Aspásia Camargo (PV) e Rodrigo Dantas (DEM) debatem com médicos o futuro da saúde pública do Rio de Janeiro

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1 Aspásia Camargo (PV) e Rodrigo Dantas (DEM) debatem com médicos o futuro da saúde pública do Rio de Janeiro Os temas saúde pública e exercício profissional médico foram debatidos nesta 5ª (30/8), na sede do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, com os candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PV, Deputada Estadual Aspásia Camargo, e pelo DEM, Deputado Federal Rodrigo Maia. A mesa dos dois encontros foi presidida pelo Diretor do SinMed/RJ, José Romano, representando do Presidente da entidade, Jorge Darze, que participava de reunião com os médicos federais no Ministério do Planejamento, em Brasília. Aspásia Camargo: planejamento, descentralização e valorização profissional contra a má gestão Primeira debatedora do dia, Aspásia Camargo, apontou a má gestão como maior problema enfrentado pela saúde pública do Rio de Janeiro. Temos a maior rede do mundo em número de hospitais públicos e privados, mas que não funciona, porque do orçamento da saúde, gasta-se mais em construção de prédios novos, e no que não é fundamental, do que com atendimento aos pacientes, ressaltou. A saúde não é vista (pelos governantes) como uma indústria poderosa que precisa ser desenvolvida... o problema é de gestão. O nosso sistema de gestão está errado. Depois de ouvir atentamente as informações e denúncias feitas pelos médicos presentes, no final do debate, a historiadora afirmou que, para aprofundar o assunto, espera contar com a ajuda do Sindicato dos Médicos, como principal interlocutor. Ela reconheceu que o papel do Conselho de Saúde é também muito importante para ajudar a encontrar as soluções para a crise do setor. Segundo a parlamentar, a terceirização é usada para esconder a verdade. É doloroso ver a situação do funcionalismo no Rio de Janeiro, destacou. Essa é uma crise de identidade e de perda de identidade, usando como exemplo a destinação de Bombeiros médicos para abastecer a desestruturada rede de saúde. A candidata destacou, entre as ações do seu governo para o setor, a criação da Secretaria de Planejamento, para dar sustentabilidade às ações de governo; o investimento em programas de prevenção, salientando que o princípio básico que o PV sustenta é o mesmo da saúde: prevenção ; e a descentralização nas unidades de saúde, pois o diretor tem que ter autoridade para gerir os seus recursos.

2 Todos têm que ganhar: os médicos, o governo e os usuários, disse ela, advertindo que é preciso pensar na municipalização. O prefeito é o gestor pleno da saúde, mas ele não exerce essa função. Há falta de autoridade. Demonstrando conhecer bem o tema, Aspásia lembrou que foi relatora da CPI da Saúde na Câmara Municipal, em 2005, quando era vereadora da cidade. A candidata verde defendeu a criação da carreira de gestor público na área da saúde, frisando que ela já existe em vários órgãos da administração federal e que, em áreas complexas, que exigem planejamento, contribui para reduzir a falta de controle, inclusive desvios de recursos públicos. Ela propôs ainda a criação de uma central única de regulação de leitos para os hospitais das três esferas e a implantação do plano de carreira médica com 30 horas, como existia no passado, com salário justo para que a categoria não seja obrigada a fazer plantões aberrantes e submeter-se a regimes de trabalho anormais e injustos. A candidata demonstrou interesse em saber mais sobre o Decreto nº 5392, de 2005, do então Presidente Lula, que declarou o estado de calamidade pública no setor hospitalar do SUS no Rio de Janeiro, e que ainda está em vigor. Rodrigo Maia: defesa da gestão pública e diálogo com os médicos para organizar carreira Rodrigo Maia (DEM) participou do debate com os médicos, no SinMed/RJ, acompanhado da Deputada Estadual Clarissa Garotinho (PR), candidata a Vice-Prefeita em sua chapa. Ele iniciou a sua participação, destacando os aspectos positivos da gestão do Secretário Municipal de Saúde, Ronaldo Gazolla, durante o governo César Maia. Gazolla foi secretário durante os governos de Marcello Alencar, César Maia e Luiz Paulo Conde. O candidato do DEM lembrou, entretanto, que a municipalização dos hospitais federais, em 1999, fez dobrar o tamanho da rede pública, elevando muito os custos para a prefeitura, e que quando Conde assumiu, começaram os problemas do sistema. O candidato mostrou grande interesse em ouvir e aprender com os médicos, que além de dados sobre o funcionamento do setor, transmitiram também as suas angústias e expectativas. Contrário ao atual modelo de gestão da saúde pública adotado pelo Prefeito Eduardo Paes, Rodrigo Maia criticou as OSs. Há um caminho nacional que está sendo referendado por Sérgio Cabral e Eduardo Paes, que é a política da privatização, frisou. Ele salientou que existem três sistemas dentro da rede de saúde: o privado dentro do público, o público e o privado. Ele pretende acabar com as OSs em seu governo.

3 É absurdo o que estão fazendo com a saúde, disse ele, informando que Paes gastará mais de dois milhões de reais com pagamento das OSs até o final do seu mandato. E para onde foi esse dinheiro?, questionou. Ele apontou diversos problemas que precisam ser enfrentados: os médicos estão querendo sair da rede, os equipamentos públicos não falam entre si, as UPAs não funcionam. A Clínica da Família (Programa de Saúde da Família) é um projeto distorcido, pois não está dentro das comunidades e não tem planejamento. Só constroem, mas não tem médico para suprir a demanda. O filho do ex-prefeito César Maia defendeu que a gestão pública da saúde seja feita pela prefeitura e que esta volte a valorizar os servidores da área em todos os âmbitos. O grande desafio será organizar a carreira. Sem isso não adianta prometer a contratação de médicos, mesmo abrindo concurso, frisou o candidato. Sobre o PCCS da categoria médica, Rodrigo afirmou que nada será resolvido se o governo não conversar com os médicos de acordo com a sua capacidade, para fazer a transição, mostrando aos profissionais que a carreira pública pode ser interessante. A ideia é demitir os contratados, gradativamente, mas fazer concurso público no início do governo, enquanto reorganiza a carreira médica. A informatização total da rede é outra proposta de governo de Maia. Rodrigo Maia afirmou que o debate sobre a saúde pública deve ser ideológico e que a questão e nacional. O servidores não podem ser considerados os vilões da crise. O que nós tínhamos antes, diziam que não era bom, mas o que se tem hoje é péssimo. Ele destacou que o governo petista acredita na tese de que o serviço público funciona melhor com o privado, ainda acreditam nisso apesar de toda a trambicagem. Para o candidato, a atual união entre as três esferas de governo, tão alardeada pelo PT e PMDB, é uma fraude, uma fantasia, pois existe apenas politicamente. Ele defende que entre os três entes haja união administrativa e não só política. Ao final do encontro, Rodrigo Maia assinou a carta compromisso com as reivindicações dos médicos.

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