A produção da desigualdade racial na Segurança Pública de São Paulo 1

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1 A produção da desigualdade racial na Segurança Pública de São Paulo 1 Maria Carolina Schlittler (UFSCar/São Paulo) Giane Silvestre (UFSCar/São Paulo) Jacqueline Sinhoretto (UFSCar/São Paulo) Esta pesquisa teve como objetivo investigar a existência de mecanismos de produção da desigualdade racial na atuação das polícias do estado de São Paulo. Os dados sobre a produtividade policial publicados periodicamente não permitem a análise pela variável cor/raça dos envolvidos. Em busca de indicadores que permitissem esta observação, a equipe de pesquisa firmou uma parceria com a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo para a produção de uma base de dados sobre a letalidade policial com informações sobre o perfil das vítimas e dos policiais, incluindo a variável cor/raça de ambos. Além da letalidade, a prisão em flagrante também foi usada como indicador, porém, como os dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo também não possibilitam a observação da variável cor/raça, a Coordenadoria de Análise e Planejamento forneceu uma consulta específica à base de registro de ocorrência, o que permitiu conhecer a distribuição das prisões em flagrante efetuadas segundo a cor/raça dos presos. Os resultados da análise destas duas bases apontaram que os negros são a maioria das vítimas de mortes praticadas por policiais, especialmente os jovens e do sexo masculino. Também foi possível observar que a proporção de negros presos em flagrante é maior do que a de brancos e que a maior parte dos autores das mortes são policiais militares, sendo que parte significativa pertence a grupamentos especiais, com destaque para a Força Tática. A conclusão da pesquisa é que a desigualdade racial na segurança pública é evidenciada pela intensa vigilância e ação policial violenta sobre um grupo populacional específico, ao passo que outros grupos populacionais são menos visados sendo surpreendidos com menor frequência em suas práticas. Os resultados são indicativos também de que, possivelmente, as atividades criminais mais frequentemente cometidas por negros sejam mais vigiadas, ao passo que atividades criminais mais comuns entre brancos despertem menor atenção da polícia. Palavras-chaves: segurança pública, desigualdade racial e Polícia Militar do Estado de São Paulo Introdução Debater sobre o tema da desigualdade racial na segurança pública brasileira é discutir, necessariamente, a efetividade do princípio da igualdade jurídica. Esta é uma discussão que, em grande medida, permeia a trajetória de estudos sobre violência, justiça criminal e direitos humanos. 1 Trabalho apresentado na 29ª Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 03 e 06 de agosto de 2014, Natal/RN. 1

2 Segundo Adorno (1995), o processo de constituição da igualdade jurídica enquanto um princípio democrático, forjado com o Estado moderno, convergiu para a redução das desigualdades sociais, constituindo as bases de (...) um mundo ético regido pelo reconhecimento do outro como sujeito de direitos. E sob esta perspectiva, estabeleceu-se um nexo histórico entre justiça social e igualdade jurídica. Porém, de acordo com o autor, esta é uma experiência histórica restrita àquelas sociedades que já vivenciavam a (...) generalização do bem-estar entre as classes trabalhadoras, sobretudo entre fins do século XIX e as primeiras décadas deste século. Já em sociedade com experiências diversas daquelas, o princípio da igualdade jurídica, ainda que reconhecido constitucionalmente, permaneceu (...) não raro contido em sua expressão simbólica (Adorno, 1995, p.40). Os descompassos e ajustamentos entre (...) o direito e os fatos, entre o enunciado legal e as situações concretas de discriminação e exclusão (Adorno, 1995, p. 40) foram (e são) alvos de investigação de pesquisas que integram o campo de estudos sobre justiça criminal e segurança pública no Brasil, as quais se dedicaram, principalmente, investigar o acesso à justiça, práticas e moralidades das instituições de controle social e punição diante da lógica democrática e as seletividades no sistema de justiça e na segurança pública. Além de Adorno (1995), destacam-se os estudos de Coelho (1986); Pinheiro (1979); Paixão (1982); Vargas (1999), Sinhoretto (2014), que tematizaram a aplicação desigual de regras e procedimentos judiciais a indivíduos de diferentes grupos sociais, e que foram (e são) centrais para configurar o entendimento da redução da igualdade jurídica à expressão simbólica. Entretanto, se clivagens de gênero, escolaridade e origem social sempre permearam estudos sobre a seletividade da justiça, o mesmo interesse não é percebido sobre a questão racial. São escassos os estudos que questionam a seletividade de instituições estatais ligadas à justiça criminal e segurança pública diante dos diversos grupos raciais. Para Adorno (1995), a discriminação ligada à questão racial não se configura enquanto um problema para as pesquisas sobre instituições ligadas ao controle do crime, pois na sociedade brasileira somos levados a acreditar que nossas relações raciais não são conflitivas e: a fraqueza de nossas tradições históricas e políticas em denunciar discriminações contribui grandemente para solidificar esse mito, que circula livremente, seja na sociedade civil seja entre os atores políticos encarregados de formular e implementar políticas públicas de respeito 2

