CAESP - Artes Aula 16-23/08/2018 NEOCLASSICISMO: A ABERTURA PARA A ARTE MODERNA
Neoclassicismo: diversidade que não é liberdade Esse estilo abre caminho para a Arte Moderna que será trilhado de forma definitiva, mesmo que titubeante, a partir do Romantismo. É um estilo artístico que marca a transformação revolucionária que passamos a conhecer e viver no mundo moderno e contemporâneo. Esse estilo ainda não traz a permissão para a liberdade artística de forma plena, isso só será realizado no momento posterior, o Romantismo.
Neoclassicismo: diversidade que não é liberdade Mas o Neoclassicismo marca um momento da Arte e da Arquitetura como veículos de expressão filosófica e usos estatais diversos e, até mesmo, conflitantes. O Neoclássico será um estilo apropriado pelo Estado para sua propaganda ideológica. E também será um veículo de divulgação da filosofia Iluminista.
Neoclassicismo e Iluminismo. O Neoclássico surge na arte como um chamado de retorno aos valores greco-romanos e aprofundamento desses ideais de racionalismo, simplicidade nobre e grandeza da alma 1. Esse retorno ao espírito da razão da época clássica (greco-romana)está dentro do movimento engendrado no Iluminismo e realizado nas Revoluções Burguesas que impulsionaram a História à Era Moderna. 1. Johann Winckelmann, 1775.
Neoclassicismo e Iluminismo. A Arte e a Arquitetura buscavam expressar esse novo pensar que pedia um mundo de racionalidade e clareza. Uma reação ao obscurantismo atribuído à tradição religiosa. Como você deve lembrar, antes havia um império do Barroco, a arte da Contrarreforma e a Europa estava mergulhada em grandes conflitos religiosos, a saber, Reforma Protestante e Anglicanismo. A filosofia da época, o Iluminismo, irá se opor a esse mundo religioso e clamar pelo primado da Razão.
Neoclassicismo e Iluminismo: Mitologia e Filosofia. Desta forma, os temas da pintura e da escultura e as construções arquitetônicas irão remeter ao mundo da Mitologia e da Filosofia greco-romanas. As personagens retratadas nas pinturas não serão mais os aristocratas e burgueses ébrios em hedonismo do Rococó, mas os filósofos antigos e modernos e as pessoas comuns (pois é o homem no estado de natureza, o ser humano ainda imaculado, cheio de virtude e sinceridade). Serão as obras arquitetônicas resgates das estéticas gregas e romanas.
Jacques Germain Soufflot: Panteão (Sainte Geneviève) de 1755 a 1792.
Jacques-Louis David: A morte de Sócrates (1787)
Jean Baptiste Greuze: Septimius Severus e Caracalla (1769)
Jacques-Louis David: O rapto das Sabinas(1799)
Jean Baptiste Greuze: A noiva da aldeia (1771)
Neoclassicismo e Iluminismo: Cristianismo. Não se pode imaginar esse fazer artístico neoclássico como negação da força ideológica do cristianismo. Os elementos morais e valores balizares da fé cristã quando não estão expressos diretamente na obra, a permeiam de forma sutil. Pois, assim como não se deixa uma praia sem levar um pouco de areia na sola das chinelas, cada novo movimento cultural traz dentro de si um pouco do outro, mesmo que seja para lhe contradizer.
Jean Baptiste Greuze: O ermitão (1770)
Neoclassicismo e Estado Moderno. O neoclássico também pode ser visto, pois foi apropriado dessa forma, como uma expressão da retidão e da moral exigidas pela nova vida cívica trazida pelas revoluções francesa e americana. Não é mais o mundo frívolo e hedonista do Rococó, mas a dignidade e a isonomia dos direitos dos cidadãos. Ele é o símbolo desse novo Estado que nasce e clama ser o ápice do devir histórico qual superação dialética. Essa simbologia busca na Roma o exemplo de um mundo pautado pelos ideais republicanos, pela cidadania e a unidade de um governo forte e centralizado como condições para o progresso, mas também pela força imperial (e.g., Napoleão).
Jacques-Louis David: Coroação de Napoleão (1808)
Neoclassicismo no Brasil: No Brasil o Neoclassicismo vai ser responsável pela instauração do primeiro sistema oficial de ensino de arte na colônia (lembre-se que o Brasil da época era a Coroa Portuguesa nos Trópicos ) e guiar a produção artística nacional através dos ideais de um mundo europeu, essencialmente francês, pós-revolucionário (Iluminismo) e napoleônico (Estado Moderno).
Neoclassicismo no Brasil: Essa produção nacional irá retratar a vida da corte portuguesa no Brasil, a vida da família imperial, o Primeiro Império, e a vida cotidiana na colônia. Muito da arte produzida nesse período é usada como documento histórico e etnográfico para expandir o conhecimento sobre o Brasil desse período. Essa produção artística também era exportada para a Europa, principalmente no caso das gravuras, como testemunhos da vida cotidiana no distante e exótico mundo dos trópicos.
Victor Meirelles: Primeira Missa no Brasil (1860)
Aurélio de Figueiredo: Martírio de Tiradentes (1893)
Muito obrigado. Bons estudos! Prof. Heleno Licurgo do Amaral <heleno@dr.com>