XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais.
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1 XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais. O ENFERMEIRO FRENTE À SEPSE E CHOQUE SÉPTICO Carla Dantas Bustillo Discente do Curso de Enfermagem UNAERP Guarujá carlabustillo_33@hotmail.com Suzy Helena Ramos Docente Do Curso De Enfermagem UNAERP- Guarujá suzyrsouza@uol.com.br Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee. RESUMO Objetivou-se neste estudo, discorrer sobre a importância do enfermeiro no diagnóstico precoce da sepse e choque séptico, sendo que a enfermagem permanece a maior parte do tempo prestando os cuidados, facilitando assim a percepção dos sinais e sintomas dessa doença. Este estudo é muito relevante para a assistência à saúde, pois a sepse é uma problemática mundial e tem acometido milhões de pessoas em todo o mundo, tendo a enfermagem um papel fundamental na identificação precoce e o controle da sepse, visando à redução das taxas de óbitos. Foi realizada uma pesquisa descritiva, tendo por base de dados a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e DeCS, no idioma português. Para que a assistência de Enfermagem ao paciente séptico seja adequada, o enfermeiro deve, primeiramente, conhecer as definições, conceitos, fisiopatologia, quadro clínico e intervenções terapêuticas pertinentes. Assim, o enfermeiro pode se tornar um multiplicador de conhecimentos para a equipe multiprofissional e contribuir para a implementação de protocolos e condutas, baseado em evidências científicas. PALAVRAS-CHAVE: Enfermeiro, Sepse, Choque Séptico. ABSTRACT The objective of this study was to discuss the importance of nursing in the early diagnosis of sepsis and septic shock, and nursing remains the majority of the time providing care, thus facilitating the perception of signs and symptoms of this disease. This study is very relevant for health care, since sepsis is a worldwide problem and has affected millions of people worldwide, with nursing a key role in the early identification and control of sepsis, aiming to reduce the rates of sepsis. 1
2 Deaths, a descriptive study was carried out, based on data from the Virtual Health Library (VHL) and DeCS, in the Portuguese language. In order for Nursing care to the septic patient to be adequate, the nurse must first know the definitions, concepts, pathophysiology, clinical picture and pertinent therapeutic interventions. Thus, the nurse can become a multiplier of knowledge for the multiprofessional team and contribute to the implementation of protocols and conduits, based on scientific evidence. KEY-WORDS: Nurse, Sepsis, Septic Shock. 1. INTRODUÇÃO A expressão sepse origina-se do grego sêpsis, que significa putrefação. Citado nos poemas de Homero (700 a.c.) foi descrito por Hipócrates como perigoso, odorífero comprometimento biológico que poderia ocorrer no organismo. A sepse, como manifestação de diferentes endemias e epidemias, causou profundo impacto na história da humanidade. Um dos exemplos mais ilustrativos é a epidemia da peste, que, na sua forma septicêmica, dizimou um terço da população européia no século XIV. (MACHADO; SOUZA, 2015). Essa referência a um episódio do passado pode nos trazer a ilusão de que com a descoberta dos microrganismos e dos antibióticos teríamos achado a solução para um problema tão importante. Infelizmente não; estima-se que ocorram cerca de 24 milhões de casos anualmente, com mortalidade que, nas formas graves, da Sepse, um problema de saúde pública, particularmente em regiões menos favorecidas, com diagnóstico tardio e carência de leitos de terapia intensiva, ultrapassa 50%. (MACHADO; SOUZA, 2015). Apesar de grandes investimentos por parte da saúde pública e da rede privada, a sepse ainda é motivo de preocupação. Representa a causa mais comum de admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e é o principal fator desencadeante de morte, com um índice de mortalidade de 52%. É definida como Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS), desencadeada por um agente agressor associado a infecções. (BONFIM; BÁBARA; CARVALHO, 2013). Sepse é o conjunto de reações, por vezes