GRANULOMETRIA DO MILHO NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
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- Antônia Henriques Teixeira
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL DISCIPLINA: SEMINÁRIOS APLICADOS GRANULOMETRIA DO MILHO NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE Weder de Lima Vieira Orientador: Emmanuel Arnhold Goiânia 2011
2 ii WEDER DE LIMA VIEIRA GRANULOMETRIA DO MILHO NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE Seminário apresentado junto à Disciplina de Seminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Nível: Mestrado Área de Concentração: Produção Animal Linha de Pesquisa: Metabolismo nutricional, alimentação e forragicultura na produção animal Orientador: Orientador: Prof. Dr. Emmanuel Arnhold Comitê de Orientação Prof. Dr. José Henrique Stringhini Prof. Dra. Heloisa H. C. Mello Goiânia 2011
3 iii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA GRANULOMETRIA IMPORTÂCIA DA GRANULOMETRIA DA RAÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS... 15
4 iv LISTA DE TABELAS Tabela 1 Exemplo do cálculo para obtenção do MF, IU e DGM das partículas da amostra... 7 Tabela 2 Resultados de autores que estudaram granulometrias variadas de rações... 8 Tabela 3 Rendimento de carcaça em relação ao peso vivo... 9 Tabela 4 Ganho de peso (g) de acordo com o tratamento e período Tabela 5 Efeito da granulometria no consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e peso da moela (PM) dos frangos de corte.. 12
5 1 INTRODUÇÃO A avicultura tem se consolidado como atividade muito importante no país, principalmente no estado de Goiás, onde se encontram instaladas grandes empresas do setor, o que vem a colaborar com geração de empregos e renda. Juntamente com uma grande produção, a indústria avícola tem sido de elevada significância no campo da produção animal. Entre os vários fatores que contribuem para que isto aconteça, a nutrição tem um importante papel, com intensas pesquisas em busca do melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta (RODRIGUES, et al., 2003). Relacionado a nutrição, LEANDRO et al. (2003) citaram que a alimentação constitui um dos fatores de maior relevância na exploração avícola, pois uma dieta adequada pode promover melhoria tanto na produtividade quanto no rendimento de carcaça. Com relação ao milho, que é terceiro cereal mais cultivado no mundo, atrás apenas do trigo e arroz, chegando a fazer parte de uma centena de produtos como insumo de acordo com BENEDETTI (2009), tem papel muito importante neste contexto segundo este mesmo autor. Observando as propriedades nutricionais dos alimentos, alguns nutricionistas acreditam que quanto menores fossem as partículas fornecidas as aves melhor seria a digestibilidade do alimento, aumentando a superfície de contato do alimento com os sucos digestivos de acordo com FLEMING et al (2002). Mas informações indicam que, no entanto, particularidades que existem em mamíferos, em especial os suínos, pouco ou nada tem haver com o que ocorre nas aves, como evidenciou RUTZ et al. (1999), com relação a sentidos como paladar, olfato e digestibilidade, que influenciam no consumo de alimentos e utilização pelo animal. Milho com diferentes granulometrias podem ser fornecidos a aves sem afetar seus índices zootécnicos como verificado por GEWEHR et al. (2010). Estes mesmos autores constataram que a granulometria dos ingredientes adicionados as rações são de interesse dos nutricionistas de várias espécies animais, por influenciarem sobre o desempenho do aproveitamento desse alimento.
6 2 O grão de milho possui estruturas bem definidas, que determinam sua composição nutricional, estruturas estas que são na sua parte interna o endosperma, constituído de amido e proteína, e o gérmen, composto por proteínas e lipídios (BRITO et al., 2005). Através dessas estruturas é que são fornecidos os nutrientes para os animais que consomem este alimento. A utilização de pequenas partículas tem suas vantagens segundo GODOY (2009), e a mesma autora cita que existem outros benefícios além da maior exposição do alimento às enzimas digestivas, entre eles estão o melhor manuseio da ração e a melhor mistura dos ingredientes. Objetivou-se estudar o efeito da granulometria do milho na alimentação de frangos de corte levando em consideração os aspectos produtivos das aves e o desenvolvimento de parte do trato digestivo das aves.
