OAB 1ª FASE- EXTENSIVO VESPERTINO Disciplina: Direito do Trabalho Prof. Leone Pereira Data: 08.09.2009 Aula nº 02



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Transcrição:

OAB 1ª FASE- EXTENSIVO VESPERTINO Disciplina: Direito do Trabalho Prof. Leone Pereira Data: 08.09.2009 Aula nº 02 TEMAS TRATADOS EM AULA 1. JORNADA DE TRABALHO (art. 4º, CLT) O instituto tem origem na palavra jornada / jornada que significa dia. Trata-se do tempo diário em que o empregado fica a disposição do empregador, aguardando ou executando ordens. Art. 7º, XIII, CF - a duração do trabalho normal não pode ser superior a oito horas diárias e a 44 horas semanais. Será facultada a compensação de horários e a redução de jornada mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. O art. 7º, XVI, CF - prevê o adicional de horas extras de no mínimo 50% sobre a hora normal. OJ 358, SDI-I - se o empregado é contratado para efetuar jornada reduzida, inferior aos patamares constitucionais, é lícito o pagamento do salário mínimo proporcional ou do piso salarial proporcional. Sendo assim, nessas condições, é possível que uma pessoa receba valor inferior ao salário mínimo. 1.1. Turnos ininterruptos de revezamento (TIR) São empresas que funcionam ininterruptamente e, nesse caso, grupos de trabalhadores se sucedem na empresa. A redução de jornada está prevista no art. 7º, inc. XIV, CF jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva (participação do sindicato dos trabalhadores). Ex: regular negociação coletiva estipula jornada de turno de revezamento de 8 horas. Nesse caso, a 7ª e a 8ª horas são horas extras, mas conforme dispõe a Súmula 423 do TST, essas horas não serão pagas com adicional. O DSR e o intervalo intrajornada não descaracterizam o TIR, devendo ser respeitado o limite constitucional de 6 horas diárias Súm. 360, TST. Sistema de alternância de turnos: 2 turnos de trabalho, compreendendo no todo ou em parte, os horários diurno e noturno. A OJ 360 do SDI-I prevê que nesse caso haverá um limite de 6 horas diárias em razão da alternância de turnos ser prejudicial ao organismo do empregado. 1.2. Empregados excluídos do controle de jornada (Art. 62, CLT) São empregados que não tem direito a hora extra, adicional noturno e intervalos intrajornada ou interjornada. São eles: Empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação da jornada. Ex.: vendedores e motoristas. Essa condição deve ser anotada na CTPS e no livro de registro de empregados Atenção: a OJ 332 consolidou o entendimento do TST de que o tacógrafo, por si só, não é capaz de exercer controle de jornada do empregado externo. Gerentes exercentes de cargo de gestão, diretores e chefes de departamento ou filial. Para ser excluído do controle da jornada, esse empregado deve receber gratificação pela função igual ou superior a 40%. 1.3.Intervalo Interjonada (art. 66, CLT) O intervalo entre uma jornada e outra será no mínimo de 11 horas (art. 66, CLT empregado urbano e art. 5º da lei 5889/73 empregado rural). Súmula 355 do TST- intervalo interjornadas. Inobservância. Horas extras. Período pago como sobrejornada. art. 66 da CLT. Aplicação analógica do 4º do art. 71 da CLT. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do

