ANO LECTIVO 2015/2016

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1 Relatório Final Mestrado Integrado em Medicina ANO LECTIVO 2015/2016 Vasco Santos Mendes Aluno nº Turma 7-6ºano

2 Relatório Final Mestrado Integrado em Medicina Índice I. INTRODUÇÃO... 1 II. CORPO... 2 A. ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL... 2 B. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR... 3 C. ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA... 3 D. ESTÁGIO PARCELAR DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA... 4 E. ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA... 5 F. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA... 5 G. ESTÁGIO OPCIONAL - REUMATOLOGIA... 6 H. OUTRAS ACTIVIDADES... 6 III. POSICIONAMENTO CRÍTICO... 7 IV. ANEXOS... 9 A. CERTIFICADO IMED CONFERENCE B. CERTIFICADO WORKSHOP DIFFERENTIAL DIAGNOSIS... 10

3 1 I. INTRODUÇÃO O estágio profissionalizante do 6º Ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) tem por objectivo primordial aproximar o estudante da prática clínica assistencial de um médico com vista a prepará-lo para o início da sua actividade enquanto médico no Ano de Internato Comum. É pois, neste ano, que é dado o último passo na formação médica durante o curso, tornando-se esta formação quase exclusivamente prática. Neste âmbito é foco deste estágio do 6º ano o treino e a preparação para a aplicação dos conhecimentos e aptidões adquiridas ao longo do curso num ambiente de prática clínica real, preparando-nos para aquilo que será o nosso futuro. Parece-me, assim, que podemos definir os principais objectivos do estágio como sendo: 1. Treinar e aperfeiçoar a recolha de dados anamnésicos e realização de exame objectivo, não apenas de uma forma completa mas também de forma rápida, dirigida e sucinta, sendo que é muito comum a ausência de tempo e condições para realizar na prática a recolha de uma história clínica completa como aquelas que habitualmente realizamos ao longo do curso, como é o caso do Serviço de Urgências; 2. Desenvolvimento de raciocínio clínico, com integração de conhecimentos e dados obtidos na anamnese de forma a pensar nas principais hipóteses diagnósticas para a situação, com requisição apropriada de MCDTs quando necessários e prescrição de terapêuticas adequadas. 3. Desenvolvimento de competências socias com vista a estabelecer uma boa relação médico-doente com o objectivo de manter um bom canal de comunicação com este e com os seus familiares e acompanhantes, tendo também capacidade de enquadrar o doente no seu meio socioeconómico, familiar e cultural. Paralelamente ser capaz de criar e manter uma boa relação com toda a equipa médica e não médica que faz parte da rede de cuidados de saúde.

4 4. A aquisição de capacidade de realizar estas actividades de forma autónoma, sem esquecer no entanto que a actividade médica nunca pode ser realizada em isolamento e que existem sempre limitações pelo que é necessário saber reconhecê-las e procurar o apoio necessário, especialmente no início da prática clinica, quando ainda não adquirimos muita experiencia. Serve o presente relatório para expor as principais actividades desenvolvidas ao longo do ano lectivo, contendo para isso, para além desta breve introdução, um resumo das actividades realizadas ao longo do ano com especial enfoque nos estágios clínicos, e o posicionamento critico relativamente àquilo que foi este 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina. II. CORPO A. ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL O estágio de Saúde Mental decorreu ao longo de 4 semanas, entre 14 de Setembro de 2015 e 09 de Outubro de 2015, tendo os dois primeiros dias correspondido a uma pequena introdução teórica, com o resto do estágio a decorrer integrado numa das equipas de internamento do Hospital Egas Moniz. Durante o estágio estive acompanhado pelo Professor Doutor Bernardo Correia e tive a oportunidade de acompanhar diversas entrevistas clínicas, quer com os doentes quer com os familiares destes, várias discussões de casos sempre com a abertura de toda a equipa para esclarecer dúvidas e questões que surgissem, de ter pela primeira vez contacto mais próximo e directo com pessoas internadas por patologia mental e observar várias patologias diferentes do foro psiquiátrico. Para além da actividade no internamento que constitui o foco principal do estágio, houve também a oportunidade de acompanhar consultas de Neuropsiquiatria, onde foi possível observar a colaboração da Psiquiatria com outras especialidades em doenças que não sendo primariamente objecto de avaliação pela Psiquiatria são muitas vezes 2

5 acompanhadas de alterações psiquiátricas, as Urgências da especialidade e por fim realizar o início da investigação bibliográfica para uma revisão sistemática sobre o tema Suicide in Prisons que foi depois continuada pelos nossos colegas nos estágios seguintes. Apresentei ainda no Journal Club do serviço o artigo Longer-term outcome in the prevention of psychotic disorders by the Vienna omega-3 study. B. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR O estágio de Medicina Geral e Familiar teve a duração de 4 semanas de 11 de Outubro de 2015 a 06 de Novembro de Este foi realizado na USF Marginal, em S. João do Estoril, sob a tutela da Drª Joana Morais. Pude frequentar as consultas de Saúde de Adultos, de Saúde da Mulher (Saúde Materna e Planeamento Familiar), de Saúde Infantil, de Diabetes, consultas do dia e domiciliárias, tendo tido algumas oporturnidades de abordar os doentes de forma independente. O contacto com os doentes em Medicina Geral e Familiar é diferente do hospitalar e permitiu-me rever e estar mais atento a algumas áreas da medicina como a prevenção e a gestão de situações complexas em ambulatório como doentes com pluripatologia e com polimedicação. No estágio pude ainda acompanhar algumas visitas domiciliárias de Enfermagem e passei 3 dias na Unidade de Cuidados na Comunidade Cascais Care que realiza diversas intervenções de Cuidados de Saúde Primários na comunidade. No âmbito do relatório de estágio elaborei a colheita de um resumo clínico e de uma breve revisão sobre a utilização de Fibratos e Estatinas no tratamento da dislipidémia. C. ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA O estágio de Pediatria foi realizado no Hospital de Dona Estefânia ao longo das 4 semanas entre 09 de Novembro de 2015 e 04 de Dezembro de Foi constituído maioritariamente por uma componente prática de exercício tutelado com a Drª Marta Conde da Reumatologia Pediátrica, tendo também uma componente teórico-prática. 3

6 O meu estágio decorreu maioritariamente nas consultas externas de reumatologia onde tive a oportunidade de observar a actividade clinica de um reumatologista pediátrico e treinar o exame objectivo. Durante o estágio frequentei o Serviço de Urgência de Pediatria Médica do Hospital de Dona Estefânia vários dias. Aqui pude realizar a colheita da história exame objectivo sozinho por diversas ocasiões, discutindo depois o caso com a minha tutora. Tive ainda oportunidade de ir observar por algumas vezes doentes internados e de participar uma manhã na actividade assistencial do serviço de Pediatria Médica 2.2, tendo ajudado na elaboração de uma nota de alta, e de participar em Consultas Externas de outras especialidades pediátricas. A componente teórico-prática do estágio foi constituído pelas Sessões Clínicas, Aulas Teórico Práticas de Imunoalergologia e o Seminário no final do estágio no qual o meu grupo apresentou o tema Febre Mediterrânea Familiar. D. ESTÁGIO PARCELAR DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA O estágio de Genecologia e Obstetrícia decorreu no Hospital Lusíadas durante 4 semanas que decorreram de 07 de Dezembro a 18 de Dezembro de 2015 e entre e 04 de Janeiro e 15 de Janeiro de Foi constituído apenas por uma componente prática de exercício tutelado acompanhado pelo Dr. Luís Vicente. O meu estágio decorreu na sua maioria em consultas de Ginecologia, de Obstetrícia e de Infertilidade, sendo esta última a principal área de interesse e actividade do meu assistente. Para além das consultas em si, pude igualmente observar alguns dos tratamentos realizados no âmbito da procriação medicamente assistida. Durante o estágio tive oportunidade de ir várias vezes ao bloco operatório para observar 7 cirurgias ginecológicas e ainda pude participar como ajudante em 4 outras. Em relação a partos ao longo do estágio pude observar 6 partos distócicos por cesariana, apenas um parto eutócico e ainda participei como ajudante em 3 outros 4

