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Ementa: 1. Teoria geral do Direito Constitucional: Conceito de Constituição; Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo; Poder Constituinte Originário, Derivado e Decorrente (emendas e revisão) e Mutação da Constituição; Métodos de Interpretação Constitucional; Princípios de Interpretação Constitucional; Classificação das Constituições; Classificação das Normas Constitucionais; História Constitucional Brasileira. 2. Preâmbulo da Constituição da RFBR de 1988. 3. Princípios Fundamentais da República: Forma, Sistema e Fundamentos da República; Objetivos Fundamentais da República; Princípios de Direito Constitucional Internacional. 4. Teoria dos Direitos Fundamentais: dignidade da pessoa humana. 5. Novos Direitos: biodireito e bioética. Base Referencial: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal : Centro Gráfico, 1988. 292 p. BRASIL. Lei n. 9.709, de 18 de nov. de 1998. Regulamenta a execução do disposto nos incisos I, II e III do art. 14 da Constituição Federal. Brasília, DF, mar 1998. Lenza, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Masson, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 3. ed. rev. e atual. Juspodivm, 2015. Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. Direito Constitucional descomplicado. 15. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro; São Paulo: Método 2016. Leitura obrigatória - 1 Bimestre 2018B: Que é uma Constituição? - Ferdinand Lassalle. Direito, literatura e a Construção do saber jurídico. - Caio Henrique Lopes Ramiro. Dos artigo 1º ao 14 da Constituição Federal de 1988. Lei 9.709 de 18.11.1998. Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno de sua inteligência. Augusto Cury...

1. CONSTITUCIONALISMO 1.1. Conceito s. Karl Loewenstein: a história do constitucionalismo não é senão a busca pelo homem político das limitações do poder absoluto exercido pelos detentores do poder, assim como o esforço de estabelecer uma justificação espiritual, moral ou ética da autoridade, em vez da submissão cega à facilidade da autoridade existente. Dirley da Cunha Júnior: nada mais é do que uma história da evolução constitucional. O conceito de constitucionalismo está vinculado à noção e importância da Constituição, na medida em que é através desta que aquele movimento pretende realizar o ideal de liberdade humana, com a criação de meios e instituições necessárias para limitar e controlar o poder político, opondo-se, desde sua origem, a governos arbitrários, independente de época e lugar. O constitucionalismo se despontou no mundo como um movimento político e filosófico inspirado por ideias libertárias que reivindicou, desde seus primeiros passos, um modelo de organização política lastreada no respeito dos direitos dos governados e na limitação do poder dos governantes. Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: denomina-se constitucionalismo o movimento político, jurídico e ideológico que concebeu ou aperfeiçoou à ideia de estruturação racional do Estado e de limitação do exercício de seu poder, concretizada pela elaboração de um documento escrito destinado à representar sua lei fundamental e suprema. J.J. Gomes Canotilho:... teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. Neste sentido, o constitucionalismo moderno representará uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos. O conceito de constitucionalismo transporta, assim, um claro juízo de valor. É, no fundo, uma teoria normativa da política, tal como a teoria da democracia ou a teoria do liberalismo. Kildare Gonçalves Carvalho:... em termos jurídicos, reporta-se a um sistema normativo, enfeixado na Constituição, e que se encontra acima dos detentores do poder; sociologicamente, representa um movimento social que dá sustentação à limitação do poder, inviabilizando que os governantes possam fazer prevalecer seus interesses e regras na condução do Estado. André Ramos Tavares:... numa primeira acepção, emprega-se a referência ao movimento político-social com origens históricas bastante remotas que pretende, em especial, limitar o poder arbitrário. Numa segunda acepção, é

identificado com a imposição de que haja cartas constitucionais escritas. Tem-se utilizado, numa terceira acepção possível, para indicar os propósitos mais latentes e atuais da função e posição das constituições nas diversas sociedades. Numa vertente mais restrita, o constitucionalismo é reduzido à evolução histórico-constitucional de um determinado Estado.... Logo, O Estado deve possuir uma Constituição. Os textos constitucionais deve conter regras de limitação ao poder autoritário. Os textos constitucionais deve prevalecer os direitos fundamentais. O termo é associado a três ideias básicas: Garantia de direitos; Separação de poderes; Governo limitado. Atenção! Constitucionalismo é o movimento político, ideológico e jurídico que estabeleceu a ideia de organização do Estado e limitação do poder político dos governantes, por meio da previsão de direitos e garantias fundamentais formalizados em um documento escrito. Refere-se ainda, ao surgimento do chamado Estado de Direito, cujas características principais são as seguintes: I - separação dos poderes; II - submissão de todos à lei; III - garantia da proteção de direitos fundamentais.... 1.2. Evolução do Constitucionalismo 1.2.1. Constitucionalismo Antigo Até o final do século XVIII não existia constituições escritas (apesar da existência de documentos escritos). Contudo é possível identificar a garantia de direitos e a separação de poderes mesmo na antiguidade. A saber, Hebreu - marco inicial do constitucionalismo; Estado teocrático; Os dogmas consagrados na bíblia eram vistos como limitações ao governo; Segundo Karl Loewenstein haviam limitações ao poder político ao assegurar aos profetas a

legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos. Grécia - democracia constitucional, forma mais avançada de governo. Conforme ainda Loewenstein a experiência das Cidades-Estados gregas são exemplos importantes de democracia, na medida que a democracia direta, particular a elas, consagrava... o único exemplo conhecido de sistema político com plena identidade entre governantes e governados, no qual o poder político está igualmente distribuído entre todos os cidadãos ativos. Roma - experiência constitucional associada à ideia de liberdade. Para muitos a melhor concepção de liberdade e dignidade da época. Inglaterra - Rule of Law (tradução não literal para o português - Governo das leis). Ideias: 1) limitação do poder arbitrário; 2) Igualdade (dos cidadãos ingleses perante a lei). A Professora Vânia Hack explica que a origem das Constituições teria fundamento na Carta Magna de 1215, a Carta de João Sem-Terra. Esse primeiro documento teve o seguinte conteúdo: era um pacto entre o soberano e seus súditos, em que o soberano abre mão de parcela do seu poder, que era absoluto (vinha de Deus) em detrimento de seus súditos (ele havia sido derrotado e falido, precisava de subsídio de seus barões e por isso esse acordo). Encontramos aqui súditos impondo ao seu soberano uma limitação de poder. De fato, não se pode considerar a Carta Magna de 1215 como uma Constituição concreta, de fato e de direito, isso porque, é claro, muita coisa ficou de fora para que pudesse ser considerada uma CT, mas certamente, já era alguma coisa. A partir da Magna Carta Inglesa de 1215 a um avanço significativo na busca do constitucionalismo, essas imposições como forma de limitar o então poder soberano abrem horizontes (documentos importantes - constitucionais), a saber: Petition of Rights de 1628; Habeas Corpus Act, de 1679; Bill of Rights, de 1689, Act of Settlement, de 1701, etc. Atenção! Durante a idade moderna do Constitucionalismo existiram os FORAIS ou CARTAS DE FRANQUIA, documentos voltados a proteção dos direitos individuais. Marcantes durante a Idade Média, tendo em vista a busca em resguardar tais direitos. O professor Pedro Lenza nos alerta que se tratava de direitos direcionados a determinados homens, e não sob a perspectiva da universalidade. 1.2.2. Constitucionalismo Clássico (Liberal/Moderno)

Inicia no fim do século XVIII. Ocorrem as revoluções francesa e norte-americana. Surgindo então as noções de: Constituição Escrita ; Constituição Formal ; Constituição Rígida; E a ideia da supremacia da Constituição. Liberdade = Limitação do poder do Estado. VALOR Atenção! Quando se verifica o Constitucionalismo norte-americano é importante notar as referências aos chamados CONTRATOS DE COLONIZAÇÃO. Como anota Ferreira Filho, chegados à América, os peregrinos, mormente puritanos, imbuídos de igualitarismo, não encontrando na nova terra poder estabelecido, fixaram, por mútuo consenso, as regras por que haveriam de governar-se. Firma-se, assim, pelos chefes de família a bordo do Mayflower, o célebre Compact (1620); desse modo se estabelecem as Fundamental Orders of Connecticut (1639), mais tarde confirmadas pelo rei Carlos II, que as incorporou à Carta outorgada em 1662. Transparece aí a ideia de estabelecimento e organização do governo pelos próprios governados, que é outro dos pilares da ideia de Constituição. 1.2.2.1 Marcos históricos: EUA, em 1776, com o Bill of Rights Declaração dos Direitos do Estado da Virgínia. Em 1787, surge a Constituição dos EUA, como conhecemos e existe até hoje. Exemplo de constituição clássica. Aqui se fala em ciclo constitucional norte-americano ou ciclo norte-americano. Quais as contribuições? I - Supremacia Constitucional (Regras do Jogo) II - Garantia Jurisdicional (Neutro politicamente - controle constitucionalidade) III - Sistema presidencialista (Substituindo a figura do rei) IV - Forma federativa de estado. FRANÇA (1791) Revolução Francesa 1789, foi criada a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão (D.U.D.H.C.), a qual foi incorporada, como preâmbulo, à constituição francesa. Aqui se fala em ciclo constitucional francês ou ciclo francês. Quais as contribuições? I - Constituição prolixa; II - Distinção entre poder constituinte originário e derivado; III - Separação dos poderes;

