AFINAL, A ORALIDADE PODE SER ENSINADA? O QUE PROPÕEM OS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA?
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- Paulo Meneses Cavalheiro
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1 AFINAL, A ORALIDADE PODE SER ENSINADA? O QUE PROPÕEM OS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA? Débora Amorim Gomes da Costa-Maciel UPE Fabrini Katrine da Silva Bilro UPE Agência Financiadora: PIBIC/CNPQ Resumo A asserção de que a oralidade é um objeto didático a ser ensinado e aprendido configura-se como uma perspectiva teórica incorporada pelos documentos que norteiam o ensino de Língua Portuguesa, mas será que os livros didáticos asseguram a sistematização desse eixo de ensino? Este artigo discute as propostas didáticas para o ensino do oral presente em 5 (cinco) coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa (4º e 5º anos) do Ensino Fundamental em uso nas escolas públicas da Mata Norte Pernambucana. Os dados foram tratados sob o prisma prevalentemente qualitativo, com emprego de elementos da técnica da análise de conteúdo categorial (BARDIN, 1997). O aporte teórico de sustentação estruturou-se em Marcuschi e Dionizio (2005); Schneuwly e Dolz (2004), dentre outros autores que compreendem a oralidade enquanto objeto de ensino-aprendizagem. As coleções efetivam uma proposta de ensino que possibilita ao sujeito práticas de linguagem para a formação cidadã, desenvolvendo a expressão oral e, por consequência, a utilização da linguagem formal nas mais diversas práticas sociais. Palavras chave: livro didático de Língua Portuguesa; oralidade; ensino. AFINAL, A ORALIDADE PODE SER ENSINADA? O QUE PROPÕEM OS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA? 1. Introdução No cenário das discussões a respeito do ensino de Língua Portuguesa, o trato com a oralidade apresenta-se como um dos eixos obrigatórios a ser vivenciado nas práticas docentes e nos conteúdos programáticos dos manuais de ensino (BRASIL, 1997; PNLD, 2013). No campo do currículo essa exigência evidencia o ensino do oral como estratégia fundamental para o domínio da fala pública e o fortalecimento do exercício da cidadania
2 (BRASIL, 1997), articula-se também como um dos princípios e fins da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, 9394/1996), que compreende o ensino de língua essencial para a formação do cidadão pleno. E o que representa o ensino da fala pública? Com base no campo teórico dos gêneros, implica o ensino de gêneros textuais orais (inseridos tanto na modalidade oral quanto na interface entre oralidade e escrita) que não fazem parte, de modo sistemático, do convívio privado dos alunos, ou seja, de gêneros mais complexos, que necessitam ser aprendidos em um contexto de aproximação com as práticas sociais, nas quais eles se realizam (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004). Os gêneros formais constituem-se como eventos discursivos que precedem de um controle mais consciente do comportamento linguístico, por serem regidos por convenções pré-estabelecidas; exigindo, assim, uma antecipação e um planejamento pedagógico direcionado e sistemático. (BRASIL, 1997). Focar o ensino da oralidade no estudo desses gêneros possibilita aos indivíduos desenvolver competências que, em geral, não são apreendidas no cotidiano, por não fazerem parte das instâncias privadas de produção e demandarem um maior grau de planejamento no uso da fala pública. Os gêneros orais públicos que servem à aprendizagem escolar (seminário, discussão em grupo, exposição etc.), assim como os gêneros orais tradicionais da vida pública (entrevista, debate, negociação etc.) devem ser priorizados no ambiente escolar, tanto no planejamento dos docentes, como nos conteúdos de ensino ofertados pelos livros didáticos, pois, em algum momento, na escola ou fora dela, os alunos poderão sentir necessidade de utilizá-los (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004). Enquanto ferramenta de ensino, o livro didático de Língua Portuguesa constitui-se como um dos principais instrumentos mediadores do processo de ensino-aprendizagem e que, em situações didáticas, têm como objetivo levar os alunos a pensarem sobre a linguagem para poderem compreendê-la e utilizá-la adequadamente. (BRASIL, 1997, p.21). O livro configura-se como um dos principais recursos didáticos disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC) para cada aluno brasileiro. O MEC, em sua última compra, investiu mais de R$ ,00 (setecentos milhões de reais) para a aquisição de mais de (noventa milhões) de exemplares de livros didáticos destinados aos anos iniciais do Ensino Fundamental. Foram beneficiados em torno de (vinte e quatro milhões) de estudantes distribuídos em aproximadamente
