UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÀRIDO CÂNDIDA MALDANER ROMERO OBESIDADE EM PEQUENOS ANIMAIS REVISÃO DE LITERATURA

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÀRIDO CÂNDIDA MALDANER ROMERO OBESIDADE EM PEQUENOS ANIMAIS REVISÃO DE LITERATURA PORTO ALEGRE RS 2010

2 2 CÂNDIDA MALDANER ROMERO OBESIDADE EM PEQUENOS ANIMAIS REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido UFERSA, Departamento de Ciências Animais para obtenção do título de Especialista em Clínica Médica de Pequenos Animais. Orientador: Prof. Msc. Leonardo Porto Alves PORTO ALEGRE RS 2010

3 3 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca Orlando Teixeira da UFERSA R763o Romero, Cândida Maldaner. Obesidade em pequenos animais: revisão de literatura. / Cândida Maldaner Romero. -- Mossoró, f..: il. Monografia (Graduação em Clínica Médica de Pequenos Animais) Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Orientador: Profº. M.Sc. Leonardo Porto Alves. 1.Pequenos animais. 2.Clínica médica. 3.Obesidade. I.Título. Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva CRB15/ 120 CDD:

4 4 CÂNDIDA MALDANER ROMERO OBESIDADE EM PEQUENOS ANIMAIS REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Animais para obtenção do título de Especialista em Clínica Médica de Pequenos Animais. APROVADA EM: / / BANCA EXAMINADORA Presidente Primeiro Membro Segundo Membro

5 5 RESUMO Considera-se, na clínica médica de pequenos animais, a obesidade como um dos mais relevantes problemas no que se refere à nutrição e apresenta propensão a um aumento progressivo, relacionado ao crescimento da população de animais de estimação em todo o mundo. A relação entre o homem e seus animais de estimação ganha papel de destaque no cenário atual, contudo os aspectos negativos ligados a um manejo da alimentação inadequado por parte do proprietário conduzem a sérios problemas de saúde. É consenso entre os profissionais de Medicina Veterinária que distintas afecções de caninos e felinos podem estar associadas com a obesidade. Entretanto, a sua prevenção e controle representam um desafio para o Médico Veterinário e o seu sucesso está intimamente relacionada à conscientização do proprietário no que tange ao cumprimento das orientações indicadas pelo clínico. Compreender que seus animais estão sofrendo de obesidade ainda é algo ignorado por uma elevada parcela dos proprietários. A identificação da doença e o entendimento de que ela pode acarretar problemas potencialmente sérios de saúde, talvez seja o ponto critico para a tomada de decisão visando a correção do problema. Palavras-chave: pequenos animais, clínica médica, obesidade, nutrição

6 6 ABSTRACT It is considered, in the medical clinic of small animals, the obesity as one of the most tremendous problems as for the nutrition and presents propensity to a gradual increase, related to the growth of the population of animals of esteem in the whole world. The relation between the man and its animals of esteem gains paper of prominence in the current scene, however on negative aspects to a handling of the inadequate feeding on the part of the proprietor lead the serious problems of health. It is consensus enters the professionals of Medicine Veterinary that distinct diseases of dogs and cats can be associates with the obesity. However, its prevention and control represent a challenge for the Medical Veterinarian and its success closely is related to the awareness of the owner in what it refers to the fulfilment of the orientations indicated for the doctor. To understand that its animals are suffering from obesity still is something ignored by one raised parcel them owners. Perhaps the identification of the illness and the agreement of that it can cause potentially serious problems of health, either the critical point for the decision taking aiming at the correction of the problem. Word-key: small animals, medical clinic, obesity, nutrition

7 7 LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Escore corporal de um canino e um felino muito magro Figura 02 - Escore corporal de um canino e um felino magro Figura 03 - Escore corporal de um canino e um felino normal ou ideal Figura 04 - Escore corporal de um canino e um felino com sobrepeso Figura 05 - Escore corporal de um canino e um felino obeso... 17

8 8 LISTA DE QUADROS Quadro 01 - Fatores predisponentes à obesidade relacionados ao proprietário nos cães e gatos Quadro 02 - Causas da obesidade complicada... 19

9 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS AGL ácidos graxos livres ALT alanina aminotransferase IMC Índice de Massa Corporal kg Quilograma TNF-α Fator de necrose tumoral alfa % - Porcentagem

