MARCUS BENTES DE CARVALHO NETO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MARCUS BENTES DE CARVALHO NETO"

Transcrição

1 Revista de Etologia 2000, Vol.2, Esclarecimentos N 1, sobre o Behaviorismo: uma réplica a Japyassú Esclarecimentos sobre o Behaviorismo: Uma Réplica a Japyassú MARCUS BENTES DE CARVALHO NETO Universidade Estadual Paulista - Bauru Em artigo anterior (Revista de Etologia, 1999) Japyassú teceu considerações sobre as propostas behavioristas de J. B. Watson ( ) e B. F. Skinner ( ), classificando-as de (1) ambientalistas (ignorariam as variáveis internas biológicas, adotando o modelo de tabula rasa, organismo vazio e caixa preta e defenderiam a aprendizagem como um mecanismo sem limites); (2) reducionistas (reduziriam tudo a esquemas S R e dariam atenção exclusiva aos eventos externos observáveis) e (3) mecanicistas (os organismos seriam passivos, apenas reagiriam aos estímulos externos e seriam desprovidos de criatividade). O presente trabalho aponta algumas imprecisões históricas e conceituais nessa caracterização a partir de uma consideração e de uma análise de obras originais dos dois autores citados e de outros behavioristas contemporâneos. Sugere-se que um diálogo produtivo entre a etologia e a análise do comportamento só será possível após uma compreensão acurada das propostas originais de cada disciplina. Descritores: Behaviorismo. Watson. Skinner. Etologia. Biologia do comportamento. Understanding Behaviorism: a reply to Japyassú. In a previous paper (Revista de Etologia, 1999), Japyassú characterized Watson s ( ) and Skinner s ( ) behavioristic approaches as (1) environmentalist (ignoring internal biological variables, adopting tabula rasa, empty organism and black box assumptions, and assuming that learning obeys no constraints); (2) reductionistic (all behavior interpreted according to a S R paradigm and only externally observable events taken as relevant to a behavioral explanation) and 3) mechanistic (organisms taken as passive entities, like machines responding to external stimuli, without creativity). The present article, based on an analysis of original works of Watson and Skinner and of contemporay behaviorists, discusses some historical and conceptual misrepresentations about behaviorism. It is concluded that a productive dialog between ethology and behavior analysis depends on a more accurate understanding of the original proposals of each scientific discipline. Index terms: Behaviorism. Watson. Skinner. Ethology. Behavioral biology. Em artigo publicado em 1999, Japyassú se propõe descrever algumas das bases históricas da Psicologia e da Biologia que, de alguma forma, acabaram afetando a constituição da Etologia. Alguns impasses contemporâneos no estudo do comportamento animal teriam, segundo ele, suas raízes nestas bases. Ao longo de seu artigo, tece algumas considerações acerca do Behaviorismo de J. B. Watson ( ) e B. F. Skinner ( ) que merecem reparos. Nota-se que a presente análise diz respeito Marcus Bentes de Carvalho Neto, Departamento de Psicologia, UNESP-Bauru, Rua Campos Salles, 4-28 Vl. Falcão Bauru-SP carvneto@uol.com.br ou carvneto@abpmc.com.br aos problemas existentes na caracterização destes dois autores behavioristas e que ela não coloca em dúvida o mérito do texto de Japyassú como um todo. Acredito que um diálogo produtivo entre as diversas áreas da pesquisa do comportamento, e em particular entre a Análise do Comportamento (tendo por ciência a Análise Experimental do Comportamento, AEC, e o Behaviorismo Skinneriano ou Radical por fi- Estou em dívida com os professores Amauri Gouveia Jr, Tony Nelson, Angélica Capelari, Lourenço Barba, Jair Lopes Jr., Maria de Lourdes Passos e Emmanuel Zagury Tourinho, pela leitura atenta, sugestões e críticas enriquecedoras ao manuscrito inicial. Agradecimentos especiais à Carol Vieira, pela paciência e carinho durante a elaboração desse artigo. 43

2 Marcus Bentes de Carvalho Neto losofia dessa ciência) e a Etologia, estaria prejudicada se não houvesse uma compreensão maior da história, pressupostos filosóficos, objetivos, objeto de estudo, variáveis causais, métodos de investigação, principais conceitos e implicações práticas e teóricas de cada campo de conhecimento constituído. Os esclarecimentos a seguir têm por objetivo desfazer alguns equívocos históricos e conceituais sobre o Behaviorismo e fornecer alguns elementos para o entendimento entre a Etologia e a Análise do Comportamento. Sobre a caixa-preta behaviorista e as unidades de análise de um episódio comportamental No início do seu artigo, Japyassú enuncia quatro proposições sobre o Behaviorismo: tanto Watson quanto Skinner, (1) condenariam a pretensão de ir além do observável, e por isso teriam ignorado completamente a introspecção e a vida interior; (2) teriam aderido à concepção de caixa preta, onde variáveis fisiológicas e genéticas seriam ignoradas; (3) não negariam a existência de estados internos e predisposições inatas, só as colocariam em segundo plano, enfatizando a aprendizagem; (4) em seus modelos explicativos, decomporiam o ambiente em estímulos (e não mais em situaçõesproblemas ) e respostas unitárias (e não mais em ações que transformam o ambiente para a solução de problemas ). Em relação ao item (1), no caso específico da posição de Skinner, não se trata de ignorar os fatos da introspecção e da chamada vida interior e sim de questionar a sua interpretação tradicional. Existem eventos que ocorrem debaixo da pele; não é isso que está em jogo, mas sua natureza e seu papel na determinação das ações. A observação pública e a verdade por consenso, onde um fenômeno passível de investigação deve ser acessível diretamente a pelo menos dois observadores distintos, não são os critérios, no Behaviorismo Radical pelo menos, de validação científica de uma asserção sobre o funcionamento do mundo. Há um tratamento sim para a subjetividade ou vida interna no Behaviorismo de Skinner e os eventos privados podem ser analisados pela ciência (Machado, 1997; Malerbi & Matos, 1992; Matos, 1997a, 1997b; Moore, 1995; Skinner, 1945, 1953/1965, , 1969, 1974/1976, 1989, 1990; Tourinho, 1995, 1999; Zuriff, 1979). O assunto será retomado com maiores detalhes mais adiante. A proposição (2) está relacionada à (3) e à (1) e gera uma ambigüidade ou um paradoxo: como um modelo que promove a completa desconsideração da vida interna poderia, ainda assim, não negar a existência de estados internos e predisposições inatas, colocando-as apenas em segundo plano? Mesmo que não houvesse um paradoxo, mas apenas uma imprecisão de termos (há diferentes tipos de eventos internos, mentais e genéticos/fisiológicos, por exemplo, e cada um receberia um tratamento diferenciado por parte de Skinner e, consequentemente, por parte de Japyassú), colocá-los indiferenciadamente sob o rótulo de internos poderia induzir a generalização. Mesmo após os esclarecimentos sobre possíveis interpretações distintas para distintos tipos de internalidade, o assunto caixa preta ainda mereceria algumas considerações relacionadas à suposta ênfase ambientalista de Skinner e Watson. A posição de Japyassú ganha contornos mais nítidos no decorrer do seu texto e retomar-se-á a discussão adiante quando a sua crítica for detalhada. Em relação à proposição (4), é interessante notar que o conceito de estímulo é apenas um instrumento de análise para a compreensão do meio, ou seja, no caso da situação-problema, há diversas partes de um ambiente restrito que afetariam o responder e que poderiam ser descritas de forma decomposta em estímulos (uma luz, um som, uma alavanca, etc.) ou ainda em termos de diferentes propriedades desses estímulos (no caso da luz, o comprimento de onda, o brilho, o calor, etc.). A solução de um problema envolveria uma cadeia comportamental que poderia ser entendida de forma mais microscópica como uma seqüência de res- 44

3 Esclarecimentos sobre o Behaviorismo: uma réplica a Japyassú postas e estímulos (puxar a alavanca à porta se abre à andar em direção à porta aberta à sair da caixa à acesso ao alimento). No caso do equipamento de Thorndike, o final da cadeia previa duas conseqüências principais: sair da caixa e acesso ao alimento. O repertório comportamental que produziu tais conseqüências envolve uma série de respostas e outros estímulos (com função reforçadora para a resposta anterior e discriminativa para a próxima). É possível descrever toda a cadeia de forma unitária ou em bloco como resolver o problema e chamar o contexto em que isso ocorreu de situação-problema, mas poderia haver uma perda na compreensão da seqüência e riscos em apontar um controle ambiental demasiadamente genérico, perdendo-se certas sutilezas na relação organismo-ambiente. Na Análise Experimental do Comportamento, a área denominada controle de estímulos tem se deparado com muitos casos em que um contexto específico, inicialmente tomado como uma coisa só, pode ser entendido como controlando a ação através de diversos estímulos e de diversas propriedades distintas desses estímulos que constituem o todo inicial. Há importantes implicações, para o ensino humano, tanto da consideração de cadeias comportamentais complexas quanto do ambiente como um conjunto de estímulos com diferentes propriedades (ver Matos, 1993). Além disso, a adoção das unidades S e R não implica o uso de um paradigma S R, limitado a descrição de relações reflexas ou respondentes. Retomando o tema da caixa-preta, Japyassú (1999) aponta para dois aspectos importantes (pp ): (5) Skinner representa o clímax da abordagem ambientalista; (6) Watson teria supostamente demonstra seu desprezo pela base biológica na determinação do comportamento ao afirmar que poderia formar qualquer tipo de profissional ou de personalidade utilizando-se apenas das leis da aprendizagem e do condicionamento (na clássica passagem sobre as doze crianças,... numa clara indicação de que a aprendizagem é a toda poderosa e de que o organismo é uma tabula rasa, uma entidade despossuída de estrutura relevante e que, portanto, está apta a ser moldada em qualquer direção. (pp ). Sobre o item (5), conceber Skinner como um ambientalista e conceber o ambientalismo como seu ponto alto, é simplificar perigosamente a proposta desse autor. Sua perspectiva se encaixa razoavelmente bem no que Japyassú chama de posição interacionista. Japyassú menciona contudo dois aspectos que poderiam inviabilizar essa interpretação: como Watson, Skinner afirmaria que o organismo não tem uma estrutura relevante e que a aprendizagem não tem limites. Japyassú se refere a uma obra de Skinner para chegar a tais conclusões, trata-se justamente de um material que não poderia deixar dúvidas sobre uma concepção multideterminista do fenômeno comportamental: Selection by Consequences. O artigo foi publicado na revista Science em 1981 e depois reimpresso em 1984 (Skinner, 1981/1984a) em The Behavioral and Brain Sciences, onde um intenso debate foi possível com pensadores de várias áreas, inclusive biólogos do comportamento do porte de Dawkins e Maynard Smith. Tal artigo se dedica em grande parte a desqualificar tais críticas (ver especialmente as réplicas de Skinner aos biólogos e psicólogos). Japyassú poderia dizer, contudo, que a crítica não procede, pois ela teria por alvo o Skinner jovem e não o Skinner maduro, autor do Selection by Consequences. Se assim for, há ainda dois problemas: (a) até a página 56 (o artigo inicia na 47) Japyassú fala de Behaviorismo watsoniano e skinneriano quase indistintamente e descreve as idéias de Skinner de forma monolítica, só vindo a sinalizar a existência de possíveis matizes ao longo dos seus trabalhos na página 57; (b) Acertaria se dissesse que Skinner alterou algumas de suas posições ao longo da vida (transição do conceito de reflexo para o de operante (Iversen, 1992 e Sério, 1990), mas parece errar se acreditasse que ele mudou nesse aspecto particular. Da sua tese de doutorado transformada em livro em 1938 (Skinner, 1938), passando por seus clássicos dos anos 50, Science and Human Behavior (Skinner, 1953/1965) e Verbal Behavior (Skinner, 1957), até trabalhos específicos sobre o assunto 45

