TERMOS DE REFERÊNCIA
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- Rafael Cordeiro Sales
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1 RECRUTAMENTO DE UM GABINETE (FIRMA) PARA A ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA REGIONAL DAS ACTIVIDADES TRANSFRONTEIRIÇAS NO ESPAÇO CEDEAO TERMOS DE REFERÊNCIA FINANCIAMENTO: Banco Mundial (PROJECTO REDISSE e P/DTN) MAIO
2 I - CONTEXTO E JUSTIFICAÇÃO A África Ocidental é uma região caracterizada pela recorrência de surtos epidémicos de doenças infecciosas. As recentes epidemias, especialmente a epidemia da doença pelo vírus Ébola em 2014, mostraram o risco de propagação das doenças a escala regional e mundial 1 com consequências socioeconómicas consideráveis. A fim de garantir a segurança sanitária no espaço CEDEAO, os Estados membros necessitam de sistemas de saúde sólidos e eficazes, capazes de detectar rapidamente as doenças de potencial epidémico, domésticas e importadas, e de responder eficazmente. Nesta óptica é necessário reforçar as capacidades nacionais para a aplicação do Regulamento Sanitário Internacional nos pontos de entrada e ao longo de todas a regiões fronteiriças 2. Além disso, se os sistemas de saúde como concebidos actualmente não estão preparados para cobrir as necessidades das comunidades estabelecidas é cada mais reconhecido que o reforço das capacidades globais da saúde pública nas fronteiras fazem progredir significativamente a segurança sanitária. Chega-se a essa conclusão com mais acuidade em África Ocidental por causa da grande complexidade das fronteiras devido aos factores socioculturais, demográficos, económicos, linguísticos, familiares ou ainda sanitários. Além disso, os fluxos migratórios regionais ou internacionais, tanto formais quanto informais, contribuem diariamente para desafiar a capacidade dos sistemas nacionais de saúde pública de detectar precocemente e facilitar a propagação de eventos de saúde pública na região. Além de garantir a conformidade com os requisitos do RSI, as actividades transfronteiriças contribuem, entre outras coisas, para uma gestão de casos e inquéritos epidemiológicos mais abrangente. As actividades transfronteiriças nos países da CEDEAO devem permitir: i) Reduzir o tempo de resposta a epidemias e urgências sanitárias; ii) aumentar a capacidade de controlar rapidamente uma epidemia; iii) melhorar a capacidade de afectar recursos rapidamente; iv) facilitar a partilha de resultados laboratoriais; v) apoiar a partilha de dados de rotina, bem como esforços de preparação e respostas às epidemias e urgências sanitárias, e por 1 Nas semanas a seguir ao primeiro caso de Ébola na região de Medianou na Guiné-Conacri, a epidemia propagou-se discretamente para além das fronteiras terrestres para a Libéria e Serra Leoa. Um número limitado de casos propagou-se por via terrestre para o Senegal e Mali e por via aérea para Nigéria, Espanha e os Estados Unidos. Durante toda a epidemia, que durou quase dois anos, o movimento das comunidades humanas fortemente ligadas, próximas ou longínquas, aumentou o impacto geográfico da doença. 2 Os artigos 21, 44 e 57 do Regulamento Sanitário Internacional recorda amplamente as exigências feitas aos países em termos de colaboração transfronteiriça. 2
3 fim vi) impedir o encerramento de fronteiras a fim de garantir a livre circulação de pessoas e bens em tempos de crise, bem como em tempo de normalidade. Tendo em conta o acima exposto e as responsabilidades dos Estados membros da CEDEAO em assegurar a segurança sanitária nacional, regional e internacional, a Organização Oeste Africana da Saúde (OOAS) colocou ênfase sobre as actividades transfronteiriças no seu 3º plano estratégico A OOAS baseou a sua advocacia estratégica sobre a grande vulnerabilidade das zonas transfronteiriças no espaço CEDEAO, seu protocolo de criação e sobre as experiências acumuladas de crises sanitárias passadas. A finalidade para a OOAS nesta iniciativa é de contribuir para reforçar as capacidades nacionais e regionais em termos de colaboração transfronteiriça. Graças ao apoio do Banco Mundial no âmbito do projecto regional REDISSE 3 Regional Diseases Surveillance Systems Enhancement in West Africa, a OOAS comprometeu-se a iniciar uma análise aprofundada do contexto regional e nacional em termos de organização de actividades transfronteiriças e desenvolver uma estratégia regional para a promoção das actividades transfronteiriças em termos de prevenção e de luta contra as doenças de potencial epidémico no espaço CEDEAO. Este documento-quadro deve servir de bússola e de orientação estratégica das iniciativas regionais transfronteiriças nos próximos anos. Para realizar este objectivo, a OOAS decidiu recorrer aos serviços de um gabinete. Os presentes termos de referência visam precisar as condições para um bom desenrolar desta missão de consultoria. II OBJECTIVOS: Os objectivos desta missão de consultoria são: 2.1. Objectivo geral Elaborar uma estratégia regional para as actividades transfronteiriças em saúde no espaço CEDEAO Objectivos específicos Analisar o contexto (balanços) nacional e regional em termos de organização das actividades transfronteiriças em saúde (doenças de potencial epidémico, doenças 3 Projecto Regional de Reforço dos Sistemas de Vigilância das Doenças em África Ocidental 3