10 10 SUMÁRIO RESUMO...5 ABSTRACT...6 LISTA DE FIGURAS...7 LISTA DE QUADROS...8 LISTA DE ABREVIATURAS INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA DETERMINAÇÃO DA OBESIDADE CAUSAS DA OBESIDADE FATORES GENÉTICOS IDADE GONADECTOMIA TIPO DE ALIMENTO FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE RESISTÊNCIA A INSULINA OBESIDADE E UM BAIXO GRAU INFLAMATÓRIO RISCOS PARA A SAÚDE RELACIONADOS À OBESIDADE DIAGNÓSTICO... 25

11 11 10 TRATAMENTO DIETAS EXERCÍCIOS MANUTENÇÃO DROGAS PREVENÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS... 32

12 12 1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, mudanças acentuadas têm ocorrido no que se refere ao manejo de animais de companhia por seus proprietários. Diferente do que acontecia no passado, onde a população canina e felina vivia livre na natureza, com a evolução e domesticação destes animais, eles passaram a conviver diretamente com seus proprietários e, muitas vezes, serem alimentados com uma dieta destinada exclusivamente a seres humanos. Em épocas remotas, ingerindo basicamente proteínas e gorduras, com uma vida ativa no papel de predador e sob o efeito de hormônios reprodutivos endógenos, a população canina e felina dificilmente era acometida pela obesidade. Atualmente, o cenário mostra que os cães e gatos habitam o interior de casas ou apartamentos, com restrito ou nenhum acesso ao exterior e ingerem uma dieta rica em carboidratos. Observa-se, nesses últimos anos, que as interações homem-animal são componentes muito fortes e duradouros na vida de muitos proprietários de animais de estimação. Com a rotina intensa da vida moderna, esta se tornou mais atribulada e, conseqüentemente, os proprietários viram-se sem tempo de destinar aos seus animais a merecida atenção, surgindo à culpa por deixá-los sozinhos. Como recompensa à vida solitária, muitos proprietários costumam fornecer aos seus animais petiscos ricos em carboidratos, o que determina o desenvolvimento da obesidade. Atualmente, o sobrepeso e a obesidade são problemas freqüentes em cães e gatos, embora existam outras doenças que incluem um tratamento nutricional, logo, a alimentação para animais de companhia visa promover uma adequada condição corporal, prevenir o aparecimento de determinadas afecções ou acelerar a recuperação dos animais acometidos.

13 13 2 REVISÃO DE LITERATURA A obesidade é definida como um acúmulo de quantidades excessivas de tecido adiposo no corpo, sendo a desordem nutricional mais freqüente em animais de companhia. Geralmente é o resultado de dois fatores: dieta de ingestão excessiva ou utilização de energia inadequada, causando um estado de balanço energético positivo (GERMAN, 2006; LANDSBERG et al., 2005). Wolfsheimer (2004), define a obesidade como o peso corpóreo de 10% a 20% acima do peso ideal para determinada raça, sexo e espécie. Já Nelson & Couto (2001) e German (2006), utilizam o valor de 15% acima do peso corpóreo, para caracterizar um animal obeso. Romero & Zanesco (2006), afirmam que a obesidade pode ser classificada em dois contextos: por determinação genética ou fatores endócrinos e metabólicos, ou então, influenciados por fatores externos, sejam eles de origem dietética, comportamental ou ambiental. Em condições normais, os animais controlam a quantidade de alimento ingerido, mas em conseqüência da alta palatabilidade e do manejo da alimentação dispensado aos animais, estes na sua maioria ingerem uma quantidade maior de alimento em relação ao que seria necessário para sua mantença (VEIGA, 2007). Wolfsheimer (2004), cita que a obesidade acomete 25% a 40% de caninos e felinos e Diez et al. (2007), cita que estudos recentes demonstraram que, a freqüência da obesidade em cães se apresenta variando de 24% a 44%, sendo assim, considerada nos dias atuais, uma doença. Ainda, segundo Diez et al. (2007), a obesidade canina é uma condição que leva a sérias alterações em inúmeras funções do corpo e limita a longevidade dos animais. A indústria de alimentos para animais comercializa rações com foco no consumidor e fornece alimentos ricos em calorias e altamente palatáveis. O mercado de suplementos contribui com biscoitos, petiscos e suplementos de ácidos graxos que, em geral, são abundantes em calorias. O proprietário, com uma sólida ligação emocional com o animal, quer lhe proporcionar uma refeição suculenta e saudável. O veterinário, em contrapartida, deve aconselhar o proprietário sobre o que é realmente melhor e mais saudável para o seu animal (LANDSBERG et al., 2005).