7 partos distócicos por cesariana. Para além da componente cirúrgica da ginecologia e obstetrícia, a especialidade tem ainda diversas técnicas algumas das quais eu observei ao longo do estágio, como é o caso das histeroscopias, ecografias morfológicas e histerosalpingografias. No final do estágio apresentei um trabalho com o tema Istmocelos. E. ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA O estágio de Cirurgia foi realizado no Hospital CUF Infante Santo ao longo das 7 semanas entre 01 de Fevereiro de 2016 e 18 de Março de Foi precedido de uma semana de aulas teórico-práticas no Hospital Beatriz Ângelo. Durante as 7 semanas o estágio foi constituído exclusivamente por uma componente prática de exercício tutelado e acompanhamento da prática assistencial do tutor, o Dr. Ricardo Girão. Cerca de metade das actividades desenvolvidas ao longo do estágio decorreram na consulta externa de cirurgia. Ainda pude assistir a uma reunião multidisciplinar de oncologia para discussão de casos oncológicos pelas várias especialidades envolvidas para decisão diagnostica e terapêutica. A maioria das outras actividades foram desenvolvidas no bloco operatório, onde pude observar 17 cirurgias e 7 pequenas cirurgias e participei como ajudante em 10 cirurgias e 9 pequenas cirurgias. Na penúltima semana do estágio apresentei um trabalho sobre Doença Inflamatória Intestinal e no último dia do estágio decorreu um Mini-Congresso com apresentações de todos os alunos a fazer o estágio de Cirurgia no qual o meu grupo apresentou o caso clínico Alguém chamou o cirurgião, sendo um caso de um doente com Colite Ulcerosa que desenvolveu um Carcinoma colo-rectal. F. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA O estágio de Medicina foi realizado no Hospital S. Francisco Xavier ao longo de 8 semanas entre os dias 28 de Março de 2016 e 20 de Maio de Durante este 5

8 período o estágio foi constituído maioritariamente por uma componente prática de exercício tutelado e acompanhamento da prática assistencial da tutora, Drª. Ana Ribeiro da Cunha, e por aulas teórico-práticas com abordagem a vários temas. Habitualmente eram-me distribuídos um ou dois doentes diariamente para observar naquele dia, de acordo com as necessidades da equipa. Referindo-me às actividades desempenhadas, realizei, para além dos diários clínicos, notas de entrada, notas de alta e observei a realização de uma certidão de óbito. De entre as técnicas que pude realizar, de destacar a realização de várias gasimetrias e de ECG e a observação de uma toracocentese. Durante o estágio assisti por 2 vezes a consultas de Diabetes Mellitus, e fui algumas vezes ao Serviço de Urgência acompanhando os internos da equipa. No final do estágio apresentei um caso clínico escolhido do New England Journal of Medicine com o título Case : A 29-Year-Old Man with Dyspnea and Chest Pain. G. ESTÁGIO OPCIONAL - REUMATOLOGIA As últimas 2 semanas do 6º ano de 23 de Maio de 2016 a 03 de Junho de 2016 corresponderam à cadeira opcional, tendo eu optado pelo estágio opcional no serviço de Reumatologia do Hospital Egas Moniz. Escolhi realizar um estágio de Reumatologia porque já tinha tido oportunidade de realizar um curto estágio ao longo do curso e fiquei na altura muito interessado tendo aproveitado para considerar se era uma das opções que pretendia para o meu futuro. Durante o estágio pude acompanhar as consultas com vários assistentes, técnicas ecográficas e infiltrações. H. OUTRAS ACTIVIDADES Ao longo do ano lectivo realizei algumas outras actividades, nomeadamente a participação no ciclo de conferências imed Conference 7.0 Lisbon 2015 de 17 a 20 de Setembro de 2015 e no Workshop Differential Diagnosis da mesma organização e cujos certificados se encontram anexados no final do relatório. Além 6