3 e preservação dos direitos humanos, mito dotado de extraordinária eficácia simbólica a ponto de ter, inclusive, seduzido o imaginário de alguns cientistas sociais (ADORNO, 1995, p. 40) É fato que, somente em tempos recentes, a questão racial passou a configurar um fator de desigualdade, seja nas práticas jurídicas seja nas práticas policiais, e se tornou foco de algumas pesquisas (Sinhoretto; Silvestre; Schlittler, 2014). Tais estudos dialogam com um movimento recente - e crescente - de mobilização de determinadas agências do Estado (por meio de políticas públicas voltadas à igualdade racial) e de reivindicação da sociedade civil (com a introdução de pautas antirracistas) em torno de problemas sociais decorrentes das várias formas de produção de desigualdades raciais. Neste processo destaca-se o nascente movimento de juventude negra, que construiu sua intervenção em novos espaços político-institucionais para interlocução entre Estado e sociedade civil, como por exemplo, as Conferências de Políticas Públicas de Juventude (CNPPJs) e o Conselho Nacional de Juventude (Morais, 2013). Segundo Morais (2013) a emergência do reconhecimento racial enquanto um fator de produção de desigualdade está atrelado ao avanço nas políticas de ação afirmativa para a população negra, que vai desde a obrigatoriedade do estudo da história e da cultura da África e dos afro-brasileiros no Ensino Básico (Lei /03), passando pela criação de um órgão específico no Governo Federal, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade (SEPPIR) 2, com status de ministério, para tratar das políticas voltadas a promoção da igualdade racial 3 e atualmente, a criação do Plano Juventude Viva, de âmbito nacional. Como correlato a este movimento, desde o ano de 2012, o campo da segurança pública assiste tanto a emergência de pesquisas que problematizam a desigualdade racial 4, quanto de movimentos sociais tematizando o chamado genocídio da população 2 A SEPPIR é vinculada diretamente ao Gabinete da Presidência da República tendo sido criada pela Lei de 2003, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação, coordenação, articulação, promoção, acompanhamento e avaliação de todas as políticas de igualdade racial desenvolvidas pelo governo federal. Mais informações: < %20Brasil.pdf.> Acesso em 03 de junho de Destacam-se também as políticas de expansão do Ensino Superior Público Federal com incentivos à adoção de reserva de vagas, ou cotas, para negros e indígenas até finalmente a Lei /12 que institui a obrigatoriedade da reserva de vagas para egressos do ensino público, negros e indígenas nas Universidades e Escolas Técnicas Federais (MORAIS, 2013). 4 Destacam-se as pesquisas Mapa da Violência (WAISELFISZ, 2012) e Vidas Perdidas e Racismo no Brasil (2013), publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). De forma resumida, estas concluíram que o grupo composto por jovens negros está mais sujeito a mortes violentas do que outros segmentos populacionais, demonstrando a desigualdade entre as mortes de brancos e negros: a 3

4 negra. Tais movimentos denunciam a seletividade racial e territorial nas abordagens policiais das periferias e que, a partir de 2006, passaram a compor o associativismo antirracista 5. Em 2012, cem organizações da sociedade civil, que também tematizam a letalidade da polícia sobre a população negra, fundaram o Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra e Periférica e passaram a realizar diversos atos públicos. Um deles foi uma audiência pública realizada na cidade de São Paulo com o atual Secretário de Segurança Pública do Estado exigindo um reconhecimento, por parte do Estado, dos episódios de execução promovidos pela Polícia Militar nas periferias. Outro desdobramento deste contexto do associativismo antirracista foi a 2ª edição do edital Pensando a Segurança Pública, lançada no final de 2012 pelo Ministério da Justiça. O edital continha, pela primeira vez desde a criação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), uma linha de pesquisa sobre segurança pública e relações raciais. A demanda era por pesquisas que investigassem a filtragem racial na abordagem da Polícia Militar. No contexto deste debate está a proposta desta comunicação de discutir os dados de duas pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudos sobre Violência e Administração de Conflitos (GEVAC/UFSCar), no ano de 2013, no âmbito da linha de pesquisa Segurança Pública e Relações Raciais, do Programa de Pós Graduação em Sociologia (PPGS) da UFSCar. Os resultados preliminares norteiam a reflexão que se segue e enfoca alguns dos dilemas e desafios com os quais se defronta a justiça criminal em uma ordem democrática. A invisibilidade da questão racial para a segurança pública: os desafios da coleta de dados Um dos desafios comuns às duas pesquisas citadas foi a busca por indicadores na segurança pública que permitissem observar a produção de desigualdades nas práticas policiais, sobretudo considerando-se o recorte racial. Verificou-se que a categoria cor/raça não figura nos dispositivos de análise e monitoramento de ações do campo da segurança pública. Não que a categoria não exista nos documentos e sistemas que geram os registros das polícias e demais registros técnicos. Por vezes, ela existe. proporção é 2,4 negros mortos para cada pessoa não negra, sendo que a maioria das mortes é provocada por arma de fogo (IPEA, 2013). 5 Em 2012, o Movimento Mães de Maio publicou o livro Mães de Maio Do luto à luta, reiterando a denúncia sobre a filtragem racial nas ações policiais, principalmente, diante de situações de exceção, como na resposta aos ataques atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC), em meados 2006, no estado de São Paulo. 4

