A FORÇA DO COMPRADOR NA ADOÇÃO DE BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS. Setembro de 2014
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- João Pedro Braga Conceição
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1 ANEXO V
2 A FORÇA DO COMPRADOR NA ADOÇÃO DE BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS Setembro de 2014
3 Algumas considerações Agricultura e abastecimento
4 O desenvolvimento da agricultura é responsável pela evolução da humanidade. No princípio - caça e coleta de alimentos para sobrevivência. Início da agricultura e domesticação de animais anos a.c. A produção de alimentos permitiu a especialização o surgimento de cidades, o comércio, a indústria, a globalização. Em 1798, Thomas Malthus, em seu livro Essay on Population assombrou o mundo com a sua afirmação: A população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos aumenta em progressão aritmética. A solução para evitar epidemias, guerras e outras catástrofes provocadas pelo excesso de população, é a restrição dos programas assistenciais públicos de caráter caritativo e na abstinência sexual dos membros das camadas menos favorecidas da sociedade.
5 O mundo cresceu e a agricultura provou que Malthus estava errado Crescimento lento da população mundial até o século XIX Explosão demográfica: um bilhão, bilhões, ,8 bilhões de habitantes e previsão de 9 bilhões em No Brasil a população quase triplicou nos últimos 50 anos: 70 milhões em 1960 e hoje temos 202 milhões de habitantes. A agricultura continua abastecendo a população mundial. Má distribuição em volume e em qualidade, mas não de escassez de alimentos.
6 O abastecimento de alimentos de uma população crescente tem sido um grande desafio para a agricultura O consumo de alimentos per capita no Brasil está crescendo. A Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE de 2008 mostra que a classe de renda mais alta consome 5 vezes mais frutas e 3 vezes mais hortaliças que a classe de menor renda. A expectativa é de grande aumento de consumo de calorias e de carne per capita nos países emergentes como a China e a Índia: de calorias em 2000 para calorias em 2040 e de 15 kg para 46 kg de carne per capita na China.
7 A produtividade agrícola aumenta a cada ano. Hoje 0,30 hectares de agricultura alimentam 1 pessoa 25 anos 0,50 hectares 30 anos 0,15 hectares Será que a agricultura conseguiu vencer definitivamente os maus presságios de Malthus? Produção no mesmo local Poluição urbana Urbanização crescente Crescimento da população As exigências que crescem todos os dias: saúde, meio ambiente, segurança alimentar, segurança e dignidade no trabalho agrícola, subsídios agrícolas dos países concorrentes, produtividade, eficiência.
8 No Brasil a produtividade aumentou, a desnutrição diminuiu e a obesidade virou um problema nacional. Nos últimos 35 anos o Brasil se transformou de importador em um dos maiores exportadores de alimentos. As previsões da FAO são de crescimento de 20% na demanda mundial por alimentos e do Brasil como responsável por 40% da sua oferta.
9 Algumas considerações Horticultura
10 Flores e plantas ornamentais Número de produtores produtores Valor da produção - R$ milhões Área de produção hectares Empregos - Produção Atacado Varejo Apoio Total Fonte - IBRAFLOR
11 Fonte - ABCSEM Olerícolas Área de produção: 540 mil hectares Produção: 17,30 milhões de toneladas Valor Produção R$ 10,60 bilhões Atacado R$ 19 bilhões Varejo R$ 40,60 bilhões Empregos na produção 1,70 milhões
12 Fruticultura Área de produção - 2,2 milhões de hectares Produção 32 milhões de toneladas Valor da produção 2,2 milhões de hectares mil empregos diretos Fonte: BNDES citado por
13 Horticultura 5% da área agrícola 11% do volume de produção 21% do valor de produção 77% dos empregos gerados na agricultura Fontes: IBRAFLOR, ABCSEM, BNDES, PNAD
14 Fruta + Hortaliça Área mil hectares Produção mil toneladas Valor - R$ mil 5,08% da área agrícola 5,65% da produção agrícola 15% do valor da produção agrícola Fonte: IBGE 2011 Os dados anuais do IBGE contemplam poucas hortaliças e parte das frutas A mandioca fresca, 17% da mandioca, foi adicionada ao grupo das hortaliças
15 A soja é a cultura agrícola que ocupa a maior área e que tem o maior valor de produção no Brasil. As frutas e hortaliças ocupam 14 % da área ocupada pela soja, produzem 83% do volume e 61% da receita. A estimativa de utilização de mão de obra é de 15 empregos por mil hectares de soja e de 2 a 6 empregos por hectare de frutas e hortaliças. Fonte: IBGE
16 Sabemos que... Existe grande diferenciação de valor por tamanho e por qualidade no mesmo dia no mercado atacadista. A diferenciação de valor praticada no mercado atacadista pode não chegar ao produtor. A certificação pela Produção Integrada não consegue diferenciar o valor do produto.