intervalo, acrescidas do respectivo adicional. Súmula 110 do TST Jornada de trabalho. Intervalo. No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional. 1.4. Intervalo Intrajonada É o intervalo de ocorre dentro da jornada de trabalho. O intervalo intrajornada mais conhecido é aquele para alimentação e descanso (art. 71, CLT). Jornada até 4 horas: não tem direito a intervalo intrajornada. Jornada superior a 4 horas e até 6 horas: 15 minutos de intervalo. Jornada superior a 6 horas e até 8 horas: no mínimo 1 hora e salvo acordo ou convenção coletiva, não poderá exceder 02 horas. Para a redução do intervalo de 1 hora, serão necessários 3 requisitos (art. 71, 3º, CLT): - Autorização do Ministério do Trabalho e Emprego; - A empresa deve ter refeitório organizado; - Os empregados não poderão fazer horas extras. Redução do intervalo intrajornada para repouso e alimentação mediante negociação coletiva OJ 342 da SDI-I do TST não é possível a redução por negociação coletiva por se tratar de uma norma de segurança e saúde no trabalho (norma de ordem pública infenso à negociação coletiva). Desrespeito do intervalo mínimo intrajornada: art. 71, 4º, CLT o empregador deverá pagar ao empregado o período trabalhado, com acréscimo de 50%, no mínimo. OJ 307, SDI-I do TST - a não concessão total ou parcial do período correspondente implica no pagamento total. Recente entendimento do TST (OJ 354 da SDI- I do TST) prevê que essa verba tem natureza salarial com reflexo em outras parcelas de natureza salarial. Esse intervalo não é computado na jornada. Outros intervalos intrajornada: 1) Mecanografia: trata-se da datilografia /escrituração / cálculos (art. 72, CLT). A cada 90 minutos de trabalho, o empregado deve fazer 10 minutos de descanso. Aplica-se ao digitador (Súmula 346 do TST). Esses intervalos serão computados na jornada. 2) Câmaras Frigoríficas: troca do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa (art. 253, CLT). A cada 1h40 de trabalho 20 minutos de intervalo 3) Minas de Subsolo: a cada três horas de trabalho, serão devidos 15 minutos de descanso (art. 298, CLT). 4) Mulher para amamentar o próprio filho: até que ele complete 06 meses de idade 2 descansos especiais de 30 minutos cada (art. 396, CLT). 5) Mulher e menor antes de prestar hora extra: tem direito a intervalo mínimo de 15 minutos (art. 384 e 413, parágrafo único, CLT). 1.5. Horas in itinere Significa horas itinerárias tempo de deslocamento casa / trabalho / casa. Em regra, essas horas não são computadas na jornada (art. 58, 2º da CLT). Exceção: cômputo 2 requisitos cumulativos 1) Local de difícil acesso ou não servido por transporte público regular; 2) Empregador fornece a condução ao empregado. Súmulas 90 e 320 do TST. A mera insuficiência do transporte público não enseja o pagamento das horas in itinere. De outra sorte, a incompatibilidade entre o horário do transporte público e a jornada do empregado enseja o pagamento.

Em havendo transporte público irregular em parte do percurso fornecido pela empresa, as horas in itinere remuneradas abrangerão apenas o trecho não alcançado pelo transporte público. O fato do empregador cobrar ou não pelo transporte fornecido não descaracteriza por si só o pagamento das horas itinerárias. 1.6. Variações de horário no cartão de ponto É impossível que o empregado entre e saia todos os dias, exatamente no mesmo horário (cartão de ponto britânico). O cartão de ponto britânico é inválido como meio de prova, podendo ensejar até a inversão no ônus da prova. O art. 58, 1º da CLT prevê que não serão descontadas e nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no cartão de ponto não excedentes de 05 minutos na entrada e/ou saída, observando o limite diário de 10 minutos. Súmula 366 do TST: se ultrapassado o limite de 05 minutos, deverá ser paga a integralidade dos minutos que excederam a jornada normal como horas extras. Ex: empregado excedeu 08 minutos da jornada normal, serão pagos 08 minutos extras. A OJ 372 da SDI-I do TST prevê que norma coletiva não poderá elastecer essa limitação. 1.7. Sobreaviso e prontidão (art. 244, CLT) Alguns livros chamam o sobreaviso de stand by. Sobreaviso Prontidão Local Em casa No local de trabalho Escala máxima 24 horas 12 horas Horas remuneradas 1/3 do salário-hora normal 2/3 do salário-hora normal Se o empregado recebe um celular ou bip, não caracteriza sobreaviso tendo em vista a liberdade de locomoção. 1.8. Trabalho Noturno Remuneração do trabalho noturno deve ser superior à do diurno (art. 7º, IX, CF) Empregado urbano (art. 73, CLT): horário noturno das 22h às 05h. Nesse caso, o empregado faz jus a hora noturna fixa ou reduzida de 52 min e 30 seg. Súmula 265 do TST: transferência do empregado do período noturno para o período diurno pode ser feita de maneira unilateral e implica na perda do direito ao adicional. Horário misto art. 73, 4º, CLT. Art. 73, 5º da CLT, c/c Súmula 60 do TST: cumprida integralmente a jornada no período noturno e uma vez prorrogada, às tais horas extras serão aplicadas as regras noturnas. Empregado rural a) Lavoura (agricultura): horário noturno das 21h às 5h. Não tem direito a hora noturna reduzida e seu adicional noturno é de no mínimo 25%. b) Pecuária: horário noturno das 20h às 04h. Não tem direito a hora noturna reduzida e seu adicional noturno é de no mínimo 25%. Advogado Horário noturno das 20h às 05 h. Não tem direito a hora noturna ficta ou reduzida e o adicional noturno será de no mínimo 25%. 2. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO (art. 457, CLT) Remuneração = salário + gorjetas As gorjetas integram a remuneração do empregado. O sistema de pagamento é facultativo.