4 Marcus Bentes de Carvalho Neto inato x aprendido nos anos 60, 70 e 80 (Skinner, 1966/1984b, 1969, 1975, 1977, 1984c, 1989), não há elementos inequívocos que justifiquem considerá-lo como adepto da tabula rasa ou da caixa preta. É verdade que Skinner, ao longo do tempo, passa a tratar mais vezes e mais especificamente do assunto, mas isso ocorre para explicar com maior clareza e detalhes sua posição original do que para revê-la em essência (para uma posição discordante, ver Micheletto, 1997a). Os ingredientes que Japyassú identifica em 1981 como uma amostra da evolução do pensamento de Skinner, já estão quase inteiramente presentes em 1966/1984b quando Skinner responde ao livro de Lorenz (1965) do ano anterior que, entre outras coisas, atacava genericamente o Behaviorismo, e o acusava de desprezar as variáveis biológicas e de trabalhar com uma noção irrealista de aprendizagem (em relação ao seu alcance e à sua origem). O modelo de seleção pelas conseqüências, anunciado formalmente nos anos 80, parece estar presente em suas linhas mestras desde pelo menos os anos 50 (Skinner, 1953/1965). Em trabalho anterior (Carvalho Neto & Tourinho, 1999), tratou-se exatamente através de um levantamento dos escritos do autor entre 1938 e 1990, de tentar desfazer os equívocos da crítica que tenta anunciar Skinner como um adepto do modelo do organismo vazio e da tabula rasa. As principais conclusões do artigo são: (a) o conceito interacionista (organismo/ambiente) de comportamento é avesso ao mero ambientalismo; tal expressão, em Skinner, não possui sentido lógico nem empírico; (b) o modelo de seleção pelas conseqüências concebe que a filogênese, a ontogênese, as práticas culturais e a fisiologia atuam em bloco na determinação do comportamento; (c) o conceito de comportamento/condicionamento operante é indissociável da filogênese (tanto a primeira resposta quanto a sensibilidade a determinadas conseqüências seriam inatas ); e (d) há uma negação explícita tanto da equipotencialidade dos estímulos na aprendizagem quanto da inexistência de limites biológicos nos processos de condicionamento. Há restrições biológicas no condicionamento respondente e operante que seriam as marcas da evolução filogenética em cada espécie. Sobre o item (6), segundo o qual Watson teria ignorado as variáveis de ordem biológica e feito seu desafio a respeito das doze crianças, alguns esclarecimentos históricos precisam ser dados. A célebre passagem do livro de Watson de 1924 é apresentada muitas vezes, por vários autores, em diferentes épocas, como uma prova cabal de sua posição intransigente diante dos determinantes internos, em particular dos biológicos. É comum classificá-lo como um defensor da tabula rasa e dos poderes ilimitados da aprendizagem. Há porém, elementos suficientes no livro citado para colocar sob suspeita afirmações dessa natureza. Se contextualizada apenas a frase mencionada, já se perderia muito do sentido ambientalista extremista que lhe atribuem injustamente. Há pelo menos três razões para isso: (a) uma delas foi ressaltada por Skinner, já em 1969: Watson não estava negando que uma parte substancial do comportamento fosse herdada. O desafio (...) aparece no primeiro dos quatro capítulos em que Watson descreve como o homem está equipado para se comportar no nascimento. Como especialista e entusiasta da psicologia da aprendizagem, foi além dos fatos que possuía para enfatizar o que poderia ser feito, apesar das limitações genéticas. Foi, como disse Gray [(1963) The descriptive study of imprinting in birds from 1863 to Journal of General Psychology, 68, ] um dos primeiros e um dos mais cuidadosos pesquisadores na área da etologia animal. Contudo, é ele, provavelmente, o responsável pelo mito persistente do que tem sido chamado de dogma contrafactual do behaviorismo (...). E trata-se de um mito. Nenhum estudioso do comportamento animal de boa reputação, jamais defendeu que o animal chega ao laboratório virtualmente como uma tabula rasa, ou que diferenças entre espécies são insignificantes, e que todas as respostas são igualmente condicionáveis a todos os estímulos... (p , grifos meus). 46

5 Esclarecimentos sobre o Behaviorismo: uma réplica a Japyassú Watson parecia aceitar a influência limitadora de uma base biológica sobre o comportamento e a expressão como o homem está equipado para se comportar no nascimento sugere isso. Seria sobre essa base ou equipamento, construído ao longo da evolução, que a aprendizagem (reflexa e por hábitos), também um fruto da filogênese, edificaria uma parcela significativa do repertório dos organismos. Watson ainda dedicou uma parte razoável do livro às bases fisiológicas do comportamento que intermediariam os efeitos dos estímulos sobre as respostas (Watson, 1924, cap. III, part I e cap. IV, parte II). (b) Outro ponto que mostra o equívoco da crítica está na própria continuação da frase watsoniana, que já seria por si só esclarecedora: Estou indo além dos fatos que possuo e o admito, mas também o fizeram muitos defensores da posição contrária, e por muitos milhares de anos (p. 104). Watson estava reagindo a um contexto acadêmico muito particular do início do século XX, de uma forma admitidamente exagerada. Sua luta era contra o uso indiscriminado e carente de base empírica dos conceitos explicativos de instinto e de traços para explicar padrões de comportamento para os quais ainda não se tinha demonstrado um controle ontogenético (Heidbreder, 1975). Note-se que entre se opor ao conceito de instinto como usado na época e partilhar da crença na absoluta inexistência de variáveis biológicas afetando o comportamento, há uma razoável distância: representaria uma mudança radical e improvável no pensamento de um autor que se dedicou inicialmente ao estudo dos comportamentos típicos da espécie em pássaros no seu ambiente natural e que é, considerado um dos grandes nomes na história da Psicologia Comparada (Dewsbury, 1978). (c) Um outro aspecto, talvez o mais importante e decisivo, é o contexto político no qual Watson fez sua afirmação. O que estava sendo discutido era o racismo justificado geneticamente, racismo que ele atacou ferozmente, enfatizando o amplo e importante papel das circunstâncias econômicas, sociais, educacionais, ou seja, ambientais, para que um grupo ou raça tivesse desempenhos menores que outros em certas escalas ou para que alguém viesse a ser um criminoso. A posição extremista aqui era explicitamente política e sua defesa da aprendizagem era uma defesa intransigente da democracia, contexto onde todos teriam potencialmente as mesmas possibilidades e deveriam ser tratados de forma igualitária. Grandes distorções ou diferenças no repertório de uma pessoa ou de um grupo (como por exemplo, a maior incidência de fracasso escolar entre negros) deveriam ser atribuídas ao ambiente cultural (condições sócio-econômicas) e não aos seus supostos limites biológicos, limites que, em última instância, legitimariam práticas como a eugenia. Sobre estímulos externos, passividade do organismo que se comporta e Psicologia S R Japyassú (1999) afirma (p. 51) que (7) para Skinner, o sujeito é controlado pelo ambiente externo e que (8) nessa abordagem, o sujeito é... encarado de forma passiva, como sendo moldado pelas forças ambientais: a imagem de sujeito é a de um ser que apenas reage (paradigma estímuloàresposta), destituído de espontaneidade e de direção (p. 51). A respeito da proposição (7): em 1953/ 1965 Skinner define ambiente como qualquer aspecto do universo que se mostre capaz de afetar o organismo (p. 257). Portanto, os estímulos não teriam um lugar rigidamente definido a priori (para uma recente discussão ver Malerbi, 1997; Matos, 1997c, Micheletto, 1997b; Tourinho, 1997). Não são necessariamente externos ao organismo. Devem apenas possuir dimensões no espaço e no tempo (eventos físicos) e fazer parte do mundo natural. Há fenômenos específicos, como uma dor de dente, onde eventos internos afetam o responder. No caso de parte do que se convencionou chamar de pensamento, alguns elos da cadeia (físicos e naturais) são verbais e privados e acabam afetando os elos subsequentes públicos, verbais 47

6 Marcus Bentes de Carvalho Neto ou não (Santos, 1998; Verplanck, 1992). Há experimentos, na área de controle de estímulos, mostrando como estímulos internos ou interoceptivos podem passar a controlar a ação (ver, por exemplo, Lubinski & Thompson, 1987; Slucki, Adam & Porter, 1965). Skinner de fato sugere que a fonte última de controle estaria fora do organismo, nas contingências originais filogenéticas, ontogenéticas e culturais externas: Um entrevistador perguntou-me: Poderia chamar os sentimentos e os estados mentais de epifenômenos? Eu disse não. Webster s Third New International define como epifenômeno um fenômeno secundário acompanhado por outro (...) e pensado como causado por ele. Para muitas pessoas, isso poderia fazer do comportamento um epifenômeno. Eu poderia sugerir que sentimentos são epifenômenos quando os chamo de produtos secundários do comportamento. Uma expressão melhor é produtos colaterais. Os sentimentos e o comportamento são ambos causados pelas histórias genéticas e ambientais juntamente com a situação presente. (p. 25, grifos meus) Dizer apenas que alguém faz determinada coisa por possuir um instinto, personalidade ou traço de caráter não deveria parar a pesquisa ou saciar a curiosidade. Nesse caso, o único indício do instinto, da personalidade e do traço de caráter seria o próprio comportamento que se deveria explicar desde o início. Mais que rebatizar um fenômeno com outro nome, dever-se-ia descrever que variáveis estão relacionadas com sua origem e seu funcionamento. Pode-se pensar que o termo instinto seja uma abreviação de um padrão comportamental estável modelado através da seleção natural com, no passado ao menos, algum valor de sobrevivência, 2 mas restaria explicar como aquele instinto particular foi construído e que eventos o controlam. As explicações parecem estar em parte, pois há indiscutivelmente variáveis internas genéticas e fisiológicas envolvidas, fora do organismo que se comporta, na sua história filogenética, ontogenética e nas variáveis imediatas que o regulam. Se os determinantes internos fossem realmente os responsáveis últimos e essenciais pelo comportamento, especialmente do ser humano, sejam mentais, genéticos ou fisiológicos, o modelo skinneriano perderia muito do sentido e do valor, pois há uma razão pragmática para o seu externalismo: Skinner estava interessado na resolução dos problemas da humanidade (da falência do sistema educacional à superpopulação e à desigualdade social) e via na Psicologia (em uma ciência do comportamento, pois os problemas eram, para ele, em larga medida, comportamentais) o instrumento para identificar as fontes desses problemas e para gerar uma tecnologia comportamental capaz de solucionálos. Se a causa é interna por exemplo, uma causa mental, ou seja, imaterial e não afetada por variáveis externas materiais, como modificar o comportamento? Se os eventos psicológicos forem insensíveis ao universo descrito pela física e pela biologia, nada se pode fazer. É, contudo, possível uma interpretação alternativa e passível de teste, onde, na ação completa, existe uma cadeia causal com três elos: um público ambiental, um privado ou subjetivo (físico e natural como os demais), e um público comportamental. Assim, um assalto é anunciado dentro do banco em que, por coincidência, estamos (elo ambiental público), minha pulsação dispara e pensamentos sobre fugir dali tornam-se mais freqüentes (eventos comportamentais internos respondentes e operantes, respectivamente) e corro então para fora (evento comportamental público) e, milagrosamente, escapo ileso. O que explica o meu correr, último elo da cadeia aqui sugerida? Minha pulsação alterada e outras respostas fisiológicas eliciadas que posso chamar de medo (elo intermediário)? Meus pensamentos obsessivos de fuga que impulsionaram o correr (elo intermediário)? Ambos? Se a aventura tivesse custado minha vida e você quisesse impedir mortes banais como essa, o que deveria ser mudado? Os sentimentos de medo? Os pensamentos com molas? Ou o mundo onde eventos como assaltos e assassinatos por 10 reais são tão freqüentes quanto, quase, incontroláveis? Há cer- 48

