PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
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- Maria das Graças Sabrina Araújo Minho
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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS Disciplina: Direito do Trabalho I Professora: Cláudia Glênia JUR: 3231 MATERIAL APENAS PARA ROTEIRO DISCIPLINAR, NÃO DEVE SER USADO COMO CONTEÚDO DE ESTUDO, NÃO DEVE SER USADO SEM AS DOUTRINAS E AS LEGILAÇÕES PERTINENTES JORNADA DE TRABLAHO - O Direito do Trabalho nasceu da luta dos empregados pela limitação da jornada de trabalho. Ex. Dia da Mulher, Dia do trabalho etc...a jornada é o tempo de trabalho e deve ter suas limitações, o que ocorreu primeiramente com a convenção internacional nº1 de 1919, Fundamento da limitação: necessidade de lazer, saúde física e mental do trabalhador, uma vez que a fadiga traz graves prejuízos ao organismo humano, e isso pode ocorrer quando o empregado desenvolve um jornada de trabalho prolongada. Assim, o legislador visou proteger o empregado contra o desgaste emocional e físico das longas jornadas. - Critérios para cálculo: a) pelas horas de efetivo trabalho; b) pelas horas que o empregado permaneceu à disposição do empregador, trabalhando ou não. OBS: O Brasil optou pelo segundo critério (art. 4.º da CLT considera-se de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada ), incluindo também na jornada o tempo in itinere artigo 58 2 CLT(local não servido de transporte público ou de difícil acesso e a empresa fornecer condução) e artigo CLT (serviço ferroviário - turmas de conservação de via permanente), STST n 90. 1
2 Em se tratando do tempo a disposição do empregador, a S TST 429 diz considera-se à disposição do empregador na forma do artigo 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 minutos diários O art. 7.º, XIII, da CF limita a jornada de trabalho em 8 horas diárias e 44 horas semanais. Na CLT o artigo 58 estabelece, também, uma jornada que não excederá a 8 horas diárias. Pode CCT ou acordo estabelecer jornada inferior, caso em que, ultrapassada essa jornada contratual, incidirá hora extra. OBS: O Brasil seguiu a linha do Tratado de Versailles(1919)quando a jornada normal diária de 8 horas que ganhou dimensão universal. Vale ressaltar que os dispositivos da CLT que se chocaram com a CF/88 foram revogados tacitamente. - Classificação: quanto ao período: diurno, noturno ou mista; quanto a limitação: normal e extraordinária; quanto ao desenvolvimento: jornada com e sem intervalo; quanto ao regime jurídico de duração: normal e especial(atividade ou condição pessoal do empregado); quanto a remuneração: com adicional geral e especiais; quanto a prorrogação: com e sem permissão de horas extras; quanto aos turnos: em revezamento e fixa; quanto à integralidade: tempo integral e parcial(até 25 horas por semana com salários proporcionais à duração, art. 58-A CLT); Caso o empregado faça jornada superior a limitação constitucional, caberá ao empregador pagar as horas com acréscimo de no mínimo 50% sobre a hora normal, com seus respectivos reflexos se forem habituais. -Exclusão da proteção Ficam excluídos do recebimento do adicional de horas extras: - O art. 224, 2.º, da CLT exclui dessa proteção os empregados de banco que exerçam cargo de chefia ou confiança e recebam uma gratificação funcional de no mínimo 1/3 do salário. - empregados não sujeitos a cumprimento de horário. - empregados que exercem atividade externa incompatível com fixação de horário. Quanto a exclusão o entendimento descrito na OJ SDI -1 do TST diz que O tacógrafo por si só, sem a existência de outros elementos, não serve para controlar a jornada de trabalho de empregado que exerce atividade externa. - gerentes (cargo de confiança), conforme artigo 62 da CLT, devendo o mesmo receber uma remuneração superior em 40% ao salário do cargo efetivo(salário da função de confiança), com o objetivo de compensar a maior responsabilidade pelo exercício da 2
