RELATÓRIO. A ementa do julgado restou assentada nos seguintes termos:

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1 1 TRIBUNAL PLENO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA DO FUTEBOL Processo n. 400/2017 EMBARGANTE: SAMPAIO CORREA FC (MA) EMBARGADO: DECISÃO DO PLENO DO STJD RELATOR: AUDITOR PAULO CESAR SALOMÃO FILHO EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE - CONSEQUÊNCIAS DA DECISÃO QUE SÃO INTRÍNSECAS AO JULGADO QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONHECIDOS E REJEITADOS RELATÓRIO Tratam-se de Embargos interpostos pelo SAMPAIO CORREA FC contra acórdão deste Pleno do STJD do Futebol que negou provimento ao Recurso, mantendo, por maioria, decisão de perda de 1 (um) mando de campo e multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). A ementa do julgado restou assentada nos seguintes termos:

2 2 RECURSO - PROCESSO SUMÁRIO ARREMESSO DE OBJETOS REALIZADO PELA TORCIDA DO CLUBE MANDANTE - INFRAÇÃO AO REGRAMENTO PREVISTO NO ART. 213, INC. III E 1º, DO CBJD - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA ENTIDADE DE PRÁTICA DESPORTIVA POR ATOS DE SEUS TORCEDORES PRECEDENTES INFRAÇÃO CARACTERIZADA FALTA DE IDENTIFICAÇÃO DE TODOS OS TORCEDORES INFRATORES IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE PREVISTA NO 3º, DO ART. 213, DO CBJD AUSÊNCIA DE PREVENÇÃO E DE REPRESSÃO DE DESORDEM NA PRAÇA DE DESPORTO APLICAÇÃO DA REGRA CONTIDA NO ART. 57 DO CBJD PENALIDADE APLICADA QUE SE MOSTRA PROPORCIONAL E ADEQUADA À INFRAÇÃO - CUMPRIMENTO DA PENA CONFORME DETERMINAÇÃO CONTIDA NO ART. 67 DO RGC/CBF 2017 NEGADO PROVIMENTO A AMBOS OS RECURSOS. Segundo consta dos autos, durante a partida entre o Sampaio Correa FC (MA) X Fortaleza (CE), realizada em 07 de outubro pp. no Estádio Governador João Castelo em São Luiz (MA), válida pela série C do Campeonato Brasileiro de 2017, durante o intervalo regulamentar e após o término da partida, em ambas oportunidades, quando o trio de arbitragem adentrava o túnel para o vestiário, foram

3 3 arremessados objetos tais como garrafas, copos, laranjas, rádio de pilhas, líquidos, objetos esses que no segundo momento - atingiram o árbitro e seus assistentes. Denunciado o clube no Art. 213, III, 1º. do CBJD foi o mesmo condenado a pena pecuniária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e a perda de 1 (um) mando de campo. Naquele recurso a defesa alegou que o clube tomou todas as providências necessárias; que houve a identificação dos autores dos fatos e registro de ocorrência policial; que não houve gravidade; pleiteou, ao final, a absolvição do clube. Nestes Embargos, sustenta a Defesa que houve omissão na decisão, pois não foi levado em conta o empenho do clube em identificar os torcedores-vândalos que praticaram as condutas impróprias. Alega, ainda, ser inequívoca a excludente de responsabilidade da entidade desportiva em face da identificação dos acusados e a apresentação na delegacia inclusive com a confissão dos mesmos. Aduz, por fim, que a lavratura da ocorrência policial foi contemporânea e que o CBJD não menciona o prazo para a elaboração do registro policial nem define o que é contemporaneidade. A Defesa apresenta ainda como argumento a analogia ao flagrante impróprio do direito Penal, onde o acusado, mesmo que perseguido por dias, pode ainda ser autuado em flagrante. Em outro ponto, alega a Defesa a omissão na decisão do Pleno com referência a análise do pedido feito de destinação de eventual multa pecuniária à Entidades assistenciais do Estado do Maranhão.

4 4 O embargante pede que sejam conhecidos os presentes Embargos para sanar as omissões, reformando-se o acórdão condenatório para absolver o Embargante ou subsidiariamente autorizar o pagamento da prestação pecuniária à entidade beneficente. É o relatório Passo a decidir: VOTO O artigo 152-A, I e II, apresenta a seguinte redação incluída pela Resolução do Conselho Nacional de Esporte nº 29, de 2009: Art. 152-A. Cabem embargos de declaração quando: (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009). I - houver, na decisão, obscuridade ou contradição; (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009). II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse o órgão judicante. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009). 1º Os embargos serão opostos, no prazo de dois dias, em petição dirigida ao relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo; aplica-se aos embargos de declaração o disposto no art. 138, parágrafo único. (Incluído pela Resolução CNE nº 29 de 2009).