3 (noventa e sete mil) escolas localizadas em todo o país 1. Dados que mostram a abrangência desse instrumento didático, que ressaltam a importância deles proporem um trabalho sério, comprometido com a melhoria da Educação Básica em nosso país e que destacam a necessidade de serem, sistematicamente, tomados como objeto de investigação, a fim de que seja observado, dentre outras dimensões, como a oralidade - objeto que busca se consolidar nas propostas de ensino - está sendo didatizada. Nessa direção, o nosso trabalho ressalta a sua relevância, pois analisa o tratamento dado aos gêneros orais formais, presentes em 5 (cinco) coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa destinados ao 4ª e 5º anos do Ensino Fundamental 2, aprovadas pelo PNLD (2013) e adotadas, majoritariamente, nas escolas dos 17 municípios que compõem a Zona da Mata de Pernambuco. Os dados coletados foram submetidos a um tratamento, prevalentemente, qualitativo. Para o tratamento das informações, empregaremos a técnica da análise de conteúdo (BARDIN, 1997), em busca de observar as estratégias didáticas para o ensino do oral formal. Inicialmente, tecemos algumas considerações a respeito do que dizem os teóricos e os documentos oficiais sobre a importância e a possibilidade de promover um trabalho com os gêneros orais na escola e refletimos sobre quais competências discursivas devem ser desenvolvidas nesse ambiente. Em seguida, exemplificamos a análise com proposições didáticas ofertadas pelos manuais, direcionadas ao estudo e à produção de gêneros orais formais públicos. Nessa dinâmica, lançamos o olhar investigativo e sistemático sobre o que está sendo proposto para a formação do cidadão e da cidadã, através do ensino dos gêneros orais formais nos livros didáticos e, por consequência, nas escolas públicas brasileiras. 2. Afinal, a oralidade se ensina? Relações entre oralidade e ensino Para investigar a oralidade, partimos do pressuposto de que estaríamos tratando de uma prática social interativa com fins comunicativos que se apresenta através de variados gêneros textuais materializados na realidade sonora (MARCUSCHI, 2010). 1 Fonte: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE, 2013). Disponível no endereço eletrônico: 2 No PNLD 2013 foram aprovadas 22 coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa destinadas aos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para a realização desta pesquisa, selecionamos cinco coleções (4º e 5º anos), a saber: Àpis-Língua Portuguesa, Editora Ática (C1); Porta Aberta, Editora FTD (C2); Projeto Buriti, Editora Moderna (C3); Viraver, Editora Scipione (C4) e Projeto Prosa, Editora Saraiva (C5); em virtude de serem as mais adotadas pelas escolas dos 17 (dezessete) municípios da Zona da Mata de Pernambuco.
4 Os gêneros textuais, sejam eles orais ou escritos, são definidos por Marcuschi (2007) e Schneuwly e Dolz (2004), como padrões comunicativos utilizados pelos sujeitos em comunidades de práticas e em domínios discursivos específicos, elaborados e validados historicamente ao longo do desenvolvimento da sociedade, sendo assim, resultado de um trabalho coletivo construído culturalmente, os quais contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas dos sujeitos em seu dia a dia, na medida em que definem o que é dizível, apresentam um tipo de estruturação e acabamento e são caracterizados por configurações específicas das unidades de linguagem. De acordo com Marcuschi (2007), mesmo os gêneros textuais não sendo entidades naturais, mas sim artefatos culturais construídos historicamente pelo ser humano, eles nos são dados a partir das interações que estabelecemos com o outro e do contato direto com suas enunciações, textos concretos que ouvimos e reproduzimos ao longo da comunicação discursiva com as pessoas, pois a experiência discursiva individual de qualquer pessoa se forma e se desenvolve em uma interação constante e contínua com os enunciados individuais dos outros (BAKTHIN, 2011, p. 294). Sendo, a concepção que adquirimos sobre determinados gêneros ao longo de nossa vida, elaborada através do uso interativo e situado da língua e, constantemente, relacionada aos usos cotidianos da linguagem. A atribuição desse caráter exclusivamente natural e espontâneo a aquisição dos conhecimentos relativos aos gêneros textuais, especialmente aos gêneros orais, é um dos principais fatores que contribui para que os sujeitos acreditem que é impossível e desnecessário o desenvolvimento de competências e habilidades próprias do uso da oralidade. Visto que, enquanto falantes, dominamos a modalidade oral da língua, em situações cotidianas, com bastante habilidade e segurança. No entanto, esse posicionamento não dá conta da complexidade que envolve essas práticas discursivas. Isso porque, por mais que as enunciações ocorram de maneira aparentemente instintiva, elas possuem como unidades da comunicação discursiva peculiaridades estruturais comuns e específicas, e antes de tudo limites absolutamente precisos. (BAKHTIN, 2011, p.274/275, grifos nossos) que precisam ser estudados e apreendidos pelos indivíduos para que assim, possam orientar-se e estabelecer uma relação consciente e voluntária com seu próprio comportamento linguístico, agindo de forma mais eficaz e precisa, com uma noção mais articulada do que está acontecendo.