3 função. Vale lembrar que se o empregado estiver sujeito a controle de horário, terá direito as horas extras, acima da 8 hora dia. SOBREAVISO: Existe dentro da jornada de trabalho a figura do sobreaviso, prevista no art. 244, 2.º, da CLT. Esse regime é previsto para os ferroviários. Nele o empregado fica em sua residência aguardando convocação para o trabalho, em dias que não se confundem com aqueles em que presta serviço na empresa. Cada escala será de no máximo 24 horas(escala semana). Pode ser aplicado por analogia a outras funções. Atualmente as questões inerentes ao tema são discutidas a luz da S TST 428, sendo que o empregado deve permanecer em regime de plantão, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso. Ou seja o empregado estava a disposição da empresa. JORNADA DE 12X36 Em razão da flexibilização dos direitos laborais, após a Constituição de 1988, surgiram jornadas diferenciadas no intuito de se adequarem a nova realidade produtiva, dessa forma via Convenções Coletivas de Trabalho e Acordos Coletivos de Trabalho surgem as jornadas 12x36, 12x24, mesmo sendo jornadas que possam trazer a fadiga emocional, o Ministério do Trabalho via parecer em 1992 deixa claro ser possível contratar nesses moldes. A S TST 444 afirma que é Valida a jornada de 12 horas de trabalho seguidas de 36 horas de descanso, assegurada a remuneração em dobro no caso de feriado trabalhado. Não há direito de hora extra para a 11ª e 12ª horas trabalhadas. O homem fatigado, destruído pelo trabalho excessivo, é um ser abúlico, destituído de vontade,incapaz para o exercício concreto da cidadania. (Luiz Carlos Amorim Robortella) A CLT prevê que as jornadas poderão exceder até no máximo 2 horas diárias em forma de serviços extraordinários, vale fazer uma reflexão sobre a legalidade da jornada de 12 horas, pois excede o legalmente permitido, no mínimo deveriam ser pagas as horas acima da 10ª hora como extraordinária, o que não é. Outro ponto a ser observado quanto a essa jornada seria o problema do intervalo intrajornada (para alimentação e descanso) onde a própria CLT prevê que não poderá ser menor que 1 hora nas jornadas acima de 6 horas dia. REGISTROS DE PONTO O artigo 14 2º da CLT afirma que o empregador com mais de 10 empregados deve, obrigatoriamente, registrar o ponto de seus empregados. Hoje deveria prevalecer o sistema de registro de ponto eletrônico, com 3
4 equipamentos que venham a permitir a impressão de comprovantes de entrada, saída e intervalos no trabalho, no intuito de diminuir as fraudes que ocorrem em relação a jornada laboral. Vale ressaltar que segundo o artigo 58 1º da CLT não serão descontados nem computados como jornada extraordinária as variações não excedentes de 5 minutos limitando-se a 10 minutos tanto na entrada quanto na saída do empregado, afirmado pela S TST 366. DO ÔNUS DA PROVA JORNADA DE TRABALHO A regra geral do ônus da prova quanto a jornada de trabalho é do empregado, cabe a quem alega, provar suas alegações, porém no caso em apreço existem algumas situações em que esse ônus inverte em favor do empregado. A S TST 338 afirma que é ônus do empregador com mais de 10 empregados o registro da jornada de trabalho ( artigo 74 2º da CLT) e sua não apresentação injustificada gera presunção relativa da veracidade da jornada pleiteada, podendo a empresa prova o contrário. Em outro momento a mesma súmula diz que os cartões de ponto com jornadas uniformes são inválidos, invertendo-se nesse caso o ônus da prova, passando ao empregador provar que o empregado não excedia a jornada legal. REGIME PARCIAL DE LABOR O empregado poderá ser contratado em regime de tempo parcial, segundo o artigo 58 da CLT, neste caso a duração não excederá a 25 horas semanais, o salário neste caso será proporcional à jornada, em relação aos empregados que cumprem nas mesmas condições jornada integral. Nesse regime as férias a cada 12 meses de trabalho não terá a mesma proporção das férias de um contrato em regime integral, no tópico das férias será abordado a questão dos dias em relação a duração do trabalho semanal. REGIME DE COMPENSAÇÃO DE HORAS O regime de compensação de horas ocorre quando o trabalhador prorroga sua jornada em alguns dias e diminui em outros, esse acordo deve ser firmado por escrito. Nesse regime, o empregado não recebe hora-extra pela compensação. A Lei n /98, em seu art. 6.º, criou o banco de horas. O banco de horas é uma forma de compensação. Para o banco de horas, exige-se o acordo coletivo (há participação do sindicato, a compensação pode ser feita em 1 ano, sempre respeitando o limite de 2 horas diárias). 4