5 Mas ela não é tratada como indicador relevante de avaliação da ação policial e de toda a segurança pública. Ainda que a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP) divulgue mensalmente dados sobre alguns tipos de ocorrências e atividades policiais, estes não podem ser desagregados segundo informações que permitam reconhecer o perfil dos indivíduos que são alvo das investidas policiais 6. Constata-se ausência de sistematização de dados, seja pela não desagregação dos dados divulgados, seja pela opacidade 7 destes números (Lima, 2011). Verificou-se ainda que não há bases de acesso público sobre o resultado das atividades policiais, principalmente, no que se refere à abordagem policial indicador privilegiado para reconhecer e monitorar o fenômeno da filtragem racial na prática policial de seleção dos suspeitos. Diante da indisponibilidade de informações, indicadores sobre letalidade policial e prisões em flagrante foram utilizados para informar o perfil das pessoas que são alvos das ações policiais. Para a obtenção destas informações foi necessário a) solicitar à SSP/SP levantamentos aprofundados nas bases de registros de ocorrência sobre prisões em flagrante e cruzamentos específicos que permitissem analisar as informações desagregadas pelas variáveis de cor/raça dos presos e b) construir uma base de dados sobre letalidade policial a partir de consulta aos processos reunidos na Ouvidoria da 6 A SSP/SP mantém setor que divulga periodicamente, desde 1995, estatísticas criminais organizadas por tipos de crime, que podem ser desagregados por cidade e, no caso da cidade de São Paulo, por distrito. A Coordenadoria de Análise e Planejamento divulga os dados relacionados a ocorrências policiais e produtividade policial mensalmente no site da SSP/SP, desde Trimestralmente divulga dados relativos à atuação das polícias, conforme a Lei 9155/9510, incluindo as ações que resultaram em homicídio. Contudo, os dados divulgados não são desagregados pelo perfil dos envolvidos, tampouco usam a classificação cor/raça. Consultar o site da SSP/SP. Disponível em < Consultado em 10 de abril de Para Renato Lima (2011), as estatísticas produzidas pelo sistema de justiça criminal têm um papel político na história brasileira. Segundo o autor, mesmo com o processo de redemocratização e o aumento da pressão por transparência e controle público das agências estatais de justiça e segurança, o segredo permanece como modus operandi do sistema de justiça criminal, sobretudo pela polícia, na transparência dos dados, nas sofisticadas tecnologias e linguagens técnicas usadas pelos operadores. O problema se desloca da produção de conhecimento para o uso que se faz dos dados produzidos. Neste sentido, mesmo havendo constante produção de números, eles pouco permitem conhecer mais a fundo a realidade a que se referem, o que cria um efeito de opacidade. 5

6 Polícia do Estado de São Paulo 8. A atividade de coleta foi empreendida pela equipe de pesquisadores do GEVAC/UFSCar 9. A SSP/SP forneceu, entre informações de outras naturezas, uma tabela sobre o perfil das pessoas presas em flagrante, segundo a informação cor do preso e tipos de crimes mais frequentes, para o período de 2008 a 2012, no estado de São Paulo. Analisar os dados referentes ao perfil racial dos presos na modalidade flagrante mostrou-se um interessante indicador para o objetivo pretendido, pois este tipo de prisão poucas vezes decorre de uma investigação criminal prévia, executada por meio de mandado judicial, sendo muito mais recorrente em casos de abordagem policial. Permite ainda verificar a atuação de estereótipos racializados na atividade de identificação dos suspeitos prática operacionalizada por um saber-fazer policial não pautado em critérios objetivos e permeada por um conjunto de valores e moralidades informado pelo cotidiano e construído na rua (Kant, 2009). Já a estratégia de analisar os dados referentes à letalidade policial se justifica pela existência, em praticamente todos os casos autuados na Ouvidoria 10, de documentos oficiais como Boletim de Ocorrência, Inquérito Policial Civil ou Militar, laudos necroscópicos, entre outros, que em geral trazem informação sobre a cor/raça da vítima de homicídio. Dossiês da Ouvidoria sobre ocorrências de outras naturezas, como abuso de autoridade e abordagem excessiva, foram consultados na fase de teste do desenho da coleta de dados, mas foram excluídos devido à escassez de documentos que descrevessem informações sobre a vítima, constituindo uma fonte muito limitada. Assim, nos casos de mortes cometidas por policiais, é possível observar o perfil da vítima com base nos documentos oficiais e observar a frequência da variável cor/raça. 8 Agradecemos a inestimável colaboração do Ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, de seu assessor e de toda a equipe de servidores da Ouvidoria para que a equipe de pesquisa pudesse ter acesso aos documentos que serviram de fonte. 9 Esta pesquisa foi coordenada por Jacqueline Sinhoretto, com a participação dos/as pesquisadores/as Maria Carolina Schlittler, Giane Silvestre, Giulianna Denari, Kathleen Ângulo, Henrique Linica Macedo, David Marques, Yasmin Miranda e Letícia Canonico de Souza. 10 A Ouvidoria recebe denúncias de diferentes naturezas sobre práticas consideradas abusivas e/ou excessivas por parte dos policiais civis e militares. Realiza também um acompanhamento minucioso dos casos de homicídio envolvendo policiais, provocando as respectivas corregedorias, Defensoria Pública, Ministério Público e Judiciário com pedidos de informações e providências cabíveis em cada um dos casos. Para cada denúncia que a Ouvidoria recebe abre-se um processo interno de acompanhamento até que uma providência seja tomada pelo órgão responsável. Processos que se revelaram uma rica e complexa fonte de dados para a presente pesquisa. 6