5 (BAZERMAN, 2009, p.37). O que é corroborado por Bakhtin (2011, p.285, grifos nossos), segundo o qual Quanto melhor dominamos os gêneros tanto mais livremente os empregamos, tanto plena e nitidamente descobrimos neles a nossa individualidade autonomia-, refletimos de modo mais flexível e sutil a situação singular da comunicação; em suma, realizamos de modo mais acabado o nosso livre projeto de discurso. Com essa perspectiva, que engloba o estudo sistemático tanto da oralidade como da escrita por meio do trabalho com os gêneros textuais, dentro do processo de ensinoaprendizagem de língua materna, impõe-se a necessidade de um estudo direcionado desses eventos comunicativos que consiga alimentar o repertório discursivo dos sujeitos, especialmente em domínios discursivos menos familiares, possibilitando aos mesmos saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação [...], saber planejar e coordenar satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, considerando a quem e por que se diz determinada coisa. Sabendo, portanto, quais variedades e registros da língua oral são pertinentes em função da intenção comunicativa, do contexto e dos interlocutores a quem o texto se dirige. (BRASIL, 1997, p.26, grifos nossos). Assim, acreditando que a apropriação das competências relacionadas ao uso da oralidade nas mais diversas situações sociais constitui-se como um mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas (BRONCKART, 1999, p.103), diversos teóricos apresentam análises que mostram a possibilidade e a importância da realização de um trabalho efetivo com os gêneros orais no ambiente escolar, com o objetivo de formar sujeitos capazes de enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres (BRASIL,1997, p.8). Dentre esses autores, estão Schneuwly e Dolz (2004) que consideram a oralidade como realidade multiforme, englobando não apenas aspectos fônicos, fonológicos, de entoação, mas também explorando lugares mais amplos do oral, como a própria materialidade do texto oral, seu enunciador, seu lugar de enunciação social. Cavalcante
6 e Melo (2006) reforçam que o ensino da oralidade deve ocorrer através do trato com gêneros orais específicos, sobretudo gêneros da esfera pública formal, pontuando que, nesse processo, a reflexão sobre os critérios extralinguísticos, paralinguísicos/cinésicos e linguísticos, inerentes a esses gêneros, pode contribuir decisivamente para a sua análise, avaliação e produção. Costa-Val e Marcuschi (2008) chamam a atenção para que as propostas didáticas priorizem as práticas de uso da linguagem nas diversas esferas sociais, por meio da proposição de atividades contextualizadas de compreensão e produção de textos orais e escritos. Marcuschi e Dionisio (2005) propõem que a organização didática do oral, como objeto de ensino-aprendizagem, deve partir do estudo das características (multimodais) que envolvem a produção e a compreensão de gêneros orais específicos (públicos formais), tendo em vista a insuperável interdependência entre oralidade e letramento. No Brasil, além de diversos teóricos, existem documentos norteadores da educação no país que ressaltam a importância e a necessidade de desenvolver um ensino sistemático da oralidade no espaço escolar. Entre os principais, temos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Portuguesa, documento que insere a linguagem oral como um dos eixos básicos de ensino de língua materna e orienta para que essa modalidade seja tomada como objeto de ensino-aprendizagem. Posicionamento que propõe uma abordagem da oralidade como objeto autônomo, o que possibilita aos indivíduos ter acesso aos conhecimentos de que necessitam para crescerem como cidadãos plenamente reconhecidos e conscientes de seu papel em nossa sociedade. (BRASIL, 1997, p.8) Nessa direção, os PCN de Língua Portuguesa apontam a escola como instituição responsável pela promoção da apropriação das habilidades voltadas ao uso do oral nas diversas esferas sociais, especialmente a formal pública. Sendo seu dever: Promover situações didáticas que levem os alunos a pensar sobre a linguagem (oral) para poder compreendê-la e utilizá-la apropriadamente às situações e aos propósitos definidos; Planejar atividades sistematizadas de interação - fala, escuta, reflexão - nas quais as competências comunicativas sejam construídas e/ou tematizadas, garantindo uma aprendizagem efetiva; Trabalhar vários gêneros (principalmente os formais públicos) que desenvolvam as diversas capacidades e favoreçam a reflexão crítica, o exercício de formas de