5 Segundo a S TST 85 a compensação da jornada deverá ser ajustada por acordo escrito, individual, coletivo ou por CCT, sendo que a prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo, nesse caso as horas que excederem a limitação de jornada deverão ser pagas como horas extraordinárias. Não se aplicando ao que consta dessa súmula a modalidade de compensação de banco de horas. A OJ SDI do TST afirma que a denominada semana espanhola quando alterna-se a prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em outra, não viola o disposto na lei e na CF e o seu ajuste deverá ser feito mediante ACT ou CCT. - Banco de horas Implantado pela Lei 9.601/1998, é um sistema de compensação de horas mais flexível, acordado mediante negociação coletiva de trabalho, onde as horas deverão compensadas durante a vigência do contrato, e na hipótese de rescisão sem a devida compensação, o empregado tem o direito ao pagamento destas com acréscimo do adicional de horas extras, nunca inferior a 50%. JORNADAS DE TRABALHO DIFERENCIADAS INFERIORES A 6 HORAS Algumas profissões têm jornadas especiais, diferenciadas, 6 horas diárias: - Cabineiro de elevador (ascensorista) Lei n /57. - Operador cinematográfico(pessoas que ficam na sala de exibição) segundo o artigo 234 da CLT fazem jus a jornada de 6 horas diárias, sendo 5 horas em cabine de projeção e 1 hora em atividades correlatas, como limpeza do aparelho de projeção. - Telegrafista e telefonista art. 227 da CLT. Esse artigo fala em telefonista de empresa de telefonia, porém a jurisprudência o estendeu a todas as telefonistas. Hoje se discute se a operadora de telemarketing teria esse direito, a NR 17 em seus anexos define que sim, não sendo a mesma inconstitucional. - Bancário (6 horas diárias em 5 dias da semana). Se o banco for, porém, terceirizado, a jornada é normal. Nesse caso existe alguns entendimentos que através do princípio da isonomia contratual, se ficar provado as mesmas atividades, e que esta é fim e não meio, equipara-se para todos os fins legais. Nos termos da S TST 55, o pessoal das empresas de crédito, financiamento ou investimento são equiparados aos bancários. - Operadores telegrafistas ferroviários: prestam serviços nas estações de tráfego intenso, tem uma jornada limitada a 6 horas diárias, conforme artigo 246 da CLT. - Aeroviários de serviços de pista: tem seu labor limitado a 6 horas diárias, Dec.1.232/96. 5
6 - 4 horas: médicos e dentistas (Lei 3.999/61), assim como seus auxiliares, tanto os de laboratórios como os de radiologia e demais auxiliares internos. - 5 horas: jornalistas profissionais (artigo 303 da CLT) e músicos( Lei 3.857/1960). - Professores: segundo o artigo 328 da CLT o professor não poderá trabalhar mais de 4 aulas consecutivas ou 6 intercaladas em um mesmo estabelecimento de ensino. - Advogados: De acordo com a Lei 8.906/94 Estatuto da OAB, a jornada de trabalho do advogado empregado não poderá exceder 4 horas diárias contínuas e 20 semanais, salvo ACT ou CCT ou em caso de dedicação exclusiva. As horas extras serão remuneradas com adicional não inferior a 100% sobre a hora normal. PRORROGAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO (HORA EXTRA) No Brasil, a prorrogação da jornada de trabalho é admitida em qualquer situação. O art. 7.º, XIII, da CF admite a prorrogação, e o inc. XVI fixa o adicional mínimo de 50%. Estando prevista no contrato a prorrogação da jornada (hora extra), o empregado deve cumpri-la. Se, ao contrário, não constar no contrato, o empregado pode recusar-se a prestála, não sendo caracterizada qualquer disposto no artigo 482 da CLT, pelo contrário poderá ficar demonstrado a alteração unilateral do contrato de trabalho. O limite da prorrogação é de 2 horas diárias. Porém o art. 61 da CLT estabelece duas hipóteses em que a prorrogação é obrigatória, independente de acordo individual ou contrato coletivo, e pode ultrapassar o limite legal, não podendo ultrapassar 4 horas: serviço inadiável o que não pode ser interrompido, pois, se interrompido, torna-se inútil. Ex. concretagem; Força maior é o imprevisto. Ex.: explosão. Para efeito de cálculo das horas extraordinárias devem ser observadas as seguintes súmulas: - S TST 203 a gratificação por tempo de serviço integra o cálculo das hora extras. - S TST 347 O cálculo do valor das horas extras habituais, para efeito de reflexo em verbas trabalhistas, observará o número das horas efetivamente prestadas e sobre ele aplica-se o valor do salário hora da época do pagamento daquelas verbas. - S TST 264 a remuneração do serviços suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa. 6
