A phrônesis como excelência do agir no Livro VI da Ética a Nicômacos

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1 A phrônesis como excelência do agir no Livro VI da Ética a Nicômacos Elias Fochesatto A experiência de que é o homem mesmo o responsável por seu próprio ser, já que não o recebe a não ser como possibilidade (OLIVEIRA, s.d.), faz do ser humano, inevitavelmente, um ser submisso a constante necessidade de tomar decisões. Essa condição humana tornou-se, desde o início da tradição do pensamento ocidental, objeto de profundas reflexões. O ser humano que, constituído de liberdade, precisa refletir sobre seu agir, o que implica refletir sobre o decidir. O ser humano se vê chamado a assumir-se explicitamente como liberdade pessoal e fazer-se livre para sua própria liberdade pessoal (OLIVEIRA, s.d.). Da Grécia Antiga tem-se uma abordagem sobre este tema que é de fundamental importância: a aristotélica. Aristóteles ( a C.) nasceu em Estagira, na Trácia, contudo, ainda jovem, transferiu-se para Atenas. Juntamente com Platão (seu mestre) e Sócrates, é considerado um dos fundadores da filosofia ocidental. Seu pensamento foi marcado por influências diversas, entre elas as platônicas (o todo sintetizado na ideia do bem) e as socráticas (a preocupação pela formação do homem grego). Influenciou e continua a influenciar o pensamento de muitos autores e correntes filosóficas. 1 * Acadêmico do Curso de Bacharelado em Filosofia do IFIBE. Artigo elaborado para a disciplina Ética I sob a orientação do professor Paulo César Carbonari. 1 Na Idade Média, o pensamento de Aristóteles permeou e serviu de base para o avanço em diversas áreas do conhecimento, tanto no ocidente, quanto no oriente. O aristotelismo, seja nas ciências ou na filosofia, foi característica orientadora e fomentadora do panorama intelectual deste período. Com o passar dos anos, outros elementos da filosofia do Estagirita foram sendo compreendidos (como algumas observações no campo das ciências biológicas, que foram reconhecidas apenas no século XIX), elementos estes que vieram a enriquecer o despertar cognitivo da humanidade. Augusto Comte ( ), filósofo francês, com grande destaque no desenvolvimento do socialismo e do positivismo, chamou Aristóteles de o príncipe eterno dos verdadeiros filósofos, o que retrata a importância da filosofia deste na tradição ocidental. 187

2 Nas obras Ética a Nicômacos, Ética a Eudemo e Magna Moralia, Aristóteles desenvolveu importantes reflexões acerca da ética. A resposta à pergunta sobre o como viver bem é o plano de orientação do pensamento ético de Aristóteles que terá por finalidade a felicidade (eudaimonia). Para que possa alcançar esse fim, a vida do indivíduo na sociedade deve visar a excelência de suas ações. É preciso, pois, compreender o que é esta excelência. Para isto, afirma Aristóteles, que a alma se compõe de duas partes, uma dotada de razão e outra irracional (ARISTÓTELES, 2001, p.113). A parte da alma dotada de razão possui o que ele chama de faculdades. E são duas: uma que nos permite contemplar as coisas cujos primeiros princípios são invariáveis, e outra que nos permite contemplar as coisas passíveis de variação (ARISTÓTELES, 2001, p. 113). Nominando-as de científica e calculativa, expõe Aristóteles que a melhor disposição de cada uma destas faculdades (ARISTÓTELES, 2001, p. 114) da alma, é o que caracterizará a excelência destas, ou seja, a excelência de uma faculdade se relaciona com sua função específica. Sabe-se o que é a excelência. Contudo, é necessário que se apontem os elementos que a tornam uma efetividade prática. O estagirita elenca três aspectos que regulam o agir prático: a sensação, o pensamento e o desejo. Em relação ao primeiro, Aristóteles afirma não ter esta a possibilidade de originar qualquer ação refletida. Isso esclarece o porquê que os animais, mesmo sendo seres de sensibilidade não agem refletidamente. Já o ser humano, que além de sentir, pensa e deseja, pode escolher, ou seja, tem a possibilidade de efetivar a excelência na prática. Complementa Manfredo Araújo de Oliveira: Aqui se desvela a diferença originária do homem em relação a tudo mais com que ele se depara em sua vida: ele não se encontra simplesmente preso à conexão natural universal e, por conseguinte, não está plenamente determinado em sua essência, mas é posto no aberto, o que significa que sua vida é fundamentalmente, tarefa, isto é, a da construção de si mesmo (s.d.). A busca e a repulsa na esfera do desejo correspondem à afirmação e a negação na esfera do pensamento (ARISTÓTELES, 2001, p. 114). Assim, para que se possa alcançar a excelência, as escolhas devem ser tais que tanto a razão deve ser verdadeira quanto o desejo deve ser correto e este deve buscar exatamente o que aquela determina (ARISTÓTELES, 2001, p. 114). 188