14 14 3 DETERMINAÇÃO DA OBESIDADE Os maiores depósitos de gordura acumulada localizam-se sob a pele, como gordura subcutânea, ao redor dos órgãos vitais e nas membranas que rodeiam os intestinos. Alguns destes depósitos podem ser observados com facilidade nos cães e gatos obesos (RIVERA, 2006). Estimativas subjetivas são realizadas para obter o índice de massa corporal (IMC), com base no escore corporal ou mensurações anatômicas. O IMC% pode ser calculado dividindo o peso atual pelo peso ideal multiplicando o resultado por 100, o animal estará acima do peso se o resultado for maior que 120% (RIVERA, 2006). O exame físico permanece o meio mais prático de avaliar a condição corpórea. Pode ser difícil determinar o peso corpóreo ideal, porque a massa magra e o conteúdo de gordura corpóreo variam entre as raças e dentro delas (WOLFSHEIMER, 2004). Os gatos tendem a armazenar um excesso de gordura intra-abdominal e na região inguinal e, embora a obesidade seja relativamente fácil de reconhecer nos gatos, a avaliação do grau de obesidade pode ser mais difícil (DUNN, 2001). A maioria dos gatos sadios e não-obesos pesa de 3,5 a 5,0kg, embora alguns gatos domésticos com estrutura óssea mais ampla possam ser mais pesados. A maioria dos gatos com mais de 5,5kg devem ser considerados obesos (NELSON & COUTO, 2001). Wolfsheimer (2004), assegura que os escores de condição corporal foram deduzidos tanto para o cão como para o gato. Empregam-se escalas de 1 a 5 e de 1 a 9, sendo 1 o animal caquético e 5 ou 9 aquele extremamente obeso. Esses sistemas baseiam-se na palpação da costela com o grau de revestimento de gordura, na observação da porção do tronco localizada entre as costelas e a pelve e/ou na avaliação da prega abdominal ou da gordura inguinal. O escore de condição corporal mencionado previamente pode ser visualizado a seguir, conforme citado pela Ohio State University College of Veterinary Medicine (2009). 1 Muito Magro Costelas, vértebras lombares, ossos pélvicos e todo o corpo com proeminências evidentes à distância. Ausência de gordura corporal visível. Falta evidente de massa muscular.

15 15 Figura 1: Escore corporal de um canino e um felino muito magro Fonte: The Ohio State University College of Veterinary Medicine 2- Magro Costelas facilmente palpáveis e visíveis sem o contato das mesmas. Processos espinhosos das vértebras lombares visíveis. Ossos pélvicos menos proeminentes. Presença de cintura e prega abdominal. Figura 2: Escore corporal de um canino e um felino magro. Fonte: The Ohio State University College of Veterinary Medicine 3- Normal ou Ideal Costelas palpáveis sem excesso de gordura recobrindo as mesmas. Presença da prega abdominal quando visto de lado.

16 16 Figura 3: Escore corporal de um canino e um felino normal ou ideal. Fonte: The Ohio State University College of Veterinary Medicine 4- Sobrepeso Aparência geral vigorosa. Costelas palpáveis com dificuldade. Depósitos de gordura perceptíveis ao longo da coluna lombar e base da cauda. Prega abdominal pode estar ausente. Figura 4: Escore corporal de um canino e um felino com sobrepeso. Fonte: The Ohio State University College of Veterinary Medicine 5- Obeso Grandes depósitos de gordura sobre o tórax, coluna vertebral e base da cauda. Prega abdominal e cintura ausentes. Depósitos de gordura no pescoço e nos membros. Abdômen distendido.

17 17 Figura 5: Escore corporal de um canino e um felino obeso. Fonte: The Ohio State University College of Veterinary Medicine 4 CAUSAS DA OBESIDADE Romero & Zanesco (2006), mencionam que a etiologia da obesidade não é de fácil identificação, uma vez que a mesma é caracterizada como uma doença multifatorial, ou seja, é resultado de uma complexa interação entre fatores comportamentais, culturais, genéticos, fisiológicos e psicológicos, corroborando com German (2006), que ainda adiciona outros fatores como à freqüência de atividade física e a quantidade de energia contida na dieta. Afirma, também, que vários trabalhos demonstraram que o aumento de peso pode ter efeitos destrutivos na saúde e longevidade de cães e gatos. Segundo Romero & Zanesco (2006), os fatores externos talvez sejam mais relevantes na incidência do sobrepeso do que os fatores genéticos. Independentemente do mecanismo subjacente, a obesidade é o resultado da ingestão de energia excedendo o gasto de energia, com o armazenamento do excesso na forma de tecido adiposo. Se o excesso de ingestão de energia é a causa desta condição, então a solução seria diminuir consideravelmente a ingestão de calorias. Entretanto, a relação entre a cadeia alimentar e a obesidade não deve ser vista como a causa exclusiva, ou até casual, pois outros fatores como a escassa atividade física pode ser predisponente (BUTTERWICK & HAWTHORNE, 1998; LANDSBERG et al., 2005). Atualmente, os estilos de vida sedentária dos animais de estimação e de seus proprietários, podem desempenhar um papel preponderante no desenvolvimento do excesso de tecido adiposo. Demonstrou-se, que a inatividade é um fator de risco significativo para a obesidade nos estudos realizados tanto em cães como em gatos (Wolfsheimer, 2004). Assim, com a diminuição nas atividades, as dietas compostas de alimentos palatáveis e com alta