7 Esclarecimentos sobre o Behaviorismo: uma réplica a Japyassú tamente as técnicas de autocontrole que, de forma geral, criam repertórios comportamentais para afetar outros (Ferster, Nurnberger & Levitt, 1973; Kerbauy, 1991; Lowe, 1995; Skinner, 1953/1965, cap. 15, 1982, 1989, cap. 3; Sonuga- Barke, Lea & Webley, 1989). Então, durante o assalto penso em todos os números primos ou nas capitais dos países europeus por ordem alfabética (comportamento concorrente ao correr ) ou nas estatísticas que indicam que as vítimas fatais geralmente fazem movimentos bruscos (descrição de possíveis conseqüências aversivas que entram no controle da ação pública) e respiro calma e profundamente como aprendi na yoga (comportamento incompatível com as respostas emocionais e reforçado negativamente), mas são todos paliativos. O que gerou tanto o medo quanto os pensamentos obsessivos e o fatídico correr foi o assalto e é ele que deve ser eliminado para um controle efetivo nesse contexto. 3 Pense-se agora, em escala mais ampla, na violência quase descontrolada que se tem que enfrentar todos os dias nas grandes e, agora também nas pequenas cidades. O que a gera? O que controla o comportamento daqueles que se utilizam da agressão e da ameaça de agressão com tal freqüência e em tal escala? Qual a gênese desse comportamento? Quais as variáveis responsáveis? O que se deve fazer, ou melhor, que variáveis devem e podem ser modificadas para mudar tais padrões? Se elas estiverem dentro dos organismos e forem, por isso, difíceis ou mesmo refratárias às manipulações externas, como as tais tendências agressivas inatas, mencionadas nos telejornais crédulos e que explicariam os crimes cometidos por psicopatas, então nosso futuro no planeta não parece ser lá muito promissor. Ficar-se-ia a mercê de uma espécie de fatalismo internalista que nos deixaria impotentes ou pouco eficazes no combate às mazelas modernas e ancestrais que nos visitam insistentemente. Por outro lado, se o comportamento público for causado, em uma cadeia, por eventos internos, que por sua vez são afetados sim por variáveis públicas, então poder-se-ia mudar o interno, e, consequentemente, o comportamento público, mudando-se o ambiente público. Há cadeias comportamentais onde isso parece ocorrer (como na resolução de problemas, onde certos eventos privados tornam mais provável a ocorrência de respostas públicas capazes de produzirem os reforçadores finais, ver Santos, 1998; Verplanck, 1992); mas há uma outra parte significativa, onde os eventos privados e comportamentais públicos parecem ser ambos gerados quase simultaneamente pela interação com o ambiente público e não estão relacionados de forma seqüencial, dependente ou causal, como os sentimentos descritos anteriormente por Skinner (1980) (ver Tourinho, 1997, 1999). Mas se for imprescindível mudar o ambiente público para mudar os eventos privados e o comportamento público, qual a importância do elo intermediário na determinação última da ação pública e privada? Poder-se-ia mudar o comportamento público sem que se recorresse aos eventos privados, apenas programando-se alterações no ambiente público. Não seria um externalismo de princípio, mas um externalismo de resultados que parece guiar o posicionamento de Skinner sobre que variáveis sua disciplina deveria investigar. Sua preocupação com as questões humanas não podem ser ignoradas quando se pretende entender sua ciência do comportamento. Ela é toda permeada por um humanismo que acaba norteando os objetivos e os limites dessa proposta (Andery, 1990). Em relação ao item (8), que sugere haver, no modelo de Skinner, uma suposta passividade para o sujeito, no também suposto esquema S R, passividade esta que privaria o organismo de espontaneidade e direção, há pelo menos três problemas: (a) Skinner adotou o comportamento operante como seu objeto privilegiado de investigação/intervenção (SD...R Sr) e não o respondente ou reflexo (S R) e isso faz uma enorme diferença; (b) nesse comportamento (operante) o papel do ambiente é seletivo e não eliciador, a causalidade não é mecanicista e sim selecionista (Catania, 1992; Chiesa, 1992; Moxley, 1992). O organismo se 49

8 Marcus Bentes de Carvalho Neto comporta e produz certas alterações ao seu redor. Tais alterações irão afetar a probabilidade de essa classe de respostas, ocorrer novamente nesse contexto. Um organismo alterado (caberia à fisiologia dizer o quê foi mudado dentro do organismo) entrará em contato com um mundo alterado. A via é de mão dupla. Mudamos o mundo e ele nos modifica. Quando tais conseqüências aumentam a probabilidade do responder, diz-se que a conseqüência foi reforçadora. Quando a probabilidade é reduzida, chama-se a conseqüência de punitiva. Agora, o organismo age antes de as conseqüências afetarem seu responder. A resposta não é produzida de forma automática por um evento ambiental antecedente que a elicia. A resposta ocorre e afeta o ambiente e é então é afetada por ele (de forma seletiva). Há outro aspecto importante: a variabilidade é uma característica das respostas. Não há duas respostas iguais. A chave para a criatividade estaria em parte aqui e descobriu-se recentemente (Machado, 1989; Neuringer, 1993; Page & Neuringer, 1985) que a variabilidade é uma dimensão reforçável do responder, ou seja, que é possível aumentar a probabilidade de comportamentos que diferem dos anteriores ou de comportamentos originais a partir do reforçamento, o que é uma revolução para aqueles que viam nele uma fábrica de estereotipia. Os organismos são tão passivos, e a causalidade é tão mecanicista, no modelo operante de Skinner quanto o é na seleção natural de Darwin (Baum, 1999, cap. 4; Micheletto, 1997a). Como no darwinismo, as intenções ou direções são explicadas por uma história de variação e seleção e não por qualquer faculdade teleológica dos organismos. (c) Isto não significa que não exista a possibilidade de planejamento. No comportamento humano o controle verbal permite que se descrevam as fontes de controle existentes e que se criem estratégias de contracontrole eficazes. Não significa eliminar ou abolir o controle em si, já que o comportamento ainda estaria ocorrendo por alguma razão, em função, ou sob controle, de alguma coisa, do passado e no presente, mas simplesmente de mudar de uma contingência predominantemente coercitiva para outra onde vigorem os reforçadores positivos que produzem, além do aumento de certas classes de respostas, a sensação de liberdade (ver Andery, 1990; Sidman, 1995; Skinner, 1971). A luta por uma sociedade justa, onde todos vivam com dignidade passa por aqui, o que não significa dizer que o comportamento deixaria de ter causas quando este estado fosse atingido. Diferentes conseqüências, diferentes comportamentos, públicos e privados. (para uma discussão mais aprofundada, ver Micheletto & Sério, 1993). Sobre o interacionismo, os limites da Análise do Comportamento e as possibilidades de entendimento com a Etologia A forma como Japyassú (1999) descreve a posição de Morgan (p. 55) não é incompatível com as descrições do Behaviorismo Radical. Antes de prosseguir, há entretanto uma diferenciação necessária a ser feita a respeito da posição de Skinner sobre o papel das variáveis biológicas em seu modelo explicativo do comportamento. Reconhecer as bases biológicas da ação não o força a adotar uma outra linha de pesquisa sobre os seus constituintes genéticos, evolutivos ou fisiológicos (Carvalho Neto & Tourinho, 1999). Trabalha-se em Análise Experimental do Comportamento com um organismo (construído evolutivamente de uma dada maneira e capaz de interagir com o seu mundo de certas formas específicas) inserido em seu ambiente (histórico e imediato). A ontogênese, ou melhor, certos aspectos dela, são o alvo da ciência do comportamento skinneriana. Isso não significa que se ignore a existência de outras fontes causais ou que se acredite que seriam os ontogenéticos os seus principais motores. Dada as especificidades de sua história dentro da psicologia (Andery & Sério, 1988; Day, 1980), de seu instrumental metodológico (Sidman, 1976; Skinner, 1984d) e seus objetivos pragmáticos reformistas (Andery, 1990; Baum, 1999, cap

9 Esclarecimentos sobre o Behaviorismo: uma réplica a Japyassú 14), esse aspecto do universo passou a controlar a maioria das investigações por parte dos analistas do comportamento, o que não parece ser pouco. Mas talvez esse posicionamento possa não ser suficiente para poupá-lo das críticas, como não o foram para um outro etólogo, Konrad Lorenz: A aprendizagem por reforçamento desempenha uma função altamente importante na vida dos animais superiores e dos homens, e por esta razão a escola behaviorista tem realmente conseguido grandes descobertas científicas. Isto é necessário enfatizar aqui porque os etólogos são injustamente acusados de ignorar o mérito que deveria ser atribuído à pesquisa behaviorista. O que nós reprovamos nos behavioristas certamente não é o que eles fazem; [pois] eles fazem o que eles fazem da mais excelente maneira. Nossa crítica se refere somente a sua crença de que não há mais nada além disso no comportamento para investigar. Muitos behavioristas evitam investigar alguma coisa que não esteja diretamente conectada com a aprendizagem por reforçamento. (Lorenz, 1978/1981, p. 70, grifos meus) Não rejeito nada do que os skinnerianos fazem, mas os reprovo pelo número de coisas que eles não fazem- por exemplo, a observação simples da adaptação de um animal ao seu meio natural. Não acho que muitos behavioristas tenham estudado um rato selvagem na floresta, só para ver o que ele faz. E poderiam obter algumas informações valiosas quanto aos reforçadores efetivos, se o fizessem. (Lorenz, 1974/1979. p 35) Seria essa a mesma base da argumentação de Japyassú?:... Apesar das concessões à estruturação endógena, o Behaviorismo persiste em sua ênfase na estrutura externa (estímulos e conseqüências a eles associadas) como fonte da organização interna, de modo que o agente causal, não está nesta organização, mas sim nas contingências de reforçamento. Tais considerações mostram que, apesar das alterações buscando aproximar tais epistemologias opostas, direcionando-as no sentido de uma síntese interacionista, os interacionismos assim obtidos apresentam matizes diferenciados, os quais permitem uma sobrevivência da dicotomia clássica instintoaprendizagem. (Japyassú, 1999, p. 57, grifos meus) A Análise do Comportamento não pretende ser a única disciplina a dar conta de um fenômeno tão amplo em causalidade quanto o comportamento. Skinner (1981/1984a, 1990) chega até mesmo a segmentar as fontes de determinação de comportamento e a sugerir que disciplinas específicas deveriam cuidar de cada parte para viabilizar as pesquisas no esclarecimento do fenômeno. Pode-se discutir se todas as variáveis foram contempladas na descrição de Skinner ou se as disciplinas deveriam se limitar aos aspectos apontados por ele: a forma como ele descreve a Etologia não parece, de fato, refletir os objetivos e o alcance dessa ciência (Skinner 1966/1984b, 1981/1984a, 1990). Mas daí a se sugerir que se inclua sistematicamente, como Vis e não apenas como pressupostos e cuidados especiais, os determinantes genéticos, fisiológicos e evolutivos nas pesquisas de analistas comportamentais, para uma abordagem não comprometida com a dicotomia inato/aprendido, é desconsiderar os pressupostos e objetivos sobre os quais essa disciplina científica foi edificada ao longo de quase 70 anos. Diferentemente da Etologia (Alcock, 1989) que teria quatro amplas perguntas sobre as causas (históricas e imediatas) do comportamento animal e que abarcaria todo o universo de determinação deste, as pretensões skinnerianas são bem mais modestas. Mesmo quando Skinner (1966/1984b, 1981/1984a, 1984c, 1990) fala de um modelo amplo de causalidade, não está em jogo a criação, ao menos imediata, de uma superciência do comportamento, mas apenas o reconhecimento dos vários tipos de determinação e dos limites da Análise do Comportamento dentro desse emaranhado causal. Um aspecto que talvez gere parte da confusão, diz respeito aos diferentes alvos da Psicologia skinneriana e da Etologia. Independentemente do conceito de comportamento que também parece conter diferenças não desprezíveis entre essas duas ciências do comportamen- 51

