PROJETO INTERDISCIPLINAR
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- Francisca Avelar di Azevedo
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1 PROJETO INTERDISCIPLINAR "O Campo no Colégio" Ano Letivo 2012/
2 NOTA INTRODUTÓRIA O contacto com a Natureza assume um papel de extrema importância na vida do ser humano. A agricultura, a jardinagem e a pecuária, enquanto atividades de ocupação dos tempos livres, ou neste caso integrada no currículo escolar proporciona às crianças benefícios ao nível cognitivo, sócio afetivo e motor. A Horta Pedagógica e o Espaço dos Animais da Quinta visam proporcionar a dinamização do espaço exterior da instituição através da realização de atividades de observação e investigação do desenvolvimento das sementes e plantas, ou acompanhar o crescimento e as características dos diferentes animais. 22
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA No Colégio Espinheira Rio, a nossa prática pedagógica assenta em modelos pedagógicos sócio construtivistas, onde a aprendizagem se concretiza através de um processo interativo que envolve o professor, os alunos e os recursos disponíveis, entre os quais o próprio meio envolvente, procurando-se desta forma que o grupo coloque questões, identifique problemas e participe ativamente na elaboração e gestão das atividades. Nesta perspectiva, parece-nos de todo fundamental, a existência de áreas de trabalho que promovam a cooperação e que possibilitem aos alunos aprender a ouvir e a ser ouvidos enquanto membros ativos de um grupo. Assim, baseada nesta linha de pensamento, a equipa docente, apoiada numa visão de gestão cada vez mais autónoma dos currículos conferida aos estabelecimentos de ensino, decidiu substituir a chamada Área de Projecto, extinta definitivamente no ano lectivo anterior, por um Projecto Interdisciplinar que contará com a participação de toda a comunidade escolar. Este projecto visa a conceção, realização e avaliação de planos, através da articulação de saberes de diversas áreas curriculares, em torno de problemas ou temas de pesquisa ou de intervenção de acordo com as necessidades e os interesses dos alunos. Tem ainda como finalidade o desenvolvimento da capacidade de organizar a informação, pesquisar e intervir na resolução de problemas e compreender o mundo actual. 33
4 PERTINÊNCIA DO PROJETO Atualmente, no quotidiano que nos rodeia, todos somos confrontados com inúmeras situações, onde nos é exigido o facto de possuirmos algum conhecimento nos domínios tecnológico e científico, dada a crescente complexidade e especificidade dos instrumentos e ferramentas a que recorremos. Todavia, é imprescindível que essa evolução tecnológica se faça a par e que respeite os cada vez mais frágeis equilíbrios ambientais. Os saberes científicos e a sua utilização ao serviço da humanidade são tão importantes como a preservação de técnicas de trabalho que protejam a biodiversidade, a agricultura biológica e uma exploração sustentável da pecuária. Por tudo o que foi referido anteriormente, pensamos ser importante que todo o processo de ensino/aprendizagem contemple também um conjunto de conhecimentos tecnológicos e científicos, usualmente, associados com o mundo rural ou ao passado. Para além disso, é nossa firme convicção que, a aprendizagem destes saberes se faça de forma a fomentar nas novas gerações, especialmente naquelas que vivem nos meios urbanos, uma atitude mais consciente e empreendedora face à Natureza. O colégio como entidade transmissora do saber científico e sociocultural tem por obrigação estar em sintonia com o avanço do conhecimento no sentido de dotar os adultos de amanhã com os instrumentos necessários à conquista do seu futuro. Cabe então, aos docentes, enquanto agentes transmissores e orientadores das aprendizagens, alertar os mais novos para a importância crescente da agricultura biológica, na obtenção de produtos de excelente qualidade e valor nutritivo e para a criação responsável de animais em recintos fechados. 44