Fases do Estado de Direito ou Liberal: Art. 16 da DUDHC (1789) elucida que uma sociedade que não garante direitos e não consagra a separação dos poderes não tem uma constituição. Primeira Fase: Concretizou com as experiências do Rule of Law (Inglaterra), Rechtsstaa (Rússia) e État Légal (França). Características: Abstencionista: é um Estado que não intervém nas relações sociais, econômicas e laborais. É chamado de Estado Mínimo. O Estado Mínimo preocupa-se apenas com: proteção contra invasões estrangeiras; administração da justiça; implementação de bens e instituições que não geram lucros. Direitos fundamentais correspondem aos direitos da burguesia (liberdade e propriedade). Limitação do soberano: a limitação do estado pelo direito estende-se ao soberano. Ou seja, todos estão limitados pelo ordenamento jurídico, o soberano não está mais acima da lei. Princípio da legalidade: a atuação da administração pública depende de expressa autorização legal. Considerada uma atividade sublegal. É na primeira fase do constitucionalismo moderno que surgem os direitos de primeira geração ou dimensão (forma mais correta), teoria desenvolvida por Karel Vazak (1979), difundida por Norberto Bobbio mundialmente. No Brasil, seu expoente foi Paulo Bonavides, que ampliou as gerações de direitos fundamentais. Direitos de Primeira Geração: Consagram os valores relacionados à liberdade. Abrangem os direitos civis e os direitos políticos. Por direitos civis, também chamados de direitos de defesa, entende-se o direito à vida, o direito à liberdade, o direito à igualdade e o direito à propriedade, como se percebe são os direitos liberais clássicos. Possuem um caráter negativo, pois exigem do Estado uma abstenção (um não fazer). Surgem para proteger o indivíduo contra o arbítrio do estado. Segunda Fase (Estado Social): Período 1918 até 1945. (Fim da 1ª GM até o fim da 2ª GM) Surge a partir do esgotamento fático da visão liberal. Apenas garantir a liberdade não era suficiente precisava de mais visão econômica e social (partidos socialistas cristãos).

A CT deixa de ser liberal e passivo e passa ser social e intervencionista (tarefas, diretivas, programas a serem executados através de prestações positivas oferecidas à sociedade). Metamorfose da Constituição: de Garantia, Defensiva ou Liberal para: Social, Dirigente, Programática ou Constitutiva. Possui como documentos principais: Constituição do México de 1917 e de Weimar de 1919 Influenciando a Constituição brasileira de 1934 (Estado Social de Direito). Características do Estado Social: Intervencionista: o Estado Social é aquele que intervém em questões que eram deixadas na esfera individual, tais como as questões econômicas, as questões sociais e as questões laborais. Obs.: Estado Social não se confunde com Estado Socialista, pois adere ao capitalismo. Papel decisivo da produção e distribuição de bens: o Estado chama para si inúmeras questões que eram adstritas à esfera individual. Garantia de bem-estar mínimo: preocupa-se em garantir mínimas condições de vida digna. Pode ser relacionado ao mínimo existencial. Nesta fase, surgem dos direitos de segunda geração ou de segunda dimensão. Direitos de segunda geração (dimensão): marco histórico - Revolução Industrial (Século XIX); Principal valor - igualdade; Igualdade material e não formal; Abrangem os direitos sociais, econômicos e culturais; Ação do estado - prestação positiva - são direitos prestacionais (essencialmente coletivos).... falta uma maior proteção do homem, surgindo uma nova dimensão - os direitos de 3º geração - invocando os aspectos sublimes da fraternidade, é a nossa entrada para um constitucionalismo contemporâneo. 2.3. Constitucionalismo Contemporâneo Estado Democrático de Direito (Constitucional de Direito): LIBERAL + SOCIAL + Superação das Deficiência = Estado Democrático

Características: I - Preocupação com a efetividade dos direitos fundamentais. (Numa dimensão material); II - Limitação do poder legislativo: Aspecto formal e aspecto material. III - Democracia substancial (proteção dos direitos das minorias). IV - Direitos de terceira geração. Direitos de terceira geração (dimensão): fraternidade e solidariedade é o substrato desta dimensão; São direitos TRANSINDIVIDUAIS (individual e também coletivo), a saber: autodeterminação dos povos, progresso ou desenvolvimento, meio ambiente, propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade, comunicação e outros. Direitos de quarta dimensão: pluralidade (Segundo Paulo Bonavides o direito das minorias) teríamos então: Direito à democracia no seu sentido material/substancial - fruição de direitos fundamentais básicos por todos, inclusive pelas minorías (Sufrágio universal); Direito a informação - informar, se informar e ser informado. Pluralismo no sentido amplo (art. 1, V CF/88) - artístico, religioso, partidário, cultural e de orientação. Termos o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza, mas temos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza. Daí à necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades. Boaventura de Souza Santos Já para o professor Noberto Bobbio, a quarta dimensão, decorre dos avanços da engenharia genética, que colocam em risco a própria existência humana, pela manipulação do patrimônio genético. Há autores que se referem, a uma quinta geração de direitos fundamentais - contudo, não há consenso entre os constitucionalistas quanto aos bens protegidos. A exemplo do próprio Paulo Bonavides que coloca a paz como direito de quinta dimensão. Atenção! O constitucionalismo pode ser definido como uma teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. Nesse sentido, o constitucionalismo moderno representa uma técnica de limitação do poder com fins garantísticos.