7 3 2 REVISÃO DE LITERATURA Os nutricionistas de animais têm se empenhado cada vez mais para fornecer alimento de qualidade, devido a crescente exigência advinda don rápido crescimento das aves atuais (PUCCI et al, 2010b) O milho em condições normais contribui com 60 a 70% na composição das rações e com 40% aproximadamente do custo da mesma segundo (BRUM et al., 1998; ZANOTTO et al., 1996; e ZANOTTO & BELLAVER, 1996). Esses mesmos autores acreditam que uma das formas de se obter o melhor aproveitamento do alimento e menor gasto de energia elétrica é através da granulometria do milho e de outros alimentos. Segundo LEANDRO et al. (2001) a economia de energia elétricagasta com a moagem do milho e a melhoria no rendimento da moagem, resultam na diminuição do custo de produção e conseqüentemente aumento da lucratividade da atividade avícola. 2.1 GRANULOMETRIA Granulometria é o método de análise que tem como finalidade classificar as partículas de uma amostra pelos tamanhos apresentados, e medir as frações correspondentes a cada tamanho (BENEDETTI, 2009). Uma forma de controlar a granulometria dos alimentos é através da utilização de moinhos, no entanto segundo POZZA et al. (2005), existem variações da granulometria, o que pode ser por muitos motivos relacionados a mecânica dos moinhos. O assunto granulometria merece atenção por parte de produtores e nutricionistas em relação a nutrição de aves, e faz-se necessário em criações que produzam a própria ração. Segundo LEANDRO et al. (2001) é necessário que se encontre a granulometria que maximiza a utilização dos nutrientes pelas aves criadas nos dias de hoje, facilitando a conversão e diminuindo custos. A granulometria é importante na nutrição e consumo alimentar segundo RIBEIRO et al. (2002), por estar diretamente relacionada com a redução de custos e de acordo com ZANOTTO & BELLAVER (1996) ela resulta em melhora no desempenho animal de acordo com a granulometria utilizada.
8 4 Reduzir o tamanho das partículas dos grãos utilizados na alimentação animal envolve o rompimento do tegumento externo e a fratura do endosperma (AMERAH et al., 2007). Já que as aves não possuem enzimas endógenas capazes de hidrolizar e digerir os componentes da parede celular, que forma uma barreira física como citado por JIA & SLOMINSKI (2010). De acordo com POZZA et al. (2005) a moagem começa com a retirada das camadas externas, e esta moagem ou redução pode melhorar o processo de fabricação da ração. Esse processamento de alimentos visa melhorar o desempenho das aves em absorver os nutrientes da alimentação segundo PUCCI et al. (2010a). Através do processamento dos alimentos, é pretendido assegurar o aumento da superfície de contato com os alimentos tendo em vista uma melhor absorção dos nutrientes (FREITAS et al.,2002). Alimentos diferentes passados em uma mesma peneira de um moinho para moagem podem ter distribuição de tamanho de partículas diferentes segundo AMERAH et al. (2008) O tamanho da partícula é importante no segmento da nutrição e alimentação animal segundo FREITAS et al. (2002). Mas PARSONS et al. (2006) citam que ainda existem resultados conflitantes em relação ao tamanho de grão ótimo, mas concorda que o conhecimento do tamanho do grão triturado deve ser conhecido para um melhor desenvolvimento de estratégias de alimentação para otimizar o desenvolvimento das aves. POZZA et al. (2005) cita que os furos das peneiras dos moinhos são insuficientes para determinar a granulometria de produtos moídos. A granulometria é o processo utilizado para caracterizar o tamanho de partículas (ZANOTTO & BELLAVER, 1996). Ainda segundo esses autores as partículas são divididas em partículas grossas (maior que 2mm), partículas médias (entre 0,60 a 2mm) e partículas finas (menor que 0,60mm). Os mesmos autores conceituam alguns termos utilizados como: Módulo de finura (MF) é representado por um índice que pode assumir qualquer valor compreendido entre zero e seis e correlaciona-se positivamente com o aumento do tamanho das partículas do ingrediente; Índice de uniformidade (IU) indica a proporção relativa entre partículas grossas, médias e finas.