17 Sabemos que... Não é possível produzir a maioria das frutas e hortaliças, dentro da lei. O monitoramento de resíduo de agrotóxico, como está sendo feito hoje em algumas Ceasas, é um tiro no pé. Atacadistas e os varejistas estão sendo co-responsabilizados pela segurança do alimento do seu fornecedor, pela Vigilância Sanitária e pelo Ministério Público.
18 Sabemos que... A produção convencional está sendo demonizada. Técnicas antigas como a adubação verde e outras tornaram-se propriedade da agricultura orgânica. Técnicas de prevenção e diminuição da utilização de agrotóxicos devem ser priorizadas A produção agrícola deve ser preventiva. É impossível abastecer a crescente população urbana com a agricultura orgânica.
19 Sabemos que... Não existe uma solução agronômica sustentável recomendada para cada cultura e região, com exceção das culturas da Produção Integrada, que conseguiram regularizar o registro de agrotóxicos. A Ceasa é o melhor local para alavancar a modernização e a competitividade pelo bolso, da adoção de boas práticas agrícolas e da obediência à lei.
20 Sabemos que... O desenvolvimento tecnológico das frutas e hortaliças é inferior ao das grandes culturas. As culturas são expulsas de uma região para outra por pragas e doenças, ou exigem migração entre áreas de plantio. A produção de frutas e hortaliças não obedece às exigências legais de proteção ao meio ambiente, sociais e de segurança do alimento.
21 Sabemos que... Eu sei produzir só não sei comercializar! é a percepção do produtor. O consumidor está cada vez mais urbano e mais distante da agricultura. A qualidade e a valoração do produto, que chega ao mercado, é o resultado da tecnologia e capricho na produção e da aptidão climática da região...
22 Algumas considerações Agrotóxicos
23 Os defensivos agrícolas ou agrotóxicos surgiram com o desenvolvimento tecnológico da agricultura. A concentração de plantas com as mesmas características, num mesmo local, gera o aumento de pragas e doenças e a necessidade de controle, para garantir a produtividade e a qualidade do produto agrícola e o abastecimento da população.
24 Os agrotóxicos podem ter efeitos nocivos ao meio ambiente, à saúde e aos inimigos naturais das pragas. Foram criados mecanismos de segurança, para a prevenção de problemas à saúde e ao meio ambiente, para evitar o desenvolvimento de resistência aos princípios ativos utilizados e para incentivar o uso do manejo integrado de pragas e doenças e o uso de produtos menos tóxicos. No Brasil, o uso de defensivos agrícolas é uma atividade regulamentada pelo Poder Público Federal. Não é uma atividade proibida.
25 O uso desses produtos deve seguir as recomendações aprovadas pelos órgãos oficiais e as prescrições feitas por profissional habilitado. A legislação brasileira é muito exigente. Existe um sistema complexo de registro de agrotóxicos, específico para cada cultura. O agrotóxico precisa atender às exigências de eficiência agronômica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de inocuidade à saúde humana do Ministério da Saúde e ao meio ambiente do Ministério do Meio Ambiente.
26 A utilização de agrotóxicos sem registro é um dos grandes problemas da horticultura nacional. Fica impossível garantir a segurança de um alimento quando ele apresenta resíduo de um princípio ativo não testado para aquela cultura. As Câmaras Setoriais de Frutas e a de Hortaliças, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, criaram, em 1997, um grupo de trabalho para tratar da falta de registro de agrotóxicos, evidenciada pelos resultados do Monitoramento de Resíduos de Agrotóxicos da CEAGESP. O grupo de trabalho foi composto por produtores, técnicos da Secretaria da Agricultura e da CEAGESP, representantes do Ministério da Agricultura e da indústria de defensivos.
27 Outros grupos foram formados com o mesmo objetivo tirar o produtor da ilegalidade, encaminhando uma solução concreta para a falta de registro de agrotóxicos No Paraná, na Confederação Nacional da Agricultura e o tema ganhou muita força com a criação em 2003 das Câmaras Setoriais Federais da Cadeia Produtiva de Frutas e a de Hortaliças, pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento. O PARA - Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária começou em 2001 e os seus resultados têm recebido ampla divulgação na imprensa. Grande ocorrência de produtos não autorizados em culturas de pequenas áreas. O agricultor aplica os produtos corretamente - o índice de Limites Máximos de Resíduos LMR acima do permitido é similar ao que ocorre nos países europeus.