1.3. NEOCONSTITUCIONALISMO Surgiu após a 2ª Guerra Mundial (Marco Histórico); Fruto do pós positivismo (Marco Filosófico); Força normativa da Constituição (Marco Teórico). Busca maior eficácia da Constituição - principalmente dos direitos humanos (objetivo principal). 1.3.1. Conceito s: Refundar o direito constitucional, com base em outras e novas premissas. Pedro Lenza: Denominada também de constitucionalismo pós-moderno ou pós-positivismo. Visa-se, dentro dessa nova realidade, não mais apenas atrelar o constitucionalismo à ideia de limitação do poder político, mas, acima de tudo, busca-se a eficácia da Constituição, deixando o texto de ter um caráter meramente retórico e passando a ser mais efetivo, sobretudo diante da expectativa de concretização dos direitos fundamentais. Walber de Moura Agra: o neoconstitucionalismo tem como uma de suas marcas a concretização das prestações materiais prometidas pela sociedade, servindo como ferramenta para a implantação de um Estado Democrático Social de Direito. Ele pode ser considerado como um movimento caudatário do pós-modernismo. Dentre suas principais características podem ser mencionadas: a) positivação e concretização de um catálogo de direitos fundamentais; b) onipresença dos princípios e das regras; c) inovações hermenêuticas; d) densificação da força normativa do Estado; e) desenvolvimento da justiça distributiva. E vai além: o seu modelo normativo não é o descritivo ou deontológico, mas o axiológico. No constitucionalismo moderno a diferença entre normas constitucionais e infraconstitucionais era apenas de grau, no neoconstitucionalismo a diferença é também axiológica. A Constituição como valor em si. O caráter ideológico do constitucionalismo moderno era apenas o de limitar o poder, o caráter ideológico do neoconstitucionalismo é o de concretizar os direitos fundamentais. Constitucionalismo Moderno hierarquia entre as normas limitação do poder Neoconstitucionalismo hierarquia entre normas não apenas formal, mas também axiológica - valor. concretização dos direitos fundamentais.

1.3.2. Características: I - Normatividade da Constituição: Reconhece-se, definitivamente, a força normativa da constituição. II - Rematerialização das Constituições: Passaram a consagrar conteúdos que até então não contemplavam, como, por exemplo, diretrizes políticas, opções políticas, houve uma extensão do rol dos direitos fundamentais (tornando-as prolixas). III - Centralidade da Constituição (fundamento de validade jurídica) e dos direitos fundamentais: Dignidade da pessoa humana passa a estar expresso, consagrada em todas as constituições, após a 2ª guerra mundial. Estado x Sociedade x Indivíduo Quem é o meio? e quem seria o fim? IV - Fortalecimento do Poder Judiciário: juiz agora é o protagonista e não mais o legislador. O ideal é o equilíbrio (Checks and Balances). V - Filtragem constitucional: Institutos e conceitos tradicionais do direito como família, função social, propriedade e tantos outros passaram a ser interpretados à luz da Constituição Federal de 1988. Sistematizando: Neoconstitucionalismo 1. Centro do Sistema; 2. Norma jurídica - imperativa e superior; 3. Carga valorativa (Axiológica); 4. Eficácia irradiante (vertical - estado x horizontal - particulares); 5. Concretização dos valores constitucionalizados; 6. Garantias de condições mínimas (dignas). Aproximando o Neoconstitucionalismo (ou também chamada de Constituição Principiológica e judicialista) da Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 obtemos as seguintes características: Importância extremada aos direitos fundamentais, incluindo os sociais (sendo um texto denso e exigente, limitando a liberdade do legislador); Centralidade dos princípios constitucionais que se multiplicam e adquirem relevância prática e aplicabilidade imediata, desde que sejam adotados métodos de interpretação abertos, evolutivos e desvinculados da textualidade das regras, em particular a ponderação de princípios e/ou valores; Importância dada ao Poder Judiciário que se torna protagonista em razão da ampliação e da intensificação do controle de constitucionalidade e da incumbência de implementar o projeto

