Ciências do Ambiente
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- Simone Fagundes di Azevedo
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1 Universidade Federal do Paraná Engenharia Civil Ciências do Ambiente Aula 09 Ambiente Construído e Planejamento Urbano Profª Heloise G. Knapik 1
2 O relógio de Joelma Santiago, 36 anos em 2014, viúva, três filhos, toca em sua cabeceira às 2h50. Em meia hora ela se apronta para sair. Às 3h20, está sempre muito escuro quando ela já aguarda o ônibus que a levará da periferia ao Centro de Queimados, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. De lá ela tem duas opções: o trem, já lotado, ou a van. O auxílio-transporte que recebe permite a van. Ela entra na fila. Sim, tem fila às quatro da madrugada para pegar um transporte que é mais caro que o trem e o ônibus. As pessoas se apressam, porque o risco de sair mais tarde e ficar preso no trânsito é enorme. Em 40 minutos, ela chega à Central do Brasil, no Centro. Se fizesse o percurso de trem, demoraria mais de uma hora e viajaria provavelmente espremida e em pé. Na Central, ela espera outro ônibus, no qual vai até a Zona Sul, onde trabalha como cozinheira. Não precisaria ir tão cedo, mas se deixasse para sair às seis da manhã chegaria entre as 10h30 e as 11 horas no serviço. Chega por volta das 5h15, a tempo de voltar a dormir antes de ir para a cozinha preparar o café da manhã. Enquanto isso, em sua casa, em Queimados, seus filhos levantam sem a mãe por perto. Eles tomam café sozinhos e vão para a escola. Texto retirado do livro História do Futuro: O horizonte do Brasil no século XXI, de Miriam Leitão
3 Por quê uma cidade se torna insustentável?
4 Níveis elevados de uso de recursos Desperdício Poluição Pobreza Falta de planejamento!!!
5 Crise ambiental Crescimento urbano Impermeabilização do solo Demanda elevada de recursos naturais Geração de resíduos Ocupação de áreas de risco Poluição Congestionamentos
6 Como as cidades podem se tornar mais sustentáveis e habitáveis?
7 Conservação do meio ambiente Estilo de vida saudável Balanço saudável entre ambiente natural e construído Economia eficiente e dinâmica
8 Como as cidades podem se tornar mais sustentáveis e habitáveis? Usar recursos de energia renovável e projetar edifícios que são aquecidos e resfriados o tanto quanto possível por processos naturais Construir e projetar cidades para pessoas, não para carros Reduzir a geração de resíduos e o desperdício de energia Evitar a poluição Reciclar, reutilizar e criar adubos do resíduo sólido do município (compostagem)
9 Como as cidades podem se tornar mais sustentáveis e habitáveis? Proteger e incentivar a biodiversidade, preservando terrenos não urbanizados e protegendo e armazenando os sistemas naturais e zonas úmidas em torno das cidades Promover a criação de jardins urbanos Utilizar zoneamento e outras ferramentas para manter a expansão urbana em níveis ambientalmente sustentáveis.
10 Planejamento Projeto Construção Operação Manutenção Fechamento do ciclo de vida útil
11 Surgimento das cidades Planejamento Conflitos de uso Crescimento desordenado Problemas de infraestrutura Cidades insustentáveis
12 Planejar para: Otimizar o uso dos recursos Acelerar a implantação dos processos Evitar trabalho e gastos desnecessários Reduzir riscos, conflitos e impactos ambientais
13 Planejamento Urbano Crescimento Inteligente Desenvolvimento de uma comunidade que protege: Os recursos naturais Espaços abertos Atributos culturais e históricos de uma comunidade Aproveita áreas já urbanizadas
14 Princípios do crescimento inteligente Uso misto do solo Projetos inteligentes em edifícios Facilidade de mobilidade trechos acessíveis sem automóveis Preservação de espaços abertos, promovendo a integração e hábitos saudáveis Fortalece e direciona o desenvolvimento para comunidades existentes Alternativas em meios de transporte Planejamento e desenvolvimento com foco na eficiência
15 Princípios do crescimento inteligente Uso misto do solo Drenagem Urbana e Planejamento Urbano Bacia de Retenção Bacia de Detenção
16 Princípios do crescimento inteligente Projetos inteligentes em edifícios Controle do escoamento na fonte Telhados Verdes