7 OBS: Não podem ser prorrogadas as jornadas de trabalhadores que laborem em atividades consideradas insalubre, salvo se autorizado pelas autoridades sanitárias, conforme texto do artigo 60 da CLT. DIVISOR para cálculo de horas extras: Empregados sujeitos a jornada superior a 44 horas deve ser observado o divisor de 220 para cálculo do valor do salário( artigo 224 2º CLT) e 200 para jornada de 40 horas semanais (S TST 431). Já para os empregados submetidos a jornada de 6 horas aplica-se o divisor de 180 ( artigo 224 da CLT) HORAS EXTRAS DE BANCÁRIOS - DIVISOR Os sábados integram o repouso semanal remunerado e por isso é preciso adotar o divisor 150 para cálculo das horas extras de bancários. É o que entendeu a 8ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho ao determinar o prosseguimento de um recurso de revista, que trata do divisor aplicável aos empregados da categoria dos bancários. No caso, um funcionário do banco Itaú Unibanco interpôs agravo de instrumento contra despacho que negou seguimento ao recurso de revista. Segundo o relator, desembargador Breno Medeiros, a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1) já teria se pronunciado no sentido de ser suficiente, para que se considere o sábado como mais um dia de repouso semanal remunerado, a existência de previsão da norma coletiva que determine a incidência das horas extraordinárias sobre esses (os sábados). Desse modo, devida a adoção do divisor 150 para o cálculo das horas extras. E, assentado que o sábado integra o repouso semanal remunerado, sofre ele incide os reflexos das horas extras. Incidência do art. 7º, a, da Lei nº 605/49 e da Súmula nº 124, I, a, desta Corte. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido, diz trecho doacórdão. letter publicado em 22/09/2015 No que se refere as horas extras habituais estas podem ser suprimidas, porém reza a S TST n. 291 que apesar de poderem ser suprimidas, essa redução também trará redução salarial, dessa forma caso o empregado tenha laborado com habitualidade 7
8 durante pelo menos 1 ano, deverá ser paga uma indenização ao empregado correspondente ao valor de 1 mês das horas suprimidas, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal, o cálculo deverá observar a média dos 12 últimos meses anteriores a alteração, multiplicada pelo valor da hora extras do dia da supressão. INTERVALOS DURANTE A JORNADA Todo empregado que cumpre jornada de 6 a 8 horas tem direito a um intervalo mínimo de 1 hora e máximo de 2 horas(salvo convenção ou acordo coletivo de trabalho ou acordo individual escrito, este último ainda não pacificado). Em relação a jornada de 4 horas diária não é obrigatório a concessão do intervalo, e nas jornadas de 4 a 6 horas esse deve ser de 15 minutos. Nesse período, o empregado não fica à disposição do empregador; não conta na jornada. OBS: a S TST 118 afirma que os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previsto em lei, representam tempo a disposição da empresa, remunerados como serviços extraordinários, se acrescidos ao final da jornada. A jurisprudência tem sido pacificada no sentido de que esse intervalo intrajornada não poderá, mesmo previsto em ACT ou CCT comprometer o descanso entre as jornadas ( a chamada dupla pegada) sob pena de nulidade do instrumento normativo e caracterização das horas extras. INTERVALO INTRAJORNADA SUPERIOR À DUAS HORAS. NORMA COLETIVA INESPECÍFICA Nada obstante a previsão coletiva quanto à possibilidade de elastecimento do intervalo intrajornada, em se verificando que a reclamada não estabeleceu expressamente o tempo de elastecimento, tampouco o horário em que concedido, criando