3 Assim, vê-se que a origem da ação (sua causa eficiente, e não final) é a escolha e a origem da escolha está no desejo e no raciocínio dirigido a algum fim (ARISTÓTELES, 2001, p. 114). As faculdades da alma têm por atribuição propiciar ao homem a percepção da verdade. A excelência destas se dá através das disposições que melhor as capacitam a chegar à verdade (2001, p. 115). No Livro VI da Ética a Nicômacos, o autor realiza uma distinção das disposições, virtudes, pelas quais a alma pode alcançar a verdade. São, segundo ele, cinco: a ciência, a arte, a sabedoria filosófica, a inteligência e o discernimento. Por ciência, Aristóteles entende o que não pode ser passível de variações, existindo de forma necessária, universal e eterna. Pode ser ensinada e apreendida. A arte é a disposição pela qual o homem faz algo, dá existência a algo. Esta, não compreende o agir, mas o fazer, o criar. A disposição pela qual o indivíduo pode alcançar a verdade através da demonstração é a sabedoria filosófica. Através desta, a qual diz respeito ao que não nasce nem perece (AUBENQUE, 2008, p. 69) pode-se perceber o que há de mais sublime na natureza, contudo, a sabedoria filosófica não se preocupa com qualquer dos meios que contribuem para tornar um homem feliz, já que ela não indaga como as coisas passam a existir (ARISTÓTELES, 2001, p. 124). A inteligência é aquela pela qual o homem pode apreender os primeiros princípios. O discernimento (phrônesis), diferente de todas as virtudes acima postas, requer, para ser entendido, que se conheça o phrônimos, ou seja, o homem prudente. Ao se referir à prudência, Aristóteles afirma: chegaremos a sua definição se considerarmos quais são as pessoas dotadas desta forma de excelência (ARISTÓTELES, 2001, p. 116). Não há uma essência da prudência a não ser a existência do prudente como fundamento de todo valor (AUBENQUE, 2008, p. 77). Quem busca o bem (o ser prudente) não deve visar a Ideia do Bem (como em Platão), mas sim o homem de bem. Há uma particularização do que possa ser o prudente: em Platão, havia a universalidade (o mundo das Ideias). Para Aristóteles, o prudente se mostra no particular, pelo fato de o homem viver nesta condição (da particularidade, da contingência). O verdadeiro valor que se pode atribuir à prudência encontra, para Aristóteles, seu fundamento na existência do prudente, no sujeito empírico e não em uma ordem transcendental, como expunha Platão. 189

4 O prudente, ou seja, o sujeito phrônimos 2 é aquele que bem delibera. Contudo, não se trata de qualquer deliberação, mas da capacidade de deliberar bem acerca do que é bom e conveniente para si mesmo, não em relação a um aspecto particular e sim acerca das espécies de coisas que nos levam a viver bem de um modo geral (ARISTÓTELES, 2001, p. 116). Não é aquele que vive o dia-a-dia sem princípios e sem perspectivas, mas é o homem de visão de conjunto (AUBENQUE, 2008, p. 96). Logo, o homem prudente é aquele que delibera no particular, tendo em vista a totalidade, para que possa ser possível alcançar a vida feliz. Isso porque as ações da vida humana além de se darem na contingência e na particularidade, também se fundam na alteridade, o que significa que sempre se está em contato com o outro, Isso coloca o indivíduo numa necessidade de permanente abertura ao diferente (mas que é igual a mim) que também é e quer firmar sua identidade. É um eu que se coloca em relação de abertura a outro eu, não apenas por uma determinação social, mas, acima disso, por uma necessidade da própria condição humana: [...] o homem é o ser que só vem a si mesmo nas comunidades. Isto significa dizer que toda a ética parte de um etos, isto é, de uma forma de vida que foi configurada historicamente a partir das ações dos próprios homens e de que os diferentes indivíduos se apropriam. A ética emerge do etos, isto é, da conexão que foi historicamente articulada, de costumes, hábitos, leis, instituições, estruturas, numa palavra do mundo humano concreto construído pela práxis dos diferentes sujeitos (OLIVEIRA, s.d.). Deve-se empenhar em deliberar da melhor forma, pois como lembra o Estagirita, deliberar bem é bom, porque esta espécie de correção na deliberação é a excelência na deliberação, ou seja, a deliberação que 2 Lembra Pierre Aubenque (2008, p. 71ss) a diferenciação protelada por Aristóteles em relação ao uso do termo phrônimos e não do termo spoudaios. Para Aristóteles, spoudaios é o valoroso, o ser mais nobre que se possa pensar. O herói. No pensamento ético aristotélico, o spoudaios dá lugar ao phrônimos. Ambas remontam ao indivíduo que vive retamente. Contudo, o termo phrônimos é particularmente usado pelo filósofo para designar mais do que uma qualidade física, mas uma virtude da inteligência que auxilia o ser a bem agir. Ele não é somente aquele a partir de quem se julga, mas aquele que julga (AUBENQUE, 2008, p. 86). 190