7 A seletividade racial em números O banco de dados sobre letalidade policial foi constituído por informações coletadas em processos, autuados na Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, sobre mortes em decorrência da ação policial, entre os anos de 2009 e Nos 734 casos analisados foram coletadas informações referentes a 939 vítimas e 2162 autores (policiais). Em relação ao perfil das vítimas, verificou-se que elas são predominantemente negras 11 (61%), homens (97%) e jovens, entre 15 e 29 anos. Ao realizar o cruzamento das variáveis cor/raça (conforme registro no BO) e idade, é possível perceber que a maioria das vítimas é formada por jovens negros, conforme gráfico 1. Gráfico 1 - Idade e cor/raça das vítimas de mortes em decorrência da ação policial. Estado de São Paulo, 2009 a Negro Branco Fonte: Ouvidoria da Polícia; GEVAC/UFSCar Os dados indicam que a letalidade policial é maior sobre a população negra. Ao calcular as taxas de mortos por 100 mil habitantes, dentro de cada grupo de cor/raça, no ano de 2011, é possível observar que são mortos três vezes mais negros do que brancos. Conforme tabela 1 e gráfico Para a coleta dos dados foram utilizadas as categorias negro, preto, prado. Contudo, para a análise exposta, entende-se a categoria negro como a soma das categorias preto e pardo, seguindo assim a tendência da produção estatística oficial e das análises acadêmicas preocupadas em dimensionar as desigualdades raciais no país. 7

8 Tabela 1 - Mortos em decorrência da ação policial segundo grupos de cor/raça, em taxas por 100 mil habitantes. Estado de São Paulo, 2011 Negros Brancos População residente Mortos em decorrência da ação policial TAXA 1,4 0,5 Fonte: Ouvidoria da Polícia; IBGE; GEVAC/UFSCar Gráfico 2 Mortos em decorrência da ação policial segundo grupos de cor/raça, em taxas por 100 mil habitantes. Estado de São Paulo, ,4 0,5 Negros Brancos Fonte: Ouvidoria da Polícia; GEVAC/UFSCar Outro dado relevante, agora em relação ao perfil dos autores (policiais), é que a Polícia Militar é responsável por 95% da letalidade policial no estado, sendo que 90% dos autores são praças, com destaque para soldados e sargentos. Por volta de 30% pertencem a grupamentos especiais, com destaque para a ROTA e a Força Tática. Segundo os dados coletados, 635 policiais pertencem a grupos especiais, sendo que, deste total, 39% são integrantes da ROTA e 54% integrantes da Força Tática Enquanto a Força Tática está presente em diversos batalhões da PMESP, a ROTA é o 1º Batalhão de Polícia de Choque e está sediada somente na capital, ainda que atue em outras cidades do estado, quando acionada. 8

9 Tabela 2 Policiais autores de mortes que pertencem a grupos especiais. Estado de São Paulo, 2009 a 2011 Grupo especial Frequência Percentual Delegacia Especializada 17 3% Outro grupo do Choque 32 5% ROTA % Força Tática % TOTAL DE POLICIAIS % Fonte: Ouvidoria da Polícia; GEVAC/UFSCar Os resultados da ação policial violenta refletem a desigualdade racial na segurança pública, já que as ações policiais vitimam três vezes mais negros do que brancos, quando se considera a proporcionalidade entre brancos e negros na população paulista. No ano de 2011, por exemplo, em cada grupo de 100 mil negros 1,4 foi vítima de ação letal da polícia; enquanto que num grupo de 100 mil brancos a taxa de letalidade por ação da polícia é 0,5. Portanto, as taxas de mortes produzidas pelas polícias, segundo cada grupo de cor/raça, refletem a produção da desigualdade racial, assim como a persistência do racismo institucional no campo da segurança. O número de prisões em flagrantes também foi utilizado pela pesquisa como um indicador do trabalho policial, no que se refere à abordagem. Isto porque a prisão em flagrante, na maioria dos casos, decorre de uma abordagem policial sem uma investigação prévia. No Brasil, as investigações criminais são juridicamente conduzidas pelo inquérito policial, que é um instrumento ambivalente, pois acumula funções administrativas e jurídicas. Alguns estudos sobre o inquérito no Brasil já problematizaram esta ambivalência, assim a lógica mista, cartorial e arcaica deste instrumento (Kant de Lima, 1995, 2008; Mingardi, 1992; Misse, 2010). O inquérito policial no Brasil, na maneira como é conduzido, é alvo de críticas tanto por parte dos delegados, responsáveis pela execução, quanto dos defensores e advogados que representam os investigados. Independente dos argumentos acionados, os dados apontam que as investigações criminais no país têm um baixo índice de esclarecimento, sendo o crime de homicídio um dos menos elucidados. Segundo os dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Criminalística, no ano de 2011, a taxa de elucidação dos 9