As gorjetas podem ser espontâneas ou cobradas (art. 457, 3º, CLT) e não servem para a base de cálculo do aviso prévio, adicional noturno, hora extra, DSR. Método mneumônico O cliente avisa que vai dar gorjeta. Normalmente dada a noite é um dinheiro extra e o empregado descansa melhor 2.1. Salário Salário = salário básico + parcelas sobre salário (art. 457, 1º e 2º, CLT) Salário básico = salário em dinheiro + salário in natura ou utilidade. Art. 82, par. único, CLT: ao menos 30% do salário deve ser pago em dinheiro. 2.2. Salário in natura (Art. 458, CLT) Art. 458, 2º, CLT não pode ser considerado salário in natura bebidas alcoólicas, drogas nocivas ou cigarro. Se a parcela foi dada ao empregado para o trabalho (indispensável ao trabalho), não se considera salário in natura. Se a parcela foi dada pelo trabalho, em reconhecimento ao trabalho do empregado, será considerado in natura. Ex: veículo dado pela empresa. Atenção: se o empregado utiliza o veículo para o trabalho mas também aos finais de semana, ainda assim, não será considerado salário in natura (Súmula 367 do TST). No entanto, existe entendimento do TST de que se o empregado utiliza o veículo também nas férias, será considerado salário in natura

QUESTÕES SOBRE O TEMA 1. (OAB CESPE 2009.1) Acerca da remuneração do trabalhador estipulada pela CLT e jurisprudência do TST, assinale a opção correta. (A) Não integram a remuneração do trabalhador as gorjetas incluídas nas notas de serviços e as oferecidas espontaneamente pelos clientes. (B) O vale-refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, não tem caráter salarial nem integra a remuneração do empregado para qualquer efeito legal. (C) Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam cinquenta por cento do salário percebido pelo empregado. (D) Não integram o salário as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. 2. (OAB CESPE 2008.3) Um empregado contratado em 25/5/2006 trabalhou, durante a primeira semana do mês de outubro de 2008, cumprindo jornada das 8 h às 17 h, com 30 minutos de intervalo. Em 20/10/2008, o empregado cumpriu jornada das 16 h às 23 h, com uma hora de intervalo, e, em 21/10/2008, reiniciou o labor às 8 h, laborando até as 17 h, tendo gozado de intervalo de uma hora. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) Quanto à primeira semana do mês de outubro de 2008, foi regular a jornada de trabalho cumprida. (B) Quanto ao labor em 20/10/2008 e em 21/10/2008, ao empregado é devido o pagamento de horas extras em decorrência de não ter sido observado o intervalo determinado por lei. (C) Ao empregado não é devido o pagamento de nenhuma hora extra quanto ao labor em 20/11/2008 e em 21/10/2008. (D) Ao empregado é devido o pagamento de somente uma hora extra, considerando-se o labor entre 20/10/2008 e 21/10/2008. 3. (OAB CESPE 2008.1) Constitui direito aplicável à categoria dos empregados domésticos (A) o seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário. (B) o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. (C) a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. (D) o salário-família. GABARITO: 1. C 2. B 3. B