas pelo Estado da Bahia. O território a reclamar tem aproximadamente 220,478421 hectares correspondente às áreas ocupadas pelo Estado da Bahia, mais precisamente pelo Município de Paulo Afonso, onde estão incrustadas as usinas geradoras de energia elétrica do Complexo Hidro Elétrico de Paulo Afonso. É o fenômeno do binômio Territorialidade-Compensação Financeira. Além da busca pela reintegração territorial que gerará recursos tributários em favor de Delmiro Gouveia e do Estado de Alagoas, dos entes federativos, tais como II, IE, IR, IPI, IOF, ITR; ITCMD,

78 ICMS, IPVA e IPTU, ISS, ITBI e TAXAS, a Compensação Financeira pela geração de energia elétrica é outra fonte de recursos que em paralelo determina que o Governo do Estado de Alagoas cumpra as suas responsabilidades fiscais não renunciando receitas. Receitas estas que garantirão a melhora de índices financeiros do Município de Delmiro Gouveia e colocarão à disposição deste povo os serviços públicos de educação, saúde, segurança, infraestrutra, geração de emprego e renda dentre outras ações políticas planejáveis e sustentáveis num futuro bem próximo. Dispõe o art. 2.º, do Decreto n.º 22.785/33, que os bens públicos, seja qual for sua natureza, não são sujeitos a prescrição. Em se tratando de imóveis, o art. 200, do Decreto-Lei n.º 9.760, de 5 de setembro de 1946, que disciplina os bens imóveis da União, diz que: seja qual fora a sua natureza, não são sujeitos a usucapião, consolidada também pela jurisprudência da Súmula 340, do STF Superior Tribunal Federal, verbis: Desde a vigência do Código Civil de 1916, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião. Observando-se também, no art. 102, o Novo Código Civil expressa: Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. Conclui-se que só podem ser objeto de usucapião bens de domínio particular, não podendo sê-lo os terrenos de marinha e as terras devolutas; inclusive estas não podem ser objeto de usucapião por labore devido a proibição contida no parágrafo único do art. 191, da Constituição Federal de 1988. Por ter caráter essencialmente dominial e por isso só pode ser utilizada pelo proprietário, por quem tenha jus in re, ao Estado de Alagoas cabe provar o seu domínio apresentando provas inconcursas de propriedade, com o respectivo registro, e descrever os confrontantes dos imóveis, como também demonstrar que o objeto de reivindicação se encontra na posse do Estado da Bahia; utilizando-se, portanto, dos pressupostos de admissibilidade para tal ação: a titularidade do domínio da área reivindicanda, a individualização da área, a coisa, e a posse injusta do Estado da Bahia, precisamente, pelo Município de Paulo Afonso. De acordo com a máxima romana 41 res ubicumpe sit, pro domino suo clamat (onde que se encontre a coisa, ela clama por seu dono). É a posse CLANDESTINA. Adquirida às escondidas e sem a ciência do seu verdadeiro dono e encoberta por decisões políticas e ditatoriais sobre áreas contrárias próximas mas sem quaisquer tipos de proteções jurídicas. 41 Gonçalves, Carlos Roberto, 1938. Direito das Coisas / Carlos Roberto Gonçalves. 8. Ed. rev. São Paulo : Saraiva, 2007. (Coleção sinopses jurídicas ; v. 3)

79 Sendo assim a ação reivindicatória imprescritível, perpétua e somente se extingue nos caso expressos em lei (usucapião, desapropriação etc.) não se extinguindo pelo não uso, a competência da reivindicação é do seu dono, do seu titular, que tem a legitimidade ativa, como dispõe, assim, de título para embasar a ação reivindicatória (STJ, 3.ª T., REsp 55.941- DF, DJU, 1.º de jun. 1998). Àquele que tem a legitimidade passiva deve ser endereçado a ação reivindicatória por deter a coisa sem título ou suporte jurídico. O Estado da Bahia. Considerando que: a) A Carta de Doação da Capitania de Pernambuco é o documento de registro do território em litígio; b) Todo o rio São Francisco pertence à Capitania de Pernambuco; c) Todas as ilhas do Rio São Francisco pertencem a Duarte Coelho (donatário da Capitania de Pernambuco), conforme Provisão de 9 de fevereiro de 1758, do Conselho Ultramarino; d) O Decreto de 9 de junho de 1812, apenas transferiu a ilha Paraúna e não as demais ilhas do rio São Francisco para o domínio da Bahia; e) A Província das Alagoas emancipou-se da Capitania de Pernambuco em 16 de setembro de 1817; f) Que as ilhas localizadas entre a barra do rio São Francisco e a confluência do rio Moxotó, conforme cartografia imperial de Halfeld, pertencem ao Estado de Alagoas; Conclui-se que as ilhas, conforme o Atlas e Relatório de Halfeld, localizadas a partir da barra do rio São Francisco até a confluência do rio Moxotó pertencem ao Estado de Alagoas e a linha demarcatória interestadual é a margem direita do rio São Francisco. Assim, a) O território da ilha Paulo Afonso e das micro ilhas e, b) O território da prainha até metade da pista do Aeroporto de Paulo Afonso. E todos os seus frutos pertencem ao Estado de Alagoas. Diante da exposição de motivos, pelo Direito das Coisas, através de uma Ação Cível Originária com Pedido de Reintegração de Posse, compete ao Estado de Alagoas, quando achar conveniente, requerer junto ao Superior Tribunal Federal STF, seus direitos sobre as ilhas do rio São Francisco.