10 inquéritos de homicídio no Brasil varia apenas de 5% a 8%, o que expressa a precariedade da persecução criminal brasileira e a seletividade do sistema penal, pois enquanto a elucidação de crimes graves, como o homicídio, é baixa, as prisões em flagrante por furtos, roubos e tráfico de drogas (varejo) superlotam o sistema prisional no país. Como exposto acima, foram fornecidos pela CAP/SSP os dados sobre prisões em flagrante para os crimes de roubo e homicídios, desagregados pela cor/raça dos presos, mesmo tendo sido solicitados os dados sobre os crimes mais frequentes. Os dados obtidos indicaram que a vigilância policial recai preferencialmente sobre a população negra. A série histórica é referente ao período de 2008 a 2012, e indica que 54,1% dos presos em flagrante são negros, conforme gráfico 3. Gráfico 3 - Prisões em flagrante no estado de São Paulo (roubo e homicídio), segundo cor/raça AMARELO 0,1% IGNORADO 2,9% BRANCOS 42,9% NEGROS 54,1% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% Fonte: SSP/SP É possível observar uma sobrerrepresentação da população negra nas prisões em flagrante, pois quando se calcula a taxa de presos em flagrante no ano de 2012 segundo cor/raça proporcionalmente às populações branca e negra residentes no estado com 18 anos ou mais, a maior incidência das prisões em flagrante sobre a população negra é observada. Enquanto que para cada 100 mil habitantes brancos 14 são presos, para cada 100 mil habitantes negros 35 são presos 13, nos tipos de crime analisados. 13 Taxa calculada a partir do número de prisões em flagrante obtido junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo no ano de 2012 e população residente no estado de São Paulo com 18 anos ou mais, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, segundo brancos e negros. 10

11 Tabela 3 Presos em flagrante segundo cor/raça (roubos e homicídios), em taxa de 100 mil habitantes em São Paulo 2012 População residente com 18 anos ou mais Negros Brancos Presos em flagrante em TAXA POR 100 MIL HABITANTES Fonte: IBGE; SSP; GEVAC/UFSCar Gráfico 4 Presos em flagrante segundo cor/raça (roubo e homicídio), em taxa de 100 mil habitantes em São Paulo Negros Brancos Fonte: IBGE; SSP; GEVAC/UFSCar Os dados sobre prisões em flagrante apontam maior vigilância policial sobre a população negra, que se reflete na concentração do número de prisões em flagrante sobre este grupo. Este tipo de prisão não decorre de uma investigação criminal prévia, executada por meio de mandado judicial, sendo muito mais recorrente em casos de abordagem policial. Ou seja, os dados indicam que, no cometimento de delitos, os negros são flagrados com maior frequência do que brancos, pois são mais visados pela ação policial. Os números fornecidos pela SSP listaram como principais ocorrências em que ocorrem flagrantes os crimes de roubo e homicídio 14. O primeiro subdivide-se em 16 tipos e, para análise, optou-se em agregar as ocorrências em dois grandes grupos 14 Não foram fornecidos pela SSP os dados sobre outros crimes, como o de tráfico de drogas. 11

12 roubos e homicídios. Foi possível perceber a alta representatividade do crime de roubo nas prisões em flagrante (tabela 4). Tabela 4 - Presos em flagrante, segundo agregado de ocorrências. Estado de São Paulo, Ocorrência Presos Percentual Homicídios ,7% Roubos ,3% TOTAL ,0% Fonte: SSP/SP Como destacado acima, a maioria das pessoas presas é negra (54,1%). Porém, ao compararem-se brancos, negros e casos de cor ignorada segundo o agregado das ocorrências, nos casos de pessoas presas por homicídio a maioria é branca, representando 55,7%, negros representam 42,2% (vide tabela 4). Tabela 5- Presos em flagrante segundo cor/raça, por agregado de ocorrências. Estado de São Paulo, Cor/raça Homicídios Percentual Roubos Percentual Brancos ,7% ,6% Negros ,1% ,5% Ignorados 42 2,2% ,9% TOTAL ,0% ,0% Fonte: SSP/SP Portanto, os dados sobre prisões em flagrante expressam que a vigilância policial privilegia as pessoas negras e as reconhece como suspeitos criminais, flagrando em maior intensidade as suas condutas ilegais, ao passo que os brancos, menos visados pela vigilância policial, gozam de menor visibilidade diante da polícia, sendo surpreendidos com menor frequência em sua prática delitiva. É possível também que as atividades criminais mais frequentemente cometidas por negros sejam mais vigiadas, ao passo que atividades criminais mais comuns entre brancos despertem menor atenção da polícia. Práticas policiais e produção de desigualdades 12