5 Porque defendemos que a melhor maneira de aprender é através do contacto directo, pensamos que a melhor forma de abordar estes temas é através de uma nova dinamização da Horta Pedagógica aberta a participação de toda a comunidade escolar e da construção de um espaço para criação de animas da quinta. É sabido que as hortas começam a suscitar de novo o interesse por parte das pessoas que habitam nas cidades, não só porque são um meio de obter produtos frescos de forma mais económica e controlada, mas também como passatempo no meio de uma vida tão agitada. Galos, galinhas, cabras, porcos, leitões, coelhos Pode parecer uma quinta, mas estes são alguns dos animais que durante todo ano letivo vão dar ao colégio o ar de campo, bem como as suas tradições e costumes. 55
6 OBJECTIVOS GERAIS - Mobilizar saberes culturais para compreender a realidade; - Promover atividades de pesquisa; - Usar adequadamente linguagens das diferentes áreas do saber cultural; - Fomentar atividades de cooperação com os outros em tarefas e projetos comuns; - Valorizar o debate intelectual como meio adequado à resolução de problemas, esclarecimento de dúvidas, confrontação de ideias e apresentação de críticas dando espaço de intervenção aos seus parceiros; - Desenvolver o sentido de responsabilidade de cada aluno nos processos de mudança pessoal e social; - Realizar atividades em contacto com a Natureza; - Utilizar os produtos recolhidos para a confeção de receitas culinárias; - Envolver as famílias nas atividades de manutenção dos espaços. 66
7 METODOLOGIA Relativamente à plantação e sementeira de produtos hortícolas, na horta pedagógica, devem obedecer às respetivas épocas de plantação. No caso da transplantação de plantas, poderá ser necessário contrariar as condições climáticas, eventualmente, adversas protegendo-as com outro tipo de infraestruturas. A obtenção das sementes, será efetuada num horto ou loja de produtos hortícolas. A horta será organizada em quatro parcelas de cultivo: a) Cultivo rotativo; b) Cultivo permanente; Quanto à organização dos grupos no projeto, é obrigatória a intervenção de todos nas seguintes fases: Horta Pedagógica Animais da Quinta a) Sacha; b) Monda; c) Cultivo (sementeira); d) Cultivo (plantação); e) Transplantação; f) Rega; g) Compostagem; h) Adubação; i) Colheita; j) Utilização dos produtos hortícolas. a) Alimentação; b) Limpeza dos espaços. 77
8 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PO ESPAÇO Horta Pedagógica - Sensibilizar os alunos para questões relacionadas com o meio ambiente e sua preservação; - Estabelecer a ligação entre conteúdos na sala de aula e a prática de atividades experimentais que facilitem a compreensão daqueles conteúdos; - Aproveitar a horta pedagógica para a instalação de um laboratório vivo ; - Fomentar o contacto com a terra através do cultivo de produtos hortícolas e da aprendizagem de práticas agrícolas; - Observar e investigar o desenvolvimento das sementes e plantas; - Experimentar diferentes culturas e sementeiras; - Permitir o estudo do desenvolvimento das plantas, a influência dos factores ambientais, a importância da fotossíntese e da polinização; - Identificar os diversos produtos hortícolas cuja utilização é mais comum na portuguesa; - Sensibilizar a comunidade escolar para a recuperação e preservação das áreas envolventes do colégio; - Fomentar a consciência ecológica e contribuir para a formação de um cidadão responsável. Espaço dos Animais da Quinta - Identificar a existência de diferentes animais em diferentes meios ambientais; - Conhecer os animais mais comuns num ambiente rural; - Observar e reconhecer os hábitos e características das diferentes espécies de animais da quinta; 88
9 - Compreender a importância da domesticação de alguns animais como fonte de alimentos e matérias-primas; - Consciencializar os alunos para o conceito de respeito pelos outros seres vivos. 99