28 Boas práticas agrícolas, que previnem e diminuem a aplicação de resíduos de agrotóxicos, diminuem o custo de produção, melhoram a qualidade do produto e garantem a segurança do alimento e do seu comerciante, foram desenvolvidas pela PI Produção Integrada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA para várias frutas. O trabalho de estabelecimento de Boas Práticas Agrícolas para outras frutas e hortaliças continua.
29 Uma alta proporção das análises dos produtos, que já possuem as Boas Práticas Agrícolas da PIF, apresenta resíduos de agrotóxicos proibidos, acima do limite tolerado ou sem registro para a cultura. A solução existe mas não é utilizada pelo produtor, o que pode gerar consequências graves para os comerciantes e para o consumidor.
30 As análises da ANVISA coletadas nos mercados atacadista e varejista, entre 2011 e 2013, mostram irregularidade em: 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Morango Abacaxi Laranja Uva Mamão Maçã
31 As análises do PNCR do MAPA de amostras, coletadas em 2013, em algumas regiões produtoras mostram irregularidades: 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Abacaxi Manga Mamão
32 Vinte atacadistas do ETSP foram notificados pelos técnicos da COVISA Coordenadoria da Vigilância Sanitária do Município de São Paulo, alertando sobre os resultados irregulares das análises de resíduos de produtos originários de suas empresas. Outras notificações virão Os comerciantes de alimentos, do atacado, do varejo e do serviço de alimentação são corresponsáveis, junto com o produtor, pela segurança do alimento fornecido aos seus clientes. A ocorrência de resíduo de agrotóxico proibido, acima do limite permitido ou sem registro para a cultura, pode resultar em punição severa do comerciante e do produtor.
33 Solução legal
34 Instrução Normativa Conjunta MAPA/ANVISA/IBAMA 01, em fevereiro de 2010 Reconhecimento do problema pelo governo brasileiro Tentativa concreta de simplificação de registros para as Minor Crops - culturas de suporte fitossanitário insuficiente, seguindo o exemplo de muitos países desenvolvidos Dificuldade de implementação
35 Instrução Normativa Conjunta Nº 1, de 16 de junho de 2014 Extensão de uso de uma cultura para outra; Extrapolação de valores de Limite Máximo de Resíduos LMR e do intervalo de segurança, das culturas representativas para outras culturas; Divisão das culturas em grupos e sub-grupos, segundo critérios fitotécnicos e alimentares; Eleição de culturas representativas e participantes dos grupos e sub-grupos; Grupo: culturas utilizadas para a extrapolação provisória de LMRs para as culturas de suporte fitossanitário insuficiente;
36 Instrução Normativa Conjunta Nº 1, de 16 de junho de 2014 Subgrupo: culturas utilizadas para a extrapolação provisória de LMRs e realização de estudos de resíduos para definição do LMR definitivo. Instituições de pesquisa ou de extensão rural, associações e cooperativas de produtores rurais e empresas registrantes podem pleitear a indicação de cultura como sendo de suporte fitossanitário insuficiente, bem como a extrapolação de LMR de ingredientes ativos especificados
37 Grupo 1 Frutas com casca não comestível Culturas representativas: Citros, Melão e Coco Subgrupo 1 A: Melão Melancia e Melão Subgrupo 1B: Mamão e Manga Abacate, Cacau, Cupuaçu, Guaraná, Maracujá, Kiwi, Romã, Anonáceas, Abacaxi, Mamão, Manga Subgrupo 1C: Coco Dendê, Pupunha, Açaí, Castanha do Pará, Macadâmia, Pinhão
38 Grupo 2 Frutas com casca comestível Culturas representativas: Maçã e Uva Subgrupo 2 A: Morango e Acerola Acerola, Amora, Azeitona, Framboesa, Pitanga, Siriguela, Mirtilo, Morango Subgrupo 2 B: Goiaba e Caqui Caju, Caqui, Goiaba, Figo, Carambola, Mangaba Subgrupo 2 C: Pêssego e Ameixa Ameixa, Marmelo, Nectarina, Nêspera, Pêssego, Pêra
39 Grupo 3 Raízes, tubérculos e bulbos Culturas representativas: Batata e Cenoura Subgrupo 3 A: Beterraba e Mandioca Batata doce, Beterraba, Cará, Gengibre, Inhame, Mandioca, Mandioquinhasalsa, Nabo, Batata Yacon, Rabanete Subgrupo 3 B: Cebola Cebola, Alho, Chalota
