Urban View Urban Reports Higienópolis: como o metrô de gente diferenciada influencia no mercado imobiliário Programa Falando em dinheiro, coluna Minha cidade, meu jeito de morar e investir Rádio Estadão ESPN
Higienópolis: como o metrô de gente diferenciada influencia no mercado imobiliário Há tempos uma estação de metrô não causava tanto furor! Se geralmente o paulistano reclama quando sua vizinhança é excluída dos planos de expansão do metrô, na última semana o assunto mais comentado foi o modo como o moradores de Higienópolis, um dos bairros mais nobres de São Paulo, rechaçaram a construção de uma estação da Linha 6 Laranja na esquina da avenida Angélica com a rua Sergipe. Um abaixo-assinado elaborado pela Associação Defenda Higienópolis e espalhado por diversos condomínios da região reuniu milhares de assinaturas contestando o projeto. Os moradores chegaram a reclamar que a estação traria inconvenientes ao bairro, como a desapropriação de estabelecimentos comerciais e o aumento indesejado do fluxo de pessoas, em especial moradores de rua, ambulantes e usuários de drogas. Fonte: BlueBus 2
EU NÃO USO METRÔ E NÃO USARIA. ISSO VAI ACABAR COM A TRADIÇÃO DO BAIRRO. VOCÊ JÁ VIU O TIPO DE GENTE QUE FICA AO REDOR DAS ESTAÇÕES DO METRÔ? DROGADOS, MENDIGOS, UMA GENTE DIFERENCIADA... Frase de uma moradora do bairro que rodou a internet e inspirou um churrasco-protesto O descontentamento dos moradores da região e uma decisão da Secretaria de Transportes Metropolitanos de alterar o local da estação supostamente em função disso gerou revolta nas redes sociais, de onde surgiu a ideia de fazer um evento-protesto contra a exclusão social. Na tarde de sábado o Churrascão da Gente Diferenciada reuniu centenas de pessoas em frente ao Shopping Pátio Higienópolis. A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) informou que a decisão não era baseada na demanda dos moradores, mas sim na necessidade de se equacionar as distâncias entre as estações. Inicialmente, estavam previstas quatro estações na região: Higienópolis/Mackenzie, Angélica, Pacaembu e PUC/Cardoso de Almeida. Como a estação Pacaembu foi excluída para baratear o custo da obra - sua demanda seria baixa, com cerca de 17 mil usuários por dia -, a estação Angélica ficaria em distâncias desproporcionais da Higienópolis/Mackenzie (610 metros) e PUC/Cardoso de Almeida (1,5 mil metros). Por isso, seria necessária uma nova posição. Não é difícil entender porque um morador antigo não é muito fã de mudanças. Na mesma região também houve quem reclamasse da instalação do Shopping Pátio Higienópolis, hoje um xodó do bairro. A verdade é que esses equipamentos - como centros comerciais, hospitais, praças, centros empresariais e, principalmente, a integração com o transporte público 3
- sempre valorizam o bairro. No Morumbi, outra área nobre da cidade, a previsão da chegada de uma estação de metrô já valorizou o entorno entre 10 e 20%. Um estudo publicado na Revista de Engenharia pelo engenheiro Carlos Eduardo de Paiva Cardoso já mostrava essa tendência há dois anos. Ele mostrou que áreas próximas às linhas de metrô de São Paulo vêm passando por um processo de elitização porque a valorização imobiliária e o aumento do custo de vida expulsa os antigos moradores. É isso que vem acontecendo em Pinheiros, onde a estação Faria Lima está transformando a única região patinho feio do bairro: o Largo da Batata. Além disso, um levantamento da imobiliária Lopes divulgado no início do ano mostra que dos 229 lançamentos programados para 2011 na capital paulista, 109 se localizavam a menos de 1 km de uma estação de metrô, evidenciando a alta procura por esse tipo de imóvel. Com tanta valorização e liquidez imobiliária, até mesmo quem ficar realmente incomodado com o movimento poderá vender o imóvel em Higienópolis sem problemas. Diferenciado, nesse caso, será mesmo o mercado imobiliário da região. LARGO DA BATATA: O CASO DO PATINHO FEIO DE PINHEIROS As intervenções do governo e justamente a chegada do metrô estão transformando o Largo da Batata de forma rápida. No momento, a estação Faria Lima da linha Amarela do Metrô divide as duas realidades da região. Os prédios de vidro, bancos e shoppings que estão no sentido da Rebouças observam de longe as lojas populares, os vendedores ambulantes e os bordeis que funcionam dia e noite. Mas logo essa face mais popular da região será apenas uma lembrança graças ao projeto de renovação que delimita-se pela avenida Brigadeiro Faria Lima, rua do Sumidouro, Marginal Pinheiros e rua Butantã. Os proprietários que resistiram às ofertas das construtoras nove quarteirões já estão nas mãos delas aumentaram os aluguéis, inviabilizando a permanência dos atuais inquilinos. Em quatro anos, o canto pobre de Pinheiros dará lugar a escritórios, imóveis residenciais, restaurantes e casas noturnas de alto padrão. 4
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