9 5 Diâmetro Geométrico Médio (DGM) representa o diâmetro geométrico médio das partículas do ingrediente moído, e possibilita correlacionar a granulometria do ingrediente à digestibilidade dos nutrientes, a resposta animal e ao rendimento de moagem. O processo de determinação é descrito por ZANOTTO & BELLAVER (1996), para isso são necessários os seguintes equipamentos e materiais relacionados ou similares. 1. Equipamento vibrador de peneiras 2. Conjunto de peneiras ABNT, números: 5, 10, 16, 30, 50, 100 e fundo, CT correspondendo às seguintes aberturas de malhas: 4; 2; 1,20; 0,60; 0,30; 0,15 e 0mm, respectivamente; 3. Balança de precisão de 0,1g; 4. Estufa para 105ºC; 5. Ar comprimido ou pincéis para limpeza das peneiras; 6. Bandeja com capacidade de 1Kg. No moinho, a amostragem dos ingredientes para determinação da granulometria seguirá os seguintes passos: 1. Após a moagem, retirar sub-amostras de vários pontos do lote moído, de modo a construir um amostra de aproximadamente 1 Kg do ingrediente. É importante evitar a tomada de sub-amostras em pontos nos quais observa-se visualmente segregação de partículas. 2. Embalar a amostra em saco plástico devidamente identificado e enviar ao laboratório. No laboratório o procedimento será: 1. Homogeneizar a amostra na própria embalagem ou em saco maior; 2. Tomar uma amostra de aproximadamente 0,5 Kg e colocá-la em bandeja de secagem; 3. Secar a amostra em estufa à temperatura de 105ºC por 24 horas (se o teor de umidade do ingrediente for superior a 13%, recomenda-se um maior tempo de secagem). A não realização da secagem implicará na aderência de partículas finas nas malhas das peneiras obstruindo a passagem de outras partículas; 4. Retirar a bandeja da estufa e deixar que a temperatura da amostra equilibre-se com a do ambiente (aproximadamente 2 horas);
10 6 5. Pesar individualmente as peneiras e anotar os pesos (P i1 ); 6. Montar o conjunto de peneiras sobre o equipamento vibrador, sobrepondo-as em ordem crescente de abertura das malhas; 7. Pesar em duplicata aproximadamente 200g da amostra (P) e transferir para o topo do conjunto de peneiras; 8. Colocar a tampa e prender firmemente o conjunto de peneiras ao equipamento vibrador; 9. Ajustar o reostato do equipamento na posição 8 e realizar o peneiramento por um período de 10 minutos; 10. Pesar individualmente as peneiras com as respectivas frações retidas, e anotar o peso (P i2 ). Limpar as peneiras para próxima análise utilizando pincéis ou ar comprimido. 11. Calcular o peso da fração do ingrediente retido em cada peneira (PR i ): PR i = (P i2 - P i1 ) Onde: PR i = peso retido na peneira i; P i2 = peso da peneira i, mais a fração retida; P i1 = peso da peneira i; 12. Calcular a percentagem do ingrediente retido em cada peneira (%R): %R = (PR i x 100)/P Onde: %R = percentagem retida em cada peneira; P = peso da amostra. A %R é multiplicada por fatores convencionados e constantes que decrescem de seis a zero com o decréscimo dos furos as peneiras, conforme exemplo. Para determinar o IU como podemos verificar na Tabela -1, somam-se os valores de %R das peneiras grossas (2,5+9,5)/10=1,2; médias (20+38)/10=5,8 e finas (18,5+11,5+0)/10=3,0. Esses valores correspondem a 12%, 58% e 30% de partículas grossas, médias e finas, respectivamente.