80 É fato. É realidade. O território das ilhas do rio São Francisco foi usurpado pelo Estado da Bahia desde os primórdios e este ato tomou outras dimensões quando da criação do Município de Paulo Afonso, em 1948, e a implantação do Acampamento da CHESF, empresa esta, responsável por todas as alterações ocorridas neste solo; do arquipélago de Halfeld, ilhas foram agregadas, canais foram abertos e assim o homem domou as águas do rio São Francisco para assim produzir energia elétrica. O novo entendimento das linhas divisórias entre os Estados da Bahia e Alagoas estão, agora, visualizados conforme a legislação, a história, a cartografia e a geografia que estavam guardados a sete chaves pelos prevaricadores sistemáticos e agora, o povo o alagoano poderá fazer valer o seu direito sem temer a imposição dos que atuaram e atuam contra a democracia, buscando o que lhe pertence, a posse das ilhas do rio São Francisco. Compete ao Estado de Alagoas questionar os seus direitos quando bem entender, pleiteando a reintegração territorial, requerendo a realização de perícias técnicas e nos projetos e estudos utilizados pela CHESF quando a mesma abriu e fechou canais rejuntando as ilhas para conter a bravura do rio São Francisco para iluminar grande parte do País. E assim, as dúvidas serão sanadas e estas terras voltarão ao domínio dos seus verdadeiros proprietários. O direito exige o esgotamento da matéria e para isto, necessário se faz que o tema seja colocado às avessas para que não paire dúvidas sobre essa usurpação territorial. Antes o Exército Brasileiro era o responsável pelas demarcações. Agora, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE tem a nobre missão de informar, após convocação, a realidade desta localidade explorada de forma clandestina pelo Estado da Bahia. Assim, as ilhas localizadas entre a barra do rio São Francisco e a confluência do rio Moxotó pertencem ao Estado de Alagoas. Sendo as espécies de propriedades, em face da extensão do direito do seu titular plena e restrita ou limitada, quanto à perpetuidade do domínio, podem ser: a) Propriedade perpétua a que tem duração ilimitada, ou seja, durará enquanto o proprietário tiver interesse por ela; grifos. b) Propriedade resolúvel ou revogável a que encontra, no seu título constitutivo, uma razão de sua extinção, ou seja, as próprias partes estabelecem uma condição resolutiva.

81 Maria Helena Diniz (2012, p.139), assim descreve a imprescritibilidade sobre os bens imóveis: a ação reivindicatória, exercitável adversus omnes, ou melhor, a pretensão reivindicatória é imprescritível (RT, 346:512), porém se a coisa reivindicada já foi usucapida pelo possuidor, não mais poderá ser proposta pelo antigo proprietário que perde o seu domínio 42 (RJTJSP, 14:186, 12:88, 27:25, 7:97, 9:60; RTJ, 96:1270; RT, 49:110, 577:122; Ciência Jurídica, 21:224). Para dissipar dúvidas concernentes à titularidade do domínio, poderá o proprietário lançar mão da ação declaratória (RT, 279:540, 273:296; CPC, art. 4.º, I). Esta pretensão do titular também não prescreve, por ser corolário do direito potestativo da propriedade 43. Entretanto, o proprietário que, apesar de conservar o bem em seu poder, sofre turbação no exercício de seu direito, poderá propor ação negatória para defender seu domínio 44. Ao Estado de Alagoas, quando o seu representante legal achar conveniente, caberá exigir do Estado da Bahia a devolução do território usurpado, as ilhas do rio São Francisco, através de Ação Cível Originária/reivindicação de posse, junto ao Supremo Tribunal Federal STF, garantido aos baianos a ampla defesa quando reagirem através de uma ação negatória. A ação reivindicatória é direito elementar e fundamental do proprietário a seqüência da coisa; é ação real de competência do titular do domínio para retomar a coisa do poder de terceiro detentor ou possuidor indevido, como bem define o art. 1.228, do CPC: O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. As ilhas do rio são Francisco, localizadas a partir da barra do rio São Francisico até a confluencia do rio Moxotó (identificadas nas léguas 324.ª e 326.ª do Atlas e Relatório de Halfeld), não são terras devolutas. Elas sempre tiveram dono. O Estado de Alagoas. Assim diz a Carta de Doação da Capitania de Pernambuco, o Provimento do Conselho Ultramarino, o Provimento da Comarca das Alagoas e o Atlas e Relatório de Halfeld. É a história, é a geografia, é o direito. 42 Apud Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civi Brasileiro, volume 4 : direito das coisas / 27. ed. São Paulo : Saraiva, 2012, pg. 139: Orlando Gomes, op. cit., 258; Paulo Tadeu Haendchen e Rêmolo Letteriero, Ação Reivindicatória, Saraiva, 1985; Ney de Melo Almada, Reivindicatória Imobiliária: execução, RT, 760:95; Marco Aurélio S. Viana, Da ação reivindicatória, Coleção Saraiva de Prática do Direito, São Paulo, Saraiva, n. 11, 1986. 43 RTm 189:269, 279:540, 273:296; Pontes de Miranda, Tratado de Direito Privado, t. 14, p. 11; Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil, cit. V. V, p. 226. 44 Hedemann, Derechos reales, p. 236-9.