5 tende a chegar ao que é bom (ARISTÓTELES, 2001, p. 122). Contudo, a boa deliberação é aquela que não permite que a carga histórica que constitui o sujeito (como postulado por Manfredo na citação acima), legitime qualquer ação. Bem deliberar é ter a reflexão por princípio e não os costumes, hábitos, já que estes podem estar impregnados de juízos que não favoreçam a boa ação. 3 Como a deliberação se dá em vista de uma ação (e não de um fazer, como na arte) a excelência na deliberação proporciona ao individuo a capacidade de bem agir, de ser prudente. Ao fim, a prudência é uma disposição prática, uma qualidade racional que leva à verdade no tocante às ações relacionadas com as coisas boas ou más para os seres humanos (ARISTÓTELES, 2001, p. 117) e o agir bem ou mal será resultado da coerência com a boa deliberação. Mais do que na deliberação, o prudente se mostra na ação. De nada adianta a boa deliberação se a ação não se der conforme o que foi deliberado. É preciso escolher agir conforme esta deliberação. Poder-se-ia, em outras palavras, dizer que a prudência se mostra numa posição intermediária entre a intenção moral e a ação moral, como lembra Pierre Aubenque, perpassando a escolha dos meios, até o alcance dos fins. Pelo fato de as ações humanas ocorrerem no contingente, não há um catálogo de como agir. Disso decorre a necessidade da excelência na deliberação (no discernir) e da escolha em agir conforme esta deliberação, que deve ser posta sempre em vista do bem geral. 4 Viu-se que o ser humano deve buscar a excelência de suas capacidades/disposições e que no seu agir deve-se orientar pela prudência que se refere a calcular bem os meios necessários para que se possa alcançar 3 A cultura de um povo não pode ser tomada como ética simplesmente por ser histórica. Períodos históricos, grupos, contextos, podem legitimar práticas que ferem qualquer possibilidade de uma vivência ética. Por isso, bem deliberar é, estando em um contexto marcado por costumes, hábitos, tradições, pôr-se numa posição que independa disso tudo a fim de não perpetuar atrocidades. Não são poucos os exemplos que se pode citar. Um caso clássico, é o da escravidão. A sociedade aristocrata legitimava esta prática, de forma que pensar uma ética a partir do contexto, não tornava essa uma ação desumanizadora. 4 Para Aristóteles, assim como lembra Enrico Berti (1998), a experiência é um fator importante para a boa deliberação. Assim sendo, os jovens possuem menos capacidade de bem deliberar do que os adultos. 191

6 a felicidade. Sendo o ser da liberdade, suas escolhas devem almejar essa constituição. Esta busca pela excelência no agir exige escolher o meio termo, e não o excesso ou a falta (ARISTÓTELES, 2001, p. 113). Assim, é prudente o homem corajoso, por exemplo, desde que esta coragem seja o meio termo entre a temeridade e a covardia, dois extremos. Trata-se de um equilíbrio que deve ser almejado. Este meio termo, não possui uma definição prática exata, pois a prudência sendo referente ao agir humano não é, imediata ou diretamente, determinada por uma teoria, pelo fato de as ações humanas serem particulares e contingentes. Diferente das demais disposições da alma, o discernimento (phrônesis) não se refere ao universal/necessário (ciência), nem a um fazer (arte), assim como não deixa de lado a pretensão pela busca da felicidade humana e não trata do que não perece (sabedoria filosófica), mas também não se detém a buscar os primeiros princípios (inteligência). Tem como objeto próprio o bem do homem. Não há uma definição teórica do discernimento, sendo apenas possível defini-lo através da ação do ser dotado de discernimento, do ser phrônimos, prudente. Toda ação humana tem uma finalidade. Em conformidade com o que Platão defende, Aristóteles também possui a noção de um bem em si mesmo. Toda arte e toda pesquisa e, do mesmo modo, toda ação e todo projeto parecem visar a algum bem: por isso, com razão, o bem foi definido como aquilo a que tendem todas as coisas (ARISTÓTELES apud REALE, 1994, p. 406). Este bem, em Aristóteles, é a felicidade. Esta vem a ser a finalidade à qual o homem deve se orientar e é por causa desta que o homem deve agir eticamente. Por isso faz-se de suma importância deliberar sobre o agir ético. A tarefa específica da reflexão ética é precisamente a tematização do bem supremo, pois o homem não é conduzido ao bem de sua natureza pela própria natureza, mas por conhecimento e vontade (OLIVEIRA, s.d.). Assim sendo, a ética busca, na realidade da condição humana, fazer do homem o mais humano possível. A figura deste bem em si mesmo se encontra no phrônimos, o ser da excelência moral que é um ser imanente. A realização humana é a vida feliz para a qual conscientemente tendem todos os homens (REALE, 1994, p. 407). A vivência da eudaimonia (felicidade) não consiste na garantia do prazer, do gozo, da honra, do reconhecimento, de riquezas, mas trata-se do bem supremo realizável apenas pelo homem: 192