dramáticas e catastróficas, desenvolvidas pelo ser humano em resposta à invasão de microrganismos patogênicos. É uma síndrome clínica que se manifesta em espectros distintos de gravidade. Caso não diagnosticado e tratado corretamente pode agravar-se com o decorrer do tempo. Usualmente, o início do quadro clínico se manifesta com alterações inespecíficas e sutis dos sinais vitais como taquicardia e taquipnéia. (WESTPHAL et al., 2009). Nesta perspectiva, é decisivo para o sucesso que os primeiros sintomas da sepse sejam reconhecidos, tanto pelo público em geral, como pelos profissionais de saúde, e que o tratamento seja iniciado, sempre que possível, dentro da primeira hora. Se assim for, o risco de morte é reduzido pela metade. Os sintomas da sepse, por serem mais discretos em relação a outras doenças podem por isso, serem menos valorizados, porém representam uma ameaça mortal maior. Fundamental também entender o tratamento da sepse como uma questão holística, multifatorial, buscando o conhecimento da sua magnitude, como se distribuem na população, o 2
3 desconhecimento da doença e ao tratamento, servindo de base para estruturar o planejamento e avaliação dos procedimentos e protocolos de intervenção a nível destes agravos (ARAUJO, et al, 2014). Este estudo é muito relevante para a assistência à saúde, pois a sepse é uma problemática mundial e tem acometido milhões de pessoas em todo o mundo, tendo a enfermagem um papel fundamental na identificação precoce e o controle da sepse, visando à redução das taxas de óbitos e aumento na taxa de sobrevivência nas UTIs. Possibilitando entender questões presentes nas intervenções de enfermagem nas UTIs, para o controle da sepse, bem como suas estratégias de identificação e monitoramento iram proporcionar conhecer a interface com a equipe multiprofissional e a implementação do controle e conforme as diretrizes da campanha de sobrevivência a sepse. (LIMA; PICANÇO, 2015). A sepse é uma disfunção orgânica causada por uma reação inflamatória sistêmica descontrolada do indivíduo, de natureza infecciosa, responsável por manifestações múltiplas, podendo determinar disfunção ou falência de um ou mais órgãos, até mesmo a morte. Sepse difere-se de infecção, por estar relacionada à presença de agente agressor em uma localização (tecido, cavidade ou fluido corporal) normalmente estéril. (FERREIRA, et al, 2014). A patogênese da IPCS (infecção primária de corrente sanguínea) ocorre por fatores complexos e multifatoriais. Sendo observado que as principais causas são; colonizações de bactéria no orifício de inserção do cateter, colonização da superfície interna, contaminação pelo manuseio da CVC (cateter venoso central), contaminação do líquido a ser infundido, podendo ocorrer no momento do preparo; contaminação da conexão, ocorrendo diante da assistência prestada favorecendo a instalação da sepse aos pacientes submetidos à IPCS. (LIMA; PICANÇO, 2015). As principais bactérias notificadas nos casos de sepse são: Staphylococcu ssp, coagulase-negativo, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), E. Coli, enterobacter spp, bulkoderiacepacia, stenotrophomona smaltrophilia, acineto bacterbaumani, pseudômonas aeruginosa, sheplococus do grupo viridamis e morganela morgani, essas bactérias são altamente patogênicas devido à resistência aos antibióticos. (LIMA; PICANÇO, 2015). O choque séptico não é causado por apenas um fator, mas, sim, como o resultado de uma complexa interação entre o microorganismo infectante e a resposta imune, pró-inflamatória e pró-coagulante do hospedeiro, que se manifesta como CIVD (coagulação intravascular disseminada), levando a lesão endotelial por ativação do sistema fibrinolítico e deposição de fibrina na microvasculatura dos órgãos, resultando em falência dos órgãos. (BONFIM; BÁBARA; CARVALHO, 2013). Em 1992, houve uma padronização á nomenclatuta do termo sepse: SIRS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica). Necessitava de pelo menos 2 dos itens a seguir: temperatura central maior 38,3C ou menor 36C; FC maior que 90 bpm; FR: maior que 20rpm; leucócitos totais maior que /mmm3 ou menor Sepse: SIRS secundária a processo infeccioso suspeito ou confirmado. Sepse grave: Presença dos critérios de sepse, associada á uma disfunção orgânica ou sinais de hipoperfusão, hipotensão, hipoxemia, acidose lática, oligúria ou confusão mental Choque séptico: Estado de falência circulatória e hipotensão persistente a reposição volêmica, com necessidades de vasopressores. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017) 3