duas jornadas de trabalho num mesmo dia em prejuízo do empregado, que fica impedido de dispor sobre o seu próprio tempo fora do emprego, há que se ter por nula tal prática, impondo-se o deferimento de horas extras. PROCESSO ª TURMA. Existe intervalo entre duas jornadas(interjornadas) de 11 horas conforme previsto no artigo 66 da CLT. Intervalo semanal de 24 horas: trata-se do repouso semanal remunerado RSR ou DRS preferencialmente aos domingos, sendo considerados também os feriados(art. 67 da CLT). O empregado descansa, mas recebe como se estivesse trabalhando. Nesse caso se o DSR não coincidir com o domingo, deverá ser estabelecida uma escala de revezamento quinzenal (artigo386 da CLT) que favoreça o descanso no 8
9 dia de domingo. Questão polêmica de gênero pois o artigo se refere a mulher e não ao homem que tem normativa em portaria do MT nº 509/67. Ainda sobre o tema do DSR é certo afirmar que o sábado para o bancário é considerado dia útil não trabalhado de acordo com a S TST 113. Em relação ao cálculo a S TST 172 afirma que são computadas no cálculo do DSR as horas extras habituais, observando a remuneração em dobro (exemplificando: 100% sobre a hora normal) de acordo com a S TST 146. Os serviços disciplinados no art. 72 da CLT, serviços permanentes de mecanografia, possuem um intervalo de 10 minutos a cada 90 minutos de trabalho ( STST 346). Porém a polêmica surgir com a edição da NR 17, onde a jornada de trabalho do digitador é normal(cf) sendo que a cada 50 minutos de trabalho deverá existir 10 minutos de descanso, e poderá trabalhar somente 5 horas na entrada e saída de dados, devendo desenvolver outras atividades no restante da jornada. ( NR 17), sendo esta é que deverá prevalecer e não a sumular. O objetivo desse intervalo é evitar doenças ocupacionais. S TST N 437 diz que a não concessão total ou parcial do intervalo intrajornada ao trabalhador acarretará o pagamento do período total, acrescido do respectivo adicional, sendo inválida cláusula de ACT ou CCT que contemple a referida supressão ou redução do intervalo, pois constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho. Lembrando que se a jornada for acima de seis horas deverá ter o mínimo de 1 hora de intervalo intrajornada. JORNADA DE INTERVALO INTERVALO TRABALHO INTRAJORNADA INTERJORNADAS Até 4 horas Não é obrigatório 11 horas De 4 a 6 horas 15 minutos 11 horas Acima de 6 horas 1 hora mínimo 2 horas máximo salvo CCT ou ACT e acordo individual escrito(este último ainda não pacificado) 11 horas HORAS IN ITINERE Lei /2001 Os requisitos para ocorrerem horas in itinere conforme o artigo 58 2º da e a S TST 90, são: 9
10 - ser a condução fornecida pelo empregador; - ser o local de trabalho de difícil acesso ou não servido por transporte público regular, sendo que as horas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público em caso de existir o mesmo em parte do trajeto. - a incompatibilidade entre o início e término da jornada e o transporte público gera direito as horas. - a mera insuficiência de transporte público não gera direito as horas. - a Súmula 366 e 429 do TST também instituiu que o percurso da portaria até o local de trabalho como in itinere desde que ultrapasse o limite diário de 10 minutos de percurso. OBS: Vale ressaltar que não importa, para a caracterização das horas extras, se o transporte fornecido pelo empregador ou pago de forma parcial pelo empregado. Serão pagas com adicional extraordinário. JORNADA DE 6 HORAS NOS TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO (ART. 7.º, XIV, da CF) Essa jornada é para o serviço realizado em turnos ininterruptos de revezamento de trabalho, onde turmas de trabalhadores laboram alternadamente para que se possibilite, o descanso das turmas ou empregados, pois o trabalho é ininterrupto, independente de ocorrer trabalho nos domingos e feriados, momento em que se deve pagar à turma ou empregado o adicional especial de 100%. Enunciado n. 360, diz que o intervalo não descaracteriza a jornada especial de 6 horas. O intervalo será de 15 minutos (caso a jornada seja acima de 6 horas o intervalo será de 1 a 2 horas). OBS: a prorrogação é permitida via negociação coletiva de trabalho, no máximo por duas horas diária e se prejudicar o intervalo enterjornadas de 11 horas deverão ser remuneradas com adicional extraordinário, conforme S TST 110. REGRAS ESPECÍFICAS DA JORNADA NOTURNA DE TRABALHO (artigos 73 e seguintes, Súmulas 60, 65, 112, ) É considerado noturno o trabalho urbano realizado entre 22:00 e 5:00h. Por ficção jurídica, a hora noturna é reduzida para 52m30s, salvo algumas situações 10