18 18 densidade calórica, na maioria das vezes, ad libitum, e os restos de alimentos caseiros ou petiscos, contribuem para tal situação (NELSON & COUTO, 2001). Alguns dos fatores relacionados ao proprietário que predispõe à obesidade estão listados no Quadro 1. Quadro 01 Fatores predisponentes à obesidade relacionados ao proprietário nos cães e gatos Falha em ajustar o consumo alimentar a exigências calóricas individuais Falha em reconhecer que alguns cães exigem menos alimentos que a média (variação normal) Falha em reconhecer a redução das exigências com a idade, castração, doenças ortopédicas e outras doenças que reduzem os exercícios Falha em considerar a energia adicional obtida de petiscos ou suplementos Estimulação do apetite/comportamento alimentar como um sinal de saúde Estimulação do comportamento de petição Permanência ao lado do animal enquanto ele se alimenta (atitude agressiva que pode forçar o cão a comer quando ele não está faminto) Falha em se exercitar suficientemente Exercício inadequado devido á falta de tempo ou à doença no proprietário ou do animal Proporcionar alimento como paliativo ao invés de exercícios Manter o gato dentro de casa Obesidade nos proprietários (frequentemente relacionada à obesidade nos cães) Fonte: Dunn (2001). Segundo Pereira et. al, (2003), pesquisas em ratos demonstraram que, quando estes animais são alimentados desde o nascimento com quantidade elevada de gordura, existe uma maior predisposição a se tornarem obesos no futuro. Deste modo, inúmeros trabalhos científicos têm como propósito desenvolver obesidade em animais de laboratório apenas com alteração na ingestão alimentar, promovendo aumento desta ingestão, aumento de peso e obesidade. Dunn (2001), define a obesidade como não complicada (resultante primariamente de um consumo calórico excessivo) ou complicada (que surge de outras causas).

19 19 A obesidade complicada é secundária a uma doença sistêmica ou induzida por drogas, é incomum, mas deve ser descartada antes de se considerar um programa de redução de peso. No Quadro 2 estão listadas as causas mais comuns de obesidade complicada. Quadro 2 Causas da obesidade complicada Endocrinopatias Hipotireoidismo Hiperadrenocorticismo Insulinoma Acromegalia Hipogonadismo Induzida por drogas Progestágenos Glicocorticóides Diazepam Anticonvulsivos Hiperlipidemia primária Destruição bilateral do centro de saciedade hipotalâmico (rara) Fonte: Dunn (2001). 4.1 FATORES GENÉTICOS A incidência racial de obesidade parece se relacionar com a má regulação de consumo alimentar quando se apresenta uma dieta altamente palatável, que é semelhante ao comportamento observado, com freqüência, em seres humanos obesos. Ainda hoje, é difícil comprovar se ocorrem predisposições raciais semelhantes nos gatos de raça (DUNN, 2001). O efeito da genética é destacado por associações raciais conhecidas em cães como o Labrador Retriever, Cairn Terrier, Cavalier King Charles Spaniel, Scottish Terrier, Cocker Spaniel e em gatos como o Shorthair doméstico (GERMAN, 2006). Landsberg et al, (2005)

