TÁ RUIM MAS TÁ BOM : SOBRE O PROGRAMA MINHA CASA MINHA NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
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- Alexandre Escobar Domingos
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1 SEMINÁRIO LEUS 2013 Laboratório de Estudos Urbanos e Socioambientais Departamento de Serviço Social PUC-Rio TÁ RUIM MAS TÁ BOM : SOBRE O PROGRAMA MINHA CASA MINHA NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO SAMUEL THOMAS JAENISCH Observatório Das Metrópoles Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Universidade Federal do Rio de Janeiro 20 de agosto de 2013 PUC-Rio
2 EQUIPE ADAUTO LUCIO CARDOSO (PROFESSOR IPPUR/UFRJ) SAMUEL THOMAS JAENISCH (DOUTORANDO IPPUR/UFRJ) FLÁVIA DE SOUZA ARAÚJO (DOUTORANDA IPPUR/UFRJ) DÉCIO NUNES RODRIGUES (APOIO TÉCNICO/CNPQ) NATHAN FERREIRA DA SILVA (PIBIC/CNPQ) VIVIAN SANTOS DA SILVA (PIBIC/UFRJ) MARIA PEREIRA GREEN CONTATO: FONE: / (PIBIC/UFRJ) JÚLIO FERRETI (REGISTRO AUDIO-VISUAL)
3 PARTE I PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA: ANTECEDENTES E CRÍTICAS
4 ANTECEDENTES DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA BANCO NACIONAL DE HABITAÇÃO (1964/1986) CRIADO PELO REGIME MILITAR COMO PARTE DO PROCESSO DE REESTRUTRAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL TINHA COMO OBJETIVO ESTIMULAR O CRESCIMENTO ECONÔMICO A PARTIR DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL E LEGITIMAR O REGIME AMPLIANDO O ACESSO À MORADIA PARA AS CLASSES BAIXAS PRODUÇÃO EM MASSA DE UM GRANDE NÚMERO DE UNIDADES HABITACIONAIS CRÍTICAS PRODUÇÃO DE CONJUNTOS-BAIRRO SEGREGAÇÃO E PERIFERIZAÇÃO DAS CLASSES BAIXAS BAIXA QUALIDADE CONSTRUTIVA DAS EDIFICAÇÕES PROCESSOS VIOLENTOS DE REMOÇÃO E REASSENTAMENTO
5 ANTECEDENTES DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA PERÍODO SARNEY/COLLOR/ITAMAR/FHC (1985/2002) POLÍTICAS HABITACIONAIS MARCADAS DESCONTINUIDADES E BAIXA PRODUÇÃO POR FRAGMENTAÇÃO, PERÍODO DE CRISE ECONÔMICA E RETRAÇÃO DO ESTADO PERÍODO LULA ( ) CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DAS CIDADES DIÁLOGO COM A UNIVERSIDADE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS ESTRATÉGIAS DE PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL DA POLÍTICA SISTEMA NACIONAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL (2005) PLANO NACIONAL DE HABITAÇÃO (2009)
6 PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (2009) CRIADO COMO ESTRATÉGIA PARA REDUZIR OS EFEITOS DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL DE 2008 A PARTIR DO ESTÍMULO DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL TINHA COMO META INICIAL A PRODUÇÃO DE DE NOVAS UNIDADES HABITACIONAIS PARA AS A FAMÍLIAS COM RENDA DE ATÉ 10 SALÁRIOS MÍNIMOS POLÍTICA HABITACIONAL POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