constitucional mediante aplicação de métodos abertos de interpretação. Atenção! O Neoconstitucionalismo resulta da aproximação entre os dois modelos, tanto ao adotar a ideia - tipicamente europeia - de constituição como um texto jurídico supremo destinado a instrumentalizar um programa transformador, quanto ao deferir à jurisdição - o que é característico do modelo norte-americano - a tarefa de implementar tal programa quando o legislador não o faz, de que é exemplo a inconstitucionalidade por omissão tal como existente no sistema constitucional brasileiro. Lembre-se ainda que: O modelo propõe uma reaproximação entre o Direito e a Moral. Assim, hoje temos: Maior eficácia dos princípios constitucionais; Aumento da jurisdição constitucional; Hermenêutica constitucional; Maior eficácia dos direitos fundamentais; Maior ativismo jurisdicional (refletindo na intensa atividade do STF). 1.4. Neoconstitucionalismo e Doutrina da Efetividade Segundo Luís Roberto Barroso: a doutrina da efetividade advoga no sentido de se aplicar diretamente as normas constitucionais aos casos concretos, afinal, para essa doutrina, os dispositivos constitucionais seriam dotados de normatividade e a Constituição não deveria ser entendida como mera folha de papel. Nessa linha, é possível afirmar que a doutrina da efetividade foi de grande importância para o advento do neoconstitucionalismo no Estado brasileiro, pois fez com que a Constituição Federal de 1988 deixasse de ser entendida como documento dotado de meras exortações morais (ou seja, como mera folha de papel) e passasse a ser compreendida como uma Constituição dotada de diversas normas jurídicas propriamente ditas, com alta carga normativa e prevendo, inclusive, direitos subjetivos diretamente invocáveis pelo indivíduo frente ao Estado, sem qualquer necessidade de regulamentação por legislação infraconstitucional.... 1.5. CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO É a busca pelo equilíbrio entre as características marcantes do constitucionalismo moderno e os excessos praticados pelo constitucionalismo contemporâneo.

Como bem anota José Roberto Dromi, o futuro do constitucionalismo deve estar influenciado até identificar-se com a verdade, a solidariedade, o consenso, a continuidade, a participação, a integração e a universalidade. Valores fundamentais: verdade, solidariedade, consenso, participação, continuidade, integração e universalização.... Atenção! O que é constitucionalismo WHIG ou TERMIDORIANO? No pensamento constitucional, tende-se a chamar de constitucionalismo whig (ou para alguns termidoriano) o processo de mudança de regime político-constitucional lento e evolutivo, mais que revolucionário e radical. O que é Panconstitucionalização? Excessiva constitucionalização do Direito.... 1.6. CONSTITUCIONALISMO GLOBALIZADO OU GLOBAL É a pretensão de unificar os ideais humanos seguindo os objetivos: I - O fortalecimento do sistema jurídico-político internacional com base não somente nas relações horizontais entre Estados nacionais, mas também nas relações Estado/povo; II - A primazia, em face do direito nacional, do direito internacional fundado em valores e normas universais; e III - A elevação da dignidade da pessoa humana a pressuposto não limitável por nenhum movimento constitucional. 1.7. PATRIOTISMO CONSTITUCIONAL De acordo com Dirley da Cunha Júnior: Segundo Habermas, o patriotismo constitucional produziu de forma reflexiva uma identidade política coletiva conciliada com uma perspectiva universalista comprometida com os princípios do Estado Democrático de Direito. Isto é, o patriotismo constitucional foi defendido como uma maneira de conformação de uma identidade coletiva, baseada em compromissos com os princípios constitucionais democráticos e liberais capazes de garantir a integração e assegurar a solidariedade, com o fim de superar o conhecido problema do nacionalismo étnico, que por muito tempo opôs culturas e povos. O

