Entre a Cruz e a Espada: A escravidão indígena no Brasil Colonial
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- Mafalda Amado Benevides
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1 Entre a Cruz e a Espada: A escravidão indígena no Brasil Colonial
2 O grande desastre biológico As epidemias do século XV foram o maior desastre biológico da história em extensão, matando um número maior do que a Peste na Eufrásia, mas é impossível ter dados precisos. As estimativas de ocupação das Américas pré-colombiana vão de 8 a 112 milhões, com uma estimativa consensual entre 50 e 54 milhões por todo o continente, grande parte concentrada nos impérios Inca e Asteca
3 Estimulando as rivalidades O grande fator europeu de domínio das Américas foi a tática de estímulo de rivalidades regionais para enfraquecimento de grandes tribos, como vimos na aula passada. O primeiro período da colonização do Brasil foi de negociação, mas o enfraquecimento de fortes lideranças indígenas levou a uma fase de perseguição e escravidão.
4 Entre a cruz e a espada Os índios ficavam entre a fuga para o interior e a adaptação à escravidão ou ao aldeamento. Os Bandeirantes: grupos de caçadores de escravos indígenas, eram exploradores de territórios e seguiram as trilhas indígenas em direção ao interior. Os Jesuítas: a ordem católica organizava as aldeias indígenas em missões que buscavam aculturar os índios às práticas cristãs. Embora sejam apresentados como antagonistas bandeirantes e jesuítas tiveram papel fundamental na expansão do território brasileiro e consolidação do poder português.
5 Manuel da Nóbrega pregando aos indígenas (Benedito Calixto)
6 Bandeirantes de Jean Baptist Debret, 1830
7 Os Bandeirantes Durante muito tempo a historiografia retratava as bandeiras como formadas por descendentes de europeus, mas os dados do período mostram que a grande maioria dos participantes era de caboclos ou índios escravizados. Tipos de Bandeira: Prospectoras e Apresadoras. A mais ambiciosa das bandeiras foi a de Antonio Raposo Tavares que chegou a contar com 900 caboclos e 2000 índios escravizados. Ao final apenas 67 pessoas retornaram a São Paulo
8 Mapa das Bandeiras, séc. XVII e XVIII
9 As missões jesuíticas no século XVI e XVII O período de Nóbrega e Anchieta ( ): Período marcado pela intensificação da presença missionária. Missões volantes: com ou sem apoio militar os padres visitavam lideranças indígenas em busca de conversão. 1573: Primeira peregrinação jesuítica ao morro da Penha (ES) A partir de 1600 se intensifica o modelo de aldeamento. O aldeamento proporcionava segurança contra incursões bandeirantes e facilitava o trabalho de conversão.
10 Convento de Nossa Senhora da Penha ES
11 Método evangelizador Sincretismo no momento de aprendizado da língua. Foco nas crianças. Ocupação do tempo dos indígenas, adequação a um modelo de tempo europeu (escatológico). Adequação dos indígenas ao sistema de trabalho europeu. Criação de contingentes de batalha dispostos a enfrentar outras tribos e quilombos
12 Relações entre africanos e indígenas As relações entre africanos e índios no período colonial são pouco estudadas. Em geral o clima era hostil, na medida em que os portugueses mediavam rivalidades entre os grupos. Ocorrem aproximações como na Batalha dos Guararapes. Santidade de Jaguaribe: movimento sincrético indígena que recusava práticas portuguesas.
13 A Batalha dos Guararapes
14 Henrique Dias e Felipe Poti (Camarão)
15 A Confederação dos Cariris A região do Cariri : O governo geral brasileiro aprova o envio de tropas paulistas para a região do Cariri, mas os bandeirantes são derrotados e acabam espalhando a revolta. 1713: A Guerra dos Bárbaros: liderados por João de Barros Braga, uma tropa de ordenança que promove um massacre indiscriminado
16 A revolta de Mandu Ladino ( ) Nascido no Piaui era um índio Arani que aos doze anos ficou órfão de pai e mãe e acabou em um convento capuchinho. No convento viu a destuição de imagens de seus deuses e fugiu. Acabou tornando-se escravo vaqueiro. Com a descoberta do ouro nas Minas Gerais a demanda por carne e animais para transporte aumenta, gerando a expulsão de índios para a criação de gado. Mandu se revolta e assassina um dos pecuaristas da região. Os aranis foram massacrados e Mandu assassinado.
17 O fim das missões Jesuíticas As missões jesuíticas entraram em seu ciclo final no século XVII: Sentimento anticlero fomentado pelo pensamento iluminista. A Guerra Guaranítica ( ) 1758: O Marquês de Pombal bane de modo definitivo os Jesuítas das colônias.
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