7 PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA DESENHO INSTITUCIONAL QUE CONFERE PAPEL CENTRAL PARA A INICIATIVA PRIVADA NA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA: CONSTRUTORA DEFINE A LOCALIZAÇÃO, TAMANHO, FAIXA DE RENDA E PROJETO ARQUITETÔNICO DO EMPREENDIMENTO CAIXA ECONÔMICA FEDERAL GARANTE SUBSIDIO INTEGRAL PARA FAMILIAS COM RENDA MENSAL ATÉ R$1600,00 E PARCIAL PARA FAMÍLIAS COM RENDA ENTRE R$1600,00 E R$ PROGRAMA DIVIDIDO EM CINCO MODALIDADE DE FINANCIAMENTO: FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO (FGTS) FUNDO DE ARRENDAMENTO RESIDENCIAL (FAR) FUNDO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MCMV-Entidades) OFERTA PÚBLICA (municípios até habitantes) PROGRAMA NACIONAL DE HABITAÇÃO RURAL
8 CRÍTICAS AO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA POLÍTICA VOLTADA PARA A PRODUÇÃO QUANTITATIVA E NÃO QUALITATIVA DE UNIDADES HABITACIONAIS PAPEL SECUNDÁRIO PARA AS ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS APENAS DEFINEM CRITÉRIOS PARA SELECIONAR OS BENEFICIÁRIOS QUE DESCONTINUIDADE E DESARTICULAÇÃO COM AS POLÍTICAS URBANAS QUE VINHAM SENDO ELABORADAS PELO MINISTÉRIO DAS CIDADES CASO DO RIO DE JANEIRO: POUCA OU NENHUMA ARTICULAÇÃO COM AS DEMAIS POLÍTICAS DE INTERVENÇÃO URBANA EM ANDAMENTO (BRT S, PROJETO OLÍMPICO, PORTO MARAVILHA, INVESTIMENTOS DO PAC) PROGRAMA NÃO CONSEGUIU RESOLVER OS PROBLEMAS QUE JÁ TINHAM SIDO APONTADOS PARA OS PROGRAMAS HABITACIONAIS ANTERIORES
9 CRÍTICAS AO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA NÃO CONSEGUIU RESOLVER OS PROCESSOS DE PERIFERIZAÇÃO DA HABITACÃO DE INTERESSE SOCIAL, ESPECIALMENTE AQUELA VOLTADA PARA AS FAIXAS DE RENDA MAIS BAIXAS MANTEVE A TENDÊNCIA A CONSTRUIR EMPREENDIMENTOS DE GRANDE PORTE MANTEVE A BAIXA QUALIDADE ARQUITETÔNICA E CONSTRUTIVA DOS EMPREENDIMENTOS APROVADOS SEGUE SENDO UTILIZADO PARA PROCESSOS DE REMOÇÃO OU DESLOCAMENTO QUE DESARTICULAM AS REDES DE SOLIDARIEDADE E INTERDEPENDENCIA DAS FAMÍLIAS SEGUE SENDO IMPLANTADO EM ÁREAS COM PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA, BAIXA OFERTA DE SERVIÇO BÁSICOS, E TRANSPORTE PÚBLICO DEFICIENTE
10 PARTE II O PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
11 DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES HABITACIONAIS PRODUZIDAS Região Região Metropolitana Norte Fluminense Médio Paraíba Baixadas Litorâneas Serrana Noroeste Fluminense Centro Sul Fluminense Costa Verde TOTAL Quantidade relativa ao total Nº Unidades contratado no Estado do RJ ,06% ,37% ,43% ,99% ,76% 874 0,73% 756 0,63% 44 0,04% Município Rio de Janeiro Belford Roxo São Gonçalo Duque de Caxias Nova Iguaçu Queimados Magé Maricá São João de Meriti Niterói Itaguaí Itaboraí Seropédica Tanguá Japeri Nilópolis Mesquita Total Unidades % 9.50% 6.07% 5.61% 5.32% 3.88% 2.79% 2.08% 1.77% 1.58% 1.21% 1.17% 0.65% 0.46% 0.44% 0.35% 0.20% %
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13 EMPREENDIMENTOS PRODUZIDOS REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO 138 EMPREENDIMENTOS FAIXA DE RENDA ATÉ R$1600,00 - FAIXA 1: 176 EMPREENDIMENTOS (46,56%) FAIXA DE RENDA DE R$1600,00 a R$5000,00 - FAIXA 2 E 3: 202 EMPREENDIMENTOS (53,33%) PROGRAMA PODERÁ GERAR O DESLOCAMENTO DE APROXIMADAMENTE PESSOAS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO APROXIMADAMENTE PESSOAS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
14 Guapimirim Duque de Caxias Nova Iguaçu Magé Paracambi Japeri Itaboraí Belford Roxo Queimados S.J. Meriti Seropédica Itaguaí Taguá Mesquita Nilóplis São Gonçalo Niterói Rio de Janeiro Maricá
15 CERCA DE 53% DE TODAS AS UNIDADES PRODUZIDAS PARA A FAIXA 1 NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO ESTÃO NA ZONA OESTE
16 95% DAS UNIDADE CONSTRUÍDAS NO BAIRRO DE SANTA CRUZ SÃO PARA A FAIXA 1
17 OUTROS FOCOS DE CONCENTRAÇÃO FAIXA 1: PERIFEIRA DE BELFORD ROXO, SÃO GONÇALO E QUEIMADOS
18 CERCA DE 51% DE TODAS AS UNIDADES PRODUZIDAS PARA AS FAIXAS 2 e 3 NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO ESTÃO NA ZONA NORTE
19 100% DAS UNIDADES PRODUZIDAS NA REGIÃO DE JACAREPAGUÁ SÃO PARA AS FAIXAS 2 e 3
20 DIFERENÇAS DE LOCALIZAÇÃO ENTRE AS FAIXAS DE RENDA EMPREENDIMENTOS DA FAIXA 1 LOCALIZADOS EM ÁREAS: PERIFÉRICAS DA CIDADE/REGIÃO METROPOLITANA DE BAIXA DENSIDADE HABITACIONAL OFERTA RESTRITA DE SERVIÇOS URBANOS EMPREENDIMENTOS DAS FAIXAS 2 e 3 LOCALIZADOS EM ÁREAS: URBANIZAÇÃO CONSOLIDADA EMPREENDIMENTOS DA FAIXA 1: 39,2% DAS UNIDADES ESTÃO A MENOS DE 5 MINUTOS DE PONTO OU ESTAÇÃO EMPREENDIMENTOS DAS FAIXAS 2 e 3: 85% DAS UNIDADES ESTÃO A MENOS DE 5 MINUTOS DE PONTO OU ESTAÇÃO
21 PARTE III OS IMPACTOS DA MUDANÇA: VIDA NOVA NO MINHA CASA MINHA VIDA?
22 ESTUDO DE CASO REALIZADO NO CONDOMÍNIO MÁLAGA GARDEN: LOCALIZADO NA AVENIDA BRASIL Nº Nº (BAIRRO DE CAMPO GRANDE) 299 UNIDADES HABITACIONAIS DISTRIBUIDAS EM 77 BLOCOS VENDIDO NO MERCADO PARA AS FAIXAS 1 e 2 CONSTRUÍDO NA TIPOLOGIA CONDOMÍNIO FECHADO (CERCADO POR MUROS, ACESSO RESTRITO, ÁREAS DE LAZER INTERNAS) ENTREGUE EM ABRIL DE 2010 PESQUISA DE CAMPO: APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS PARA PERFIL SÓCIOECONÔMICO (2010 E 2012) ENTREVISTAS SEMI-ESTRUTURADAS COM SEIS FAMÍLIAS
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24 CONDOMÍNIO MÁLAGA GARDEN: VISTA EXTERNA
25 CONDOMÍNIO MÁLAGA GARDEN: VISTA INTERNA
26 CONDOMÍNIO MÁLAGA GARDEN: VISTA INTERNA
27 CONDOMÍNIO MÁLAGA GARDEN: BLOCO DE APARTAMENTOS
28 QUESTÃO: FAMÍLIAS QUE SE MUDARAM PARA O CONDOMÍNIO MÁLAGA GARDEN COMPRARAM O IMÓVEL POR VONTADE PRÓPRIA NO MERCADO IMOBILÍÁRIO (NÃO POR PROCESSOS DE REMOÇÃO OU REASSENTAMENTO) E O FINANCIARAM ATRAVÉS DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA O QUE MOTIVOU A MUDANÇA? QUAL O SIGNIFICADO DA AQUISIÇÃO DO IMÓVEL PARA A FAMÍLIA? QUAIS AS SUBJETIVIDADES ENVOLVIDAS NO PROCESSO DE MUDANÇA?
29 HIPÓTESE: ENTRE AS CLASSES BAIXAS A AQUISIÇÃO DA CASA PRÓPRIA OPERA COMO ELEMENTO SIMBÓLICO QUE ACIONA E INSTAURA UMA SÉRIE DE SUBJETIVIDADES LIGADAS A SUPERAÇÃO DE UMA CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA TIDA COMO INSATISFATÓRIA: DESEJO DE ACESSAR UMA CIDADE MELHOR POSSIBILIDADE DE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DA FAMÍLIA MATERIALIZAÇÃO DE UM PROCESSO DE MOBILIDADE SOCIAL ASCENDENTE
30 HIPÓTESE: ARGUMENTO REFORÇADO PELAS DINÂMICAS DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL: DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL DE INFRAESTRUTURA, SERVIÇOS PÚBLICOS E EQUIPAMENTOS URBANOS COM ACESSO LIMITADO PARA AS CLASSES BAIXAS PRECONCEITOS, DISCRIMINAÇÃO E ESTIGMAS PARA A POPULAÇÃO MORADORA DE ESPAÇOS POPULARES AÇÃO DIFERENCIADO DO PODER PÚBLICO (POLÍCIA, POSSIBILIDADES DE REMOÇÃO) PROCESSO QUE MATERIALIZA NO ESPAÇO URBANO AS DIFERENÇAS SOCIAIS
31 HIPÓTESE: POSSIBILIDADE DE SAIR DA FAVELA, CONJUNTO HABITACIONAL DEGRADADO OU LOTEAMENTO PARA UM EMPREENDIMENTO FINANCIADO PELO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA: ACESSAR ELEMENTOS SOCIALMENTE RECONHECIDOS COMO MARCAS DE UM NOVO STATUS SOCIAL (MORAR EM CONDOMÍNIO FECHADO, O TÍTULO DE PROPRIEDADE DO IMÓVEL, O INVESTIMENTO NUM BEM PATRIMONIAL) SEGURANÇA E GARANTIA DE PERMANÊNCIA (SEM REMOÇÕES, REINTEGRAÇÃO DE POSSE OU DESASTRES NATURAIS) MOTIVAÇÕES QUE SUPERAM INCLUSIVE AS PERDAS GERADAS PELA MUDANÇA
32 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS: ELEMENTOS ACIONADOS AO JUSTIFICAR A MUDANÇA: A BUSCA POR UM ESPAÇO MENOS VIOLENTO ANTIGO LOCAL DE MORADIA CARACTERIZADO A PARTIR DE POSSIBILIDADES LATENTES DE PERIGO : IMPOSSIBILIDADE DE CIRCULAR EM DETERMIANDOS LUGARES OU HORÁRIOS EM FUNÇÃO DO CONTROLE DE TRAFICANTES RISCO DE SER ATINGIDO POR DISPAROS OU SOFRER AÇÕES DE TRAFICANTES OU DA POLÍCIA RISCO DE SEUS FILHOS OU PARENTES JOVENS SEREM COOPTADOS POR GRUPOS CRIMINOSOS
33 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS: ELEMENTOS ACIONADOS AO JUSTIFICAR A MUDANÇA: A BUSCA POR UM ESPAÇO MENOS VIOLENTO (...) a gente tem que se aprimorar e melhorar, mostrar pro vizinho ou para as pessoas que estão chegando, que aqui ainda é um bom lugar de morar. Você não vê violência, você não vê tiroteio, você não vê ninguém armado... você não vê aqueles bolinhos de usuários de crack EX-MORADORA DE PADRE MIGUEL (...) até meu irmão que tá com meus pais lá em Minas Gerais. Ele tem 18 anos e toda vez que ele vem pra cá pro Rio eu já falo pra ele vir pra cá [Málaga Garden] porque eu me preocupo com ele lá [Favela Nova Holanda]. Dezoito anos, dentro de uma comunidade onde tem drogas, tem várias coisas, tem polícia, tem tiro, então eu prefiro que ele fique aqui comigo, fica mais protegido EX-MORADORA DA FAVELA DA MARÉ