patriotismo constitucional busca, portanto, o reconhecimento de um constitucionalismo intercultural, que deve reconhecer a diversidade de culturas e promover a conciliação entre todas as práticas culturais. 1.8. O NOVO CONSTITUCIONALISMO DEMOCRÁTICO LATINO-AMERICANO. Também conhecido como CONSTITUCIONALISMO PLURALISTA (ANDINO ou INDÍGENA), ou ESTADO PLURINACIONAL E INTERCULTURAL. Segundo Pedro Lenza: O denominado novo constitucionalismo latino-americano (por alguns chamado de constitucionalismo andino ou indígena) culmina com a promulgação das Constituições do Equador (2008) e da Bolívia (2009) e sedimenta-se na ideia de Estado plurinacional, reconhecendo, constitucionalmente, o direito à diversidade cultural e à identidade e, assim, revendo os conceitos de legitimidade e participação popular, especialmente de parcela da população historicamente excluída dos processos de decisão, como a população indígena. Ainda nas informações de Lenza, trata-se, inegavelmente, de necessária e real transformação estrutural e, assim, conforme aponta Grijalva, o constitucionalismo plurinacional só pode ser profundamente intercultural, uma vez que a ele corresponde constituir-se no âmbito de relação igual e respeitosa de distintos povos e culturas, a fim de manter as diferenças legítimas, e eliminar ou, ao menos, diminuir as ilegítimas, mantendo a unidade como garantia da diversidade. Logo, o Novo Constitucionalismo Latino-Americano: É um constitucionalismo pluralista; Nação é conceito sociológico, cultural. Nesse sentido, é possível existir um Estado com várias nações em seu território. Essas nações são, em verdade, comunidades que tem identidade própria, valores próprios. Ideia de Estado plurinacional, em que as diversas nações agrupadas num mesmo Estado tem direito à proteção especifica; Coexistem as regras emanadas do Estado e as regras de convivência das comunidades, numa ideia de que o direito geral, aquele emanado do Poder Constituinte, deveria respeitar as regras locais; Harmonizam-se a autonomia dessas comunidades, pluralismo e as regras de convivência, o que reflete na maior participação dos indivíduos na vida política. Há democracia participativa e não apenas representativa; Proposta: nova institucionalização do Estado, o chamado Estado Plurinacional, baseado em novas autonomias, no pluralismo jurídico, em um novo regime político calcado na democracia intercultural e em novas individualidades particulares e coletivas.

1.9. CONSTITUCIONALISMO E SOBERANIA POPULAR A ideia de que todo Estado deva possuir uma Constituição e de que esta deve conter limitações ao poder autoritário e regras de prevalência dos direitos fundamentais desenvolve-se no sentido da consagração de um Estado Democrático de Direito (art. 1.º, caput, da CF/88) e, portanto, de soberania popular. Além de desempenhar o poder de maneira indireta (democracia representativa), por intermédio de seus representantes, o povo também o realiza diretamente (democracia direta), concretizando a soberania popular, que, segundo o art. 1.º da Lei n. 9.709, de 18.11.1998 (que regulamentou o art. 14, I, II e III, da CF/88), é exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, nos termos desta Lei e das normas constitucionais pertinentes, mediante: plebiscito, referendo e iniciativa popular. Podemos falar, então, que a CF/88 consagra a democracia semidireta ou participativa, verdadeiro sistema híbrido....

Atividade de Fixação nº 1. 1. De que forma a soberania popular se manifesta? 2. (TRF 3.ª Região Juiz Federal/XI) A soberania popular será exercida pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e nos termos da lei, por: a) plebiscito, referendo e iniciativa popular. b) plebiscito e iniciativa popular. c) plebiscito, referendo, iniciativa popular e comícios político-partidários. d) plebiscito e referendo. 3. (CESPE - TJ-CE - Juiz) A preocupação com a implementação de dispositivos constitucionais e, em particular, de suas promessas sociais, não é central. As controvérsias constitucionais são decididas com base nos códigos da política e conforme conflitos de interesse. Nessa luta, acabam preponderando os interesses dos grupos mais poderosos, dos denominados sobrecidadãos, que conseguem utilizar a Constituição e o Estado em geral como instrumento para satisfazer seus interesses. A juridicidade da Constituição fica comprometida pela corrupção da normatividade jurídica igualitária e impessoal, conforme o binômio legal-ilegal. As controvérsias constitucionais são decididas com base no código do poder. S. Lunardi & D. Dimoulis. Resiliência constitucional : compromisso maximizador, consensualismo político e desenvolvimento gradual. São Paulo: Direito GV, 2013, p. 15 (com adaptações). A concepção de Constituição a respeito da qual o texto precedente discorre denomina-se a) neoconstitucionalismo. b) Constituição chapa-branca. c) Constituição ubíqua. d) Constituição liberal-patrimonialista. e) Constituição simbólica. 4. (FMP - PGE-AC) Considerando-se que a tradição constitucional norte-americana se encontra cifrada, ainda que não de forma total e absoluta, na ideia de Constituição como regra do jogo da competência social e política, assim como na afirmação e garantia da autonomia dos indivíduos como sujeitos privados e como agentes políticos, cuja garantia essencial é a jurisdição, enquanto que a tradição europeia é preponderantemente marcada por um forte conteúdo normativo que supera o limiar da definição das regras do jogo organizando o poder, afirmando-se como um projeto político delineado de forma a participar diretamente do jogo, condicionando