7 pensamento mais elaboradas e a construção de modelos apropriados ao uso da linguagem em situações previstas. Além de influenciar as reformulações curriculares das redes de educação e os avanços nas discussões acadêmicas a respeito do ensino de língua no país, os PCN contribuíram para o surgimento de outros documentos que auxiliam o trabalho docente. Um deles é o Guia de Livros Didáticos que, no conjunto de suas edições, ressalta o dever de o livro didático, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, colaborar de forma significativa para a formação do jovem cidadão - desenvolvendo a sua proficiência em usos menos cotidianos da oralidade - e para a construção das competências e das habilidades associadas à utilização da linguagem oral em situações formais públicas, relacionadas à vida cotidiana e às demandas escolares. Para subsidiar a prática docente no desenvolvimento de práticas voltadas ao ensinoaprendizagem dos gêneros orais formais, o PNLD, em sua edição 2013, por exemplo, orienta que o livro didático deve, dentre outras dimensões, propiciar o desenvolvimento das capacidades e formas discursivas envolvidas nos usos da linguagem oral próprios das situações formais e/ou públicas pertinentes aos gêneros textuais trabalhados e ao nível de ensino em foco. (BRASIL, 2012, p.11). Reforça, assim, o respeito ao trabalho com os gêneros orais na Educação Básica ao sugerir que as práticas de uso da linguagem, isto é, as atividades de [...] compreensão oral devem ser prioritárias nas propostas dos livros didáticos em situações contextualizadas de uso. (BRASIL, 2012, p.11) A seguir, analisaremos, com base nas discussões acima apontadas, como as cinco coleções aprovadas pelo PNLD 2013 tratam o oral em suas estratégias didáticas. 3. Gêneros orais no livro didático: uma análise dos trabalhos propostos De modo geral, é possível identificar nas obras por nós analisadas, um conjunto de gêneros orais formais 3 que compreende: entrevista (6), jornal falado (3), notícia de rádio (1), debate (4), apresentação oral (7), seminário (4), exposição oral (2). Ao levar em conta os gêneros apresentados e a sua frequência, podemos classificar o repertório textual das coleções em dois grupos pertencentes a instâncias distintas, a saber: jornalística (14) e escolar (13). ³Organizamos os gêneros conforme a identificação/nomenclatura presente nas resenhas do PNLD
8 O primeiro conjunto de gêneros, embora pertença a um contexto de produção não escolar, é tomado como ferramenta didática e, no processo de escolarização, visa proporcionar ao aluno competências discursivas favoráveis ao uso da fala em circunstâncias que exigem maior controle. O segundo grupo, formado por protótipos de maior tradição no contexto de produção escolar, passa a ser tomado como objeto de ensino, tendo em vista demandar um planejamento que transcende as práticas informais (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004). Dois gêneros se destacam como sendo de maior frequência dentre os demais, a saber: a entrevista (6) e a apresentação oral (7). Analisados sob o ponto de vista da didática (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004), ambos apresentam sequência tipológica com maior projeção na ordem do expor. Característica que, ao ser sistematicamente explorada, possibilita a construção de capacidades de linguagem necessárias à organização, à difusão e à apresentação textual de diferentes formas de saberes. Um recorte que ilustra o trato com o oral pode ser observado na coleção Viraver - Língua Portuguesa, por nós analisada. O exemplo a seguir corrobora com a defesa do oral ensinável, aqui defendido. Vejamos a proposta: Atividade 1 Gênero Textual Seminário
9 Fonte: Viraver - Língua Portuguesa, 4º ano, 3º unidade. A atividade acima é proposta pela obra como aprofundamento e culminância do trabalho com o tema Cuidados com a alimentação, o qual vem sendo desenvolvido em atividades anteriores, explicitada com o uso do gênero textual tira, como vemos no corpo da proposta. Os alunos são convidados a se envolverem na tarefa cientes da função do gênero conhecer melhor sobre o tema. Guiados pelo objetivo da proposta, Viraver sinaliza o passo a passo de um planejamento, cujas orientações evidenciam a reflexão sobre o gênero textual seminário, destacando questões relativas à situação de produção, a saber: o quê? Por quê? Para quê? Para quem? Como? Estas questões são tratadas de modo que o sujeito compreenda o que é necessário fazer para que o seminário seja realizado. Vejamos o caminho pensado pela atividade no sentido de refletir a respeito da construção e da realização do gênero seminário. Em um primeiro momento, ocorre a definição do público ouvinte: Que tal organizar um seminário para os colegas da classe sobre os cuidados que devemos ter
10 com a alimentação? Assim todos poderão conhecer melhor esse assunto (Viraver, p.64). A referência ao público alvo contribui para que o aluno perceba que existirão outros interlocutores, alvo de sua produção, para além do professor (a) e compreenda que a produção textual demandará um maior planejamento no sentido de aprofundar o tema e explicitá-lo, com maior aprofundamento, para o grupo-sala. No caminho da produção textual, Viraver explicita um roteiro de apresentação, esquematizado em três etapas distintas: a) planejamento, b) apresentação e c) avaliação. Na etapa de planejamento, o aluno deverá cerca-se de todas as informações, as quais deverão ser obtidas através de uma pesquisa em diferentes suportes de informação: jornais; revistas; sites e enciclopédias. A obra amplia o leque de suportes à pesquisa e inclui a internet como fonte de informação que, cada vez