13 Nas décadas de 1980 e 1990, autores como Fernandes (1973), Pinheiro (1979, 1997), Paixão (1982), Mingardi (1992), Oliveira (2004), Mesquita Neto (1999), Souza (1994) e Kant de Lima (1995) assumiram a vanguarda na realização de pesquisas sobre o papel das polícias, enfatizando as possibilidades e limites de reformas das polícias em tempos de redemocratização do país, principalmente, diante da característica discricionária do trabalho policial e da dimensão informal da cultura organizacional das polícias. Paulo Sérgio Pinheiro, em entrevista para Lima e Ratton (2011), relata que a violência dos agentes do Estado passou a ser uma questão para estudiosos de universidades brasileiras somente com os presos políticos da ditadura militar. Para o autor a maior ênfase na defesa dos direitos humanos durante os anos de 1980 relacionase à ampliação do escopo de uma prática geralmente aceita no país. Ou seja, enquanto a prática da tortura e da eliminação de suspeitos se restringia a membros de periferias, poucas vozes se levantavam para protestar. O cenário só é modificado quando estas mesmas práticas foram empregadas pelo regime militar para conter dissidências políticas, atingindo membros das elites. A conclusão comum a estes estudos sobre práticas policiais é que existem processos sociais que modificam o pressuposto constitucional de que todas as pessoas serão tratadas da mesma forma pelas polícias. Vale salientar o trabalho de Pinheiro (1979) sobre as dificuldades que as polícias, ao longo da história do país, tiveram em exercer o monopólio legítimo da violência, dentro de marcos legais de respeito aos direitos civis, diante de representantes de classes populares/subalternas. A pesquisa de Paixão (1982), sobre a Polícia Civil foi uma das primeiras que verificou como determinadas características do trabalho policial criam desvantagens para grupos populacionais específicos. O autor verificou a existência de uma realidade informal e experiências subjetivas direcionando o trabalho (e o treinamento) do/a policial, interagindo ou modificando a dimensão formal do seu trabalho. Uma das análises mais interessantes feitas pelo autor refere-se à montagem do inquérito, realizado informalmente de trás para frente, iniciando com a detenção de suspeitos nas prisões para averiguação. Porém, as definições sobre quem é o suspeito são permeadas por moralidades e saberes estereotipados, características do trabalho policial que revelam o tratamento desigual dado a determinados tipos penais e sujeitos sociais diversos. 13

14 Caldeira (2000) problematiza a tolerância popular à violência policial quando se trata de públicos específicos considerados suspeitos em potencial e, especialmente, em momentos de aumento no sentimento de insegurança da população. Análise compartilhada por Mingardi (1992), quando o autor descreve que nas delegacias a tortura aplicada enquanto método de trabalho, com regras e procedimentos não era aplicada a todos, pois pessoas pertencentes a classes econômicas privilegiadas, sem antecedentes criminais, não deveriam ser torturadas: (...) quem apanha é pobre, colarinho branco não apanha, faz acerto (MINGARDI, 1992, p. 57). Outra questão recorrente nos estudos sobre práticas policiais é como conter o uso da força das polícias, dentro dos limites da legalidade democrática, diante de processo de ampliação de crimes em escalas globais (como o narcotráfico), crime organizado e graves violações dos direitos humanos. O controle sobre às práticas policiais e, especialmente, sobre a letalidade policial, está envolto às discussões sobre quando o uso da força policial justifica-se como legítimo e quais seriam os parâmetros de razoabilidade e de necessidade para seu uso. Os debates sobre o tema se dividem, alguns autores como Chevigny (1991) e Cano (1997) são enfáticos ao afirmarem que é possível estabelecer critérios 15 que determinem quando o uso da força policial é uma atividade legítima e quando é um uso abusivo e violento; já a conclusão de outros autores, como por exemplo Mesquita (1999), aponta que tal separação depende diretamente da forma como determinada sociedade interpreta a noção de violência. A conclusão deste segundo grupo de autores é que a linha demarcatória entre a força legítima e a arbitrariedade/abuso policial não é fixa, o limite entre violência policial e estrito cumprimento da função policial atrela-se à representação social do indivíduo que sofre a ação policial, produzindo desigualdades na aplicação de regras e de procedimentos judiciais e da segurança pública. Pesquisas como estas citadas acima, sobre as informalidades que cercam as práticas policiais e sobre os limites da legitimidade no uso da força policial, tiveram sucesso em documentar como características socioeconômicas criam desvantagens para públicos específicos no contato com agentes policiais. Porém, a produção de 15 Dentre estes autores, verifica-se três critérios usualmente empregados para aferir o uso da força letal: 1) a relação entre civis mortos e policiais mortos; 2) a razão entre civis feridos e civis mortos pela polícia; e 3) a proporção de civis mortos pelas polícias em relação ao total de homicídios dolosos (Bueno, 2014). 14

