1. Introdução I. Medicina ( a ) II. Cirurgia ( a )... 4

Transcrição

1 Joana Filipa Gonçalves Rodrigues Nº Junho de 2014

2 ÍNDICE 1. Introdução... 3 I. Medicina ( a )... 4 II. Cirurgia ( a )... 4 III. Pediatria ( a )... 5 IV. Ginecologia e Obstetrícia ( a )... 6 V. Saúde Mental ( a )... 7 VI. Medicina Geral e Familiar ( a )... 7 VII. Estágio Opcional Radiologia ( a )... 8 VIII. Outras Actividades Reflexão crítica ANEXOS Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 2

3 1. INTRODUÇÃO Pretendo com este documento explanar as actividades realizadas ao longo do 6º ano profissionalizante, referentes ao ano lectivo de 2013/2014, no âmbito do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. O documento tem a seguinte organização: a presente Introdução, onde explicito os objectivos a que me propus atingir ao longo dos diferentes estágios parcelares; Corpo do trabalho, onde faço uma sucinta revisão do trabalho desenvolvido ao longo do ano, nas diferentes unidades curriculares; Reflexão crítica final sobre o trabalho desenvolvido e por fim, Anexos. Identifico como objectivos para este ano, orientado para a prática clínica, o desenvolvimento das seguintes capacidades e atitudes: a capacidade de identificar sinais de doença, aperfeiçoar a colheita de dados e a realização do exame objectivo; saber colocar hipóteses de diagnóstico adequadas e organizar um diagnóstico diferencial; saber utilizar os meios complementares de diagnóstico (ECD); delinear um plano com processos terapêuticos específicos; sedimentar e reorganizar os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso ou por auto-aprendizagem; aprender a estabelecer um relacionamento médico-doente, sendo capaz de comunicar de forma verbal, não-verbal e escrita; incentivar a autonomia. Para além disso, é ainda meu objectivo incitar a um profissionalismo crescente, integrando os conhecimentos adquiridos com outros valores essenciais para a prática clínica, incluindo compaixão, humanismo e acções eticamente responsáveis em todos os actos clínicos; analisar as minhas necessidades pessoais, no que concerne à auto-aprendizagem, cuidado da própria saúde e bem-estar físico e mental, delineando para isso um plano de desenvolvimento pessoal e profissional equilibrado. Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 3

4 2. CORPO DO TRABALHO I. MEDICINA ( a ) O estágio de Medicina teve a duração de oito semanas, tendo a componente prática decorrido no serviço de Medicina 1 A do Hospital de Curry Cabral. Fui integrada na equipa chefiada pela Dra. Conceição Loureiro, tendo sido tutorada pela Dra. Graça Martins. Ao ser integrada na equipa, foi-me possível realizar diversas actividades de maneira mais autónoma e aprender a organizar o trabalho, a optimizar o tempo de observação dos doentes, a sistematizar os passos do exame objectivo, a definir um plano terapêutico ou a avaliar a necessidade de alterar o mesmo. A continuidade no trabalho foi útil para ficar com a noção da evolução natural das doenças observadas, aprender quando repetir os ECD, as complicações de que se deve estar alerta, a saber identificar o momento ideal para a alta e, principalmente, verificar o impacto das alterações ou ajustes da terapêutica. A diversidade de patologias com as quais contactei durante o estágio foi de extrema importância na aquisição de novas competências e na consolidação de conhecimentos prévios. Em conjunto com três colegas de 6º ano, elaborámos um Artigo de Revisão com o título Doenças Médicas na Grávida Revisão Sistemática das Patologias Mais Frequentes, tendo sido apresentado para o corpo clínico dos serviços de Medicina 1A e 1B. II. CIRURGIA ( a ) O estágio de Cirurgia teve a duração de oito semanas, tendo a componente prática e teórica decorrido no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures. Nas primeiras duas semanas, tive a oportunidade de realizar um estágio opcional na Unidade de Cuidados Intensivos deste Hospital. Durante esse período, acompanhei alguns médicos intensivistas na sua rotina diária de avaliação de doentes em estado crítico e tive Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 4