11 7 Tabela 1 Exemplo do cálculo para obtenção do MF, IU e DGM das partículas da amostra: ABNT (Nº) Furos (mm) (PR i ), g (%R) K i K i. %R ,5 6 15, ,5 5 47,5 16 1, ,0 4 80,0 30 0, , ,0 50 0, ,5 2 37, , ,5 1 11,5 Fundo Total ,0 Fonte: ZANOTTO E BELLAVER (1996) MF é dado pelo cálculo do produto total obtido (305) dividido pelo total retido (100): MF = 305,0/100 = 3,05 DGM é calculado pela equação de HANDERSON & PERRY (1955) citados por ZANOTTO E BELLAVER (1996), e adaptada para expressar o resultado em mm: DGM (mm) = 104,14 x 2 MF Para o exemplo em questão ficará assim descrito: DGM (mm) = 104,14 x 2 3,05 = 862 mm 2.2 IMPORTÂNCIA DA GRANULOMETRIA DA RAÇÃO Vários autores vem estudando a granulometria dos alimentos para chegarem a uma granulometria ideal que possa levar o animal ao máximo aproveitamento do alimento, absorvendo os nutrientes necessários. BELLAVER & NONES (2000) concluem que o valor energético do milho juntamente com o desempenho de frangos de corte, não são influenciados nas variações de tamanho de partícula de 0,506 a 1,050mm. Os autores relatam que o uso do milho em partículas maiores não altera o desempenho das aves, sendo portanto indicado em rações fareladas, por diminuir o custo de produção das rações devido ao menor gasto com energia elétrica.
12 8 Uma granulometria grosseira de milho pode provocar o aumento da mortalidade em pintos na sua primeira semana de vida como afirmou LEANDRO et al. (2001). O processamento do milho até a granulometria de 1,000 mm que corresponde a peneira de 10 mm, como feito por ZANOTTO et al. (1996), não diminuiu o valor energético do milho deixando-o em Kcal/Kg de milho. O desempenho e consumo do alimento de frangos de corte são influenciados devido a capacidade de selecionar o alimento variando de acordo com a idade do animal (LÓPEZ & BAIÃO, 2004). Vários autores estudaram granulometria na ração de frangos de corte como mostrado na TABELA 2. Tabela 2 Resultados de autores que estudaram granulometrias variadas de rações Autor Partículas de alimento em mm PORTELLA et al. (1988) Partículas maiores que 1,18 e menores que 2,36 mm são interessantes para o animal. LOTT et al. (1992) Partículas de 1,196mm podem prejudicar. NIR et al. (1992) Preferência de pintos por partículas de 0,7 a 0,9 mm. DAETON et al. (1995) Não houve diferença em desempenho com rações de 0,679; 0,987 e 1,289 mm. Adaptado de LÓPEZ & BAIÂO (2004) Na Tabela - 3 verifica-se o rendimento de carcaça de animais alimentados com duas granulometrias média e grossas, com três tipos de processamento, onde verificou-se diferença no rendimento de carcaça em relação a granulometria da ração somente na ração granulada, mostrando que em rações fareladas não há diferença entre partículas médias e grossas, sendo que a peneira grossa era de 4,76 mm e a média de 3,18 mm. Concluindo assim que para rações fareladas a granulometria ideal é a grossa, e rações
13 9 granuladas ou expandidas pode-se usar granulometria média e grossa respectivamente. LÓPEZ & BAIÃO (2002) chegaram ao mesmo resultado. Tabela 3 Rendimento de carcaça em relação ao peso vivo Granulometria Forma física Média Grossa CV% Farelada 81,52ª 81,90ª Granulada 82,62ª 80,34 b 1,72 Expandida 81,44ª 80,64ª Médias com letras diferentes, nas linhas, diferem entre si pelo teste SNK ao nível de 5% de significância. Adaptado de LÓPEZ & BAIÃO (2004) O consumo de alimento pode ser alterado pela granulometria em frangos de corte, e esse consumo também está ligado a capacidade que a ave tem de selecionar os alimentos a serem consumidos (LOPES & BAIÃO, 2002). Esses autores relatam ainda que esta seleção não está relacionada a composição química do alimento. Em experimento os mesmos autores verificaram que processo de granulação superou o efeito negativo do tamanho menor de partícula. A utilização de cereais com tamanhos maiores pode influenciar e melhorar a saúde das aves, isso pode ser ocasionado pelo aumento do tamanho da moela segundo JACOBS et al. (2010). Estes mesmos autores informam que a moela é um importante regulador da motilidade intestinal e de secreção enzimática. A explicação desses autores para que a moela alterasse o desenvolvimento é que com partículas em tamanhos maiores, a passagem é retardada, resultando em mais fluxo do conteúdo intestinal e o aumento do tempo de exposição dos nutrientes às enzimas digestivas, que por sua vez, pode melhorar a energia e utilização dos nutrientes, pela maior superfície de contato do alimento. Além disso JACOBS et al. (2010) verificaram que o aumento do tamanho das partículas pode também influenciar na microbiota intestinal, com o aumento da retenção do alimento na moela, e conseqüentemente com a maior liberação de HCl pode inativar alguma bactéria advinda do exterior com a redução do ph. Por isso os autores indicam uma granulometria para aves de 21 dias sem