15 desigualdades nas práticas policiais gerada pela questão racial é, nos estudos sobre o tema, pouco levantada. A escassez de estudos que dimensionem a raça como fator de desigualdade na segurança pública pode estar relacionada ao fato de que, diferentemente dos EUA 16, no Brasil, até a década de 1990, a questão da raça não se configurou enquanto um forte elemento de análise das desigualdades, seja na percepção do Estado, seja como pauta de mobilizações políticas coletivas. No contexto brasileiro, a subalternidade provocada pelo pertencimento racial e social não aparece de forma objetiva o que, de certo modo, esvazia a construção típica e ideal de raça, tal como apresentada nos contexto americano ou sul-africano, por exemplo. Segundo Guimarães (2002), esse dilema foi percebido pelas lideranças do Movimento Negro no final do século XX que, sabiamente, tentaram acomodar suas reivindicações e suas políticas afirmativas a fórmulas mais abrangentes como a do negro carente. Para dar conta desta realidade racial brasileira, em que a desigualdade racial aparece imbricada à desigualdade de classe, Guimarães (1999) acompanha a tendência de uso do conceito de racialização para fins analíticos (que também aparece em Silvério, 1999), pois permite verificar as interssecionalidades entre classe e raça em fenômenos sociais. Ou seja, possibilita compreender, analiticamente, o significado de certas classificações sociais e de certas orientações de ação informadas pela ideia de raça. Para Guimarães (1999) o termo racialização é importante porque resgata a ideia de raça enquanto uma categoria indispensável: a única que revela que as discriminações e desigualdades que a nação brasileira de cor enseja são efetivamente raciais e não apenas de classe (p.50). A utilização do conceito, de maneira analítica e metodológica, permitiria ao sociólogo inferir a permanência da ideia de raça disfarçadas em algum tropo (p. 54). 16 Nos EUA, o tema do racial profiling tem sido debatido desde a década de 1970, quando militantes antirracistas (como por exemplo, o movimento Black Powers e os nacionalistas chicanos), passaram a elaborar críticas ao racismo do Estado, visando denunciar as injustiças nos setores de segurança, informações e policiamento policial nos EUA (Amar, 2005, p 237). Estudos como os de Amar (2005) e Meeks (2000) tiveram sucesso em apontar a raça enquanto um fator de desvantagem para alguns grupos em situações de contato com a polícia, no contexto norte americano. Outros condicionantes de desvantagens, como por exemplo, a questão socioeconômica, foi apontada como fator secundário neste processo. 15

16 A seletividade racial na ação policial: o papel do policiamento ostensivo e do combate militarizado Os dados trazidos por esta comunicação evidenciam que o racismo institucional opera nas práticas policiais no estado de São Paulo. Os números oficiais de letalidade policial e prisões em flagrante levantados fornecem evidências empíricas da produção cotidiana da desigualdade racial na operação da segurança pública. Em São Paulo, estado com população negra residente de 34%, as vítimas negras de mortes cometidas por policiais somam 58% do total destas mortes. Em São Paulo a chance de um negro ser assassinado pela polícia é quase três vezes maior do que a de um branco, sendo 1,4 negro morto para cada 100 mil habitantes negros, enquanto que para cada 100 mil habitantes brancos, 0,5 é morto pela polícia. Verifica-se ainda que as vítimas da letalidade policial, além de cor, também têm idade preferencial. Entre os mortos pela polícia em 2009 e 2011, a faixa etária que vai de 15 a 29 anos representou 78% dos casos. Quando se cruza a idade e a cor/raça destas vítimas, tem-se, entre 15 e 19 anos, 57% de negros entre os mortos, ao passo que 30% são brancos. Há que se considerar a alta representatividade das informações ignoradas, tanto na idade quanto na cor destas vítimas. Este fato revela a baixa qualidade dos dados produzidos pelos órgãos da segurança pública, que poderiam indicar um cenário ainda mais desigual. Além da produção da desigualdade racial nos resultados da letalidade policial, constatou-se ainda que a vigilância policial como um todo é operada de modo racializado. Os dados sobre as prisões em flagrante indicam que a maioria dos presos é composta de negros, comparados aos brancos presos, mais que o dobro de negros é preso. Estes dados expressam que a vigilância policial privilegia as pessoas negras e as reconhece como suspeitos criminais, flagrando em maior intensidade as suas condutas ilegais, ao passo que os brancos, menos visados pela vigilância policial, gozam de menor visibilidade diante da polícia para o cometimento de atos criminais, sendo surpreendidos com muito menor frequência em sua prática. É indicativo também de que, possivelmente, as atividades criminais mais frequentemente cometidas por negros sejam mais vigiadas, ao passo que atividades criminais mais comuns entre brancos despertem menor atenção da polícia. Pode-se concluir que a filtragem racial está imbricada com as próprias estratégias do policiamento. Estudos sobre o cotidiano policial apontam que diante da ausência de critérios institucionais para se realizar a atividade policial de suspeição, 16

17 critérios subjetivos são mobilizados pelos policiais militares. Segundo Suassuna (2008), a tentativa de tornar mais objetiva a mobilização destes critérios leva os policiais a descreverem o chamado de kit peba o qual serve como indicativo para a suspeição de pessoas e que se refere a um modo de andar, peças do vestuário, formas de falar e olhar, uso de acessórios, horários e locais de trânsito. O trabalho de Suassuna (2008) é importante para demonstrar como conflitos entre os níveis institucional e do agente (policial militar) que, por ventura, possam surgir da utilização de saberes informais (e aqui pode-se inserir: racializados) para a seleção de suspeitos o que, em tese, afrontaria os saberes institucionais apreendidos nas academias de polícia são relativizados diante da necessidade de eficiência nos resultados da instituição. Ou ainda, como estes informalismos (Paixão, 1982) tem anuência velada do Estado em favor da produtividade no trabalho do policial. Mingardi (1992) problematizou sobre a ilegalidade das prisões correcionais (os chamados corrós ) nas delegacias de polícias nos anos de Segundo o autor, mesmo diante da ilegalidade, o Estado assegurava a permanência destas prisões por meio, por exemplo, do fornecimento de alimentação a estes presos. O autor relata que a ausência de conflito entre a instituição policial e esta prática informal dos policiais civis decorria, sobretudo, da imprescindível utilidade dos corrós na garantia de eficiência da atividade policial, principalmente, no procedimento de montagem do inquérito policial de trás para frente (MINGARDI, 1992, p. 54). A hipótese que cerca os dados apresentados por esta comunicação é que a atuação policial marcada pela informalidade e orientada por práticas racializadas, pode se relacionar à busca por eficiência na atividade policial, inscrita justamente em um campo com pouca confrontação pelos níveis institucionais de controle da polícia, dada a pressão por eficiência e otimização de resultados. Ou seja, há uma prática policial consolidada, executada no nível da rua e administrada pelas posições de comando, que legitima tipos de ações como forma de administrar o controle estatal do crime a segmentos populacionais específicos. Afinal, há todo um aparato institucional, como por exemplo a possibilidade do registro nas delegacias de polícia das mortes em decorrência policial na categoria resistência seguida de morte, que se não valida a ação racializada, ao menos, não interrompe a sua continuidade. Uma exemplificação deste argumento é o papel do Ministério Público na legitimação das mortes cometidas por policiais, conforme demonstra o estudo de Misse (2011) sobre os chamados autos de resistência no Rio de Janeiro. Os dados trazidos por 17