5 5 Da análise da decisão vergastada não é possível extrair nenhuma contradição, obscuridade e/ou omissão no julgado. Com efeito, os estreitos limites estabelecidos pela legislação desp ortiva para cabimento de embargos de declaração foram desvirtuados pelo embargante que pretende expor seu inconformismo com o resultado que lhes foi desfavorável e mudar o julgamento utilizando -se de via processual inadequada. O comando jurisdicional estabelecido na decisão embargada é claro ao negar provimento ao recurso, portanto, a decisão proferida pela Comissão Disciplinar prevalece em todos os seus termos e elementos. O que se verifica no caso é que o embargante, na verdade, deseja a rediscussão da matéria já julgada e tal pretensão não está em harmonia com a natureza e a função dos embargos declaratórios. Neste sentido colaciona-se farta jurisprudência dos pretórios, inclusive do Supremo Tribunal Federal, verbis: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DE LEI ANTERIOR CONSOANTE ENTENDIMENTO DO STF. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. REJEIÇÃO.

6 6 1. O inconformismo, que tem como real escopo a pretensão de reformar o decisum, não há como prosperar, porquanto inocorrentes as hipóteses de omissão, contradição ou obscuridade, sendo inviável a revisão em sede de embargos de declaração, em face dos estreitos limites do art. 535 do CPC. 2. O magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 3. A pretensão de revisão do julgado, em manifesta pretensão infringente, revela-se inadmissível, em sede de embargos. (Precedentes: AI n AgR-ED, Relator o Ministro Março Aurélio, 1ª Turma, DJe de ; e RE n AgR-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, 2ª Turma, DJe de ). 4. Embargos de declaração REJEITADOS. (STF - RE: RS, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 13/03/2012, Primeira Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG PUBLIC ) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. TEMPESTIVIDADE. AFERIÇÃO PELA DATA DO PROTOCOLO DO RECURSO NA SECRETARIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. I - Ausência dos pressupostos do art. 535, I e II, do Código de Processo Civil. II - A embargante busca tão somente a rediscussão da matéria e os embargos de declaração, por sua vez, não constituem meio processual adequado para a reforma do decisum, não sendo possível atribuir-lhes efeitos infringentes, salvo em situações excepcionais, o que não ocorre no caso em questão.

7 7 III - A data a ser considerada para se aferir a tempestividade do recurso é aquela do efetivo ingresso da petição no protocolo da Secretaria do Supremo Tribunal Federal, sendo indiferente que o original do recurso tenha sido recebido dentro do prazo por Gabinete de Ministro desta Corte. Precedentes. IV - Embargos de declaração rejeitados.(stf - RE: RS, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 12/06/2012, Segunda Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-150 DIVULG PUBLIC ) EMBARGOS DECLARATÓRIOS INEXISTÊNCIA DE VÍCIO DESPROVIMENTO. Uma vez voltados os embargos declaratórios ao simples rejulgamento de certa matéria e inexistente no acórdão proferido qualquer dos vícios que osespaldam omissão, contradição e obscuridade, impõe-se o desprovimento. (AI AgR-ED, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, 1ª Turma, DJ ) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU OMISSÃO - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. - Os embargos de declaração destinam-se, precipuamente, a desfazer obscuridades, a afastar contradições e a suprir omissões que eventualmente se registrem no acórdão proferido pelo Tribunal. A inocorrência dos pressupostos de embargabilidade, a que se refere o art. 535 do CPC, autoriza a rejeição dos embargos de declaração, por incabíveis.(re AgR-ED, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 2ª Turma, DJ ). Desta forma e pelas razões acima expostas, conheço dos embargos de declaração posto que tempestivos, e no mérito, os rejeito por não vislumbrar na decisão recorrida a apontada contradição, obscuridade e/ou omissão. Advirto que na hipótese de serem

8 8 interpostos novos embargos de declaração pelas partes poderão os mesmos ser considerados protelatórios, fazendo incidir a regra prevista no 6º do mesmo dispositivo legal acima invocado. P.R.I Rio de Janeiro, 24 de janeiro de Paulo César Salomão Filho Auditor do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol