Hotelaria em lisboa. com cidades europeias. Tourism, Hospitality and Leisure Department REGULATED BY RICS
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- Fernanda Fernandes Gonçalves
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1 Hotelaria em lisboa análise comparativa com cidades europeias 215 Tourism, Hospitality REGULATED BY RICS
2 hotelaria em lisboa análise comparativa com cidades europeias 215
3 Análise comparativa O presente estudo analisa os principais indicadores referentes ao turismo na cidade de Lisboa no período comparativamente com um conjunto de cidades europeias de forma a estudar o posicionamento da cidade de Lisboa no panorama europeu. Para tal, recolheram-se indicadores tais como a capacidade de alojamento, número de dormidas e taxas de ocupação. As cidades europeias consideradas no estudo foram: Amesterdão, Barcelona, Berlim, Budapeste, Estocolmo, Helsínquia, Madrid, Munique, Oslo, Paris, Praga, Tallinn e Vilnius. FINLÂNDIA NORUEGA SUÉCIA HELSÍNQUIA ESTÓNIA LITUÂNIA HOLANDA ALEMANHA PARIS RÉPUBLICA CHECA FRANÇA HUNGRIA PORTUGAL ESPANHA MADRID Nos últimos anos, tanto a oferta como a procura hoteleira na cidade de Lisboa têm sido pautadas por taxas de crescimento significativas. Os principais indicadores hoteleiros que avaliam o desenvolvimento turístico de um destino, nomeadamente, o nº de estabelecimentos hoteleiros, o número de hóspedes, o nº de dormidas e os preços médios praticados (ADR) têm apresentado taxas de crescimento que por vezes atingem os dois dígitos. O crescimento exponencial da atividade turística na cidade de Lisboa deve-se a diversos fatores, entre eles, o clima, a segurança, a diversidade de oferta fruto da combinação de vários produtos turísticos num só destino, a forte identidade histórico-cultural e qualidade As cidades europeias consideradas no estudo foram: Amesterdão, Barcelona, Berlim, Budapeste, Estocolmo, Helsínquia, Madrid, Munique, Oslo, Paris, Praga, Tallinn e Vilnius. 2
4 Tourism, Hospitality PREVISÃO DE ABERTURA DE UNIDADES HOTELEIRAS EM (215) Classificação identificação aberturas quartos 3* HF Fénix Music Março 19 3* My Story Hotel Rossio Março 46 3* The 7 Hotel Junho 37 3* Hotel Riverside Alfama 4º Trimestre 21 4* Bessa Hotel Lisboa Fevereiro 113 4* Sana Evolution Saldanha Fevereiro 129 4* H1 Duque de Loulé Abril 89 4* Skyna Hotel Lisboa Março 15 4* Hotel Lis Março 49 4* Lux Lisboa Park 2º Semestre 95 4* Vincci Seleccion Lisboa 2º Semestre 85 4* Turim Saldanha Hotel Agosto 86 4* Júpiter Lisboa Hotel Julho 224 4* Turim Terreiro do Paço Hotel 4º Trimestre 5 4* Behotelisboa Setembro 39 5* Hotel Porto Bay Liberdade Fevereiro 98 5* Pousada do Terreiro do Paço Maio 9 5* Hotel Santiago de Alfama Julho 19 5* Palace Lisboa Hotel 4º Trimestre 6 TOTAL fonte: worx Agências Regionais de Promoção em conjunto com o Turismo de Portugal têm impulsionado o crescimento do sector. Outros fatores externos como a instabilidade nos países do norte de África e Médio Oriente, demarcados por violência e insegurança, acabam por redirecionar potenciais turistas para outros destinos, nomeadamente, Lisboa. Numa análise à oferta, verifica-se uma tendência para o aumento do número de estabelecimentos hoteleiros na cidade de Lisboa nos últimos anos. Este aumento significativo é particularmente denotado quando se compara o ano de 21 e 214, onde houve um incremento de unidades próximo dos 34% relativamente