5 contacto com algumas técnicas e procedimentos mais específicos destas unidades, como por exemplo a avaliação hemodinâmica invasiva e ventilação mecânica. Nas restantes semanas realizei o estágio de Cirurgia Geral sob orientação da Dra. Rita Roque, tendo acompanhado o trabalho diário da minha tutora nas suas diferentes valências: bloco operatório (incluindo cirurgia de ambulatório), enfermaria, consulta externa de Cirurgia Geral, Serviço de Urgência e consultas multidisciplinares (patologia tiroideia e tumores Neuroendócrinos). Foi possível, assim, o contacto com os cuidados pré e pósoperatórios; a observação e participação activa em cirurgias, treinando técnicas importantes como a desinfecção, preparação da mesa cirúrgica e suturas; e ainda o contacto próximo com os procedimentos realizados pela equipa de anestesia. Participei, com os meus colegas de grupo, no minicongresso de Cirurgia organizado pelo orientador de estágio, Professor Doutor Rui Maio, no qual apresentei um caso clínico intitulado Inter- NET: uma abordagem multidisciplinar. O estágio contemplou ainda uma componente teórica, com a abordagem de temas como Liderança e Trabalho de Equipa, entre outros, e uma componente teórico-prática, onde se abordaram aspectos inerentes à realização dos procedimentos cirúrgicos mais comuns. III. PEDIATRIA ( a ) O estágio de Pediatria teve a duração de quatro semanas, tendo decorrido no Hospital de Dona Estefânia, sob tutela da Dra. Leonor Sassetti. Durante o estágio tive oportunidade de acompanhar a equipa médica responsável pela enfermaria da Unidade de Adolescentes em todo o processo clínico, incluindo anamnese em contexto pediátrico, requisição e interpretação de exames complementares de diagnóstico, realização de um plano terapêutico e estabelecimento de um prognóstico. No entanto, tendo em conta o número elevado de alunos do 6º ano e internos do ano comum na unidade, a observação e Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 5

6 acompanhamento de doentes foi manifestamente inferior àquela que esperava. Tive oportunidade ainda de acompanhar a minha tutora na consulta de adolescentes, que se revelou uma grande mais-valia, dada a excelente relação que a minha tutora estabelecia com os doentes. Para além destas actividades, pude também frequentar o Serviço de Urgência, onde contactei com uma maior proximidade com diferentes patologias de carácter mais agudo, em crianças de diferentes faixas etárias. Assisti ainda às sessões clínicas e reuniões de serviço, bem como às aulas teóricopráticas sobre Imunoalergologia. Juntamente com o meu colega de grupo elaborei um seminário subordinado ao tema Hiponatrémia e tumores do SNC: Água a mais ou sódio a menos?, partindo de um caso clínico com o qual tive contacto ao longo do estágio. IV. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ( a ) O estágio de Ginecologia e Obstetrícia teve a duração de quatro semanas, tendo decorrido no Hospital de Vila Franca de Xira, sob orientação da Dra. Paula Tapadinhas. Acompanhei o trabalho diário da minha tutora, nomeadamente: na enfermaria de Obstetrícia, onde pude acompanhar a evolução do quadro clínico de puérperas e grávidas com patologia; na consulta de Obstetrícia, onde fiz colheita de história obstétrica e interpretação de ECD, tendo também observado a realização de algumas ecografias no momento da consulta; e no Serviço de Urgência, onde pude contactar com as patologias ginecológicas e obstétricas que mais frequentemente motivam visitas a este serviço. Pude também acompanhar toda a dinâmica do bloco de partos assistindo a todo o processo periparto. Tive pouco contacto com a vertente de Ginecologia ao longo do estágio, dado a área de enfoque da minha tutora ser a Obstetrícia. Ainda assim, tive a oportunidade de assistir a uma cirurgia de uma doente com neoplasia endometrial, o que serviu de base para um trabalho de revisão que elaborei com outros dois colegas do 6º ano. Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 6