14 10 comprometer o desempenho de crescimento e digestibilidade dos nutrientes de 1,387 mm, mas para pintos em seus primeiros dias de vida devem ser menores que essa granulometria. BRUM et al. (1998) inferiram que com granulometria grossa pode haver um desequilíbrio nutricional pela seleção de partículas. Os mesmos autores recomendam o uso de milho com 1,000 mm (0,850 a 1,050 mm), propiciando menor consumo de energia elétrica e melhor aproveitamento de nutrientes pelos animais em rações fareladas ou trituradas. Como verificado pelos autores anteriores PARSONS et al. (2006) também inferiu que existem resultados ainda conflitantes em relação ao tamanho da partícula, mas verificaram também que com milho com granulometria mais grossa a 2,242 mm houve um maior desenvolvimento da moela. Esses mesmos autores observaram que nutrientes de milho mais grosso podem ter sido absorvidos em maior quantidade, por que as partículas foram sido retidas por mais tempo. Por isso eles indicam que para benefícios digestivos com 1,042 a 2,242 mm. Segundo TORRES et al. (2011) aves seletivamente procuram partículas de ração com DGM maior, e sugerem que a aparência do alimento pelo tamanho maior, é a causa da partícula ser consumida com maior freqüência, tendo relação com composição química do alimento. Do ponto de vista morfológico, o comportamento alimentar das aves é influenciado pela textura do alimento, pois possuem estímulos ao contato com o alimento semelhante ao paladar e olfato dos mamíferos segundo RIBEIRO et al. (2002) e PEREIRA et al. (2009). Essa função é desenvolvida por mecanorreceptores localizados no bico (RUTZ et al., 1999; RIBEIRO et al., 2002; PEREIRA et al., 2009). A alimentação moderna do frango de corte rica em energia e pobre em fibras não estimula o desenvolvimento da moela (FREITAS et al., 2002). Ainda segundo esses autores isso resulta em rápida passagem das partículas para o duodeno, e ainda comentam que o milho inteiro em pesquisa aumentou as medidas da moela de frangos de corte isso por que o mesmo exigiu um maior trabalho para fragmentação do cereal. FREITAS et al. (2002) recomendam ainda que pode ser fornecido grão inteiro ou parcialmente triturado em rações de frangos de corte a partir dos 21
15 11 dias de idade, os dados de ganho de peso em relação a granulometria de milho se apresenta estão na Tabela 4. Segundo GODOY (2009) se o produtor fornecer o grão inteiro ou grossamente moído, isso irá repercutir positivamente na economia dos custos com mão de obra e energia elétrica. Tabela 4 Ganho de peso (g) de acordo com o tratamento e período Tratamento Período (dias) Milho Moído Fino 384ª 418 c 486 b Milho Moído Grosso 413ª 443 b 493 b Milho Inteiro 306 b 485ª 590ª CV(%) 13,44 9,39 10,63 6,67 Médias seguidas de letras distintas, na coluna, diferem significativamente pelo teste de Tukey com 5% de significância Fonte: FREITAS et al. (2002) Maior desenvolvimento da musculatura lisa longitudinal da moela é uma da vantagens observadas por RIBEIRO et al. (2002), isso é observado pelo trabalho mecânico para triturar os alimentos. De acordo com os mesmos autores nos frangos a moela é constituída de dois pares de músculos, denominados músculos intermediários e laterais. Por isso, com o aumento da atividade mecânica, ocorre hipertrofia muscular para maior atividade da moela. Isso segundo esses autores permite respostas rápidas na contração da moela no momento do fluxo (moela-duodeno) e do fluxo (duodeno-moela) do bolo alimentar. Ainda verificaram que se situa em 0,817 mm a granulometria do milho para ganho de peso, e a melhor granulometria presente na pesquisa foi de 0,868 mm. Na Tabela 5 RIBEIRO et al. (2002) apresentaram dados de consumo de ração que foi melhor em maiores granulometrias. O ganho de peso foi melhor entre 0,778 a 0,868mm, assim como a conversão alimentar e peso médio da moela.