11 como o caso do trabalho petrolífero S TST 112), mantida no caso dos vigias S TST 65). Portanto, a cada 7 horas de trabalho noturno são consideradas 8 horas trabalhadas. Assim, quem trabalhou das 22:00 às 6:00h tem direito a uma hora extra noturna, com adicional no mínimo de 50% sobre a hora normal. O valor da hora noturna é 20% superior ao valor da hora diurna, inclusive no que diz respeito ao vigia (S TST 140). A jurisprudência vem entendendo que, quando o trabalhador cumpre integralmente a jornada noturna, o que passar da jornada, mesmo já estando no período diurno, será considerado hora extra noturna, de acordo com o entendimento da S TST 60 que trata do assunto ponderando: a) O adicional noturno pago com habitualidade integra o salário do empregado para todos os efeitos. b) Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Para determinar a hora extra noturna, faz-se primeiro o cálculo do adicional noturno e sobre ele se calcula a hora extra. Se o empregador transferir o empregado do trabalho noturno para o diurno, poderá suprimir o pagamento do adicional noturno ( S TST 265). É considerado trabalho rural noturno o realizado no período de: - se for trabalho na lavoura: 21:00 às 5:00h; - se for trabalho na pecuária: 20:00 às 4:00h. No trabalho rural não há redução da hora (hora = 60 min.), porém, o adicional será de 25% (Lei n. 5889/73, art. 7.º). Resumindo alguns dos dispositivos sobre a jornada de trabalho pode-se dizer que: 1. Jornada de trabalho - É o tempo em que conta à disposição do empregador. 2. Duração: art. 7º, XIII da CF _ 8h diárias e 44h semanais. 3. Jornadas diferenciada: turnos de 6h _ bancários, telefonistas e trabalhadores em turnos ininterruptos de revezamento. 4. Empregados excluídos da jornada de trabalho: estes não terão direito a hora extra, são eles: gerentes (necessário que exerça cargo de confiança e receba pelo menos 40% a mais do que os seus subordinados) e trabalhadores externos, não sujeitos a controle de jornada. Qualquer deles se submetidos a qualquer controle de horário, passam a ter direito a hora extra. 11
12 Obs. - Art. 59, CLT Acordo de compensação/banco de horas: são horas extras sem pagamento, mas com a compensação de horas, trabalhadas a mais em um dia e não trabalhadas em outro. 5. DSR - Art. 67 da CLT: Folga de 24h consecutivas, uma vez por semana de trabalho, preferencialmente aos domingos. Se o trabalhador trabalha no DSR, deverá ser remunerado em adicional de 100% sobre o valor da hora normal. OBS - o empregado doméstico só tem direito ao DSR. 6- PROVA: Súmula 338 do TST O que diz a CLT: Art A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. Art Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos o 30 segundos. 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. 3º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo. 4º As prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo. O que diz a Constituição Federal Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:... XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; S TST 437(hora extra de intervalo) BIBLIOGRAFIA CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do Trabalho. São Paulo: Saraiva. MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho 12
13 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do trabalho DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho. BARROS, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. BASILE, César Reinaldo Offa. Duração do trabalho a direito de greve. VENEZIANO, André Horta. Direito e processo do trabalho. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 13
Tolerância: art. 58, 1º da CLT.
AULA 11: Tolerância: art. 58, 1º da CLT. Art. 58 da CLT 1º - Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
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