mais, se torna corriqueira no dia a dia dos alunos. Adverte, porém, sobre a confiabilidade do site, tendo em vista que o repertório de dados pode não garantir a ampliação do tema, se contiver inverdades. Além dos possíveis suportes de pesquisa, a atividade chama a atenção para a possibilidade da coleta de dados ser realizada através de entrevistas com médicos, nutricionistas ou especialistas. No conjunto das indicações, Viraver objetiva garantir e despertar no aluno a responsabilidade pela consulta de fontes fidedignas e contributivas para as demandas de um gênero formal, o seminário. Ao prosseguir com os comandos, Viraver conduz os alunos a lapidarem os dados, selecionando as principais informações que serão necessárias para a realização do gênero. Nesse processo, é oportunizado aos alunos compreenderem a fase de coleta de dados; a seleção das informações; e os critérios de seletividade desses dados, uma vez que, nem tudo que se coleta é pertinente para ser apresentado. Esse esquema garantirá que, durante a apresentação, as ideias importantes não possam ser esquecidas. Logo, todos os participantes precisam estar em sintonia com tudo aquilo que deverá ser apresentado, sendo o debate entre o grupo, um espaço de construção e estruturação do essencial. O passo a passo das informações garante aos alunos pensar sobre o processo e refletir sobre as estratégias de construção de um texto oral mediado pela escrita. Oralidade e letramento se entrelaçam nesse processo (MARCUSCHI, 2010). Vejamos que é após todos os encaminhamentos que a Viraver faz a definição do gênero seminário para os alunos: o seminário é a apresentação das informações pesquisadas a respeito de um tema (p.65). Portanto, há uma construção conceitual e em seguida uma definição do conceito. A estratégia poderia ser feita na direção de construir essa
11 sistematização pelo próprio aluno, visto que este já vivenciou várias etapas do gênero. Contudo, a definição, nesse momento do planejamento, não minimiza o esforço da Viraver em direção à reflexão a respeito do gênero textual seminário. Na continuidade da preparação, ocorre a divisão das falas entre os alunos e o chamamento para os outros gêneros textuais e suportes que apoiam o seminário Além da fala, apresentem cartazes, fotos, depoimentos, poemas, músicas, etc. (p.65). Vemos, portanto, que o ensino da construção de um gênero pode vir aportado por uma variedade de outros gêneros que servem de apoio à efetivação do objetivo pretendido. O diálogo evidencia as relações entre gêneros na base da dimensão textual, ou seja, do conteúdo por eles abordado (MENDONÇA e FERRAZ, 2007). Outra observação relevante diz respeito à citação da fonte dos dados coletados: Na apresentação (...), citem sempre a fonte das informações apresentadas. Por exemplo, Segundo o nutricionista (nome e sobrenome) ou de acordo com a reportagem do jornal (nome do jornal) (Viraver, p.65). Citar o nome da fonte de onde a informação foi retirada implica em ressaltar a importância e a veracidade das informações. É uma ação que possibilita ao aluno se familiarizar com uma prática comum no universo acadêmico que, sendo iniciada nos anos inicias do Ensino Fundamental, prepara-o para agir em seu espaço extraescolar. O objetivo da proposta também é reforçado para o professor. Em seu manual, observa-se: Prof.(a): Deixe claro para os alunos que o seminário, assim como a reportagem, tem uma função informativa. Eles não devem expor a opinião deles sobre o assunto, mas sim o conteúdo das informações que pesquisaram. (Viraver, p. 64). Nessa observação é explicitada ao docente a função social informativa, identitária do gênero seminário, e, por consequência, a dimensão que predomina em sua estrutura, a ordem do expor. Além disso, orienta para que a exposição do tema seja clara e autêntica, visto que não se trata de um evento informal, mas de uma exposição de informações coletadas em base científica, conforme adverte a atividade. A culminância da atividade é seguida do momento de avaliação (Viraver, p. 65) Depois da apresentação, o professor escolherá alguns alunos para avaliar os trabalhos. Alguns itens que podem ser avaliados: o grupo conseguiu expor com clareza as informações? Foram apresentados exemplos, entrevistas, imagens?. Notemos que, nesta etapa, um grupo de alunos será encarregado de julgar dois elementos distintos: primeiro avalia-se a clareza na exploração dos conteúdos, portanto, julga-se o domínio textual e o domínio da tipologia textual, o expor. Segundo, avalia-se o bom uso dos