ao universo dos estabelecimentos hoteleiros (de 1 a 5 estrelas). O número de estabelecimentos hoteleiros neste período passou de 122 para 163 unidades. Para o ano de 215, prevê-se a inauguração de dezanove novos estabelecimentos hoteleiros, incluindo uma Pousada de Portugal, na cidade de Lisboa. Estas aberturas terão um Nº ESTABELICIMENTOS HOTELEIROS EM (21-214) FONTE: TURISMO DE / ANÁLISE: WORX da oferta hoteleira. Adicionalmente, as várias condecorações a nível internacional, nomeadamente, nos prémios World Travel Awards, onde venceu o melhor destino de city break da Europa em 29, 21 e 213 e mais recentemente, em 214, ganhou o prémio de melhor porto de cruzeiros da Europa, bem como o melhor destino para esse tipo de produto turístico. Para o ano de 215, a cidade de Lisboa está novamente nomeada para as três categorias já referidas, e ainda para o melhor destino da Europa. Acrescendo a estes fatores, também a articulação entre o sector público e privado, os novos incentivos ao investimento e a forte promoção externa por parte das peso significativo na oferta hoteleira existente na cidade, uma vez que correspondem a um reforço de cerca de 12% em termos de unidades e um consequente acréscimo de quartos, ou seja, aproximadamente 9% da oferta existente no final de 214 que era de quartos. O aumento significativo da oferta hoteleira na cidade de Lisboa foi acompanhado por outras cidades europeias, ainda assim, nenhuma outra cidade em análise conseguiu superar o incremento de 34%. Não obstante, destacam-se as cidades de Budapeste e Barcelona com crescimentos na ordem dos 18% e 14%, respetivamente. 3
5 Apesar das elevadas taxas de crescimento verificadas nos últimos anos, verifica-se que Lisboa dispõe de uma oferta hoteleira absoluta inferior a outras cidades europeias, nomeadamente, Madrid com 27 unidades, Amesterdão com 421 e Praga com 517. Do universo em estudo, a capital europeia com maior oferta hoteleira em termos de estabelecimentos hoteleiros é Paris com 1.54 unidades enquanto Helsínquia e Oslo dispõem da oferta mais reduzida, com 52 e 73 unidades, respetivamente. Nº ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS NAS PRINCIPAIS CIDADES EUROPEIAS (214) MADRID PARIS Relativamente à capacidade de aloja- FONTE: TURISMO DE, TOURMIS, STATISTIK-BERLIN, INE (ESPANHA) / ANÁLISE: WORX mento, a cidade de Lisboa tem apresentado taxas de crescimento com alguma expressão, em especial para os dois últimos anos em análise, com 6% e 3,7% em 212/213 e 213/214, respetivamente. Em 214 a capacidade de alojamento era de camas. Nº DE CAMAS EM (21-214) A análise ao rácio nº estabelecimentos/ nº de camas permite-nos concluir que as novas unidades que surgiram na cidade são caracterizadas por uma capacidade mais reduzida, passando de uma média de 289 camas por unidade hoteleira em 21 para 243 em No quadro europeu em análise, Vilnius, Tallinn, Helsínquia e Oslo são as cidades com menor capacidade de alojamento com 1.227, , e camas, seguindo-se a cidade de Estocolmo (39.8) e Lisboa. Por outro lado, Paris e Berlim são as cidades com maior capacidade, com e , respetivamente. FONTE: TOURMIS / ANÁLISE: WORX Nº DE CAMAS NAS PRINCIPAIS CIDADES EUROPEIAS (214) MADRID ¹ PARIS ¹ FONTE: TURISMO DE, TOURMIS, STATISTIK-BERLIN, INE (ESPANHA) / ANÁLISE: WORX ¹ A CAPACIDADE DE ALOJAMENTO DE PARIS E MADRID É REFERENTE AO ANO DE