10 Marcus Bentes de Carvalho Neto to, qual seria o organismo alvo em cada uma? A Etologia não levantaria restrições quanto à espécie. No caso da linha de Skinner, há um marcante elemento antropocêntrico, ou seja, o comportamento humano é o objeto a ser desvelado. Não por acaso, Skinner manteve-se na Psicologia mesmo quando sua disciplina parecia ter muito mais afinidade (objeto de estudo, natureza das variáveis causais, metodologias empíricas de investigação, o que seria ciência, etc.) com a Biologia do que com a grande maioria das escolas psicológicas não-experimentais. O uso de outros organismos viria subsidiar o estudo do comportamento humano. Constituiria uma estratégia de pesquisa e não um objetivo da disciplina. Etogramas de rato branco, de golfinho ou de pelicano teriam tanto valor no Behaviorismo skinneriano quanto revelassem princípios gerais aplicáveis ao esclarecimento da ação humana. Mas talvez fosse mais heurístico deslocarse o problema do terreno conceitual para um terreno mais factual: estaria o projeto de ciência do comportamento de Skinner ameaçado pela adoção de uma tática de investigação diferente da recomendada e defendida pela Etologia? Seriam os princípios do comportamento investigados pelos behavioristas radicais (como os apresentados por Catania, 1999) descrições adequadas do funcionamento de parte do mundo? Seria possível prever e controlar os comportamentos de interesse dos behavioristas radicais, no caso os apresentados principalmente por seres humanos, sem incluir na análise todo o leque de determinações biológicas? Haveria dados concretos indicando tal insuficiência? No caso específico da fisiologia, os limites realmente existem em casos especiais, mas não parecem ser suficientes para impor uma reorganização das estruturas de investigação existentes, apenas recomendam uma salutar e precavida visão global das fontes de controle e a cooperação mais ágil e eficiente das disciplinas por elas responsáveis. Por exemplo, quando na área de saúde lida-se com um organismo profundamente alterado, como no caso das depressões crônicas, os behavioristas radicais que atuam como terapeutas do comportamento têm indicado o uso conjunto de remédios que tornariam o organismo novamente sensível às contingências de reforçamento a serem dispostas pelo profissional (Cavalcante, 1997). Os princípios sozinhos se mostraram, por vezes, incapazes de afetar o comportamento do cliente. Restabelecer a sensibilidade desse organismo aos eventos ambientais públicos/manipuláveis (verbais ou não), instrumentos do terapeuta, seria condição essencial para que se pudesse ajudá-lo efetivamente. Nesses casos seria preciso uma ação combinada de farmacólogos ou psiquiatras e terapeutas comportamentais, pois, em contrapartida, o medicamento sozinho não resolveria o problema. O que teria isso a ver com a discussão anterior sobre a compartimentação das ciências comportamentais atuais e a busca por uma ciência ampla, completa e auto-suficiente? Devem os terapeutas, nesses casos, retirar-se da cena aplicada e investir em sua formação bioquímica e fisiológica afim de designarem e aplicarem eles mesmos os remédios em seus consultórios? Deve-se acusar, então, os farmacólogos comportamentais e psiquiatras de ignorarem ou desprezarem as variáveis ontogenéticas da ação humana e mandá-los de volta aos seus laboratórios para que possam, finalmente, reconstruir sua ciência de forma mais abrangente e completa? O que fazer? Diluir as várias ciências do comportamento e reagrupá-las em uma grande disciplina sintética? Como? Uma clara e vigorosa política de cooperação entre as diversas ciências do comportamento não poderia ser uma saída mais realista? Disposição para essa cooperação parece existir por parte dos analistas comportamentais, pois fala-se e escreve-se muito, e em geral bem, sobre a biologia do comportamento (principalmente sobre as contribuições da Etologia e das Ciências do Cérebro para uma compreensão integral do comportamento e as possíveis vantagens de uma aproximação com essas áreas). Um indicador mais palpável e confiável pode ser achado na quantidade de artigos relacionados ao tema publicados em periódicos como The Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 52

11 Esclarecimentos sobre o Behaviorismo: uma réplica a Japyassú The Behavior Analyst, Acta Comportamentalia, Revista Mexicana de Análisis de La Conducta e Behavior and Philosophy (antiga Behaviorism) nas últimas décadas e, em especial, nos manuais e outros livros didáticos importantes da área que trazem capítulos inteiros especialmente dedicados aos eventos biológicos e sua relação com as contingências de reforçamento (Baum, 1999, cap. 4; Catania, 1999, parte 2; Chance, 1994, cap. 12). Da parte dos etólogos a receptividade parece também existir, afinal é difícil imaginar um grupo avesso ao diálogo com behavioristas que publique nos Anais de um de seus Encontros um artigo como Considerações Conceituais acerca do Behaviorismo Radical e da Análise (Experimental) do Comportamento (Lopes Jr, 1993). Especificamente no Brasil, algumas tentativas de aproximação vem sendo feitas já há algum tempo (Ades, 1978; Prado, 1982). Entretanto, a despeito desse ambiente aparentemente favorável, entender o que se faz e as razões para o fazer, parecem ser pré-requisitos imprescindíveis para qualquer instauração de diálogo construtivo entre diferentes áreas. Se após tais esclarecimentos concluir-se que há elementos inconciliáveis entre as disciplinas, ainda assim ambas ganhariam, pois o distanciamento teria finalmente uma base concreta. Notas 1 Quando duas datas forem apresentadas, a primeira representará o ano da edição original e o segundo o da edição consultada. 2 Não necessariamente uma resposta pronta a certos eventos específicos, mas todo um aparato relativamente modificável, sensível a certos parâmetros do ambiente imediato. Ao que parece, há em diferentes padrões diferentes níveis de sensibilidade ao contexto, com mais ou menos plasticidade. O trabalho de Ades (1986) com aranhas e a construção de suas teias parece referendar essa versão menos cega e inalterável do conceito de instinto. 3 Para uma discussão mais precisa da determinação do comportamento e do papel dos eventos privados em uma perspectiva behaviorista radical, bem como seus problemas, ver Tourinho, 1995, 1997, Referências Bibliográficas Ades, C. (1978). Nota sobre a possível integração entre psicologia experimental animal e etologia. Psicologia, 4 (2), 1-6. Ades, C. (1986). A construção da teia geométrica como programa comportamental. Ciência e Cultura, 38 (5), Alcock, J. (1989). Animal behavior: An evolutionary approach. Sunderland, MA: Sinauer Associates. Andery, M. A. P. A., & Sério, T. M. P. (1988). Uma análise histórica do pensamento de B. F. Skinner. Em D. G. Souza, V. R. L. Otero, & Z. M. M. B. Alves (Orgs.), Anais da XVII Reunião Anual de Psicologia (pp ). Ribeirão Preto, SP: Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto. Andery, M. A. P. A. (1990). Uma tentativa de (re) construção do mundo: A ciência do comportamento como ferramenta de intervenção. Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. Baum, W. M. (1999). Compreender o behaviorismo: Ciência, comportamento e cultura (M. T. A. Silva, M. A. Matos, G. Y. Tomanari, & E. Z. Tourinho, trads.). Porto Alegre, RS: ARTMED. Carvalho Neto, M. B., & Tourinho, E. Z. (1999). Skinner e o lugar das variáveis biológicas em uma explicação comportamental. Psicologia: Teoria & Pesquisa, 15 (1), Catania, A. C. (1992). B. F. Skinner, organism. American Psychologist, 47 (11), Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: Comportamento, linguagem e cognição (D. G. Souza, trad.) (4a ed.). Porto Alegre, RS: ARTMED. Cavalcante, S. N. (1997). Notas sobre o fenômeno depressão a partir de uma perspectiva analítico-comportamental. Mestrado em Psicologia: Teoria & Pesquisa Comportamento. Universidade Federal do Pará, Belém, PA. (Manuscrito não publicado) Chance, P. (1994). Learning and behavior (3rd ed.). Pacific Grove, CA: Brooks/Cole Publishing Company. Chiesa, M. (1992). Radical behaviorism and scientific frameworks: From mechanistic to relational accounts. American Psychologist, 47 (11), Day, W. F. (1980). The historical antecedents of contemporary behaviorism. In R. W. Rieber & K. Salzinger (Eds.) Psychology: Theoretical-historical perspectives. New York: Academic Press. Dewsbury, D. A. (1978). Comparative animal behavior. New York: McGraw-Hill. 53