34 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS: ELEMENTOS ACIONADOS AO JUSTIFICAR A MUDANÇA: MELHORA NA QUALIDADE DE VIDA - LEGALIDADE SENTIMENTO DE SEGURANÇA E ESTABILIDADE POSSIBILDIADES DE LAZER E SOCIABILIDADE GERADAS PELA TIPOLOGIA CONDOMÍNIO FECHADO RECONHECIMENTO LEGAL DO ENDEREÇO E DO DIREITO DE PROPRIEDADE SENTIMENTO DE CRESCIMENTO PESSOAL E POSSIBILIDADE DE SEGUIR MELHORANDO
35 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS: ELEMENTOS ACIONADOS AO JUSTIFICAR A MUDANÇA: MELHORA NA QUALIDADE DE VIDA - LEGALIDADE Lá, por exemplo, como é comunidade carente, nós não temos registro, tudo direitinho. A casa não é registrada, é casa de posse e meu sonho sempre foi ter uma casa registrada, uma casa legalizada. tudo direitinho e a opção foi essa e acertadamente eu vim pra cá. EX-MORADOR DE TAQUARA É adaptação... porque eu acho que isso é crescimento, isso se chama crescimento. Você estava num lugar onde não paga IPTU, não paga água... Mas agora paga. Você está aprendendo a saber o que é viver EX-MORADOR DA FAVELA DA MARÉ Porque aluguel a gente paga toda a vida e nunca tem retorno (...) Não é dono, não somos donos de nada... Agora nós estamos pagando uma coisa, que sabemos que é da gente mesmo né...vale a pena! EX-MORADOR DE CAMPO GRANDE
36 RESULTADOS DAS ENTREVISTAS: CONFLITOS DO DIA-A-DIA: DIFICULDADE DE ADAPTAÇÃO DE MUITOS MORADORES AS NORMAS IMPOSTAS PELA VIDA EM CONDOMÍNIO: Só que essa cabeça e essa cultura de não conhecer como funciona um condomínio acaba atrapalhando. Bandeira em janela não pode, roupa e varal na calçada lá fora não pode e o pessoal coloca. Você falar pra uma pessoa que não pode jogar bola porque choveu e vai estragar o campo que é de grama... O pessoal acha que está pagando o condomínio e que ele pode jogar EX-MORADORA DE JACAREPAGUÁ Coisas que você via em comunidade e que aqui dentro não pode acontecer, mas acontece e você tem que ir lá e dar uma notificação, e quando ele recebe a notificação querem saber o por quê. Aí é aquela confusão, né? EX-MORADOR DA FAVELA DA MARÉ
37 PARTE IV CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES
38 A MOBILIDADE ESPACIAL COMO ESTRATÉGIA DE MOBILDIADE SOCIAL? SOCIEDADE BRASILEIRA É HIERARQUIZADA E AS DIFERENÇAS SOCIAIS SE REPRODUZEM NO ESPAÇO O PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA É RECONHECIDO (PRINCIPALMENTE) PELAS CLASSES BAIXAS COMO UMA POSSIBILDIADE DE ACESSAR UMA NOVA CONDIÇÃO DE VIDA A PARTIR DA COMPRA DA CASA PRÓPRIA Tentei um apartamento naquele programa PAC da prefeitura. Era um apartamento em Cosmos, mas não deu certo porque eu sempre fui... Sempre fui não, por um tempo eu trabalhei como autônomo. O autônomo, hoje em dia, melhorou muito, mas antigamente qualquer crediário era muito difícil pra nós conseguirmos... Com esse projeto [Minha Casa Minha Vida], conseguimos. EX-MORADOR DE TAQUARA
39 A MOBILIDADE ESPACIAL COMO ESTRATÉGIA DE MOBILDIADE SOCIAL? É POSSIVEL AFIRMAR QUE O PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA VEM EFETIVAMENTE CONTRIBUINDO OU PROMOVENDO PROCESSOS DE MOBILIDADE SOCIAL? O PROGRAMA VEM CRIANDO POSSIBILIDADES PARA UM GRANDE NÚMERO DE FAMÍLIAS COMPRE A SUA CASA PRÓPRIA MAS COM UM CUSTO SOCIAL MUITO ALTO: DIFICULDADES FINANCEIRAS PRECARIZAÇÃO NO ACESSO A COMÉRCIO, SERVIÇOS E TRANSPORTE REESTRUTURAÇÃO NAS REDES DE SOLIDARIEDADE NÃO RECONHECIMENTO DAS FORMAS DE SOCIABILIDADE E PRÁTICAS SOCIAIS DO PÚBLICO-ALVO DO PROGRAMA
40 A MOBILIDADE ESPACIAL COMO ESTRATÉGIA DE MOBILDIADE SOCIAL? DIFICULDADES FINANCEIRAS: AUMENTOS NOS CUSTOS BÁSICOS COM MORADIA (IPTU, TAXAS CONDOMINIAIS, TAXAS REGULARES DE LUZ, PRESTAÇÃO) AUMENTO NOS CUSTOS COM TRANSPORTE PRECARIZAÇÃO NO ACESSO A COMÉRCIO, SERVIÇOS E TRANSPORTE: EMPREENDIMENTOS DO MINHA CASA MINHA VIDA LOCALIZADOS EM ÁREAS DE EXPANSÃO URBANA QUE MUITAS VEZES NÃO CONSEGUEM ATENDER A DEMANDA GERADA PELOS NOVOS MORADORES (CRECHES, POSTOS DE SAÚDE, SUPERMERCADOS, COMÉRCIO LOCAL, ÔNIBUS)
41 A MOBILIDADE ESPACIAL COMO ESTRATÉGIA DE MOBILDIADE SOCIAL? REESTRUTURAÇÃO DAS REDES SOCIAIS: MUDANÇA PARA NOVO ENDEREÇO IMPLICA NA PERDA/FORMAÇÃO DE NOVAS REDES DE INTERDEPENDÊNCIA E SOLIDARIEDADE (ESCOLA, VIZINHANÇA, IGREJA, TRABALHO) NÃO RECONHECIMENTO DAS FORMAS DE SOCIABILIDADE E PRÁTICAS SOCIAIS DO PÚBLICO-ALVO DO PROGRAMA: PROJETO ARQUITETÔNICO NÃO PERMITE ALTERÇÕES NA ESTRUTRA DA CASA PROJETO ARQUITÔNICO NÃO ADEQUADO ÀS DINÂMICAS FAMILIARES DAS CLASSES POPUALRES VIDA EM CONDOMÍNIO CONFLITUA COM PRÁTICAS SOCIAIS COMUNS EM ESPAÇOS ASSOCIADOS AS CLASSES POPUALRES (ESPAÇO PÚBLICO COMO EXTENSÃO DO ESPAÇO PRIVADO, USO MISTO DA RESIDÊNCIA PARA COMÉRCIO/SERVIÇO,)
42 A MOBILIDADE ESPACIAL COMO ESTRATÉGIA DE MOBILDIADE SOCIAL? É POSSIVEL AFIRMAR QUE O PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA VEM EFETIVAMENTE CONTRIBUINDO OU PROMOVENDO PROCESSOS DE MOBILIDADE SOCIAL? MINHA CASA MINHA VIDA NÃO RESOLVE PROBLEMAS ESTRUTURAIS QUE MARCARAM O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL CLASSES POPULARES SEGUEM EM ÁREAS COM PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA E ESPACIALMENTE SEGREGADAS DAS ÁREAS MAIS DINÂMICAS DA CIDADE CLASSES POPULARES SEGUEM SENDO CONDUZIDAS PARA EMPREENDIMENTOS RESIDENCIAIS QUE NÃO CONTEMPLAM A DIVERSIDADE E A HETEROGENÊIDADE DE SUAS PRÁTICAS SOCIAIS
43 SEMINÁRIO LEUS 2013 Laboratório de Estudos Urbanos e Socioambientais Departamento de Serviço Social PUC-Rio TÁ RUIM MAS TÁ BOM : SOBRE O PROGRAMA MINHA CASA MINHA NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO SAMUEL THOMAS JAENISCH Observatório Das Metrópoles Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Universidade Federal do Rio de Janeiro 20 de agosto de 2013 PUC-Rio
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