10 DIVULGAÇÃO - Placard informativo sobre o projeto; - Reportagens no blogue e CER TV. ENVOLVIMENTO PARENTAL - Os pais ficam responsáveis pela manutenção da horta e da coelheira nos períodos em que o colégio estiver fechado. AVALIAÇÃO Critérios de avaliação: - O aluno será avaliado nas atitudes e nas aprendizagens; - A avaliação é contínua, ou seja, é feita ao longo de todo o processo; - Na forma como o aluno intervém e se empenha no desenvolvimento do projecto, através do preenchimento de uma grelha por grupo; - Na apresentação; - Na resposta ou solução dada ao problema que foi enunciado. 1010
11 Quadro de Atividades do Projecto (Horta Pedagógica) setembro outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto - Preparação do solo - Couves (p) - Cebolas (s) - Chicória (s) - Espantalhos - Feijão-verde (s) - Alfaces (p/s) - Ervilhas (s) - Chicória (c) - Nora (construção) - Favas (c) - Cenouras (c) - Pepino (c) - Tomate (c) - Beterraba (s) - Favas (s) - Espinafres (s) - Alfaces (c) - Cebolas (c) - Beterraba (s) - Feijão-verde (c) - Cenouras (s) - Couves (c) - Inauguração da nora - Espinafres (c) - Tomate (s) - Pepino (s) - Beterraba (c) Legenda: (s) sementeira (p) plantação (c) colheita Quadro de Atividades do Projecto (Espaço dos Animais da Quinta) setembro outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto - Construção da coelheira - s - s - s - s - s - s - s - s - s - s 1111
12 Distribuição de Tarefas setembro outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana 1.ª semana sacha do terreno Início da construção de Semear feijãoverde Plantar/semear alfaces Semear ervilhas Semear beterraba Colher feijãoverde Colher espinafres Colher favas Colher cenouras Colher tomates 2.ª F SE 3.ª F S5 4.ª F S4 5.ª F S3 6.ª F S2 Espantalhos (Todos os grupos) (Sala 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana 2.ª semana Adubação do solo e preparação dos canteiros. (Sala Estudo e Sala 5 anos) Semear chicória Colher chicória Semear favas Semear espinafres Colher couves Semear pepino Colher pepino Construção da coelheira para receção dos animais. (Todos os Grupos) 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana 3.ª semana Plantar couves Colher alfaces Construção Nora Estudo e sala de 5 anos) Inauguração da nora (Todos os grupos) Semear tomate 1212
13 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana 4.ª semana Semear cebolas Colher cebolas Semear cenouras Colher beterraba Colocação dos Espantalhos (Todos os grupos) Semear beterraba (Sala estudo) Nota: É sempre necessário preencher uma ficha técnica de acompanhamento dos trabalhos na horta. 1313
14 BIBLIOGRAFIA QUINTANILHA, Francisco J., O meio social; Enciclopédia de Educação Infantil, Volume II, Editora Nova Presença. RAMÍREZ, José, O meio físico; Enciclopédia de Educação Infantil, Volume II, Editora Nova Presença. CASTRO, Lisete Barbosa, Gerir o trabalho de projecto, guia para a flexibilização e revisão curricular, Editora Educação Hoje. 1414
15 ANEXOS Glossário Adubação Processo de fertilização da terra, através da colocação de produtos químicos ou biológicos. Armação de canteiros Organização do terreno em parcelas de cultivo rotativo e cultivo permanente. Colheita Ato de colher os produtos agrícolas num determinado período de tempo. Compostagem Processo de formação de substâncias químicas e biológicas formadas a partir de elementos retirados da horta ou da. Cultivo rotativo As plantas selecionadas para estas parcelas não podem plantar-se, vários anos seguidos, no mesmo solo, no sentido de evitar pragas e doenças, bem como esgotar as propriedades dos solos. Cultivo permanente Estas plantas podem plantar-se, vários anos seguidos, no mesmo solo sem prejuízo do mesmo. Germinação - Momento em que as plantas brotam. Monda Ato de manter as terras de cultivo sempre livres de ervas nocivas. Plantação Ato de plantar rebentos ou partes de plantas de dimensões reduzidas no terreno. Rega Processo de abastecer as plantas com água, seguindo as necessidades de cada cultura e as condições meteorológicas. Sacha Revolver a terra com uma enxada. Sementeiras Ato/ tempo de semear. Transplantação Transferir uma planta de um sítio para outro. Espantalhos Figura de pano, que se coloca nos campos para afugentar os pássaros. 1515
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