7 O bem do homem só poderá consistir na obra que lhe é peculiar, isto é, na obra que ele e só ele pode realizar, assim como, em geral, o bem de cada coisa consiste na obra que é peculiar a cada coisa. A obra do olho é ver, a obra do ouvido é ouvir, e assim por diante. E a obra do homem? a) Esta não pode ser o simples viver, dado que o viver é próprio de todos os seres vegetativos. b) E não pode ser também o sentir, dado que este é comum também aos animais. c) Resta, pois, que a obra peculiar do homem seja a razão e a atividade da alma segundo a razão, e, mais precisamente, no perfeito desenvolvimento e atuação dessa atividade. Esta é, pois, a virtude do homem e aqui deve ser buscada a felicidade (REALE, 1994, p ). A excelência na ação moral e o bom discernimento, agindo conforme tal deliberação, de modo que tanto o pensamento, quanto o desejo, orientem o homem ao bem, é o que caracteriza o phrônimos e que lhe propiciará, no fim, alcançar a eudaimonia como lembra o estagirita: [...] a escolha não será acertada sem o discernimento, da mesma forma que não o será sem a excelência moral, pois o discernimento determina o objetivo e a excelência moral nos faz praticar as ações que levam ao objeto determinado (ARISTÓTELES, 2001, p. 127). A racionalidade faz do homem a possibilidade enquanto tal: já que ele pode captar a configuração de todas as coisas, ele não tem configuração, ou melhor, sua configuração é a possibilidade de todas as configurações (OLIVEIRA, s.d.). Nesse configurar-se, está o desejo humano de felicidade e pode-se dizer que os verdadeiros bens do homem são os bens espirituais, que consistem na virtude da sua alma, e é neles que está a felicidade (REALE, 1994, p. 410). Isso não significa que a felicidade independa dos bens exteriores, até porque é impossível, ou não é fácil, realizar as belas ações sem meios de ajuda (ARISTÓTELES apud REALE, 1994, p. 411). Mas significa que a felicidade não se deposita nestes, por serem contingentes, particulares e perenes. Referências bibliográficas ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. Trad. de Márcio da Gama Kury. 4. ed. Brasília: Universidade de Brasília, 2001 [Livro IV, p ]. WIKIPÉDIA. Aristóteles. Flórida: Wikimedia Foundation, Disponível em: < s&oldid= >. Acesso em: 18 maio

8 AUBENQUE, Pierre. A prudência em Aristóteles. Trad. Marisa Lopes. 2. ed. São Paulo: Discurso Editorial; Paulus, BERTI, Enrico. O método da filosofia prática. In: As razões de Aristóteles. 2. ed. Trad. Dion Davi Macedo. São Paulo: Loyola, p LIMA VAZ, Henrique. Ética aristotélica. In: Escritos de filosofia IV. Ética filosófica I. São Paulo: Loyola, p MARQUES, Ramiro. A prudência em Aristóteles. Disponível em: < PRUD%C3%8ANCIA%20EM%20ARIST%C3%93TELES[1].pdf>. Acesso em: 03 maio OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. O caminho da reflexão ética no pensamento ocidental. Publicado pelo Centro Nacional Fé e Política Dom Hélder Câmara, da CNBB. Disponível em: < >. Acesso em: 30 jun REALE, Giovanni. As ciências práticas: ética e política. In: História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, V. II Platão e Aristóteles. 194

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