6 Tourism, Hospitality Nº DE DORMIDAS EM (21 214) Nº DORMIDAS NAS PRINCIPAIS CIDADES EUROPEIAS (214) ,76 2,86 3,28 4 7,78 8,15 8,43 FONTE: TURISMO DE, TOURMIS, STATISTIK-BERLIN, INE (ESPANHA) / ANÁLISE: WORX Nº DE DORMIDAS EM POR NACIONAIS E ESTRANGEIROS (21 214) 1M 8M 6M 4M 2M 73,7% 21 75,6% ,8% ,5% ,7% FONTE: TOURMIS / ANÁLISE: WORX 12,57 13,45 14,75 16,51 MADRID , , ,3 PARIS No que diz respeito ao número de dormidas, Lisboa também tem registado um incremento ano após ano nas taxas de crescimento. No período o nº de dormidas apresentou um crescimento de 36,2%, com destaque para o período 213/214 onde o crescimento foi de 16%. Em 214 o número total de dormidas na cidade de Lisboa foi de aproximadamente 8,43 milhões. No contexto europeu, apesar do valor registado em 214 em Lisboa ser manifestamente superior ao registado em cidades como Vilnius (1,76 milhões) e Tallinn (2,86 milhões), fica consideravelmente distante de cidades como Amesterdão (12,57 milhões), Praga (14,75 milhões) e Madrid (15,18 milhões). Esta diferença é ainda mais notória quando comparada com Paris (36,3 milhões) e Berlim (28,69 milhões de dormidas). Apesar das disparidades em termos absolutos, Lisboa com um crescimento de 36,2%, consegue apresentar uma das maiores taxas de crescimento quando comparada com as restantes cidades em análise sendo apenas ultrapassada por Berlim, Budapeste e Vilnius com cerca de 38%, 39% e 58% para o período em análise, de 21 a 214. De salientar também cidades como Amesterdão (29,3%), Praga e Barcelona (ambas com 22%) e Munique (21%) que apresentam as taxas mais próximas da registada por Lisboa. A crescente notoriedade e reconhecimento de Lisboa como um destino de referência na Europa tem-se refletido no crescimento do número de dormidas referentes ao mercado externo e no peso que representam no número total de dormidas. Em 21 o número de dormidas referentes ao mercado externo representavam cerca de 74% do total de dormidas, sendo que em 214 o peso passou a ser cerca de 8%. Não obstante, é pertinente salientar que houve uma quebra contínua no número de dormidas por parte dos hóspedes nacionais entre 21 e 213. Ainda assim, em 214, o mercado interno obteve um acréscimo próximo dos 15%, o que fez que com o número de dormidas nacionais superasse os números de 21, facto sinalizador do aumento do consumo privado e da confiança na recuperação económica do país. DORMIDAS NACIONAIS DORMIDAS ESTRANGEIRAS 5
7 Das cidades em análise, para o ano de 214, apenas Lisboa (8%), Amesterdão (81%), Barcelona (85%), Budapeste (88%), Tallinn (89%) e Praga (91%) conseguem captar um volume de dormidas de estrangeiros acima dos 8%. A taxa de ocupação-cama fixou-se no 59% em 214 na cidade de Lisboa. Este valor corresponde a um aumento de 1,3 p.p. relativamente ao ano de 21. Das cidades em análise, Barcelona apresenta a taxa de ocupação mais elevada, com 69,8%, seguido por Paris, com 63,1% (referente a 213). É facilmente percetível que a taxa de ocupação em Lisboa tem sofrido alterações ao longo dos últimos anos, e neste momento posiciona-se acima de cidades como Madrid, Praga e Berlim e também próxima de Munique e Amesterdão. Nº DORMIDAS NAS PRINCIPAIS CIDADES EUROPEIAS (214) % 89% 52% 37% 41% DORMIDAS NACIONAIS DORMIDAS ESTRANGEIRAS FONTE: TURISMO DE, TOURMIS / ANÁLISE: WORX taxa ocupação-cama em taxa ocupação-cama 21 48,7% 211 5,3% % ,3% % fonte: Fonte: INE, Tourmis; Análise: Worx 8% 88% 81% 49% 85% 45% MADRID 91% 44% 68% PARIS A taxa de ocupação-cama fixou-se no 59% em 214 na cidade de Lisboa. Este valor corresponde a um aumento de 1,3 p.p. relativamente ao ano de 21. TAXA DE OCUPAÇÃO-CAMA NAS PRINCIPAIS CIDADES EUROPEIAS (214) 8,% 7,% 69,8% 6,% 5,% 45,2% 45,3% 46,% 47,% 5,3% 52,2% 53,8% 55,3% 58,3% 59,% 59,8% 61,6% 63,1% 4,% MADIRD ² ² PARIS ² FONTE: TURISMO DE, TOURMIS, STATISTIK-BERLIN, INE (ESPANHA) / ANÁLISE: WORX ² A TAXA DE OCUPAÇÃO DE PARIS, MADRID E É REFERENTE AO ANO DE 213 6