9 disso continuei a minha colaboração com o Departamento de Fisiologia da faculdade enquanto monitor nas aulas práticas desta cadeira. III. POSICIONAMENTO CRÍTICO De forma global, considero que o 6º ano, na forma dos seus estágios, foi de encontro ao expectável de um ano de estágios profissionalizantes e daquilo que seria o seu primeiro objectivo que é o de preparar os estudantes para o início da sua prática clinica enquanto internos do ano comum. Sinto-me neste momento mais preparado e confiante para lidar com várias situações que possam ocorrer no início da minha futura carreira médica do que estava no início deste ano. Penso que nesse sentido, o 4º objectivo explicitado na introdução foi atingido de forma satisfatória. Quanto aos outros três objectivos, por corresponderem mais a metas a longo prazo e dependerem acima de tudo à obtenção de experiencia na prática clinica, é difícil considerá-los alguma vez como realmente cumpridos. No entanto, o que se pretendia com estes objectivos ao longo do 6º ano era uma maior familiarização com as várias competências necessárias à prática clínica e parece-me que sob esse ponto de vista, pude obter muito mais experiencia este ano nestas várias vertentes, principalmente no que concerne a um contacto directo e autónomo com o doente e os seus acompanhantes e ao raciocínio clinico, requisição de MCDTs e administração de terapêuticas. Neste sentido gostava de ressalvar dois estágios particularmente positivos neste sentido. Por um lado o Internamento de Medicina Interna e por outro o Serviço de Urgências no estágio de Pediatria foram dois momentos durante os estágios em que me foi possibilitada uma maior autonomia e em que pude observar de forma mais consistente doentes sozinho, com posterior supervisão e discussão dos casos. Sem dúvida que considero estas as duas situações mais importantes para hoje me sentir mais preparado para iniciar o ano comum. 7

10 De entre os outros estágios, a destacar tanto na Cirurgia como na Obstetrícia e Ginecologia, a possibilidade que tive de participar em várias cirurgias, algo que pouco pude fazer ao longo do resto do curso e que me interessou mais pelas especialidades cirúrgicas, que não tinha apreciado muito em estágios anteriores nos outros anos. Por outro lado, ter feito estes estágios em hospitais privados tornou-os, a meu ver, um pouco desfasados daquilo que é a prática habitual em hospitais públicos, com muito pouca experiencia de Internamento e de Serviço de Urgências. O estágio de MGF permitiu uma experiencia clínica diferente daquela a que estamos habituados no hospital, com uma maior proximidade com as pessoas e com a comunidade em que estão inseridas. Tendo em conta que a maioria de nós serão Médicos de MGF, parece-me que foi uma boa experiencia e uma forma de ganhar mais contacto com a especialidade e com as suas características específicas. Por fim o estágio de Saúde Mental que, tendo sem dúvida os méritos de aproximar os estudantes da especialidade de Psiquiatria e de a tornar mais interessante, já deveria ter sido precedido dum estágio com essas funções para que este, no 6º ano, se pudesse focar mais em fornecer-nos experiência e capacidades para no futuro lidarmos com as situações mais comuns. Acho que essa foi uma característica negativa deste estágio em específico. De forma geral, penso que, embora se mantenham diversas falhas na minha formação, o que é natural numa formação tão abrangente como é a de Medicina, este 6º ano serviu para me preparar para aquilo que serão os primeiros anos de prática clinica nos quais terei de continuar a trabalhar para aperfeiçoar os meus conhecimentos e capacidades. 8

11 IV. ANEXOS A. Certificado imed Conference 7.0 9

12 B. Certificado Workshop Differential Diagnosis 10