decisões estatais destinadas a efetivar um programa transformador do Estado e da sociedade, seria correto afirmar que a) o Neoconstitucionalismo resulta exclusivamente do influxo da tradição constitucional europeia. b) o Neoconstitucionalismo resulta exclusivamente do influxo da tradição constitucional norte-americana. c) o Neoconstitucionalismo resulta da aproximação entre os dois modelos, tanto ao adotar a ideia - tipicamente europeia - de constituição como um texto jurídico supremo destinado a instrumentalizar um programa transformador, quanto ao deferir à jurisdição - o que é característico do modelo norte-americano - a tarefa de implementar tal programa quando o legislador não o faz, de que é exemplo a inconstitucionalidade por omissão tal como existente no sistema constitucional brasileiro. d) o Neoconstitucionalismo caracteriza-se essencialmente como um rompimento tanto com a tradição constitucional europeia quanto com a norte-americana. e) na ambiência do Neoconstitucionalismo, rompe-se definitivamente a separação entre direito e moral, uma vez que se considera que o julgador pode e deve tanto interpretar normas jurídicas a partir de suas convicções morais, quanto aplicar diretamente preceitos morais na solução dos casos concretos quando inexistente norma jurídica específica. 5. (Procurador do Estado/PE CESPE/UnB) Chega de ação. Queremos promessas. Assim protestava o grafite, ainda em tinta fresca, inscrito no muro de uma cidade, no coração do mundo ocidental. A espirituosa inversão da lógica natural dá conta de uma das marcas dessa geração: a velocidade da transformação, a profusão de ideias, a multiplicação das novidades. Vivemos a perplexidade e a angústia da aceleração da vida. Os tempos não andam propícios para doutrinas, mas para mensagens de consumo rápido. Para jingles, e não para sinfonias. O direito vive uma grave crise existencial. Não consegue entregar os dois produtos que fizeram sua reputação ao longo dos séculos. De fato, a injustiça passeia pelas ruas com passos firmes e a insegurança é a característica da nossa era. Na aflição dessa hora, imerso nos acontecimentos, não pode o intérprete beneficiar-se do distanciamento crítico em relação ao fenômeno que lhe cabe analisar. Ao contrário, precisa operar em meio à fumaça e à espuma. Talvez esta seja uma boa explicação para o recurso recorrente aos prefixos pós e neo: pós modernidade, pós-positivismo, neoliberalismo, neoconstitucionalismo. Sabe-se que veio depois e que tem a pretensão de ser novo. Mas ainda não se sabe bem o que é. Tudo é ainda incerto. Pode ser avanço. Pode ser uma volta ao passado. Pode ser apenas um movimento circular, uma dessas guinadas de 360 graus (L. R. Barroso. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do direito. O triunfo tardio do direito constitucional no Brasil. In: Internet: com adaptações). Tendo o texto acima como motivação, assinale a opção correta a respeito do constitucionalismo e do neoconstitucionalismo:

a) O neoconstitucionalismo tem como marco filosófico o pós-positivismo, com a centralidade dos direitos fundamentais, no entanto, não permite uma aproximação entre direito e ética. b) A democracia, como vontade da maioria, é essencial na moderna teoria constitucional, de forma que as decisões judiciais devem ter o respaldo da maioria da população, sem o qual não possuem legitimidade. c) No neoconstitucionalismo, a Constituição é vista como um documento essencialmente político, um convite à atuação dos poderes públicos, ressaltando que a concretização de suas propostas fica condicionada à liberdade de conformação do legislador ou à discricionariedade do administrador. d) O constitucionalismo pode ser definido como uma teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. Nesse sentido, o constitucionalismo moderno representa uma técnica de limitação do poder com fins garantísticos. e) O neoconstitucionalismo não autoriza a participação ativa do magistrado na condução das políticas públicas, sob pena de violação do princípio da separação dos poderes. 6. (Rioprevidência Especialista em Previdência Social Gestão de Tecnologia da Informação CEPERJ) A expressão constitucionalismo, como apontam os juristas, é de origem recente e traduz o resultado dos movimentos contrários a determinados modelos de governo que foram predominantes em denominada quadra histórica. Nessa trilha, o constitucionalismo traduz: a) centralização de governo b) limitação do poder c) vitória do proletariado d) democracia socialista e) governo das elites 7. (Delegado de Polícia PC/GO UEG) O Constitucionalismo contemporâneo apresenta movimentos teóricos importantes, dentre os quais destacam-se o Neoconstitucionalismo, cuja característica é a presença hegemônica dos princípios como critério de interpretação, como fator de onipresença da Constituição Federal, e o Novo Constitucionalismo Democrático Latino-Americano, fundado nas novas perspectivas trazidas pelas Constituições da América Latina. Esses movimentos distinguem-se entre si, pois: a) o Neoconstitucionalismo valoriza a dimensão jurídica da Constituição Federal, enquanto para o Novo Constitucionalismo Democrático Latino