4 transmissíveis, doenças tropicais negligenciadas, doenças evitáveis por meio de vacinação, actividades de promoção da saúde ) no seio do espaço CEDEAO; Propor princípios e orientações para uma estratégia regional das actividades transfronteiriças em saúde; Propor um projecto de estratégia regional das actividades transfronteiriças em saúde; Propor um plano de acção de reforço das actividades transfronteiriças a nível regional e nacional; Finalizar a estratégia regional tendo em conta as alterações provenientes do ateliê regional de validação. III - RESULTADOS ESPERADOS: Os resultados esperados desta missão de consultoria são os seguintes: 1. O quadro de análise do contexto nacional e regional sobre as actividades transfronteiriças no espaço CEDEAO está disponível e validado em termos de forças, oportunidades, fraquezas, ameaças e necessidades identificadas; 2. O relatório da análise da situação sobre as actividades transfronteiriças e os pontos de entrada integrando as alterações das diferentes partes interessadas está disponível e contém os seguintes elementos: o Balanços/compreensão em termos de actividades transfronteiriças em saúde no espaço CEDEAO: Análise dos sistemas nacionais de vigilância transfronteiriça em saúde humana e animal; Estado da coordenação transfronteiriça nos países da CEDEAO (disponibilidade e funcionalidade dos comités transfronteiriços); Nível de conhecimento dos actores responsáveis das actividades transfronteiriças incluindo seus protocolos de controlo sanitário nos diferentes pontos de entrada (fronteiras terrestres, aéreas e marítimas) tais como a despistagem e a quarentena em caso de epidemia nos países da CEDEAO; Identificação das boas práticas em termos de organização das actividades transfronteiriças de prevenção e de luta contra as doenças. 4
5 o Avaliação por país das capacidades nacionais para a organização das actividades transfronteiriças baseando-se nos quadros de análise gerais na matéria (RSI 4, VIDR 5, AMSS 6, etc ) : Revisão de tratados/directivas comunitárias, acordos especiais e quadros de concertação entre os Estados membros da CEDEAO Existência de modos operatórios normalizados e de protocolos (SOP) Existência de directivas e medidas sanitárias nas regiões transfronteiriças (condições de transporte de cadáveres, mecanismos de troca de informações ) o Balanço da gestão das últimas crises sanitárias/epidemias e as especificidades nos países da CEDEAO a nível transfronteiriço; o Revisão de políticas, sistemas, planos, estruturas, responsabilidades e procedimentos já estabelecidos nos países para a promoção das actividades transfronteiriças; o Forças, fraquezas, desafios, potencialidades e necessidades dos países da CEDEAO, da OOAS em termos de coordenação e de organização das actividades transfronteiriças em saúde; o Nível de harmonização da colaboração multissectorial (Saúde Única) e de concertação entre os Estados membros da CEDEAO para a organização de actividades transfronteiriças; o Nível de consideração dos aspectos do género e equidade e do contexto sociocultural/ambiental no desenvolvimento das actividades transfronteiriças em saúde. 3. Projecto de documento da estratégia regional das actividades transfronteiriças proposto pelo consultor encontra-se disponível; 4. Plano de acção de reforço das actividades transfronteiriças a nível regional e nacional encontra-se disponível; 5. Relatório do ateliê regional de validação da estratégia regional das actividades transfronteiriças encontra-se disponível; 6. Documento da estratégia regional das actividades transfronteiriças em saúde encontrase disponível e validado; 4 RSI : Regulamento Sanitário Internacional 5 VIDR : Vigilância Integrada da Doença e Resposta 6 AMSS : Agenda Mundial da Segurança Sanitária 5
