ESTUDO CLIMATOLOGICO DAS MICRORREGIÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCANO COM TENDÊNCIA AO PROCESSO DE SEMI- DESERTIFICAÇÃO
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1 ESTUDO CLIMATOLOGICO DAS MICRORREGIÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCANO COM TENDÊNCIA AO PROCESSO DE SEMI- DESERTIFICAÇÃO 1 MARIA GABRIELA DE QUEIROZ, 2 POLIANA DE CALDAS PEREIRA, 3 INAJÁ FRANCISCO DE SOUSA, 4 PEDRO VIEIRA DE AZEVEDO, 5 VICENTE DE PAULO RODRIGUES DA SILVA. 1 Bolssta do PIBIC/UFRPE, Estudante de Agronoma, Undade Acadêmca de Serra Talhada (UAST/UFRPE). Fazenda Saco, s/n, Caxa Postal 063, Serra Talhada - PE CEP: E-mal: mg.gab@hotmal.com 2 Estudante do Curso de Agronoma, Undade Acadêmca de Serra Talhada (UAST/UFRPE) 3 Prof. Adunto da Unversdade Federal de Sergpe - UFS 4 Prof. Doutor, Unversdade Federal de Campna Grande UFCG Apresentado no XVI Congresso Braslero de Agrometeorologa 22 a 25 de Setembro de 2009 GranDarrell Mnas Hotel, Eventos e Convenções Belo Horzonte MG. RESUMO: O obetvo deste trabalho fo analsar as mcrorregões do Estado de Pernambucano com tendênca ambental ao processo de sem-desertfcação. Foram utlzadas vnte e sete séres temporas de precptação pluval, temperatura do ar e índce de ardez com para o período de 1963 a Os dados de precptação nos foram obtdos no LAMEPE e os de temperatura do ar foram estmados pelo programa Estma_T. Os valores do índce de ardez foram obtdos pelo balanço hídrco clmátco. O teste de Mann-Kendall fo usado para avalar a tendênca das séres temporas aos níves de p=0,05 e 0,01 de sgnfcânca estatístca. Os resultados evdencaram que as maores tendêncas foram observadas na estação Ourcur. Para essa estação, a sére temporal de precptação ndcou tendênca decrescente, enquanto que as séres de temperatura do ar e índce de ardez ndcaram tendêncas crescentes estatstcamente sgnfcatvas para o teste de Mann-Kendall. PALAVRAS-CHAVE: Precptação, índce de ardez, teste de Mann-Kendall A CLIMATOLOGICAL STUDY OF THE MICRO REGIONS OF THE PERNAMBUCO STATE WITH ENVIRONMENTAL TREND TO THE SEMI DESERTIFICATION PROCESS ABSTRACT: The obectve of ths work was for analyzng mcro regon of the Pernambuco state wth envronmental trend to the sem desertfcaton process. It were used twenty-seven tme seres of ranfall, ar temperature and ardty ndex for the perod from 1963 to The ranfall data were obtaned from LAMEPE whle ar temperature data were estmated by the Estma_T software. Also, the values of the ardty ndex were obtaned by the clmatc water balance. Mann-Kendall test was used for evaluatng the tmes seres trend at p = 0.05 and 0.01 sgnfcance level. The results showed that the hgher trends were observed n the staton of Ourcur. For that staton, ranfall tme seres showed a decreasng trend whle ar temperature and ardty ndex showed an ncreasng trend whch were statstcally sgnfcant for the Mann- Kandell test. KEY-WORDS: Ranfall, ardty ndex, Mann-Kendell test
2 INTRODUÇÃO: A seca é um fenômeno clmátco que afeta drastcamente uma regão, além de provocar graves danos econômcos e socas. Esse fenômeno corresponde à característca temporára do clma de uma regão, decorrente de precptações pluvométrcas abaxo da normal clmatológca por certo período, o que não deve ser confunddo com ardez, que é uma característca permanente do clma resultante dos baxos níves pluvométrcos (FERREIRA et al., 1994). Na agrcultura de sequero, a precptação pluvométrca se consttu na varável meteorológca de maor mportânca para produção agrícola. A alta varabldade das chuvas provoca, ncertezas na colheta, partcularmente no sem-árdo nordestno, onde a agrcultura é bascamente pratcada com cultvos de subsstênca. Além dsso, a ocorrênca de períodos sem precptação dentro da estação chuvosa (verancos) agrava mas anda o flagelo das secas (AZEVEDO & SILVA, 1994). A desertfcação consttu uma forma de degradação ambental e de acordo com a Convenção de Combate à Desertfcação é entendda como sendo a degradação da terra nas regões árdas, sem-árdas e sub-úmdas secas. A desertfcação ocasona modfcações sgnfcatvas nas característcas fundamentas dos ecossstemas em face ao desencadeamento de processos de erosão dos solos. Segundo NIMER, (1980) o fenômeno da desertfcação, embora sea mas ntenso na perfera dos desertos, está sendo observado em outras regões do mundo, nclusve no Brasl. Estudos vsando verfcar possíves contrbuções da varabldade clmátca sobre os avanços e recuos do processo de desertfcação em áreas do sem-árdo Pernambucano, bem como a nfluênca destes processos na dnâmca da vegetação e da ação antrópca na dnâmca do clma devem ser desenvolvdos. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utlzados os totas mensas e anuas de precptação pluvométrca no período de 1963 á 1992, dsponblzados pelo Laboratóro de Meteorologa de Pernambuco LAMEPE, órgão pertencente ao ITEP (Insttuto de Tecnologa de Pernambuco). Foram seleconados vnte e sete muncípos dstrbuídos em ses mcrorregões do sem-árdo Pernambucano (Ararpna, Petrolna, Itaparca, Salguero, Paeú e Moxotó), o crtéro de seleção desses postos fo aquele de estudar as séres temporas mas longas, sem falhas e que são geografcamente representatvos nas suas mcrorregões, o período analsado fo de 1963 a Em seguda, a determnação da temperatura do ar (méda, mínma e máxma) das localdades com ndsponbldade de dados, fo obtda em função das coordenadas geográfcas (lattude, longtude e elevação), através do modelo empírco Estma T desenvolvdo por CAVALCANTI & SILVA, (1994). De pose dos parâmetros anuas do balanço hídrco, segundo THORNTHWAITE & MATHER (1957), foram obtdas as séres temporas dos índces de ardez (Ia), hídrco (Ih) e efetvo de umdade (Iu). Para este fo determnado que o CAD (capacdade de água dsponível) é gual a 100 mm para todos os muncípos. A tendênca temporal das varáves em estudo fo analsada através do teste de MANN, (1945) e KENDALL, (1975). Esse teste consste em comparar cada valor da sére temporal com os valores restantes, sempre em ordem seqüencal. A estatístca S é obtda pela soma de todas as contagens, como segue: n = 1 (1) = 2 = 1 S = sn al(x x ) Em que o sn al(x x ) é obtdo da segunte forma: -1 para x x < 0 ; 0 para x x = 0 ; 1 para x x > 0. A estatístca S tende a normaldade para n grande, com méda e varânca defndas como se segue:
3 E[ S] = 0, (2) Var ( S) = 1 n ( n 1)( 2n 5 ), 18 + Em que n é o tamanho da sére temporal, t p é o número de passos até o valor p e q é o número de valores guas. O teste estatístco Z é dado por: S 1 se S > 0, Var ( S) Z = 0 se S = 0, S 1 se S < 0. Var ( S) A presença de uma tendênca estatstcamente sgnfcante na sére temporal fo avalada usando-se o valor de Z. Essa estatístca é usada para testar a hpótese nula de que nenhuma tendênca exste. Neste trabalho serão aplcados os níves de sgnfcânca de p = 0,01 e 0,05. Por outro lado, se t estver entre 1,96 e 2,57 ou maor do que 2,57, reeta-se a hpótese nula aos níves de 5 e 1%, respectvamente. Assm, as médas são estatstcamente dferentes nesses níves de sgnfcânca. Por fm, fo usado o programa Surfer para confecção de mapas, utlzando as coordenadas geográfcas do ponto, no caso, os vnte e sete muncípos da regão sem-árda do estado, e os valores de uma determnada varável, trabalhamos com os valores das tendêncas da precptação, temperatura e índce de ardez de todos os muncípos. (3) (4) RESULTADOS E DISCUSSÃO: A formatação dos gráfcos e analses estatístcas das tendêncas foram fetas para todos os muncípos em todas as mcrorregões, sendo aqu demonstrado apenas o muncípo de Ourcur mcrorregão de Ararpna, por este ter sdo o muncípo mas representatvo da regão sem-árda. Para tal, são apresentados três gráfcos referentes às tendêncas de precptação (P), temperatura (T) e índce de ardez (Ia). Nesta mcrorregão observa-se uma tendênca decrescente sgnfcatva para a varável precptação (-2,91) Fgura 1, e tendênca crescente postva também sgnfcatva para o Índce de ardez (3,34) Fgura 3, ambas ao nível de 5 e 1% de probabldade, e tendênca crescente postva sgnfcatva ao nível de 5% para a varável temperatura (2,12) Fgura 2. Fgura 1-Tendênca anual da Precptação Pluvométrca para Ourcur PE