17 Princípios do crescimento inteligente Facilidade de mobilidade trechos acessíveis sem automóveis
18 Como o sistema de transporte afeta os impactos ambientais urbanos?
19 Como o transporte afeta os impactos ambientais urbanos? Crescimento urbano: Horizontal EUA/ Austrália/ Canadá Aumento da distância Aumenta a dependência de carros Vertical Hong Kong (China) e Tóquio (Japão) Aumento da densidade pop., diminui os trechos para locomoção Diminuição da dependência de carros
20 Como o transporte afeta os impactos ambientais urbanos? Automóveis Vantagens: Mobilidade Praticidade e conforto Movimenta a economia Desvantagens Acidentes (humanos e animais) Emissão de gases de efeito estufa mudanças climáticas Congestionamentos O número de carros aumenta para preencher o concreto disponível Robert Samuelson
21 Como o transporte afeta os impactos ambientais urbanos? Medidas para a redução Cobrança de impostos nos combustíveis Cobranças de taxas (pedágios) para áreas centrais ou para uso individual do automóvel em determinadas vias Compartilhamento de carros Viabilização de alternativas Ciclovias Sistema de transporte sobre os trilhos nas áreas urbanas Sistema de ônibus interligando diferentes regiões
22 Benefícios ambientais do crescimento inteligente Melhoria da qualidade do ar Melhoria da qualidade da água Preservação de espaços abertos Reurbanização/ recuperação de áreas degradadas
23 Ferramentas para o crescimento inteligente Limites e regulamentações Zoneamento Planejamento Proteção Impostos Incentivos fiscais Revitalização e novo crescimento
24 Ferramentas para o crescimento inteligente 1. Limites e regulamentações Limite de licenças de construção Definição de limites de crescimento urbano Criação de cinturões verdes em torno das cidades
25 Ferramentas para o crescimento inteligente 2. Zoneamento Promoção do uso misto de habitação e pequenas empresas Concentração do desenvolvimento com as rotas de transporte público
26 Plano Diretor Instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados
27 Plano Diretor É resultado do planejamento futuro da cidade Organiza seu crescimento e transformação Define as ações prioritárias Dimensiona as metas a serem buscadas Regulamenta os instrumentos urbanísticos para normatizar o processo de construção e o mercado imobiliário Estabelece o sistema de gestão democrática
28 Plano Diretor de Curitiba Transporte Coletivo Uso do Solo Sistema Viário
29 Sistema Integrado de Transporte Público Curitiba
30 Plano Diretor de Curitiba Propostas de Emendas Meio ambiente: Incentivo aos telhados verdes Inclui as coberturas de edificações como espaço para a agricultura urbana Plano de Recursos Hídricos (Recuperação de rios urbanos) IPTU verde políticas de incentivo ao desenvolvimento sustentável Mobilidade urbana Usar resíduos da construção civil nas calçadas Expansão das vias para transporte público Descentralização da Estação Rodoviária Bilhete único e horário de ônibus Incentivo a estacionamentos próximos a terminais Bikesharing (implantação de sistema e aumento da malha cicloviária) Mobilidade corporativa no transporte solidário (=incentivar as caronas!)