4 Novas definições de sepse foram criadas conforme um consenso de 2016, agora Sepse é: disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção / Disfunção orgânica: aumento em 2 pontos no escore (SOFA) Choque séptico: Anormalidade circulatória e celular/ metabólica secundária a sepse. hipotensão com a necessidades de vasopressores para manter pressão arterial média a 65mmhg, após adequada ressuscitação volêmica. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017) Para fins práticos, o entendimento do ILAS, assim como o da Surviving Sepsis Campaign, é de que os processos de melhoria de qualidade não devem alterar suas definições de disfunção orgânica, pelo risco de desvalorização dos critérios de SRIS como parte da estratégia de triagem para suspeição precoce da presença de infecção. Uma parte do esforço atual no combate a síndrome baseia-se no diagnóstico precoce e no aumento da percepção dos profissionais de saúde. Idealmente, esses pacientes devem ser reconhecidos em fase precoce, não somente quando a disfunção já estiver instalada. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017). Desse modo, o ILAS julga válida a nova definição lato senso, ou seja, disfunção orgânica ameaçadora a vida secundária a resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção, mas sem a necessidade de se calcular o escore SOFA (método para descrever individualmente a disfunção/falência orgânica). O escore de gravidade SOFA, no nosso entendimento é útil apenas para, após a devida identificação do paciente com sepse, selecionarmos os pacientes com maior probabilidade de óbito ou longa permanência na UTI, ou seja, que inspiram maior atenção por parte dos profissionais de saúde. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017). A terapia precoce guiada por metas busca atingir a readequação da oferta de oxigênio aos tecidos, evitando, assim, a disfunção de múltiplos órgãos. É indicada quando o paciente com sepse grave apresenta o lactato alterado e hipotensão refratária. Manter os valores preconizados para a PVC (pressão venosa central), a PAM (pressão arterial média), o débito urinário e a saturação venosa central de oxigênio são metas que devem ser alcançadas em um prazo de seis horas. (GARRIDO et al., 2016). O Instituto Latino Americano da Sepse- ILAS preconiza em suas diretrizes que o pacote de ressuscitação deve conter: Uma ressuscitação inicial com reposição volêmica e vasopressores, colher lactato sérico, hemocultura e outras culturas, antibióticos por via endovenosa, controle do foco infeccioso. (PINHEIRO et al, 2017). A alta mortalidade de choque séptico e sepse grave relacionados aos altos custos estão associados ao seu tratamento e mostram a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce. Portanto, conhecer os custos gerados pela sepse nos serviços de saúde pode ajudar a estimar a carga econômica e social e reforça a importância das medidas preventivas. (BARRETO et al., 2016). Esta pesquisa corrobora com os objetivos da pesquisadora. Durante o curso de graduação, especificamente no estágio supervisionado no Estado de São Paulo, foi notada a importância dessa pesquisa, diante de toda a problemática da sepse e do choque séptico causam a população a nível mundial, atingindo pessoas de todas as idades, etnias e todos os níveis sócio econômico, estando entre as 10 maiores causas de óbitos, sendo que a taxa de mortalidade ultrapassa os 50%, e o alto custo do tratamento nos hospitais. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017). 4