4 Fgura 2 - Tendênca anual da temperatura méda para o muncípo de Ourcur PE Fgura 3 - Tendênca anual do índce de ardez para o muncípo de Ourcur PE O programa Surfer proporconou realzar a sobreposção de três mapas confecconados, o da precptação, temperatura e índce de ardez, representados espacalmente em cores, solnhas vermelhas e solnhas azus respectvamente (Fgura 4). Verfcou-se que, a mcrorregão de Ararpna expressou valores mas sgnfcatvos da tendênca da precptação e ardez, devdo ao fato de que, quanto menores foram os índces de precptação, maores serão o de ardez, pos este é dado em função do défct de água e da evapotranspração, onde os muncípos de Exú e Ourcur foram os mas sgnfcatvos para essas duas varáves ao nível de 5 e 1%. Em se tratando da tendênca da temperatura do ar, a mcrorregão que apresentou valores sgnfcatvos para 0,05 e 0,01 de aumento desta varável fo a de Salguero, sendo o muncípo de cedro o mas representatvo LATITUDE LONGITUDE Fgura 4 Sobreposção dos mapas de (P), (T) e do (Ia) para o período de 1963 á 1992, das mcrorregões do estado de Pernambuco FERREIRA et al., (1994), em pesqusas realzadas no estado da Paraíba, para dentfcação de mcrorregões predspostas a semdesertfcação, dentfcaram que os núcleos predspostos ambentalmente ao processo localzam-se nas mcrorregões do Carr abrangendo dos muncípos, na mcrorregão de Curname em um muncípo e na mcrorregão do Serdó também em um muncípo. SILVA et al., (1998) analsando os estados nordestnos quanto a
5 sua predsposção ao processo de semdesertfcação, com base no comportamento da precptação pelo método dos mínmos quadradas, concluíram que o estado do RN apresentou tendênca de aumento da precptação em 7 mm anuas e que uma área de tendênca de dmnução de 5 mm da pluvosdade fo observada entre os estados de Alagoas e Sergpe, além de outros pontos solados com tendênca decrescente nos Estados do Ceará, Baha, Pernambuco e Paraíba. CONCLUSSÃO: A análse dos muncípos do sem-árdo permtu conclur que: 1. Todas as mcrorregões apresentaram dmnução da precptação no decorrer dos 30 anos; 2. A mcrorregão de Salguero com exceção do muncípo de Cedro, todos os outros apresentaram tendêncas não sgnfcatvas de aumento da Temperatura. 3. Em relação ao Índce de ardez, a mcrorregão de Ararpna obteve os valores mas representatvos para esta varável. 4. A mcrorregão que apresentou tendênca clmatológca ao processo de sem-desertfcação fo a de Ararpna, com êxto no muncípo de Ourcur. AGRADECIMENTOS: Ao Insttuto Tecnológco de Pernambuco (ITEP) e a Superntendênca do Desenvolvmento do Nordeste (SUDENE) por terem ceddo os dados meteorológcos para este trabalho e ao CNPq pela concessão da bolsa Pbc. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AZEVEDO, P.V. & SILVA, V.P.R.; Índce de Seca de Bhalme & Mooley: Uma Adaptação REGIONAL. IN: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 1994, BELO HORIZONTE, MG Resumos, Belo Horzonte: Socedade Braslera de Meteorologa. VOL. 2, 792P. P , CAVALCANTI, E.P.; SILVA, E.D.V. Estmatva da temperatura do ar em função das coordenadas locas. In: XII Congresso Braslero de Meteorologa e II Congresso Latno- Amercano de Ibérco de Meteorologa, Anas: Socedade Braslera de Meteorologa, v1, , FERREIRA, D.G.; MELO H.P.; NETO, F.R.R.; NASCIMENTO, P.J.S. do. A Desertfcação no Nordeste do Brasl: Dagnóstco e Perspectva. IN: Conferênca Naconal e Semnáro Latno-Amercano da Desertfcação, Fortaleza, 7 a 11 de março de ESQUEL PNUD GOVERNO DO CEARÁ BNB: Fortaleza, 56p, KENDALL, M. G. rank correlaton measures. Charles Grffn: London, U. K, p. 220, MANN, H. B. Econometrca. The econometrc socety, v. 13, n.3, p , NIMER, E. Subsído ao Plano de Ação Mundal para Combater a Desertfcação Programa das Nações Undas para o Meo Ambente (PNUMA). Revsta Braslera de Geografa, v. 42, n. 3, p , SILVA, V. P. R ; DANTAS, R. T. ; CORREIA, A. A. ; COELHO, M. S. ; GUEDES, M. J. F. Semdesertfcação no Nordeste do Brasl. In: X Congresso Braslero de Meteorologa, 1998, brasíla - df. X Congresso Braslero de Meteorologa. Ro de Janero : Socedade Braslera de Meteorologa, v. cd,1998. THORNTHWAITE, C. W.; MATHER, J. R. Instructons and tables for computng potental evapotranspraton and water balance. Publcatons n Clmatology, v.10, n.3. Drexel Insttute of Technology, Centerton
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