31 Ferramentas para o crescimento inteligente 3. Planejamento Planejamento de uso da terra Análise do impacto ambiental Planejamento regional integrado 4. Proteção Preservação do espaço aberto Compra de novo espaço aberto Proibição de certos tipos de desenvolvimento
32 Ferramentas para o crescimento inteligente 5. Impostos Imposto territorial sobre o valor do uso real 6. Incentivos fiscais Para os proprietários que concordam em não permitir certos tipos de desenvolvimento Para limpeza e desenvolvimento de locais urbanos abandonados
33 Ferramentas para o crescimento inteligente 7. Revitalização e novo crescimento Revitalização das cidades existentes Construção de novas cidades e vilas bem planejadas nas cidades
34 EXEMPLOS REVITALIZAÇÃO DE ÁREAS URBANAS
35 Pedreira Paulo Leminski/ Opera de Arame Pedreira Municipal e usina de asfalto. Ano: 1990
36 Parque Tanguá (Curitiba e Almirante Tamandaré) Antiga área de pedreiras, já foi depósito de lixo industrial. Ano: 1996
37 Exemplos Internacionais Seul, Coréia do Sul RECUPERAÇÃO DE RIOS URBANOS
38 Recuperação rio em Seul Retirada da canalização/pavimentação 5.8 km de extensão 400 hectares (= 4 km²) 80 m de largura
39 Recuperação rio em Seul Parque urbano linear: U$ 300 milhões 3 anos 5.8 km de extensão 400 hectares (= 4 km²) 80 m de largura
40 Recuperação rio em Seul
41 Exemplos Internacionais Manila, Filipinas RECUPERAÇÃO DE RIOS URBANOS
42 Recuperação ambiental de rios com ilhas artificiais para a recuperação microbiológica da água. Foto: Manila, capital das Filipinas. Fonte:
43 Ilhas Flutuantes (FTWs: Floating Treatment Wetlands)
44 Ilhas Flutuantes (FTWs: Floating Treatment Wetlands) Área de decomposição ativa: formação de biofilme Área de contato entre as raízes das plantas e a água Aeração e circulação da água Fonte:
45 Processos: Nitrificação (ocorrência de bactérias no biofilme) Decomposição biológica (oxidação) da matéria orgânica Sorção de compostos no biofilme (redução de metais da coluna d água) Aumento da biodiversidade alteração na cadeia trófica Filtração nas raízes das plantas Fonte:
46 Principais benefícios Aumento da transparência da água Redução dos níveis de nutrientes Redução do crescimento de algas e cianobactérias Redução de odores (decomposição aeróbia) Recuperação ambiental CUSTO & DURAÇÃO Entre 2 mil a 20 mil dólares por ilha Vida útil de 20 a 50 anos Fonte:
47 EXEMPLOS ECO CITIES
48 Tianjin Eco-City: o exemplo de China e Singapura Área construída: > 34 km² (Curitiba tem 430 km²) População de projeto: 350 mil habitantes (Curitiba: 1,75 milhões) Projeto colaborativo entre China e Singapura Custo: U$ 22 bilhões
49 Tianjin Eco-City: o exemplo de China e Singapura Local de construção: um antigo depósito de lixo industrial
50 Tianjin Eco-City: Inovações Sistema central de transporte público via trem elétrico interligando as demais regiões, ciclovias e passeios: estimativa de uso de carro em menos de 10%. Wetlands como espaço para desenvolvimento de diferentes espécies (pássaros e animais) Energia de fontes renováveis (solar e eólica): 20% da energia necessária Utilização de compostagem de resíduos orgânicos para geração de energia Gerenciamento do consumo de água e energia nas instalações Sistema de dessalinização de água do mar para usos diversos Sistemas inteligentes nas instalações prediais para controle de temperatura
51 CIDADES PLANEJADAS: ZURIQUE, SUÍÇA 51
52 ZURIQUE, SUÍÇA O projeto privilegiou ruas e avenidas que facilitassem o transporte público em massa (sistema viário) Organizado sistema de tratamento de resíduos
53 CIDADES PLANEJADAS: AMSTERDÃ, HOLANDA 53
54 AMSTERDÃ, HOLANDA Localizada abaixo do nível do mar. A cidade foi construída atrás da proteção de grandes barreiras e canais que impedem o avanço do mar e garantem o escoamento da água com segurança.
55 CIDADES PLANEJADAS: SEOUL, CORÉIA DO SUL 55
56 SEOUL, CORÉIA DO SUL Transportes públicos bem definidos O metrô é bem ligado e trabalha em coordenação com os ônibus. A cidade tem demarcações separadas para áreas residenciais, comerciais e de entretenimento. As estradas têm pistas de ciclismo em separado, o que torna mais fácil a gestão do tráfego.
57 CIDADES PLANEJADAS: BRASÍLIA, BRASIL 57
58 BRASÍLIA, BRASIL Traçado em forma de um enorme avião com zonas específicas atribuídas para diferentes fins, como residenciais, bancos, hospitais e empresas Meta de ocupar e desenvolver a região central do Brasil
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