Americano a busca da legitimidade democrática se dá pela maior e mais efetiva participação popular. b) o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano reconhece e incorpora os princípios do estado moderno, servindo-se dos modelos de freios e contrapesos, enquanto o Neoconstitucionalismo nega tal modelo. c) o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano reconhece o pluralismo jurídico pautado na jurisdição estatal única, enquanto o Neoconstitucionalismo funda-se em uma jurisdição constitucional separada. d) o Neoconstitucionalismo inaugura um modelo de valorização da diversidade e do plurinacionalismo, enquanto o Novo Constitucionalismo Democrático Latino Americano assume e garante a associação da ideia Estado-nação. 8. (TJ/CE Titular de Serviços de Notas e de Registros IESES) Leia atentamente as proposições abaixo e assinale a que se apresentar correta: a) O poder constituinte inicial, por romper completamente com a ordem jurídica anterior, é ilimitado, absoluto e arbitrário. b) Acerca da história do constitucionalismo, é correto afirmar que Karl Loewenstein identificou indícios do seu surgimento entre os hebreus durante a Antiguidade, por ter lá encontrado certas limitações ao poder político, mormente aquelas que asseguravam aos profetas a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos. c) A elaboração da Lei Orgânica, pelo Município, pode ser considerada verdadeira manifestação do poder constituinte decorrente, também conferido aos Estados Membros da Federação. d) O sistema constitucional vigente criou a figura do poder constituinte derivado revisor, cuja manifestação, prevista no art. 3.º do ADCT, deve ocorrer a cada dez anos, visando manter atual o texto da Constituição. 9. (MP/GO 2010) Segundo J. J. Gomes Canotilho, o constitucionalismo é uma... teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. Neste sentido, o constitucionalismo moderno representará uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos. O conceito de constitucionalismo transporta, assim, um claro juízo de valor. É, no fundo, uma teoria normativa política, tal como a teoria da democracia ou a teoria do liberalismo. A partir dessa visão conceitual, assinale a alternativa incorreta: a) As constituições norte-americana, de 1787, e a francesa, de 1791, são os marcos históricos e formais do constitucionalismo moderno. b) O constitucionalismo garante aos cidadãos o exercício dos seus direitos, mesmo que tenha que limitar o poder do governo. c) A concepção de constituição dirigente é antagônica ao conceito de constitucionalismo.

d) O neoconstitucionalismo busca ultrapassar a ideia de limitação do poder político para representar a busca de eficácia da Constituição, particularmente na efetivação dos direitos fundamentais. 10. (Atividades Notariais/Registro/TJ MG Vunesp) Assinale a alternativa que contém uma afirmativa correta a respeito do constitucionalismo. a) O constitucionalismo teve seu marco inicial com a promulgação, em 1215, da Magna Carta inglesa. b) O constitucionalismo surge formalmente, em 1948, com a edição da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas. c) A doutrina do Direito Constitucional é uníssona no entendimento de que o constitucionalismo surgiu com a revolução norte-americana resultando, em 1787, na Constituição dos Estados Unidos da América. d) É possível identificar traços do constitucionalismo mesmo na antiguidade clássica e na Idade Média. e) O constitucionalismo brasileiro inspirou-se fortemente no modelo constitucional do Estado da Inglaterra. 11. (Defensoria Pública MP/FUMARC) Constituiu-se no cerne do constitucionalismo social: a) O juiz, como boca da lei. b) Os interesses difusos. c) O voto censitário. d) O intervencionismo diversificado. e) Os direitos individuais 12. (MP/RN CESPE/UnB) Acerca do constitucionalismo, assinale a opção incorreta: a) A origem do constitucionalismo remonta à antiguidade clássica, especificamente ao povo hebreu, do qual partiram as primeiras manifestações desse movimento constitucional em busca de uma organização política fundada na limitação do poder absoluto. b) O neoconstitucionalismo é caracterizado por um conjunto de transformações no Estado e no direito constitucional, entre as quais se destaca a prevalência do positivismo jurídico, com a clara separação entre direito e valores substantivos, como ética, moral e justiça. c) O constitucionalismo moderno representa uma técnica específica de limitação do poder com fins garantidores. d) O neoconstitucionalismo caracteriza-se pela mudança de paradigma, de Estado Legislativo de Direito para Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição passa a ocupar o centro de todo o sistema jurídico.

e) As constituições do pós-guerra promoveram inovações por meio da incorporação explícita, em seus textos, de anseios políticos, como a redução de desigualdades sociais, e de valores como a promoção da dignidade humana e dos direitos fundamentais. 13. (DP/SP FCC) O que assegura aos cidadãos o exercício dos seus direitos, a divisão dos poderes e, segundo um dos seus grandes teóricos, a limitação do governo pelo direito é: a) o constitucionalismo. b) a separação de poderes. c) o princípio da legalidade. d) o federalismo. e) o Estado Democrático de Direito.