7 V. SAÚDE MENTAL ( a ) Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa O estágio de Saúde Mental teve a duração de quatro semanas, sendo este período constituído por duas vertentes: uma componente teórica e uma componente prática. Nos primeiros dois dias do estágio frequentei os seminários teórico-práticos leccionados pelo Professor Dr. Miguel Xavier que incidiram em aspectos muito práticos e forma de actuação e terapêutica das situações mais frequentes em Psiquiatria, essenciais a todos os profissionais. A componente prática decorreu no Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (HFF), tendo como tutor o Dr. João Carlos Melo. Durante o estágio acompanhei o meu tutor nas diferentes actividades diárias desta unidade, nomeadamente em entrevistas e na participação em grupos psicoterapêuticos. Tive ainda a oportunidade de frequentar o Serviço de Urgência e realizar uma entrevista com o meu colega de grupo a uma doente com Doença Bipolar. A minha experiência foi enriquecida ainda pelo contacto com as equipas da Unidade Funcional de Internamento do Hospital, de ligação e de comunidade, através da participação em reuniões de serviço e reuniões multidisciplinares de equipa. Em conjunto com os colegas que fizeram estágio no HFF, apresentei um trabalho, subordinado ao tema Perturbações Psiquiátricas na Mulher: Síndrome Disfórico Pré- Menstrual, Depressão na Gravidez, Blues e Depressão Pós-Parto. VI. MEDICINA GERAL E FAMILIAR ( a ) O estágio realizou-se na USF Rosinha (Amora, Seixal) nas duas primeiras semanas, sob tutela da Dra. Muriel Vieira, seguido de duas semanas na USF Venda Nova (Amadora), sob orientação da Dra. Dulce Trindade. Este estágio permitiu-me sedimentar os conceitos teóricos leccionados no 5º ano, contactar com a prática clínica, organização e funcionamento dos cuidados de saúde primários. Foi a única especialidade não hospitalar com que tive contacto durante o 6º ano Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 7

8 e que, por isso, me colocou desafios únicos: abordar o indivíduo de forma holística e centrada na pessoa, valorizar e avaliar a família e o contexto socioeconómico. Apercebime também de que o sucesso de uma consulta depende da criação de uma boa relação médico-doente, que permite obter a confiança do doente, assegurar adesão terapêutica e saber acompanhar o utente nos períodos de doença. De salientar que, para mim, este é o estágio mais organizado do 6º ano e onde há indicações claras de como elaborar o Relatório ou Diário de Exercício Orientado. VII. ESTÁGIO OPCIONAL RADIOLOGIA ( a ) No âmbito desta unidade curricular, pretendi realizar um estágio de Radiologia no Hospital de Curry Cabral, por sentir que seria uma mais-valia para o meu percurso académico, já que ao longo do mesmo penso que não foi contemplado o contacto directo com a especialidade, apesar do conteúdo teórico leccionado. VIII. OUTRAS ACTIVIDADES Ao longo do ano assisti a diversas actividades formativas, que penso serem relevantes não só para o meu percurso académico como também para o meu futuro profissional: 1ª Jornadas de Psiquiatria e Saúde Mental do HBA; Casos Clínicos Interactivos em Pediatria; 1º Simpósio de Patologia Tromboembólica do Hospital Beatriz Ângelo; Simpósio de Neurologia Neonatal. Os certificados de participação encontram-se nos Anexos. Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 8