12 Marcus Bentes de Carvalho Neto Ferster, C. B., Nurnberger, J. I., & Levitt, E. E. (1973) The control of eating. In M. R. Golfried & M. Merbaum (Eds.). Behavior change through selfcontrol. New York: Holt, Kinuhart & Winston. Heidbreder, E. (1975). Psicologias do século XX (L. S. Blandy, trad.) (3a ed.). São Paulo: Mestre Jou. Iversen, I. H. (1992). Skinner s early research: From reflexology to operant conditioning. American Psychologist, 47 (11), Japyassú, H. F. (1999). Comportamento animal: Entre o sujeito e o objeto. Revista de Etologia, 1 (1), Kerbauy, R. R. (1991). Autocontrole: Pesquisa e aplicação. Tese de Livre Docência, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. Lopes Jr., J. (1993). Considerações conceituais acerca do behaviorismo radical e da análise (experimental) do comportamento. Em A. F. Nascimento Jr. (Org.), Anais do XI Encontro Anual de Etologia (pp.13-20). Bauru, SP: Sociedade Brasileira de Etologia. Lorenz, K. (1979). Lorenz. Em R. I. Evans (Ed.), Construtores da psicologia (pp ) (M. J. C. A. Penteado, trad.). São Paulo: Summus/Edusp. (Originalmente publicado em 1974) Lorenz, K. (1981). The foundations of ethology (K. Z. Lorenz & R. W. Kickert, trans.). New York: Springer-Verlag. (Originalmente publicado em 1978) Lowe, A. W. (1995). Self-control: Waiting until tomorrow for what you want today. New Jersey: Prentice Hall. Lubinski, D., & Thompson, T. (1987). An animal model of the interpersonal communication of interoceptive (private) states. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 48 (1), Machado, A. (1989). Operant conditioning of behavioral variability using a percentile reinforcement schedule. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 52, Machado, L. M. C. M. (1997). Consciência e comportamento verbal. Psicologia USP, 8 (2), Malerbi, F. E. K., & Matos, M. A. (1992). A análise do comportamento verbal e a aquisição de repertórios auto-descritivos de eventos privados. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 8 (3), Malerbi, F. E. K. (1997). Eventos privados: O sujeito faz parte de seu ambiente? Em R. A. Banaco (Org.), Sobre comportamento e cognição (Vol. 1, pp ). Santo André, SP: Arbytes. Matos, M. A. (1993). Análise de contingências no aprender e no ensinar. Em E. S. Alencar (Org.), Novas contribuições da psicologia aos processos de ensino e aprendizagem (2a ed., pp ). São Paulo: Cortez. Matos, M. A. (1997a). O behaviorismo metodológico e suas relações com o mentalismo e o behaviorismo radical. Em R. A. Banaco (Org.), Sobre comportamento e cognição (Vol. 1, pp.54-67). Santo André, SP: Arbytes. Matos, M. A. (1997b). Introspecção: Método ou objeto de estudo para a análise do comportamento. Em R. A. Banaco (Org.), Sobre comportamento e cognição (Vol. 1, pp ). Santo André, SP: Arbytes. Matos, M. A. (1997c). Eventos privados: O sujeito faz parte de seu ambiente?. Em R. A. Banaco (Org.), Sobre comportamento e cognição (Vol. 1, pp ). Santo André, SP: Arbytes. Micheletto, N. (1997a). Bases filosóficas do behaviorismo radical. Em R. A. Banaco (Org.), Sobre comportamento e cognição (Vol. 1, pp.29-44). Santo André, SP: Arbytes. Micheletto, N. (1997b). Há um lugar para o ambiente? Em R. A. Banaco (Org.), Sobre comportamento e cognição (Vol. 1, pp ). Santo André, SP: Arbytes. Micheletto, N., & Sério, T. M. A. P. (1993). Homem: Objeto ou sujeito para Skinner? Temas em Psicologia, (2), Moore, J. (1995). Radical behaviorism and the subjective-objective distinction. The Behavior Analyst, 18 (1), Moxley, R. A. (1992). From mechanistic to functional behaviorism. American Psychologist, 47 (11), Neuringer, A. (1993). Reinforced variation and selection. Animal Learning & Behavior, 21, Page, S., & Neuringer, A. (1985). Variability is an operant. Journal of Experimental Psychology: Animal Behavior Processes, 11, Prado, L. (1982). Etologia e behaviorismo. Em B. Prado Júnior (Org.), Filosofia e comportamento (pp ). São Paulo: Brasiliense. Santos, A. C. S. (1998). Análise conceitual de pensamento sob a perspectiva do behaviorismo. Psicologia Argumento, 16 (22), Sério, T. M. A. P. (1990). Um caso na história do método científico: Do reflexo ao operante. Tese de Doutorado, Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. Sidman, M. (1976). Táticas da pesquisa científica (M. E. Paiva, trad.). São Paulo: Brasiliense. Sidman, M. (1995). Coerção e suas implicações (M. A. P. A. Andery & T. M. P. Sério, trads.). Campinas, SP: Editorial Psy. Skinner, B. F. (1938). The behavior of organisms. New York: Appleton-Century-Crofts. 54

13 Esclarecimentos sobre o Behaviorismo: uma réplica a Japyassú Skinner, B. F. (1945). Operational analysis of psychological terms. Psychological Review, 52 (5), Skinner, B. F. (1957). Verbal behavior. New York: Appleton-Century-Crofts. Skinner, B. F. (1965). Science and human behavior. New York: The Free Press. Skinner, B. F. (1969). Contingencies of reinforcement. (Originalmente publicado em 1953) New York: Appleton-Century-Crofts. Skinner, B. F. (1971). Beyond freedom and dignity. New York: Alfred. A. Knopf. Skinner, B. F. (1975). The shaping of phylogenic behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 24 (1), Skinner, B. F. (1976). About behaviorism. New York: Vintage books. (Originalmente publicado em 1974) Skinner, B. F. (1977). Herrnstein and the evolution of behaviorism. American Psychologist, 32 (12), Skinner, B. F. (1980). Epiphenomenon. In R. Epstein (Ed.), Notebooks B. F. Skinner. New Jersey: Prentice- Hall. Skinner, B. F. (1982). Contrived reinforcement. The Behavior Analyst, 3 (1), 3-8. Skinner, B. F. (1984a). Selection by consequences. The Behavioral and Brain Sciences, 7 (4), (Originalmente publicado em 1981) Skinner, B. F. (1984b). Phylogeny and ontogeny of behavior. The Behavioral and Brain Sciences, 7 (4), (Originalmente publicado em 1966) Skinner, B. F. (1984c). The evolution of behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 41 (2), Skinner, B. F. (1984d). Methods and theories in the experimental analysis of behavior. The Behavioral and Brain Sciences, 7 (4), Skinner, B. F. (1989). Recent issues in the analysis of behavior. Columbus, OH: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1990). Can psychology be a science of mind? American Psychologist, 45 (11), Slucki, H., Adam, G., & Porter, R. W. (1965). Operant discrimination of an interoceptive stimulus in rhesus monkeys. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 8 (6), Sonuga-Barke, E. J. S., Lea, S. E. G., & Webley, P. (1989). The development of adaptive choice in a self-control paradigm. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 51 (1), Tourinho, E. Z. (1995). O autoconhecimento da psicologia comportamental de B. F. Skinner. Belém, PA: UFPA. Tourinho, E. Z. (1997). Privacidade, comportamento e o conceito de ambiente interno. Em R. A. Banaco (Org.), Sobre comportamento e cognição (Vol. 1, pp ). Santo André, SP: Arbytes. Tourinho, E. Z. (1999). Eventos privados: O que, como e porque estudar. Em R. R. Kerbauy & R. C. Wielenska (Orgs.), Sobre comportamento e cognição (Vol. 4, pp ). Santo André, SP: Arbytes. Verplanck, W. S. (1992). Verbal concept mediators as simple operants. The Analysis of Verbal Behavior, 10, Watson, J. B. (1924). Behaviorism. New York: Norton. Zuriff, G. E. (1979). Tem inner causes. Behaviorism, 7 (1),

Behaviorismo Radical e Educação: o Skinner que poucos conhecem

Behaviorismo Radical e Educação: o Skinner que poucos conhecem Behaviorismo Radical e Educação: o Skinner que poucos conhecem B.F. Skinner B. F. Skinner (1904-1990) Um dos maiores nomes da Psicologia no século XX (prêmio da APA 8 dias antes da sua morte por Destacada

Leia mais

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS FACULDADE DE PSICOLOGIA

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS FACULDADE DE PSICOLOGIA SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS FACULDADE DE PSICOLOGIA Disciplina: Psicologia Experimental Avançada I: APRENDIZAGEM DO COMPORTAMENTO HUMANO

Leia mais

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E PSICOLOGIA EDUCACIONAL E ESCOLAR: DE QUAL BEHAVIORISMO FALAMOS? Natália Pascon Cognetti* (Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá,

Leia mais

Pensamento e Comportamento controlado por Regras. Psicologia Comportamental. Definição de Auto regras. Definição de Regras

Pensamento e Comportamento controlado por Regras. Psicologia Comportamental. Definição de Auto regras. Definição de Regras Psicologia Comportamental Pensamento e Comportamento controlado por Regras Sugestão de discussão: Comportamento sob controle de regras na clínica comportamental Luciana Verneque Definição de Regras Comportamento

Leia mais

Behaviorismo. O termo foi utilizado inicialmente em 1913 em um artigo denominado Psicologia: como os behavioristas a vêem por John Broadus Watson.

Behaviorismo. O termo foi utilizado inicialmente em 1913 em um artigo denominado Psicologia: como os behavioristas a vêem por John Broadus Watson. Behaviorismo Behaviorismo O termo foi utilizado inicialmente em 1913 em um artigo denominado Psicologia: como os behavioristas a vêem por John Broadus Watson. Behavior significa comportamento, definido

Leia mais

O Behaviorismo. Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia

O Behaviorismo. Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia O Behaviorismo Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia BEHAVIORISMO SKINNER Skinner nasceu em 1904, no estado da Pensilvânia, EUA. Graduou-se em Havard em Psicologia. Morreu

Leia mais

Apresentação do Dossiê em homenagem à Maria Amelia Matos

Apresentação do Dossiê em homenagem à Maria Amelia Matos Apresentação do Dossiê em homenagem à Maria Amelia Matos É imensurável a satisfação de apresentar o conjunto de artigos ora publicados em homenagem à saudosa Professora Maria Amelia Matos na revista Psicologia

Leia mais

MENTALISMO E BEHAVIORISMOS 1 HELIO JOSÉ GUILHARDI INSTITUTO DE TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO CAMPINAS - SP ASSOCIAÇÃO

MENTALISMO E BEHAVIORISMOS 1 HELIO JOSÉ GUILHARDI INSTITUTO DE TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO CAMPINAS - SP ASSOCIAÇÃO 1 MENTALISMO E BEHAVIORISMOS 1 HELIO JOSÉ GUILHARDI INSTITUTO DE TERAPIA POR CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO CAMPINAS - SP ASSOCIAÇÃO No experimento clássico de Pavlov, o experimentador apresentava para

Leia mais

31/05/2015. Utilizam conhecimentos advindos da Análise Experimental do Comportamento. Filosofia Behaviorista Radical de B. F.

31/05/2015. Utilizam conhecimentos advindos da Análise Experimental do Comportamento. Filosofia Behaviorista Radical de B. F. ROTEIRO MÓDULO ANÁLISE DO COMPORTAMENTO Larissa Botelho Gaça Psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental/Neuropsicóloga Mestre e doutoranda em Ciências - UNIFESP Condicionamento Clássico Condicionamento Operante

Leia mais

Subsídios conceituais para compreender a variabilidade comportamental

Subsídios conceituais para compreender a variabilidade comportamental Seminário em Ciências do Comportamento Profª Drª Elenice Seixas Hanna Subsídios conceituais para compreender a variabilidade comportamental Felipe de Souza Soares Germano Nathalie Nunes Freire Alves de

Leia mais

Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem

Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem Comportamento animal Conceitos básicos Conceitos básicos Comportamento é uma reação exibida pelo indivíduo como resultado de estímulos internos

Leia mais

Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem

Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem Comportamento animal Conceitos básicos Conceitos básicos Comportamento é uma reação exibida pelo indivíduo como resultado de estímulos internos

Leia mais

Roberto Banaco: a despatologização da doença mental

Roberto Banaco: a despatologização da doença mental 21 Roberto Banaco: a despatologização da doença mental RESUMO: Roberto Alves Banaco, a convite do curso de Psicologia, ministrou a palestra Despatologizando a psicopatologia: um analista do comportamento

Leia mais

NOTAS SOBRE A DICOTOMIA INATO VERSUS APRENDIDO 1

NOTAS SOBRE A DICOTOMIA INATO VERSUS APRENDIDO 1 NOTAS SOBRE A DICOTOMIA INATO VERSUS APRENDIDO 1 NOTES ON THE DICHOTOMY INNATE VERSUS LEARNT Marcus Bentes de Carvalho Neto 2 Emmanuel Zagury Tourinho 3 RESUMO A literatura enfocando o debate inato versus

Leia mais

O (não) lugar do reflexo no modo causal de seleção pelas consequências de Skinner

O (não) lugar do reflexo no modo causal de seleção pelas consequências de Skinner 305 O (não) lugar do reflexo no modo causal de seleção pelas consequências de Skinner Marcus Bentes de Carvalho Neto Thais Maria Monteiro Guimarães Alejandra Rodríguez Sarmiento Monalisa de Fátima Freitas

Leia mais

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Decanato Acadêmico

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Decanato Acadêmico Unidade Universitária: Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - 040 Curso: Psicologia Núcleo Temático: Fundamentos Téoricos Disciplina: Análise Experimental do Comportamento I Professor(es): Cassia Roberta

Leia mais

Roteiro de Estudo: O LUGAR DO SENTIMENTO NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 1 B. F. SKINNER

Roteiro de Estudo: O LUGAR DO SENTIMENTO NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 1 B. F. SKINNER 1 Roteiro de Estudo: O LUGAR DO SENTIMENTO NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 1 B. F. SKINNER 1. Qual é a mais comum interpretação sobre o behaviorismo radical citada pelo autor? E o que poderia ser responsável

Leia mais

Aula: Análise funcional aplicada em ambiente clínico e Contingências de Reforçamento em ambiente clínico. Contingência.