12 recursos de apoio a realização do gênero. Observemos que, embora sejam dimensões diferentes, é a sua articulação na ação que promove a efetivação do gênero seminário. Talvez fosse mais produtivo ao professor definir com antecedência o grupo de avaliação, visto que a atividade em tela sugere essa formação posterior à apresentação, a partir do que é apresentado como pontos de avaliação. A antecipação do grupo de avaliação prepararia o aluno para assumir o papel de avaliador, tarefa importante na ação pedagógica, mas nem sempre recorrente nos relatos de experiências de práticas docentes. Em síntese, a realização e avaliação do gênero não parece se resumir a propósitos estritamente escolares, mas abrange todo um contexto de uso da fala que transcende aos muros da referida instituição, valorizando a realidade circundante. O seminário exige do aluno uma maior preparação no uso da fala, ou seja, uma fala planejada, próxima a posturas exigidas em algumas instâncias públicas. Portanto, a atividade possibilita ao sujeito práticas de linguagens para a formação da cidadania, desenvolvendo a expressão oral e, por consequência, a utilização da linguagem formal nas mais diversas práticas sociais. No repertório de gêneros formais observados nas obras analisadas, encontramos o gênero textual entrevista. Este que, por sua vez, está presente em aproximadamente 60% das obras avaliadas pelo PNLD (2013). Prossigamos a discussão, pondo em análise o gênero textual entrevista. Atividade 2 Gênero Textual Entrevista A entrevista é caracterizada como um gênero realizado para obter informações acerca de um determinado tema. Ela normalmente é representada através do entrevistado e do entrevistador, cujo objetivo é o relato de experiências e conhecimentos sobre um determinado assunto, a partir de questionamentos previamente elaborados pelo entrevistador. A atividade a seguir, selecionada da coleção Porta Aberta, tem como objetivo a realização de uma entrevista, aportada em um projeto didático que caracteriza a proposta pedagógica do livro em análise. Vejamos como se dá o processo de didatização do gênero entrevista.
13 Fonte: Porta Aberta - Língua Portuguesa, 4º ano, 2ª unidade. Conforme ressaltamos, a atividade com o gênero entrevista é utilizada como estratégia para que o aluno se envolva no Projeto Didático que estrutura toda a obra. Nessa direção, a proposta indica um caminho que desenha todo o percurso de partida e de chegada, sinalizando que as produções dos alunos devem ser publicizadas fora da sala de aula, valorizando as suas criações. As orientações caminham para que o aluno observe quem serão os sujeitos de sua investigação, atentando para o fato de que, nesse processo, participarão apenas pessoas que possam ofertar informações relevantes para o propósito do trabalho. Nessa etapa de observações, o aluno é alertado sobre a necessidade do agendamento de um horário adequado para a realização da entrevista, de modo a evitar possíveis aborrecimentos tanto para o entrevistado quanto para o entrevistador. Vemos que o planejamento também abarca a questão do respeito ao outro e a comodidade dos participantes desse evento discursivo.
14 O contexto de preparação ganha forças na medida em que a atividade alerta para a necessidade de confeccionar o roteiro de perguntas interessantes e para que haja socialização das questões. Como podemos observar na sequência da atividade. Fonte: Porta Aberta - Língua Portuguesa, 4º ano, 2ª unidade. As orientações dadas nessa etapa favorecem a interação entre os alunos ao longo do planejamento, o que possibilita fazer ajustes nas questões, de modo que não haja perguntas repetidas, sem fundamento, e inserir novos questionamentos, como afirma a proposta: Se desejar, modifique alguma questão ou acrescente outras à sua lista. (Projeto Prosa, p.44). Não podemos esquecer que esse roteiro de questões norteia todo o processo oral de desenvolvimento da entrevista, portanto, as práticas de letramento e as práticas de oralidade caminham de modo harmonioso, fortalecendo-se mutuamente. Para a realização da entrevista, a atividade oferta ao aluno dicas para registro do oral: gravador, por exemplo; observância para aspectos paralinguístico, tais como: pedir ao entrevistado que fale devagar para que possa anotar a resposta; a organização dos turnos as perguntas devem ser feitas uma de cada vez, esperando o entrevistado concluir sua fala. Outros recursos também são explorados pela atividade, dentre eles, os marcadores conversacionais, chamados pela proposta de marcas da oralidade, tais
15 como: Ééé...,ahn...,hum. Seu entrevistado pode falar isso enquanto pensa na resposta, mas você não deve escrever, tá? (Projeto Prosa, p.45) Destacamos a relevância do ensino desses elementos, tendo em vistas que contribuem diretamente para a análise, produção e avaliação dos gêneros orais, orientando os alunos a refletirem acerca dos diversos recursos linguísticos necessários a realização do oral. (CAVALCANTE e MELO, 2006). Na mesma atividade, vemos orientações que, embora não estejam diretamente relacionadas à modalidade oral, são significativas para atribuir veracidade ao gênero. Os alunos são orientados a pedirem ao entrevistado objetos ou fotos de suas lembranças de infância, para que, no momento de socialização da entrevista, os materiais disponibilizados sejam expostos. A função desses outros elementos é ajudar a relatar os dados coletados, uma vez que as histórias também são contadas através de imagens, e complementar o texto escrito. A atividade prossegue orientando acerca do processo de transcrição e de apresentação das informações coletadas. Fonte: Porta Aberta - Língua Portuguesa, 4º ano, 2ª unidade.