5 Logo, objetivou-se neste estudo, discorrer sobre a importância do enfermeiro no diagnóstico precoce da sepse e choque séptico, sendo que ela permanece a maior parte do tempo prestando os cuidados, facilitando assim a percepção dos sinais e sintomas dessa doença. 2. METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa descritiva, através de uma revisão bibliográfica, tendo por base de dados a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e DeCS (Descritores de ciências em saúde), no idioma português. Segundo Marconi, (2015: p. 114) [...] "Revisão Bibliográfica" pesquisa alguma parte hoje da estaca zero. Mesmo que exploratória, isto é, de avaliação de uma situação concreta desconhecida, em um dado local, alguém ou um grupo, em algum lugar, já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da pesquisa entendida. Uma procura de tais fontes documentais ou bibliográficas torna-se imprescindível para não duplicação de esforços, a não descoberta de idéias já expressas, a não inclusão de lugarescomuns no trabalho [...]. Na pesquisa, foram acessadas as bases de dados no ano de 2013 a Nas bases de dados foram utilizados os descritores: Enfermagem, Unidade de terapia intensiva, sepse e choque séptico. Quadro 1: Apresentação dos artigos usados nessa pesquisa segundo, nome do artigo, nome dos autores, ano de publicação, nome da revista e descritores, Guarujá (2017). Nome do artigo 1 Percepção dos enfermeiros de uma unidade de terapia intensiva no cuidado a pacientes com diagnóstico de choque séptico. 2 Estratégia de detecção precoce e redução de mortalidade na sepse grave. Nomes autores BONFIM, et al WESTPHAL, et al Objetivos Abordagem Principais resultados Tem como Trata-se de O Choque Séptico, apontado como objetivo verificar a uma pesquisa síndrome da resposta inflamatória percepção dos de abordagem sistêmica, caracteriza um quadro de enfermeiros que qualitativa falência circulatória aguda de causa atuam em uma Uni realizada em infecciosa, é motivo de grande (UTI) no que tange Hospital preocupação tanto para saúde pública aos saberes Privado quanto para a saúde privada relacionados ao paciente com quadro de choque séptico, diante de sua evolução clínica e possíveis complicações, Avaliar o impacto Estudos com A estratégia utilizada contribuiu para da aplicação de coleta identificação antecipada do risco de uma política prospectiva de sepse e resultou na diminuição da institucional para da-dos em mortalidade associada a sepse e choque detecção precoce hospital público séptico da sepse e choque séptico 5
6 3 Intervenções de enfermagem no controle da sepse na unidade de terapia intensiva. 4 Grau de conhecimentos dos profissionais de saúde sobre protocolo de Sepse nas Utis e nas unidades emergenciais de Cariri, Brasil. LIMA, PICANÇO PINHEIRO, et al Instruir e traçar as Foi realizada É necessário que o enfermeiro tenha intervenções de uma pesquisa conhecimento científico para que possa enfermagem ao observacional, orientar a equipe de enfermagemsobre pacientes acometidos caráter com descritivo os pacotes de ressicitação, como para prevenção de infecção, e o sepse reconhecimento precoce da sepse. Verificar o grau de Foi realizada Há um déficit nos conhecimentos dos conhecimento do uma pesquisa profissionais de saúde acerca dos protocolo da sepse, observacional, protocolos de sepse.por ser uma pelos profissionais de caráter patologia que gera altos custos e altos de emergência e descritivo e índices de mortalidade, deve-se existir uti natureza quantitativa uma melhor compreensão dos profissionais de utis e emergências, para reflexões da importância do manuseio adequado dos pacotes de ressuscitação 5 Intervenções de FERREIRA; Objetivo de A presente Discutir o conceito ampliado de sepse e enfermagem na sepse: NASCIMENT dissertar e pesquisa trata sua incidência, trabalhar as intervenções Saber e cuidar na O. implementar de um estudo de enfermagem, quarta etapa do PE, sistematização intervenções de exploratório do endossando a importância de se assistencial. enfermagem tipo implantar protocolos assistenciais, 2014 específicas na bibliográfico, estimulando a reflexão do enfermeiro sepse, onde se quanto seu papel na assistência ao antecipando-se em realizou paciente acometido por sepse. minimizar agravos pesquisa da doença literária, abrangendo leitura 6 Ações do enfermeiro na GARRIDO, et Verificar as ações Métodos: : Os enfermeiros encontram dificuldade identificação precoce de al. do enfermeiro para Estudo na identificação precoce das alterações alterações sistêmicas causadas pela sepse grave. 