Aula: Análise funcional aplicada em ambiente clínico e Contingências de Reforçamento em ambiente clínico. Contingência. Aula: Análise funcional aplicada em ambiente clínico e Contingências de Reforçamento em ambiente clínico Profa. Dourtora: Letícia de Faria Santos Texto: Análise funcional aplicada em ambiente clínico Costa

Leia mais

quanto ao comportamento aprendido x herdado quanto às teorias de aprendizagem quanto ao determinismo

quanto ao comportamento aprendido x herdado quanto às teorias de aprendizagem quanto ao determinismo quanto ao comportamento aprendido x herdado: Skinner nunca se dedicou a traçar esses limites; achava que esta natureza de informação poderia ajudar muito pouco à AEC, sobretudo porque o comportamento herdado

Leia mais

Concepções do Desenvolvimento INATISTA AMBIENTALISTA INTERACIONISTA

Concepções do Desenvolvimento INATISTA AMBIENTALISTA INTERACIONISTA Concepções do Desenvolvimento INATISTA AMBIENTALISTA INTERACIONISTA Concepção Inatista Eventos que ocorrem após o nascimento não são essenciais para o desenvolvimento. As capacidades, a personalidade,

Leia mais

ESTUDO DA DEPRESSÃO EM UMA VISÃO ANALÍTICO- COMPORTAMENTAL

ESTUDO DA DEPRESSÃO EM UMA VISÃO ANALÍTICO- COMPORTAMENTAL ESTUDO DA DEPRESSÃO EM UMA VISÃO ANALÍTICO- COMPORTAMENTAL FAVORITO, J. L.; MORI, L. K. L.; MORAES, C. E. L.; SILVA, L. C.; GENARI, J. P. RESUMO A Análise do Comportamento tem como objeto de estudo o comportamento

Leia mais

IV SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: 2317-0018 Universidade Estadual de Maringá 12, 13 e 14 de Novembro de 2014

IV SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: 2317-0018 Universidade Estadual de Maringá 12, 13 e 14 de Novembro de 2014 AS PSICOTERAPIAS ANALÍTICO-COMPORTAMENTAIS DA TERCEIRA ONDA E OS EFEITOS DESEJÁVEIS E INDESEJÁVEIS DO CONTROLE AVERSIVO Wesley David Macedo (Departamento de Psicologia,, Maringá-PR, Brasil); Carolina Laurenti

Leia mais

Desenvolvimento Histórico Da Análise Experimental Do Comportamento

Desenvolvimento Histórico Da Análise Experimental Do Comportamento Desenvolvimento Histórico Da Análise Experimental Do Comportamento Dr. Ana Raquel Karkow Profa. Luciane Piccolo Disciplina Psicologia Experimental I 2011/1 BEHAVIORISMO Escola da Psicologia que surgiu

Leia mais

MPS Fev a Jun/2011

MPS Fev a Jun/2011 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRO-REITORIA de PÓS-GRADUAÇÃO e PESQUISA PROGRAMA de PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU em PSICOLOGIA Disciplina Temas de Pesquisa em Processos Clínicos: Avaliação de

Leia mais

UMA ANÁLISE DO PROGRAMA PATRONATO SOB O ENFOQUE DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

UMA ANÁLISE DO PROGRAMA PATRONATO SOB O ENFOQUE DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO UMA ANÁLISE DO PROGRAMA PATRONATO SOB O ENFOQUE DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DALLAQUA, M. F.; GRANDINI, L. C.; MASCHETTI, M. P. RESUMO: Patronato é um órgão de execução penal que acompanha assistidos cumprindo

Leia mais

CARGA HORÁRIA ESPAÇOS DIVERSIFICADOS 15H/a CONTEÚDO PREVISTO

CARGA HORÁRIA ESPAÇOS DIVERSIFICADOS 15H/a CONTEÚDO PREVISTO CRÉDITOS 5 Componente Curricular: AEC- Análise Experimental do Comportamento Professor: Willian Wenceslau de Oliveira Período: 3º - Ano: 2015.1 TOTAL DE AULAS(h/a) 90H/a CARGA HORÁRIA ESPAÇOS DIVERSIFICADOS

Leia mais

liberada por se tratar de um documento não aprovado pela PUC Goiás.

liberada por se tratar de um documento não aprovado pela PUC Goiás. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS Pró-Reitoria de Graduação - PROGRAD Plano de Ensino 2019/1 Atenção! Este Plano de Ensino é um Rascunho. Sua impressão não está liberada por se tratar de um documento

Leia mais

Princípios e práticas da Psicologia Experimental. Ana Raquel Karkow Profa. Luciane Piccolo Disciplina Psicologia Experimental I 2011/1

Princípios e práticas da Psicologia Experimental. Ana Raquel Karkow Profa. Luciane Piccolo Disciplina Psicologia Experimental I 2011/1 Princípios e práticas da Psicologia Experimental Ana Raquel Karkow Profa. Luciane Piccolo Disciplina Psicologia Experimental I 2011/1 O que é Psicologia Experimental? Psicologia Experimental Parte da Psicologia

Leia mais

Piaget. A epistemologia genética de Jean Piaget

Piaget. A epistemologia genética de Jean Piaget + Piaget A epistemologia genética de Jean Piaget Jean Piaget (1896-1980) n Posição filosófica: o conhecimento humano é uma construção do próprio homem à CONSTRUTIVISMO n Cada pessoa constrói ativamente

Leia mais

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E CURSO: MESTRADO PROGRAMA DE DISCIPLINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E CURSO: MESTRADO PROGRAMA DE DISCIPLINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM CURSO: MESTRADO PROGRAMA DE DISCIPLINA DISCIPLINA: Tópicos especiais: Análise comportamental das categorias psicológicas Natureza:

Leia mais

Evolução e etologia. Transparências apresentadas no curso de Psicobiologia. Prof. Mauro Lantzman

Evolução e etologia. Transparências apresentadas no curso de Psicobiologia. Prof. Mauro Lantzman Evolução e etologia Transparências apresentadas no curso de Psicobiologia Prof. Mauro Lantzman A perigosa idéia de Darwin Darwin demonstrou de maneira conclusiva que, ao contrario da tradição antiga, as

Leia mais

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social SKINNER E FOUCAULT: UMA APROXIMAÇÃO POSSÍVEL?

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social SKINNER E FOUCAULT: UMA APROXIMAÇÃO POSSÍVEL? SKINNER E FOUCAULT: UMA APROXIMAÇÃO POSSÍVEL? Ana Flávia de Carvalho Lima Teixeira*; Bruna Rocha Pereira* (Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Programa de Iniciação Científica);

Leia mais

Eduardo José de Souza, Olga Mitsue Kubo ISSN

Eduardo José de Souza, Olga Mitsue Kubo ISSN ISSN 2177-3548 Contribuições do behaviorismo radical para a psicologia e desenvolvimento das concepções de metodologia e método científico Contributions of radical behaviorism to psychology and development

Leia mais

OS SENTIMENTOS SEGUNDO A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

OS SENTIMENTOS SEGUNDO A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO OS SENTIMENTOS SEGUNDO A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO Alessandra dos Reis de Souza* Annamaria Coelho de Castilho** JUSTIFICATIVA De acordo com a concepção behaviorista radical de Skinner, o homem não é um

Leia mais

O QUE SÃO METACONTINGÊNCIAS?

O QUE SÃO METACONTINGÊNCIAS? O QUE SÃO METACONTINGÊNCIAS? E COMO ESTUDA-LAS? Christian Vichi Professor Assistente Laboratório de Análise Experimental do Comportamento Comportamento = Relação organismo/ambiente (Todorov, 2007; Tourinho,

Leia mais

Análise do Comportamento

Análise do Comportamento Análise do Comportamento princípios básicos aplicados à Saúde Prof. Dr. Ricardo Gorayeb Depto. Neurociências e Ciências do Comportamento FMRPUSP Aspectos Preliminares Origem (Pavlov, Skinner) Características:

Leia mais

Unidade 09. Prof.ª Fernanda Mendizabal Instituto de Educação Superior de Brasília

Unidade 09. Prof.ª Fernanda Mendizabal Instituto de Educação Superior de Brasília Unidade 09 Prof.ª Fernanda Mendizabal Instituto de Educação Superior de Brasília Apresentar as transformações científicas, sociais e culturais que contribuíram para o desenvolvimento de uma abordagem funcional

Leia mais

Behaviorismo. Prof. Daniel Abud Seabra Matos

Behaviorismo. Prof. Daniel Abud Seabra Matos Behaviorismo Prof. Daniel Abud Seabra Matos Algumas influências antecedentes Filosofia Empirismo todo conhecimento é derivado de uma única fonte: a experiência. Não existem idéias inatas. Psicologia Animal

Leia mais

Avaliação funcional como 10 ferramenta norteadora da prática clínica

Avaliação funcional como 10 ferramenta norteadora da prática clínica Avaliação funcional como 10 ferramenta norteadora da prática clínica Jan Luiz Leonardi Nicodemos Batista Borges Fernando Albregard Cassas ASSUNTOS DO CAPÍTULO > Definição de avaliação funcional. > Objetivos

Leia mais

Tendências teóricas da psicologia. Psicologia da Educação I

Tendências teóricas da psicologia. Psicologia da Educação I Tendências teóricas da psicologia Psicologia da Educação I behaviorismo Significa comportamento Nasceu com John Watson 1913 (previsão e controle) Estudo do comportamento e sua relação que este mantém como

Leia mais

Estímulos Discriminativos. Psicologia Comportamental. Discriminação vem da história. Controle de Estímulos

Estímulos Discriminativos. Psicologia Comportamental. Discriminação vem da história. Controle de Estímulos Psicologia Comportamental MSc. lucianaverneque@gmail.com UnB UNIP IBAC Estímulos Discriminativos Aparência Humor Status Fisiológicos Físicos Históricos Propensão a ação Quadros Carros Músicas Ambiente

Leia mais

PSICOLOGIA SOCIAL I. Psicologia Geral e Psicologia Social. De que trata a Psicologia Social? 21/08/2016

PSICOLOGIA SOCIAL I. Psicologia Geral e Psicologia Social. De que trata a Psicologia Social? 21/08/2016 PSICOLOGIA SOCIAL I A psicologia social e seu objeto de estudo: QUESTÕES PRELIMINARES Profa. Dra. Rosana Carneiro Tavares A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA SOCIAL ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO De que trata a Psicologia

Leia mais

A CONCEPÇÃO DE LIBERDADE PARA O BEHAVIORISMO RADICAL¹. Kellen Nayara de Souza², Sérgio Domingues³

A CONCEPÇÃO DE LIBERDADE PARA O BEHAVIORISMO RADICAL¹. Kellen Nayara de Souza², Sérgio Domingues³ 9 A CONCEPÇÃO DE LIBERDADE PARA O BEHAVIORISMO RADICAL¹ Kellen Nayara de Souza², Sérgio Domingues³ Resumo: O presente estudo teve como objetivo refletir sobre o conceito de liberdade para o Behaviorismo

