CIÊNCIAS DA NATUREZA: UMA ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR NA COZINHA

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1 CIÊNCIAS DA NATUREZA: UMA ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR NA COZINHA Pereira, Diane da Silva 1 ; Barbosa, Maria Aparecida da G. dos Santos 2 ; INTRODUÇÃO Esta pesquisa teve como objetivo proporcionar, de forma dinâmica e estimulante, aos alunos voluntários das 3ª séries do Curso do Ensino Médio do Colégio Técnico da UFRRJ, uma aprendizagem mais eficaz das Ciências da Natureza. Para que essa prática educativa das Ciências da Natureza acontecesse, foi escolhida a cozinha, um ambiente não formal de aprendizagem, onde o aluno estivesse por vontade própria aprendendo através de observação, discussão, interação com pessoas e/ou objetos, sem a preocupação em ser avaliado por aquilo que viu, ouviu e participou. Por que a cozinha? Porque na cozinha acontecem experiências de toda ordem e é um espaço em que todos circulam em seu cotidiano sem se aperceberem das inúmeras possibilidades que dispõem para vivenciar as ciências, independente da sofisticação ou simplicidade da mesma. Acredita-se que as atividades das Ciências da Natureza desenvolvida nesse ambiente promovem o envolvimento e a participação ativa do aluno com o seu processo de aprendizagem. Segundo Silberman (1996), se nossa prática de ensino favorecer no aluno as atividades de ouvir, ver, perguntar, discutir, fazer e ensinar, estamos no caminho da aprendizagem ativa. Segundo Moreira, O ambiente de aprendizagem escolar é um lugar previamente organizado para promover oportunidades de aprendizagem e que se constitui de forma única na medida em que é socialmente construído por alunos e professores a partir das interações que estabelecem entre si e com as demais fontes materiais e simbólicas do ambiente (MOREIRA, 2007). 1 Aluna do Curso Técnico em Meio Ambiente do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 2 Professor Orientador do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Trabalho financiado com apoio do SETEC/MEC

2 Para facilitar a aprendizagem e relacionar as Ciências da Natureza com a realidade do aluno, foram criadas práticas simples e atrativas onde pudessem ser vivenciados, de forma interdisciplinar, muitos conceitos das Ciências, como: densidade, osmose, solubilidade, tipos de fermentações, soluções, funções orgânicas e inorgânicas, cálculos químicos e outros. MATERIAL E MÉTODOS Este projeto foi realizado no laboratório de Conservação de Alimentos, do Colégio Técnico da UFRRJ, com a participação voluntária de doze alunos da 3ª série do Ensino Médio. Inicialmente, foram selecionados assuntos que pudessem ser tratados de forma interdisciplinar, tais como a vivência de alguns conceitos das Ciências já mencionados na introdução deste projeto. O passo seguinte foi oferecer aos alunos, textos associados aos diversos assuntos, para que pudessem revisar os conteúdos correlacionados. A partir da revisão, efetuou-se a fase experimental, caracterizada pelo desenvolvimento de experiências simples, associadas ao cotidiano de uma cozinha. Cada experiência apresentava uma situação problema para que o aluno, através da observação, discussão, investigação, interação com pessoas e/ou objetos e da correlação com as Ciências da Natureza, pudesse solucionar sem se preocupar em ser avaliado. Foram desenvolvidas doze experiências diferentes, sendo quatro em cada dia, durante um período de no máximo três horas. Cada experiência foi desenvolvida em grupos de três alunos. Ao final do experimento, os alunos responderam a um questionário com perguntas objetivas abordando questões variadas das Ciências da Natureza. RESULTADOS E DISCUSSÃO A participação interativa dos alunos, que tiveram a oportunidade, na prática, desenvolver experimentos culinários e sentir o prazer de estar aprendendo Ciências fora do ambiente formal, foi muito significativa. A partir da degustação um atrativo promissor a dinâmica pôde ser fomentada pela própria experiência do aluno na formação e gosto final. 2

3 Este projeto também teve a participação de alguns professores que puderam apreciar e analisar o processo onde num ambiente informal, como a cozinha, eles, juntamente com os alunos, puderam avaliar essa atividade interdisciplinar. Fotografia 1 Professora de Química em atividade prática na cozinha Matemática Fotografia 2 Aluna bolsista explicando uma atividade prática ao professor de CONCLUSÕES A análise das respostas do questionário evidenciou o maior interesse dos alunos pela construção do seu conhecimento, a partir de um contexto interdisciplinar em um ambiente diferente da sala de aula comum. A equipe realizadora do projeto teve êxito em suas 3

4 expectativas, pois os alunos participantes das atividades puderam sair do imaginário da prática das ciências para viver concretamente esse mundo. Com a proposta desse trabalho, além de uma solução dinâmica e eficaz para estimular o aluno, foi possível um estudo mais aprofundado de conceitos de Ciências da Natureza de uma maneira mais didática, uma vez que seus temas são interligados com o conteúdo de outras disciplinas regulares do Ensino Médio. Ao final do projeto, todo o material didático elaborado para as práticas foi utilizado com o propósito de produzir uma apostila que pudesse ser usada como forma de atividades a serem desenvolvidas em diferentes disciplinas. Esta prática resultou também em muitos pratos saborosos como mostrado a seguir: Fotografia 3 Relação de Pratos: Macarrão Enriquecido Integral; Bolo (Fermentação Química); Pão, demonstrando Fermentação Biológica e seu produto final. 4

5 REFERÊNCIAS AMORIM, R. Química e biologia aplicadas na cozinha facilitam aprendizado. < Acesso em 22 de JAN BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília GUERREIRO, M., MATA, P. A Cozinha é um Laboratório. Fonte da Palavra: Lisboa, MATEUS, L. A. Química na Cabeça. Belo Horizonte: UFMG, MOREIRA, Adelson F. Ambientes de Aprendizagem no Ensino de Ciência e Tecnologia. Belo Horizonte: CEFET-MG, Notas de aula SILBERMAN, M. Active learning: 101strategies do teach any subject. Massachusetts: Ed. Allyn and Bacon, 1996 SOARES, A. Minidicionário da Língua Portuguesa. Saraiva: Rio de Janeiro,