7 Sepse em um hospital universitário: um estudo prospectivo para a análise de custos da hospitalização dos pacientes BARRETO, et al Fonte: Carla Dantas Bustillo a identificação descritivo com sistêmicas causadas pela sepse grave precoce das 24 enfermeiros. relacionada às alterações alterações sistêmicas Os foram dados hemodinâmicas, neurológicas, respiratórias, renais e nutricionais dos causadas pela coletados por pacientes internados em UTI Adulto, o sepse grave meio de que pode estar relacionado coma falta de relacionadas às formulário treinamento e de protocolos alterações composto de estabelecidos nas instituições. hemodinâmicas, neurológicas, questões estruturadas respiratórias, renais e nutricionais dos pacientes internados em UTIs adulto Estimar o custo da Estudo O elevado custo com o tratamento da internação de epidemiológico, sepse justificam investimentos em ações pacientes com prospectivo e de capacitação e instituição de sepse grave ou observacional, protocolos que possam direcionar ações choque séptico realizado em preventivas, otimizar o diagnóstico e a admitidos ou um hospital terapêutica em pacientes infectados e diagnosticados no público do sul séptico. setor de Urgências do Brasil, no e Emergências de período de 1 um hospital ano universitário Fim do quadro. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O enfermeiro e sua equipe possui um papel central na assistência a esse grupo de pacientes, no que diz respeito à promoção da sua melhora e da sua recuperação. Por isto, esta equipe deve ser treinada para assistir ao paciente crítico de forma integral, no tocante à coleta de sangue, acesso venoso periférica de grosso 6
7 calibre, administração de fluídos intravenosos dentre outros. Sua atuação frente ao paciente séptico será norteada pelo curso clínico do quadro, a partir da oferta de oxigênio, controle hemodinâmico, administração de fármacos vasoativos, atentando sempre para a velocidade de infusão, detecção precoce de sinais e sintomas que decorrem da hipoperfusão tecidual (BONFIM; BÁBARA; CARVALHO, 2013). As habilidades e competência do profissional de enfermagem, acompanha a importante responsabilidade de avaliar criteriosamente o paciente e participar do processo de tomada de decisões com a equipe multiprofissional, no sentido de garantir o trabalho em equipe, de acordo com as recomendações do protocolo atual diante dos quadros de sepse. (GARRIDO et al., 2016). Portanto, a equipe de Enfermagem tem um papel relevante no diagnóstico e tratamento do paciente séptico, devido ao fato de permanecer, a maior parte do tempo, à beira do leito, identificando e atuando frente às necessidades humanas básicas afetadas e contribuindo com a equipe multiprofissional na instituição de tratamentos e cuidados pertinentes, precocemente, o que pode contribuir para o aumento da sobrevida. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017). Para que a assistência de Enfermagem ao paciente séptico seja adequada, o enfermeiro deve, primeiramente, conhecer as definições, conceitos, fisiopatologia, quadro clínico e intervenções terapêuticas pertinentes à sepse. Assim, o enfermeiro pode se tornar um multiplicador de conhecimentos para a equipe multiprofissional e contribuir para a implementação de protocolos e condutas, baseado em evidências científicas, para que as ações sejam realizadas de maneira uniforme. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017). Principais manifestações clínicas da sepse: Disfunção neurológica, Disfunção respiratória, Disfunção cardiovascular, Disfunção gastrintestinal, Disfunção hepática, Disfunção renal, Disfunção hematológica, Disfunção endócrina: O Enfermeiro tem importante relevância nas avaliações dos níveis citados anteriormente, podendo assim acionar o médico e dar início ao tratamento adequado. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017). No que diz respeito à abordagem inicial da sepse pela equipe de Enfermagem, é importante ressaltar que a mesma deve estar atenta às manifestações clínicas de hipoperfusão, tais como: rebaixamento do nível de consciência, queda do débito urinário, queda da pressão arterial e diminuição da oxigenação. Essas alterações são facilmente reconhecidas pela equipe de Enfermagem, responsável pela vigilância constante desses parâmetros. Além disso, a avaliação de 55 parâmetros hemodinâmicos como frequência cardíaca, pressão arterial, débito cardíaco, PVC, ScvO2 (Saturação venosa de oxigênio) e coleta de exames, entre os quais a gasometria arterial, são atribuições do Enfermeiro. Essas ações são de extrema importância para auxiliar o médico nas medidas terapêuticas a serem instituídas. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017). O Enfermeiro deve executar o protocolo para sepse, visando a padronização das condutas adequadas preconizadas pela SSC (Surviving Sepsis Campaign). Este protocolo visa uma série de medidas como iniciar a coleta do lactato, administração de antibióticos, dentre outras medidas essenciais para a recuperação do indivíduo acometido por sepse. (PINHEIRO, et al., 2017). O protocolo de sepse requer medidas padronizadas, tendo o Enfermeiro um papel importante na supervisão constante dos resultados obtidos, pois o lactato sérico quando se apresenta em altos índices é um forte indicativo de hipóxia tecidual, antes de iniciar o antibiótico, é necessário realizar a hemocultura e outras culturas, após a coleta, inicia a antibioticoterapia em cerca de 6horas,quando o 7
8 lactato apresentar-se elevado, deve-se realizar reposição volêmica, podendo ocorrer também a presença de hipotensão, utilizar fármacos vasopressores para reestabilizar a PAM (Pressão Arterial Média), e mantê-la acima de 65 mmhg. (PINHEIRO, et al., 2017). O Instituto Latino Americano da Sepse- ILAS preconiza em suas diretrizes que o pacote de ressuscitação deve conter: Uma ressuscitação inicial com reposição volêmica e vasopressores, colher lactato sérico, hemocultura e outras culturas, antibióticos por via endovenosa, controle do foco infeccioso. (PINHEIRO et al, 2017). No ambiente de terapia intensiva, é necessário acurar percepções e imediatamente implantar ações junto à equipe que por mais simplificadas que possam parecer, resultam em minimização do agravo e suas complicações. Desta forma, alguma das intervenções nos casos de instalação de sepse, seja qual for o foco inicial, constitui o Plano de Ação do Atendimento de Enfermagem na Sepse nas Primeiras 24 horas. (FERREIRA; NASCIMENTO, 2014). Cabe o Enfermeiro orientar sua equipe a: manter cabeceira elevada a 45 e repouso no leito; tem como objetivo diminuir o risco de broncoaspiração e pneumonia, associada à ventilação mecânica; verificar sinais vitais (PA, TAX, FC, FR, SpO2) h/h e monitorar intercorrências; Monitorar padrão ventilação/perfusão; A hiperventilação somada a dados gasométricos posteriores tornam-se sinalizadores precoce da sepse. Administrar oxigênio a 5 ml/min; mantendo aparta para intubação à beira leito; Mensuração de SpO2 e leitura de gasometrias arterial e venosa; A Elevação de lactato sérico pode identificar hipoperfusão em pacientes de risco que não apresentam hipotensão. (FERREIRA; NASCIMENTO, 2014). Manter acesso vascular; em primeiro lugar, o acesso venoso periférico deverá ser calibroso para garantir uma infusão volêmica rápida e eficaz, para que o volume de infusão de 1000 ml de cristaloides seja administrado em 30 minutos (cerca de 20 ml/kg). Verificar quanto à necessidade de início de aminas vasopressoras, caso o paciente mantenha hipofluxo e hipotensão arterial mesmo após infusão de grandes fluidos. Verificar glicemia capilar (70 a 110 mg/dl) no mínimo de 4/4h. (FERREIRA; NASCIMENTO, 2014). Outra atribuição importante do Enfermagem, é a administração rápida do antibiótico prescrito, após a coleta das culturas, pois existem confirmações científicas de que o crescimento da mortalidade pode estar relacionado ao atraso na administração do antibiótico. Então, cabe ao enfermeiro entender e mostrar para sua equipe a importância de praticar essa ação. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017). A maioria dos estudos realizados evidencia que o conjunto de cuidados chamados de bundles ou pacotes contribuem para uma assistência mais segura, sistemática e qualificada ao paciente diagnosticado com esta doença tão complexa e devastadora. Portanto, o enfermeiro que realiza corretamente a abordagem, por meio destes pacotes, contribui para melhorar a sobrevida do paciente séptico. (VIANA; MACHADO; SOUZA, 2017). 4. CONCLUSÃO A sepse é uma das doenças que mais acomete pacientes que ocupam leitos hospitalares, é portanto, considerada um problema de saúde pública. Ela vem superando o câncer, infarto agudo do miocárdio, esse aumento também vem contribuindo com os altos índices de mortalidade, gerando altos custos no tratamento e morbidade. O presente trabalho tem como objetivo, mostrar a importância do Enfermeiro na rápida identificação da sepse e choque séptico. Sendo 8
9 de suma importância o treinamento da equipe de enfermagem pelo Enfermeiro, na fisiopatologia e nos tratamentos adequados. Com a equipe de enfermagem treinada de forma adequada e contínua, visando prestar assistência ao paciente de forma integral, quanto à coleta de sangue, acesso venoso periférico de grosso calibre, administração de fluídos intravenosos dentre outros. Ficar atento as variações de nível de consciência, disfunções orgânicas, renal, respiratória, cardiovascular entre outras. Sua atuação frente ao paciente séptico será norteada pelo curso clínico do quadro, a partir da oferta de oxigênio, controle hemodinâmico, administração de fármacos vasoativos, atentando sempre para a velocidade de infusão, detecção precoce de sinais e sintomas que decorrem da hipoperfusão tecidual. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, M.L. de. Identificação da sepse pela equipe de enfermagem em um serviço de emergência de um hospital geral. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, p.3-25, Disponivel em: A%20LIRA%20DE%20ARA%C3%9AJO%20-%20emg%20- %20tcc.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 03/06/2017. Hora:10:00hs. BARRETO, M. F. C. et al. Sepsis em um hospital universitário: um estudo prospectivo para a análise de custos da hospitalização dos pacientes. Revista da Escola de Enfermagem da Usp, São Paulo, p , 16 mar Disponível em: Acesso em: 06/06/ :50hs. BONFIM, F. K.; BÁBARA; G. H. S; CARVALHO, C. G. Percepção dos enfermeiros de uma unidade de terapia intensiva no cuidado a pacientes com diagnóstico de choque séptico. E-scientia, Betim Minas Gerais, p.33-43, Disponível em: revistas.unibh.br/index.php/dcbas/article/download/1122/651. Acesso em: 06/06/2017. Hora:18:00hs. FERREIRA, R. G. dos S; NASCIMENTO, J. L. do. Intervenções de enfermagem na sepse: Saber e cuidar na sistematização assistencial, Revista Saúde e Desenvolvimento, Rio de Janeiro, p.46-56, Disponível em: 283/222%20de%20RG%20Ferreira%20-%20%e2%80%8e2014 Acesso em: 25/05/2017. Hora:22:00hs. 9
10 GARRIDO, F. et al. Ações do enfermeiro na identificação precoce de alterações sistêmicas causadas pela sepse grave. Abcs Health Sciences, São Paulo, p.15-20, 26 ago Disponível em: Acesso em: 20/05/2017. Hora: 23:40hs. LIMA, A. C. S. L; PICANÇO; C.M. Intervenções de enfermagem no controle da sepse na unidade de terapia intensiva. Centro Universitário Estácio, Bahia, p.2-19, Disponível em: Acesso em: 26/05/2017. Hora:23:00 hs MACHADO, F. R.; SOUZA, P. H. Sepse: um problema de saúde pública. Instituto Latino-americano Para Estudos da Sepse (ilas), Brasilia, p.1-90, Disponível em: Acesso em:14/06/2017. Hora: 20:25hs. MARCONI, M. de A; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. 7. Ed. São Paulo: Atlas, p. PINHEIRO, W. R. et al. Grau de conhecimentos dos profissionais de saúde sobre protocolo de sepse nas utis e nas unidades emergenciais de Cariri, Brasil. Biomedical Health & Sciences, Ceará, p.1-11, Disponível em: Acessado em 11/06/2017 Hora: 23:08 hs VIANA, R. A. P. P; MACHADO, F. R; SOUZA, J. L. A. de. Sepse um problema de saúde pública. Coren- Ilas, São Paulo, p.10-64, Disponível em: Acesso em:07/06/2017. Hora:08:40hs. WESTPHAL, G.A. et al. Estratégia de detecção precoce e redução de mortalidade na sepse grave. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Joinville Santa Catarina, p , Disponível em: Acesso em 15/07/2017. Hora:10:30hs. 10
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