6 7. Projecto de artigo sobre o estado de implementação das actividades transfronteiriças e a estratégia regional encontra-se disponível e publicado num jornal com comité de releitura. IV TAREFAS DO CONSULTOR INTERNACIONAL Para realizar esta missão de consultoria, a OOAS faz apelo a um gabinete com as competências e capacidades em gestão de epidemias e eventos de saúde pública. As tarefas atribuídas aos consultores resumem-se como se segue: Proceder a uma revisão dos documentos e relatórios disponíveis no espaço CEDEAO em termos de organização de actividades transfronteiriças em geral e no quadro de prevenção e de luta contra as doenças. Completar a análise documental por uma revisão da literatura científica sobre o contexto regional e nacional em termos de prevenção e de luta contra as doenças. Elaborar um guia de entrevista a administrar aos principais informadores/partes interessadas da prevenção e de luta contra as doenças a nível das zonas transfronteiriças Preparar e organizar as visitas aos países para a recolha de dados sobre o contexto nacional e regional em saúde a nível das zonas transfronteiriças; Produzir um relatório de análise da situação do contexto regional sobre as actividades transfronteiriças em saúde; Elaborar um projecto de estratégia regional para as actividades transfronteiriças em saúde no espaço CEDEAO; Preparar participar e co-facilitar com a equipa da OOAS, o ateliê regional de validação da estratégia regional das actividades transfronteiriças em saúde no espaço CEDEAO; Produzir um relatório do ateliê regional de validação da estratégia regional das actividades transfronteiriças em saúde no espaço CEDEAO; Produzir um plano de acção de reforço das actividades transfronteiriças a nível regional e nacional; Apresentar a estratégia regional das actividades transfronteiriças em saúde no espaço CEDEAO; Apresentar um relatório global da missão de consultoria. 6
7 V- METODOLOGIA A metodologia geral desta missão de consultoria requer a contratação de uma firma internacional. A firma fará uma revisão da literatura e uma análise documental sobre as actividades de saúde nas zonas transfronteiriças do espaço CEDEAO. A firma proporá ferramentas de recolha, a metodologia de trabalho e um orçamento detalhado que serão previamente validados pela OOAS. Serão organizadas visitas aos Estados membros da CEDEAO pela firma em colaboração com a OOAS, para completar as informações recolhidas seguindo um plano aprovado pela OOAS. A firma participará nos preparativos e facilitação do ateliê regional de validação do projecto de documento de estratégia regional e do plano de acção de reforço das actividades transfronteiriças a nível regional e nacional incluindo um projecto de manual de procedimentos normalizados de realização das actividades transfronteiriças. A firma trabalhará em estreita colaboração com a equipa responsável da vigilância e resposta às epidemias junto da Organização Oeste Africana da Saúde. VI - PERFIL DA FIRMA INTERNACIONAL A missão deve ser realizada por uma firma de constituirá pelo menos uma equipa de três especialistas de acordo com os procedimentos de adjudicação do Banco Mundial. Os especialistas que trabalham com a firma terão as seguintes qualificações e competências: Um chefe de equipa, especialista em epidemiologia de intervenção, especialista em saúde humana, com pelo menos 10 anos de experiência na prevenção e luta contra as epidemias, a realização de actividades transfronteiriças, de inquéritos quantitativos/qualitativos e em planeamento estratégico. Ter uma experiência comprovada em análise e reforço dos sistemas de saúde e conhecimentos em termos de segurança sanitária (regulamento sanitário internacional nos pontos de entrada) e sobre a abordagem Saúde Única serão vantagens. O chefe de equipa deve possuir excelente domínio da ferramenta informática e ter o domínio de pelo menos duas das três línguas oficiais do espaço CEDEAO (francês, inglês e português). O domínio da terceira língua será uma vantagem; 7
8 Um chefe de equipa adjunto, especialista em saúde animal com pelo menos 7 anos de experiência em planeamento estratégico, realização de inquéritos quantitativos e qualitativos e sobre a abordagem Saúde Única. Experiência na realização de actividades transfronteiriças será uma vantagem. O chefe de equipa adjunto deve possuir excelente domínio da ferramenta informática e ter o domínio de pelo menos duas das três línguas oficiais do espaço CEDEAO (francês, inglês e português). O domínio da terceira língua será uma vantagem; Um especialista em saúde comunitária com 7 anos de experiência na realização de actividades de saúde e mais especificamente de actividades transfronteiriças. Deve ter o domínio de pelo menos duas das três línguas oficiais do espaço CEDEAO (Francês, Inglês, Português). O domínio da terceira língua será uma vantagem; A firma pode apelar a qualquer outra perícia que considerar necessária para a realização da missão. VII CEDEAO. LOCAL DA CONSULTORIA: Bobo Dioulasso, Burkina Faso e os países da VIII. PERÍODO DA CONSULTORIA: Julho a Setembro IX. DURAÇÃO DA CONSULTORIA: 3 meses. X. DISPOSIÇÕES ADMINISTRATIVAS As versões provisórias e finais dos produtos da consultoria serão submetidas à OOAS para estudo e validação durante um ateliê. Os diferentes produtos/resultados desta consultoria são da exclusiva propriedade da Organização Oeste Africana da Saúde. XI- CONDIÇÕES DE ENGAJAMENTO Um contrato de consultoria será estabelecido de acordo com as directivas do Banco Mundial entre a OOAS e o gabinete seleccionado. 8
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