Leia mais

SEMANA ABA FORA DA CAIXA DA AVALIAÇÃO À INTERVENÇÃO

SEMANA ABA FORA DA CAIXA DA AVALIAÇÃO À INTERVENÇÃO SEMANA ABA FORA DA CAIXA DA AVALIAÇÃO À INTERVENÇÃO Refere-se a uma abordagem sistemática, que tem como objetivo procurar, e organizar conhecimento sobre o mundo natural. CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO É a atividade

Leia mais

Perspectiva Comportamental Externa

Perspectiva Comportamental Externa Watson (1878-1958) Perspectiva Comportamental Externa Valorização do Meio O objecto da Psicologia Estuda o comportamento observável e mensurável Acesso WATSON O Estudo do Comportamento (behaviour) O Método

Leia mais

Resenha rpot VOLUME 7 NÚMERO 1 JANEIRO - JUNHO 2007

Resenha rpot VOLUME 7 NÚMERO 1 JANEIRO - JUNHO 2007 Resenha rpot VOLUME 7 NÚMERO 1 JANEIRO - JUNHO 2007 Assédio moral: a coerção tem muitos graus Assédio moral: a coerção tem muitos graus¹ Nádia Kienen² Sílvio Paulo Botomé³ Coerção, uma das principais vilãs

Leia mais

Objeto de estudo da Psicologia (Tourinho, 2006) Pessoa Mundo Relação funcional Método ideal de investigação: experimento Multideterminação 31/08/2010

Objeto de estudo da Psicologia (Tourinho, 2006) Pessoa Mundo Relação funcional Método ideal de investigação: experimento Multideterminação 31/08/2010 Universidade Federal do Vale do São Francisco Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Estudando Experimentalmente Práticas Culturais,

Leia mais

5º Simposio de Ensino de Graduação ENCADEAMENTO, DISCRIMINAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO: UMA CADEIA COMPLEXA DE RESPOSTAS

5º Simposio de Ensino de Graduação ENCADEAMENTO, DISCRIMINAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO: UMA CADEIA COMPLEXA DE RESPOSTAS 5º Simposio de Ensino de Graduação ENCADEAMENTO, DISCRIMINAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO: UMA CADEIA COMPLEXA DE RESPOSTAS Autor(es) LIGIA EHMKE PASSARELLA Orientador(es) Magali Rodrigues Serrano 1. Introdução Este

Leia mais

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura Adriano Bueno Kurle 1 1.Introdução A questão a tratar aqui é a do conceito de eu na filosofia teórica de Kant, mais especificamente na Crítica da

Leia mais

PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL? / CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO / ANALISE DO COMPORTAMENTO / PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ANALISE DO COMPORTAMENTO.

PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL? / CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO / ANALISE DO COMPORTAMENTO / PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ANALISE DO COMPORTAMENTO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO ICHI CURSO DE PSICOLOGIA FUNDAMENTOS PSIC COG COMP - AULA 01 (04.03.10) PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL? / CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO

Leia mais

FRACASSO/QUEIXA ESCOLAR: UM ESTUDO ACERCA DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS RELACIONADAS COM O TEMA PUBLICADAS EM PERIÓDICOS

FRACASSO/QUEIXA ESCOLAR: UM ESTUDO ACERCA DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS RELACIONADAS COM O TEMA PUBLICADAS EM PERIÓDICOS FRACASSO/QUEIXA ESCOLAR: UM ESTUDO ACERCA DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS RELACIONADAS COM O TEMA PUBLICADAS EM PERIÓDICOS Aline Danielli Vignoto (PIBIC/FA-UEM), Nilza Sanches Tessaro Leonardo (Orientador),

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA PLANO DE ENSINO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA PLANO DE ENSINO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA PLANO DE ENSINO I. IDENTIFICAÇÃO Curso: Psicologia Semestre: 2018.2 Turma: 02319 Horário: 407304

Leia mais

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE CAMPUS PELOTAS VISCONDE DA GRAÇA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE CAMPUS PELOTAS VISCONDE DA GRAÇA Mestrado Profissional em Ciências e Tecnologias na Educação Plano de Ensino 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professor: Nelson Luiz Reyes Marques Disciplina: Ensino e Aprendizagem Carga horária: 30h Créditos:

Leia mais

Fronteiras entre Análise do Comportamento e Fisiologia: Skinner e a Temática dos Eventos Privados

Fronteiras entre Análise do Comportamento e Fisiologia: Skinner e a Temática dos Eventos Privados 425 Fronteiras entre Análise do Comportamento e Fisiologia: Skinner e a Temática dos Eventos Privados Emmanuel Zagury Tourinho 1 2 Eveny da Rocha Teixeira Josiane Miranda Maciel Universidade Federal do

Leia mais

Designação da Disciplina: Seminários em Práticas Educativas e Processos Cognitivo-Comportamentais no Ensino e na Aprendizagem I.

Designação da Disciplina: Seminários em Práticas Educativas e Processos Cognitivo-Comportamentais no Ensino e na Aprendizagem I. Designação da Disciplina: Seminários em Práticas Educativas e Processos Cognitivo-Comportamentais no Ensino e na Aprendizagem I. Domínio Específico ( x ) Domínio Conexo ( ) Natureza: Específica da Área

Leia mais

UMA ANÁLISE SOBRE AS HABILIDADES SOCIAIS DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE TECNOLOGIA: PROGRAMADORES DE SOFTWARE

UMA ANÁLISE SOBRE AS HABILIDADES SOCIAIS DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE TECNOLOGIA: PROGRAMADORES DE SOFTWARE UMA ANÁLISE SOBRE AS HABILIDADES SOCIAIS DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE TECNOLOGIA: PROGRAMADORES DE SOFTWARE Potoski, D. 1 ; SDOUKOS, S. 2 ; BARRETO, B.M.V. 3 1- Graduanda em Psicologia na FAP-Faculdade

Leia mais

A Literatura Nacional sobre Comportamento Verbal

A Literatura Nacional sobre Comportamento Verbal UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO LABORATÓRIO DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO II ENCONTRO DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO VALE DO SÃO FRANCISCO Anisiano Pereira Alves Filho Psicólogo

Leia mais

Método fenomenológico de investigação psicológica

Método fenomenológico de investigação psicológica Método fenomenológico de investigação psicológica Método de investigação filosófico versus psicológico Teoria F Descrição Reduções Essência Intencionalidade P Descrição de outros sujeitos Redução fenomenológica

Leia mais

Principais Teorias da Aprendizagem

Principais Teorias da Aprendizagem INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE CAMPUS PELOTAS VISCONDE DA GRAÇA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO Principais Teorias da Aprendizagem Prof. Nelson Luiz Reyes Marques www.nelsonreyes.com.br

Leia mais

Aperspectiva que vou apresentar aqui com relação ao estudo da. C o n s c iê n c ia e C o m p o r t a m e n t o V e r b a l»

Aperspectiva que vou apresentar aqui com relação ao estudo da. C o n s c iê n c ia e C o m p o r t a m e n t o V e r b a l» C o n s c iê n c ia e C o m p o r t a m e n t o V e r b a l» Lígia Maria de Castro Marcondes Machado Instituto de Psicologia - USP Examina-se aqui a consciência na perspectiva do Behaviorismo Radical.

Leia mais

REVISÃO NARRATIVA SOBRE OS USOS E CONCEITOS DE ANÁLISE FUNCIONAL

REVISÃO NARRATIVA SOBRE OS USOS E CONCEITOS DE ANÁLISE FUNCIONAL REVISÃO NARRATIVA SOBRE OS USOS E CONCEITOS DE ANÁLISE FUNCIONAL Ingrid Gomes Queiroz¹ Gisele Loiola Ponte Batista² Sophia Lóren de Holanda Sousa³ Damião Soares de Almeida Segundo 4 Quesia Fernandes Cataldo

Leia mais

Eixo Temático: Eixo 01: Formação inicial de professores da educação básica. 1. Introdução

Eixo Temático: Eixo 01: Formação inicial de professores da educação básica. 1. Introdução A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A QUESTÃO DA APROXIMAÇÃO DA HISTÓRIA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA NO ENSINO: O QUE APONTAM OS TRABALHOS APRESENTADOS NO SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA (SNEF) ENTRE OS ANOS

Leia mais

II SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA Universidade Estadual de Maringá 28 a 30 de Novembro de 2012

II SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA Universidade Estadual de Maringá 28 a 30 de Novembro de 2012 ESTUDO DOS EFEITOS DE TREINO DE COMPORTAMENTO ASSERTIVO SOBRE A QUALIDADE DA AUTOESTIMA Karen Priscila Pietrowski (Departamento de Psicologia,, Programa de Iniciação Científica); Aline Santti Valentim;

Leia mais

Renato Santana de Souza

Renato Santana de Souza UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO 3 Encontro de Analise do Comportamento do Vale do são Francisco Custo de Resposta e Controle por Estímulos: Os efeitos de alterações na taxa de respostas sobre

Leia mais

Um Estudo da Concepção de Self em William James: Uma Reavaliação de seus Escritos Psicológicos

Um Estudo da Concepção de Self em William James: Uma Reavaliação de seus Escritos Psicológicos Apresentação oral Um Estudo da Concepção de Self em William James: Uma Reavaliação de seus Escritos Psicológicos Camila Soares Carbogim 1 ; Jaqueline Ferreira Condé de Melo 2 & Saulo de Freitas Araujo

Leia mais

UM TESTE EMPÍRICO DA OBJEÇÃO SKINNERIANA AO USO DE CONTROLE AVERSIVO EM SISTEMAS SOCIAIS.

UM TESTE EMPÍRICO DA OBJEÇÃO SKINNERIANA AO USO DE CONTROLE AVERSIVO EM SISTEMAS SOCIAIS. Universidade Federal do Vale do São Francisco UNIVASF Laboratório de Análise Experimental do Comportamento UM TESTE EMPÍRICO DA OBJEÇÃO SKINNERIANA AO USO DE CONTROLE AVERSIVO EM SISTEMAS SOCIAIS. Sabrina

Leia mais

PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA CADERNO DE PROVA

PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA CADERNO DE PROVA PROCESSO SELETIVO DE TRANSFERÊNCIA EXTERNA 19/10/2014 INSTRUÇÕES CADERNO DE PROVA 1. Confira, abaixo, seu nome e número de inscrição. Confira, também, o curso e a série correspondentes à sua inscrição.

Leia mais

O eu iniciador. B. F. Skinner

O eu iniciador. B. F. Skinner O eu iniciador B. F. Skinner Processo e produto há lugar para o eu iniciador, originador, criativo? deus não é o criador. Seria o Homem? Vemos o produto, não o processo de como se origina Vemos o mundo

Leia mais

LABORATÓRIO DE COMPORTAMENTO MOTOR LACOM Prof. Dr. Luciano Basso

LABORATÓRIO DE COMPORTAMENTO MOTOR LACOM Prof. Dr. Luciano Basso Tani, G. (2006). Comportamento motor e sua relação com a Educação Física. Brazilian Journal of Motor Behavior, v.1, n.1, p 20-31. Autor da resenha: Gil Oliveira da Silva Junior Revisão da resenha: Aline

Leia mais

III SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: Universidade Estadual de Maringá 23 de Novembro de 2013

III SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: Universidade Estadual de Maringá 23 de Novembro de 2013 PRAZER: UMA DEFINIÇÃO BEHAVIORISTA Melissa Alessandra de Oliveira Cardoso (Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá); Mariana Silva Basso (Departamento de Psicologia, ); Eliane Domingues

Leia mais

Psicologia da Educação I. Profa. Elisabete Martins da Fonseca

Psicologia da Educação I. Profa. Elisabete Martins da Fonseca Psicologia da Educação I Profa. Elisabete Martins da Fonseca Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de

Leia mais

as duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da primeira.

as duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da primeira. 1- A Teoria da aprendizagem social de Bandura deriva dos trabalhos behavioristas, mas se distingue deles ao revelar o mecanismo de aprendizagem vicariante ou por imitação. Bandura colocou em dúvida a hipótese

Leia mais

Afinal, o que é Seleção por Consequências?