16 12 Tabela 5 Efeito da granulometria no consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e peso da moela (PM) dos frangos de corte Granulometrias do milho (mm) CR(g) GP(g) CA PM (g) 0, b 1413 b 2210ª 26 d 0, ab 1510 ab 2100 ab 36 bc 0, ab 1543 ab 2107 ab 35 c 0, ª 1569ª 2106 b 41 ab 0, ª 1641ª 2018 b 42ª 0, ab 1566 ab 2061 b 43ª Probabilidade 0,014 0,0005 0,005 0,0001 C.V. (%) 3,2 4,9 3,7 12,8 Médias seguidas de letras distintas, na coluna, diferem entre si ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey adaptado de RIBEIRO et al. (2002) Uma vez que o grão de maior DGM preserva o desempenho das aves, morfologia do aparelho digestivo e de órgãos, além do rendimento de carcaça, deve-se preferir milhos com granulometrias maiores (BENEDETTI, 2009), resultando assim em um menor consumo de energia elétrica para moagem dos alimentos. O DPG (Desvio Padrão Geométrico) também muito importante por informar a variação do tamanho das partículas, complementando a análise do tamanho das partículas de um alimento, mostrando assim a uniformidade ou não do mesmo (BELLAVER & NONES, 2000). AMERAH et al. (2008) inferiram que partículas maiores diminuíram o consumo de ração, e ainda melhorou o ganho de peso com a granulometria de 0,870mm. Melhor motilidade intestinal segundo AMERAH et al. (2007) está ligada à moela bem desenvolvida, reduzindo o risco de coccidiose e outras doenças entéricas, por diminuir a carga de microorganismos advindos do meio externo através da diminuição do ph da moela. FLEMMING et al. (2002) dizem que partículas grossas podem aumentar a permeabilidade na digesta das enzimas digestivas e melhorar a eficiência digestiva.
17 13 Além de melhorar o aproveitamento do alimento, o aumento do tamanho da partícula pode reduzir em até 27% o gasto com energia elétrica, segundo GEWEHR et al (2010) e AMERAH et al. (2007). FLEMMING et al. (2002) estudando rações com partículas menores que 0,400 mm de DGM, verificaram que essas pequenas partículas podem levar as aves a problemas respiratórios, por aspirar partículas muito finas. Além disso esses mesmos autores puderam observar em pesquisa que tratamento com granulometria mais grossas gastou 73,75% menos de gastos com energia, o que representou até 2,78% de retorno ao produtor. O aumento de partículas de 0,515 para 0,905 mm de DGM aumentou o rendimento da moagem em 166%, e reduziu em 62% no consumo de energia, ZANOTTO et al. (2006). E em relação ao comportamento das aves, elas podem também através de avaliação visual e tátil de partículas maiores de alimento, permitir um comportamento alimentar de ingestão com consumo deste alimento, aumentando o consumo de alimentos de partículas maiores segundo RUTZ et al (1999).
18 14 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Frangos de corte alimentados com milho moído de Diâmetro Geométrico Médio considerado grosso geralmente não tiveram seu desempenho afetado negativamente. Partículas de Diâmetro Geométrico Médio grosso proporcionam melhor resultado na maioria dos trabalhos, pois não alteram o desenvolvimento de frangos de corte como ainda diminuem o gasto com energia elétrica. A granulometria média a grossa proporciona uma melhor saúde intestinal das aves. O Diâmetro Geométrico Médio considerado fino além de consumir mais energia elétrica para seu processamento pode resultar em problemas respiratórios nos frangos de corte. Somente por si o Diâmetro Geométrico Médio não é fator decisivo na qualidade das rações, deve-se associar o mesmo ao Desvio Padrão Geométrico das partículas. A partícula mais grossa resultou em um desenvolvimento maior da moela de frangos de corte. O menor consumo de energia elétrica advindo do resultado da moagem do milho em partículas mais grossas aumenta a rentabilidade e ajuda a economizar recursos naturais, melhorando assim a sustentabilidade da atividade de frangos de corte. Grãos de milho podem ser fornecidos inteiros com suplementação protéica sem prejuízo ao desenvolvimento de frangos de corte alternativo.
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