9 3. REFLEXÃO CRÍTICA A redacção deste relatório permitiu-me fazer uma reflexão sobre o trabalho e as actividades desenvolvidas no decorrer dos estágios parcelares englobados no 6º ano de formação do Mestrado Integrado em Medicina. O objectivo supremo deste ano foi o de ensinar a pensar, organizar e a interrelacionar os conhecimentos, o que, por sua vez permitirá adquirir autonomia. Aqui, a aprendizagem foi essencialmente resultado da observação prática, ou da autoaprendizagem. O acompanhamento de casos clínicos, aliado à maior autonomia e, por conseguinte, à maior responsabilidade sobre os doentes incentivou bastante ao estudo e pesquisa de bibliografia adequada, permitindo assim o esclarecimento de dúvidas. Por outro lado, a autonomia revelou o peso das decisões e relembrou a importância da atitude ética exigida ao médico. Ao longo do ano, os sucessivos relatórios estimularam à reflexão, especialmente a auto-reflexão e a autocrítica, que considero ferramentas indispensáveis na minha futura carreira médica. Gostaria de salientar e destacar os estágios de Medicina e Cirurgia como sendo os que se aproximam mais do significado implícito na designação de estágio profissionalizante, isto tendo em conta a sua duração mais longa, o que propicia uma integração mais efectiva do finalista em Medicina em cada serviço. No meu caso, senti-me mais confiante e autónoma, tendo desempenhado muitas vezes o trabalho de um interno de ano comum. Talvez fosse mais produtivo prolongar a duração de alguns estágios, nomeadamente o de Medicina Geral e Familiar. Na minha opinião, o contacto clínico com esta especialidade é manifestamente insuficiente, dado que os cuidados de saúde primários são a base do Serviço Nacional de Saúde e são fundamentais à formação de Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 9

10 qualquer médico. Assim, penso que deveria ser dada, no mínimo, a mesma relevância que é dada à Medicina e à Cirurgia, devendo o estágio ter uma duração de 6/8 semanas. Como pontos negativos, saliento a existência de discrepâncias no funcionamento de alguns estágios, nomeadamente no que diz respeito à carga horária excessiva, aos métodos de avaliação, que diferem no mesmo estágio entre as diferentes instituições de ensino, e ao grau de exigência que difere em cada serviço, o que confere alguma heterogeneidade na formação final. No final deste ano, faço um balanço extremamente positivo e concluo que atingi os objectivos de desenvolver as capacidades práticas, sedimentar os conhecimentos e adquirir confiança na tomada de decisões. Não obstante, ainda tenho limitações no domínio da terapêutica, que só serão superadas com a prática clínica nos próximos anos. Necessito, ainda, de desenvolver um cepticismo crítico; de trabalhar ainda mais o controlo dos preconceitos, emoções e reacções perante situações, sofrimento ou pelos próprios doentes; de ver as críticas como um incentivo e não de forma destrutiva, e de melhorar a interpretação da forma como os doentes expressam sintomas. Relativamente aos 6 anos de curso, tenho a dizer que gostei muito de os fazer nesta Casa. Senti sempre que houve e há imensa preocupação em tornar o curso cada vez melhor, envolvendo os alunos nessas decisões. Findo o 6º ano profissionalizante, não poderia terminar sem deixar uma palavra de extremo apreço a todos aqueles com quem tive a honra de trabalhar. Agradeço a integração proporcionada numa nova realidade e a disponibilidade demonstrada para me ensinarem/partilharem conhecimentos e auxiliarem sempre que necessário. Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 10

11 4. ANEXOS 1 - Certificado de Frequência no Curso de Formação Profissional 1ª Jornadas de Psiquiatria e Saúde Mental do HBA ; 2- Certificado de Frequência no Curso de Formação Profissional Curso prático: Casos Clínicos Interactivos em Pediatria ; 3- Certificado de Frequência no Curso de Formação Profissional 1º Simpósio de Patologia Tromboembólica do Hospital Beatriz Ângelo ; 4 - Certificado de Frequência no Curso de Formação Profissional Simpósio de Neurologia Neonatal. Elaborado por: Joana Filipa Gonçalves Rodrigues 11

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