Afinal, o que é Seleção por Consequências? 286 Afinal, o que é Seleção por Consequências? Monalisa de Fátima Freitas Carneiro Leão Universidade Federal do Pará Marcus Bentes de Carvalho Neto Universidade Federal do Pará RESUMO A proposta de Skinner

Leia mais

DISCIPLINA: RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Prof. Dr. Márcio Magalhães Fontoura

DISCIPLINA: RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Prof. Dr. Márcio Magalhães Fontoura DISCIPLINA: RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Prof. Dr. Márcio Magalhães Fontoura O termo behaviorismo foi inaugurado por John B. Watson, publicado em artigo em 1913, que apresentava o título: "A psicologia

Leia mais

EDUCAÇÃO CIENTÍFICA PARA PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE RIO DAS OSTRAS-RJ

EDUCAÇÃO CIENTÍFICA PARA PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE RIO DAS OSTRAS-RJ EDUCAÇÃO CIENTÍFICA PARA PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE RIO DAS OSTRAS-RJ Ana Cristina Troncoso Universidade Federal Fluminense-Rio das Ostras Departamento de Psicologia e-mail: actroncoso@vm.uff.br

Leia mais

Informações de marketing

Informações de marketing Pesquisas Mercadológicas Informações de Marketing Informações de marketing O Sistema de Informações de Marketing (SIM) possibilita que a empresa organize um fluxo de informações necessárias para a tomada

Leia mais

Atividade externa Resenha. MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, p.

Atividade externa Resenha. MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, p. 1 Universidade de São Paulo ECA Depto. de Biblioteconomia e Documentação Disciplina: CBD0100 - Orientação à Pesquisa Bibliográfica Matutino Responsável: Profa. Dra. Brasilina Passarelli Aluna: Rita de

Leia mais

TEORIAS ASSISTENCIAIS. Karina Gomes Lourenço

TEORIAS ASSISTENCIAIS. Karina Gomes Lourenço TEORIAS ASSISTENCIAIS Karina Gomes Lourenço Teorias de enfermagem CONCEITO: Linguagem básica do pensamento teórico, define-se como algo concebido na mente (um pensamento, uma noção ) Existem quatro conceitos

Leia mais

Curso: Pedagogia Componente Curricular: Psicologia da Educação Carga Horária: 50 horas. Semestre letivo/ Módulo. Professor(es):

Curso: Pedagogia Componente Curricular: Psicologia da Educação Carga Horária: 50 horas. Semestre letivo/ Módulo. Professor(es): FACULDADE SUMARÉ PLANO DE ENSINO Curso: Pedagogia Componente Curricular: Psicologia da Educação Carga Horária: 50 horas Semestre letivo/ Módulo Professor(es): Período: 1º Semestre / 2015 Ementa s Estudos

Leia mais

IV SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: Universidade Estadual de Maringá 12, 13 e 14 de Novembro de 2014

IV SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: Universidade Estadual de Maringá 12, 13 e 14 de Novembro de 2014 DISCUSSÕES FILOSÓFICO-CONCEITUAIS SOBRE A PROPOSTA DE UMA TEORIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL DO DESENVOLVIMENTO Claudia Daiane Batista Bettio (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, Laboratório

Leia mais

RELATÓRIO FINAL

RELATÓRIO FINAL RELATÓRIO FINAL - 22.08.2015 PARTICIPANTES = 1669 Página 1 CONGRESSISTAS POR TIPO DE INSCRIÇÃO TIPO ADESAO + ANUIDADE 1302 ADESAO 367 TOTAL 1669 *INSCRIÇÕES ENCONTRO DE ESTUDANTES RADICAIS LIVRES 17/08

Leia mais

IV SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: Universidade Estadual de Maringá 12, 13 e 14 de Novembro de 2014

IV SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA ISSN: Universidade Estadual de Maringá 12, 13 e 14 de Novembro de 2014 UMA INTERPRETAÇÃO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE À LUZ DO COMPORTAMENTALISMO RADICAL Thaís Fernanda Cabral dos Santos (Departamento de Psicologia,, Maringá-PR, Brasil); Carolina Laurenti (Laboratório

Leia mais

Teorias de Aprendizagem

Teorias de Aprendizagem Mestrado Profissional em Ciências e Tecnologias na Educação Disciplina: Ensino e Aprendizagem Teorias de Aprendizagem Prof. Nelson Luiz Reyes Marques Mestrado Profissional em Ciências e Tecnologias na

Leia mais

Diferentes Abordagens dos Fenômenos Subjetivos na Obra de B. F. Skinner

Diferentes Abordagens dos Fenômenos Subjetivos na Obra de B. F. Skinner 205 Diferentes Abordagens dos Fenômenos Subjetivos na Obra de B. F. Skinner Henrique Mesquita Pompermaier * Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil Camila Muchon de Melo Universidade Estadual

Leia mais

Ansiedade Generalizada. Sintomas e Tratamentos

Ansiedade Generalizada. Sintomas e Tratamentos Ansiedade Generalizada Sintomas e Tratamentos Sumário 1 Ansiedade e Medo ------------------------------------ 03 2 Transtorno de ansiedade generalizada----------06 3 Sintomas e Diagnóstico-------------------------------08

Leia mais

Congresso Nacional de História da Universidade Federal de Goiás Campus Jataí (1.:2010:Jataí,GO)

Congresso Nacional de História da Universidade Federal de Goiás Campus Jataí (1.:2010:Jataí,GO) Congresso Nacional de História da Universidade Federal de Goiás Campus Jataí (1.:2010:Jataí,GO) Cadernos de Resumos e Programação do I Congresso Internacional do Curso de História da UFG/Jataí - Gênero,

Leia mais

O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NO CENTRO DE REFERÊNCIA MARIA DO PARÁ: UM BALANÇO APÓS DOIS ANOS DE FUNCIONAMENTO

O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NO CENTRO DE REFERÊNCIA MARIA DO PARÁ: UM BALANÇO APÓS DOIS ANOS DE FUNCIONAMENTO RELATO DE EXPERIÊNCIA O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ÀS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NO CENTRO DE REFERÊNCIA MARIA DO PARÁ: UM BALANÇO APÓS DOIS ANOS DE FUNCIONAMENTO Adriana Alcântara dos Reis 1 O presente

Leia mais

TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL: Concepções internalistas e a prática terapêutica

TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL: Concepções internalistas e a prática terapêutica TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL: Concepções internalistas e a prática terapêutica WILTON DE OLIVEIRA ITECH Instituto de Terapia e Estudo do Comportamento Humano 1. Somente após responder sobre qual é

Leia mais

Objetivos (não escrever nada neste campo, preencher a tabela abaixo) Fatos e Conceitos Procedimentos e Habilidades Atitudes, Normas e Valores

Objetivos (não escrever nada neste campo, preencher a tabela abaixo) Fatos e Conceitos Procedimentos e Habilidades Atitudes, Normas e Valores Unidade Universitária Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - 040 Curso Psicologia Disciplina Análise Aplicada do Comportamento Código da Disciplina 0832416-6 Professor(es) e DRT Maria Cristina Triguero

Leia mais

Os conceitos de raça e racismo

Os conceitos de raça e racismo Raça, desigualdade e política no Brasil contemporâneo Márcia Lima 14/08/2017 Os conceitos de raça e racismo A redenção de Cã. Modesto Brocos, 1895. Roteiro O conceito de raça O conceito de racismo (# discriminação

Leia mais

A ciência e as ciências sociais. Prof. Marcos Vinicius Pó Introdução às Humanidades e Ciências Sociais

A ciência e as ciências sociais. Prof. Marcos Vinicius Pó Introdução às Humanidades e Ciências Sociais A ciência e as ciências sociais Introdução às Humanidades e Ciências Sociais É possível conhecer a complexidade e diversidade da realidade em sua totalidade? 2 Conhecimento sobre a realidade Há diversas

Leia mais

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PROCESSO SELETIVO PARA ADMISSÂO DE PROFESSORES EM CARÁTER TEMPORÁRIO 2017 PARECERES DOS RECURSOS PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 11) De acordo com a Proposta

Leia mais

SIMPÓSIO: COGNIÇÃO: RELEVÂNCIA E METAS COORDENADOR FÁBIO JOSÉ RAUEN (UNISUL)

SIMPÓSIO: COGNIÇÃO: RELEVÂNCIA E METAS COORDENADOR FÁBIO JOSÉ RAUEN (UNISUL) COORDENADOR FÁBIO JOSÉ RAUEN (UNISUL) A teoria da relevância sustenta que estímulos serão mais relevantes quanto maiores forem os efeitos e menores os esforços cognitivos despendidos para processá-los.

Leia mais

Ciência do Comportamento e Aprendizado Através de Jogos Eletrônicos

Ciência do Comportamento e Aprendizado Através de Jogos Eletrônicos Ciência do Comportamento e Aprendizado Através de Jogos Eletrônicos Rodrigo Diniz Pinto Lívia Freire Ferreira Universidade Federal de Minas Gerais Habilidades desenvolvidas pelos usuários de Jogos Eletrônicos:

Leia mais

A EPISTEMOLOGIA E SUA NATURALIZAÇÃO 1 RESUMO

A EPISTEMOLOGIA E SUA NATURALIZAÇÃO 1 RESUMO A EPISTEMOLOGIA E SUA NATURALIZAÇÃO 1 SILVA, Kariane Marques da 1 Trabalho de Pesquisa FIPE-UFSM Curso de Bacharelado Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil E-mail:

Leia mais

AS DIFERENÇAS ENTRE OS ALUNOS: COMO OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA EXPLICAM-NAS

AS DIFERENÇAS ENTRE OS ALUNOS: COMO OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA EXPLICAM-NAS AS DIFERENÇAS ENTRE OS ALUNOS: COMO OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA EXPLICAM-NAS Alex Sandro Carneiro Brito Graduando em Educação Física pelo PARFOR da E-mail: alehis@hotmail.com Elizângela da Conceição

Leia mais

DIREITO, PSICOLOGIA E

DIREITO, PSICOLOGIA E DIREITO, PSICOLOGIA E COMPORTAMENTO 1. Breve Introdução à Filosofia do Direito 2. Interfaces entre Direito e Psicologia 3. Conceitos Básicos da AC do Direito 4. A Análise Econômica do Direito Seminário

Leia mais

Skinner e o Lugar das Variáveis Biológicas em uma Explicação Comportamental 1

Skinner e o Lugar das Variáveis Biológicas em uma Explicação Comportamental 1 Psicologia: Teoria e Pesquisa Jan-Abr 1999, Vol. 15 n. I, pp. 045-053 Skinner e o Lugar das Variáveis Biológicas em uma Explicação Comportamental 1 Marcus B entes de Carvalho Neto 2 Universidade Estadual

Leia mais

Definição de comportamento verbal: alguns comentários 1

Definição de comportamento verbal: alguns comentários 1 Definição de comportamento verbal: alguns comentários 1 Ana Carolina V. Fonai, Mateus Brasileiro, Maria de L. Wang, Paulo A. B. Panetta, Ana Carolina H. F. de Campos, Flávia H. B. Azevedo, Victor J. C.

Leia mais