40 Grupo 4 Hortaliças folhosas e ervas aromáticas frescas Culturas representativas: Alface e Repolho Subgrupo 4 A: Alface Agrião, Almeirão, Chicória, Espinafre, Rúcula, Mostarda, Acelga, Estévia Subgrupo 4 B: Repolho e Couve Repolho, Brócolis, Couve, Couve-flor, Couve chinesa, Couve-de-bruxelas Subgrupo 4 C: Cebolinha e Manjericão Coentro, Alho-poró, Cebolinha, Manjericão, Salsa, Erva-doce, Alecrim, Estragão, Manjerona, Salvia, Hortelã, Orégano
41 Grupo 5 Hortaliças não folhosas Culturas representativas: Tomate e Pepino Subgrupo 5 A: Pimentão Berinjela, Jiló, Pimenta, Quiabo Subgrupo 5 B: Pepino Abóbora, Abobrinha, Chuchu, Maxixe
42 Grupo Grupo 6 Leguminosas e Oleaginosas Culturas representativas: Feijão e Soja Subgrupo 6 A: Ervilha Grão-de-bico, Lentilha, Feijão-caupi Subgrupo 6 B: Girassol Canola, Gergelim, Linhaça
43 Grupo 7 Cereais Culturas representativas: Milho e Trigo Subgrupo 7 A: Milho Milheto, Sorgo, Grão-de-bico, Lentilha, Feijão-caupi Subgrupo 7 B: Trigo Aveia, Centeio, Cevada, Triticale, Canola, Gergelim, Linhaça
44 Boas Práticas Agrícolas nas Ceasas A força do comprador
45 Objetivos Adoção da Boas Práticas Agrícolas da Produção Integrada Rastreabilidade do produto e do seu responsável Segurança na produção, na comercialização e no consumo de frutas e hortaliças Diminuição do custo de produção Melhoria da qualidade e da valoração do produto
46 Propostas de ação I. A força do comprador na adoção das Boas Práticas Agrícolas nas culturas já trabalhadas pela Produção Integrada - garantia de segurança das frutas e hortaliças, de diminuição do custo de produção e de melhoria de qualidade do produto II. Encaminhamento de solicitação de extensão de uso de agrotóxico Incorporação de novas culturas à Produção Integrada
47 1. Levantamento da situação atual Proposta de ação I Frutas e hortaliças já trabalhadas pelo Programa Produção Integrada Solicitações de registro feitas para cada produto pelo Comitê de PI Recomendações de Boas Práticas, de prevenção e controle de pragas e doenças, para cada produto Levantamento para cada produto já trabalhado pela PI, os resultados das análises de resíduos do PARA, do PNCR e do RAMAS Comparação dos resultados das análises de resíduos com as recomendações da PI Levantamento e contato dos técnicos especializados em cada cultura e em PI em cada estado e convidá-los para participar no projeto em cada Ceasa Levantamento, para cada produto, da relação e contato dos agricultores e técnicos treinados em PI Levantamento, para cada produto, da relação dos agricultores e técnicos treinados em Boas Práticas Agrícolas EUREPAGAP E GLOBALGAP
48 2. Preparação da operação Ceasa Levantamento, em cada Ceasa, dos atacadistas de cada produto e os seus técnicos no mercado e na produção Reunião de sensibilização dos atacadistas das ceasas, co-responsáveis pela segurança do alimento, que trabalham com os produtos já trabalhados pela PI 3. Operação Ceasa Divulgação dos nomes dos técnicos e produtores já treinados em PI para os atacadistas interessados Desenvolvimento de material de treinamento presencial e a distância Treinamento presencial e a distância dos técnicos dos atacadistas, das associações dos produtores e dos técnicos locais Adoção de Boas Práticas pelos produtores, fornecedores dos atacadistas 4. Incorporação de novas culturas da Produção Integrada ao trabalho
49 Proposta de ação II 1. Levantamento, por cultura, da necessidade de extensão de uso de agrotóxicos, com grupo de produtores e técnicos de extensão e pesquisa 2. Solicitação por grupo de produtores, da extensão de uso ao governo federal e aos fabricantes de defensivos 3. Articulação com grupos de produtores, empresas de defensivos, empresas de assistência técnica e pesquisa, para agilizar o registro de extensão de uso 4. Solicitação, ao MAPA e às secretarias estaduais de agricultura, o estabelecimento de Boas Práticas Agrícolas para a cultura, com pedidos de extensão de uso já encaminhados.
50 Maiores informações Centro de Qualidade em Horticultura da CEAGESP Engenheiros agrônomos Anita de Souza Dias Gutierrez Hélio Satoshi Watanabe Paulo Roberto Ferrari Sabrina Leite de Oliveira / / /
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