8 Tourism, Hospitality PREVISÃO DOS INDICADORES HOTELEIROS DA CIDADE DE N.º de unidades N.º de camas N.º de dormidas Rácio dormidas/ camas 212, Conclui-se que a crescente abertura de novas unidades tem sido absorvida pelo aumento registado nas dormidas. Construiu-se um forecast para os anos 215 e 216, recorrendo à previsão da nova oferta hoteleira para 215 e 216 (levantamento efetuado no âmbito do estudo semestral publicado pela Worx Wmarket) e estimámos o número potencial de dormidas utilizando a taxa de crescimento médio anual do período em análise (TCMA 8%). Os resultados obtidos são consistentes com a situação atual, uma vez que mostram uma continuidade da absorção da procura hoteleira face à nova oferta. Prevê-se ainda que em 216 a absorção se faça a um ritmo mais elevado, uma vez que se verifica um aumento do rácio nº dormidas/cama Conclui-se que, no período , apesar da crescente abertura de novas unidades (+34%) e consequente aumento da capacidade de alojamento em termos de camas (+ 12,3%), esta tem sido absorvida pelo aumento registado nas dormidas, que cresceram 36,2% o que tem contribuído para um incremento das taxas de ocupação. Para a consolidação de Lisboa como um destino de referência no panorama europeu, colocam-se, no entanto, vários desafios e oportunidades. Por um lado, e em linha com o programa de turismo 22 para Lisboa, os principais desafios prendem-se com os problemas de capacidade e funcionamento do Aeroporto de Lisboa para responder a possíveis aumentos de tráfego, a falta de liquidez das empresas do sector para investir e a degradação de alguns equipamentos e infraestruturas culturais e desportivas, resultado atual conjuntura económica. Em contraposição aos desafios, também surgem oportunidades que podem e devem auxiliar a consolidação de Lisboa, entre elas, o potencial do destino para abranger diversos produtos turísticos (turismo cultural, desportivo, náutico e negócios), a abertura de novas rotas aéreas e consolidação da oferta low cost, a sucessiva organização de eventos e congressos de renome internacional resultante do crescente interesse da massa critica internacional na cidade, o seu posicionamento geoestratégico e o crescente investimento que se tem feito na reabilitação de edifícios devolutos, não só nas zonas mais turísticas como nos locais mais autênticos e característicos da cidade. Notas Metodológicas Na falta pontual de algum dado estatístico, utilizou-se o valor do ano imediatamente anterior. Os dados para Budapeste, Tallinn, Praga, Berlim e Helsinki consideram todas as unidades de alojamento pagas. Os dados para Lisboa, Oslo, Vilnius, Madrid, Estocolmo, Munique, Amesterdão, Paris e Barcelona consideram apenas os estabelecimentos hoteleiros. 7
9 Av. da República, n.º25, Piso Lisboa, Portugal Tel.: Fax: Tourism, Hospitality REGULATED BY RICS
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