16 É importante ressaltar, nessa etapa da atividade, que a proposta de transcrição da fala é uma estratégia didática relevante no trato com a oralidade e na exploração de sua relação com a escrita. Embora proponha a transcrição, a atividade orienta que o aluno apague, na hora da escrita, os elementos linguísticos. Acreditamos que essa seria uma oportunidade de a coleção explorar os marcadores da oralidade e refletir de que forma um texto escrito, em suas versões iniciais, se aproxima dos recursos orais. Vemos que a atividade dá um comando de revisão automática, sem que seja observada a função desses marcadores dentro do texto (MARCUSCHI, 2007). O trato com o gênero entrevista dialoga com o ensino de outros eixos didáticos. Vemos, por exemplo, que há toda uma condução da proposta voltada para a dimensão ortográfica, vocabular, organizativa da escrita. Ou seja, há um cuidado para que os textos, que serão divulgados, sejam revisados de acordo com as ordens apontadas. Mobiliza-se diferentes saberes na produção de um gênero misto, que embora se apoie prevalentemente na oralidade, estabelece diálogos sistemáticos com a escrita. No campo da revisão, vemos que a figura do professor aparece na última etapa da tarefa, buscando, certamente, a promoção da autonomia do aluno frente aos desafios da produção. Conforme combinado no início do trabalho, a atividade retoma a questão da apresentação do gênero para outros colegas. Nesse momento, a intenção é orientar os alunos a fazerem um pequeno texto de introdução para a entrevista que foi transcrita anteriormente, relatando os fatos que mais lhe chamaram a atenção na coleta dos dados e comparando informações quanto às semelhanças e às diferenças vivenciadas pelos entrevistados na época em que eram crianças e na época atual. Será uma socialização envolta em um momento síntese das informações: análise dos dados. Nessa direção, busca-se desenvolver no aluno a capacidade de comparar os dados, competência que será demandada ao longo de sua vida escolar e para além dela, bem como a capacidade de selecionar o que é mais relevante dentro de uma diversidade de informações que ele teve acesso. Notemos que a atividade não oferece dicas que contribuam para ajudar os alunos a se expressarem bem durante a apresentação dos dados, visto que a preocupação está centrada na produção do gênero em si, em suas particularidades e não em sua realização. Fica a cargo do professor ofertar essas orientações, no sentido de ajudar o aluno a refletir sobre o contexto de realização do gênero, que envolve reflexões extralinguística, paralinguística e cinésicas (CAVALCANTE e MELO, 2006), sem perder o foco, sobretudo em sua função social (MARCUSCHI, 2008).
17 Em geral, vemos a preocupação da atividade em articular a proposta com situações reais de uso da língua, nos episódios em que o aluno assume o papel de entrevistador, observando os papéis sociais assumidos por ele e pelo seu entrevistado. A observação para o uso de uma linguagem clara e objetiva poderá contribuir com o desempenho do aluno na produção e na realização de outros gêneros textuais que demandam maior nível de preparação e consideração sobre a sua realização. 4 Considerações Finais Nesta pesquisa, buscou-se investigar se os livros didáticos, destinados ao 4º e 5º anos do Ensino Fundamental e utilizados nas salas de aula das escolas da Mata Norte Pernambucana, trazem em seu repertório estratégias de ensino que favoreçam a apropriação do domínio do oral formal. A partir dos exemplos de atividades por nós analisados de forma qualitativa, os quais se encontram inseridos na ordem do expor, é possível observar que ocorre uma preocupação em seguir, em seu passo a passo metodológico e didático, um planejamento; cujas orientações evidenciam a reflexão sobre o gênero textual formal, por meio da observação de todas as questões relativas à situação de produção, a saber: o quê? Por quê? Para quê? Para quem? Como? As propostas didáticas apresentadas, assim como algumas outras identificadas nas coleções, além de abordar etapas fundamentais que precisam ser percorridas para que o aluno domine o gênero ensinado, promove momentos de avaliação para que ele julgue o desenvolvimento da proposta com o gênero textual oral formal e assuma a função de avaliador. Esse papel, quando ressaltado nas estratégias didáticas, ajuda o sujeito a pensar e a rever as suas atitudes, a modificar o que não ocorreu conforme desejado e a refletir sobre os papéis sociais que podem ser por ele desenvolvidos em sua vida extraescolar. Estratégias como estas, ao explorar os gêneros textuais orais formais, possibilitam uma organização didática direcionada e se preocupam com o desenvolvimento de competências necessárias ao uso da fala em diversas instâncias de produção, que não se resumem a sala de aula, mas que abrangem e demandam novos investimentos em outros domínios discursivos. Sendo assim, promovem situações didáticas em que o aluno é levado a confrontar e explicar suas ideias de forma organizada, levando em conta as diferentes esferas de uso da palavra pública. Ou seja, propiciam ações que possibilitam