18 esta comunicação reforçam as conclusões Ou então, o estudo de Sinhoretto, Silvestre e Schlittler (2014) que verificou que a maioria dos policiais autores de mortes não foi indiciada pelas mortes, pois os inquéritos não concluíram a existência do crime de homicídio por parte dos policiais. O que implica afirmar que seletividade nas ações policiais pode se atrelar às discussões sobre como o limite entre força legítima e violência policial é algo impreciso, relacional - conforme é possível verificar nos estudos de Klockars (1996), Muniz et al (1999), Mesquita Neto (1999), Costa (2003), Costa & Medeiros (2002), Porto (2000), Adorno (2002) - e, talvez, racializado. Os dados trazidos aqui mostraram que quanto mais altas as taxas de letalidade policial, mais elas se concentram sobre a população negra, jovem e dos territórios estigmatizados. Violência policial e racialização, desta forma, são fenômenos sociais correlacionados Outra hipótese, complementar à primeira, conforme o modelo analítico desenvolvido em Sinhoretto (2014), é que a resposta militarizada para o combate aos supostos criminosos é, atualmente, uma das estratégias de controle estatal do crime, a qual produz alto número de mortes e é justificada pelas autoridades da segurança pública como uma forma legítima de atuação. Outra estratégia é a chamada clássica que produz maior número de indiciamentos, de condenações e de presos cumprindo pena no sistema carcerário, em expansão vertiginosa. Entretanto, estas seriam explicações rasas se à questão racial não for dada relevância analítica. A proposta deste paper e do programa de pesquisa ao qual se liga é relacionar o padrão das relações raciais a um modelo de policiamento que, por um lado, privilegia o policiamento ostensivo em detrimento do processo de investigação policial, culminando assim num elevado índice de prisões em flagrante e encarceramento em massa. E por outro lado, tem um viés militarizado na vigilância policial, atingindo desigualmente sobre os grupos racializados e sobre determinados tipos de crimes, produzindo um altíssimo grau de letalidade policial, com vítimas preferenciais entre homens jovens e negros, oriundos de territórios estigmatizados. As evidências empíricas da produção da desigualdade racial na segurança pública foram identificadas, portanto, a partir de três indícios a) inexistência de indicadores sobre a questão racial no campo da segurança pública, b) dados sobre letalidade policial e c) dados sobre prisões em flagrante. Os dados que foram reunidos nesta comunicação pretenderam problematizar os resultados da atividade policial e seu impacto sobre os diversos grupos sociais, usando os indicadores de cor/raça. E ainda, 18

19 como aspectos racializados de prática policial na atividade de seleção de suspeitos permitem as práticas policiais abusivas, criando desvantagens para alguns grupos populacionais, em especial os jovens negros. Referências ADORNO, Sérgio. Crise no sistema de justiça criminal. Ciência e Cultura, SBPC, São Paulo, p , Racismo, criminalidade violenta e justiça penal: réus brancos e negros em perspectiva comparativa. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 9, n. 18, p , 1995 BARROS, Geová da S. Filtragem racial: a cor na seleção do suspeito. Revista Brasileira de Segurança Pública, Ano 2, Edição 3, p , BUENO, Samira. Letalidade na ação policial. In: LIMA, R. S.; RATON, J. L.; AZEVEDO, R. G. Crime, polícia e justiça no Brasil. São Paulo: Contexto. p , COELHO, Edmundo. A administração da justiça criminal no Rio de Janeiro: Dados, Rio de Janeiro, GUIMARÃES, Antônio Sérgio. Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo: Editora 34, Classes, Raças e Democracia. São Paulo: Editora 34, IPEA. Vidas perdidas e racismo no Brasil. Relatório de pesquisa, 2013 KANT DE LIMA, Roberto. A polícia da cidade do Rio de Janeiro. Seus dilemas e paradoxos. Rio de Janeiro: Forense, Ensaios de antropologias e de direitos. Acesso à justiça e processos institucionais de administração de conflitos e produção da igualdade jurídica em uma perspectiva comparada. Rio de Janeiro: Lumen Juris, LIMA, Renato Sérgio. Entre palavras e números: violência, democracia e segurança pública no Brasil. São Paulo: Alameda,

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