18 ao sujeito apropriar-se do oral formal enquanto objeto de aprendizagem e desenvolver autonomia para realizar as múltiplas práticas de linguagem que ocorrem em sua vida social. Dessa maneira, podemos afirmar que os livros didáticos são contribuintes muito importantes para o estudo sistemático da oralidade e, consequentemente, para a formação social do aluno (BATISTA e COSTA VAL, 2004). Visto que, as estratégias didáticas direcionadas ao trato com os gêneros orais formais, presentes nas coleções analisadas, possibilitam ao sujeito práticas de linguagem para a formação da cidadania. Isso por desenvolverem a expressão oral e a utilização da linguagem formal nas mais diversas esferas sociais. Contribuindo, assim, para o desenvolvimento de cidadãos com maiores chances participativas na sociedade letrada, à medida que proporciona a criança o contato com uma ampla diversidade textual e o domínio dos variados usos da língua tanto na modalidade oral quanto na modalidade escrita. Por meio da análise das atividades relacionadas aos gêneros textuais orais formais, pudemos observar que as coleções assumem o oral do ponto de vista teórico-didático, efetivando uma proposta de ensino que promove a reflexão sobre uma diversidade de gêneros textuais orais e na interface entre a oralidade e o letramento. Portanto, o panorama traçado responde a provocação que dá título ao nosso trabalho: sim, a oralidade pode e dever ser ensinada! Pois, as coleções revelam alguns elementos que podem ser ensinados ao se tomar o oral como objeto didático. 5 Referências BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdos. Lisboa: Edições 70, BATISTA, Antônio. G.; COSTA VAL, Maria da Graça. Livros didáticos, controle do currículo, professores: uma introdução. In: BATISTA, Antônio G.; COSTA VAL, Maria da Graça (Orgs.). Livros de alfabetização e de Português: os professores e suas escolhas. Belo Horizonte: Autêntica, BAZERMAN, Charles. Gêneros textuais, tipificação e interação. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
19 BRASIL. MEC. Guia de livros didáticos PNLD 2013: Língua Portuguesa / Ministério da Educação. Brasília, MEC: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília BRONCKART, Jean P. Atividades de linguagem, textos e discurso: por um interacionismo sócio-discursivo. Trad. de Anna Rachel Machado e Péricles da Cunha. São Paulo: Educ, CAVALCANTE, Mariane C. B.; MELO, Cristina T.V. de. Oralidade no ensino médio: em busca de uma prática. In: BUZEN, Clécio e MENDONÇA, Márcia (Orgs.). Português no ensino médio e a formação do professor. São Paulo: Parábola editoria, P COSTA VAL, Maria da Graça; MARCUSCHI, Beth. (Orgs.). Livros didáticos de língua portuguesa: letramento e cidadania. Belo Horizonte: CEALE/Autêntica, MARCUSCHI, Luiz A.; DIONÍSIO Angela P. (Orgs.). Fala e Escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2005., Luiz A. Oralidade e escrita. Comunicação apresentada na conferência de abertura do II ENCONTRO FRANCO-BRASILEIRO DE ENSINO DE LÍNGUAS. Natal, 1995., Luiz A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola editorial, MENDONÇA, Márcia. Gêneros: Por onde anda o letramento? In: SANTOS, Carmi F.; MENDONÇA, Márcia (Orgs.). Alfabetização e letramento: conceitos e relações. Belo Horizonte: Autêntica, SCHENEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. e Org.: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras, Livros didáticos analisados
20 BORGATTO, Ana T.; BERTIN, Terezinha; MARCHEZI, Vera. Ápis-Língua Portuguesa. São Paulo: Ática, BRAGANÇA, Angiolina; CARPANEDA, Isabella. Porta Aberta: Língua Portuguesa. 1. ed. São Paulo: FTD, SANCHEZ, Mariza. Projeto Buriti Multidisciplinar. São Paulo: Ed. Moderna, MIRANDA, Cláudia; RODRIGUES; Vera L. Viraver Língua Portuguesa. São Paulo: Ed. Scipione, PRADO, Angélica; HULLE, Cristina. Projeto Prosa: Língua Portuguesa. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
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