20 20 incluem ainda Collies, Daschushunds, Beagles, Basset Hounds, Pastores de Shetland e alguns Terriers como citados anteriormente. Wolfsheimer (2004), acredita existir um componente genético para a obesidade, sendo que a incidência racial de endocrinopatias que levam a tal doença também deve ser considerada. Ainda, segundo a mesma autora, os gatos de raça pura, como o Siamês e o Abissínio, são mais magros do que aqueles de raças mistas. Dunn (2001) e Landsberg et al. (2005) comentam que outras raças são relativamente resistentes ao ganho de peso, dentre as quais podemos citar: Pastores Alemães, Greyhounds, Yorkshires Terriers, Dobermans, Staffordshire Bull Terriers, sabujos e Whippets. 4.2 IDADE Para Wolfsheimer (2004), a obesidade é mais comum em cães mais velhos. A atividade física e a massa corpórea magra podem diminuir com a idade, resultando em necessidades energéticas mais baixas, de modo que, se o consumo de energia não diminuísse apropriadamente, poderia ocorrer um aumento na gordura e no peso corpóreo. A idade possui um efeito na incidência e conseqüência da obesidade. É importante assegurar que os filhotes em crescimento não fiquem obesos, pois uma superalimentação nos primeiros quatro a seis meses de vida pode causar um aumento no número de células adiposas (hiperplasia), em oposição a um aumento simples no tamanho celular (hipertrofia), que ocorre no adulto maduro. A hiperplasia é irreversível e predispõe permanentemente o animal á obesidade na vida posterior (DUNN, 2001). Fêmeas obesas entre nove e 12 meses são 1,5 vezes mais susceptíveis a se tornar adultas obesas, do que fêmeas magras durante o crescimento (DIEZ & NGUYEN, 2007) A freqüência da obesidade aumenta com a idade do cão. Observa-se, em 6% dos filhotes com idade entre nove e 12 meses, mas em 40% dos indivíduos adultos. A idade média para o diagnóstico varia de cinco a oito anos. Menos de 20% dos cães com quatro anos ou menos são obesos, portanto isto abrange mais de 50% na categoria de sete a oito anos e para quase 70% na categoria de nove anos ou mais (DIEZ & NGUYEN, 2007).

21 GONADECTOMIA Podemos citar ainda a esterilização como um importante fator de risco para a obesidade em cães e gatos; inúmeros estudos sugerem que isto se deva a uma diminuição na taxa metabólica após a esterilização (GERMAN, 2006; LANDSBERG et al, 2005). Já Olson & Kustritz (2004), acreditam que o papel da gonadectomia no desenvolvimento da obesidade em cães e gatos ainda permanece indefinido, sendo que, nenhum estudo demonstrou tal predisposição, apesar de, a obesidade ser uma seqüela comumente relatada da gonadectomia em ambas as espécies, sendo mais comum em fêmeas que nos machos. A freqüência de obesidade é de 32% e 15% em animais castrados e não-castrados, respectivamente, machos e fêmeas juntos. Os hormônios sexuais não são os principais reguladores do metabolismo, entretanto, eles têm um impacto direto no peso corporal a nível do sistema nervoso central, ou indiretamente modificando o metabolismo celular. Dessa forma, o estrogênio tem um efeito inibitório na alimentação. O consumo da dieta também varia no ciclo sexual da fêmea. Este é mínimo durante o estro, aumenta durante o metaestro e é máximo durante o anestro (DIEZ & NGUYEN, 2007). Dunn (2001), atribui à duplicação da incidência de obesidade em animais castrados a muitos fatores, incluindo a redução de exercícios devido a um comportamento errante menor, a perda do efeito inibitório dos estrógenos no apetite e a redução dos níveis de testosterona pós-castração, permitindo aumento na eficiência da utilização alimentar. Nelson & Couto (2001), citam que a relação entre gonadectomia e obesidade é pouco compreendida, embora redução no gasto energético, possivelmente como resultado de redução na atividade, e alterações no metabolismo basal induzidas por mudanças nas concentrações dos hormônios sexuais, sem alteração ou aumento na ingestão de alimento, tenham sido propostas. 4.4 TIPO DE ALIMENTO As dietas ricas em gorduras predispõem à obesidade, pois as gorduras aumentam tanto a palatabilidade quanto a densidade calórica do alimento. As gorduras também são utilizadas

22 22 como fonte energética e armazenadas como gordura mais eficientemente que os carboidratos ou as proteínas (DUNN, 2001). A literatura científica atual sugere que a alimentação hiperlipídica é um componente importante na etiologia da obesidade, uma vez que tais dietas comprovadamente levaram ao excesso de gordura corporal em macacos, cães, suínos, esquilos, hamsters e ratos, sendo que as causas dessa resposta ainda não foram evidenciadas (PEREIRA et. al, 2003). O motivo pelo qual os lipídios da dieta podem conduzir a hiperfagia deriva das suas propriedades organolépticas, tais como alta palatabilidade, textura característica e sua importância como ingrediente culinário. Inclusive em ratos, uma dieta hiperlipídica é preferencialmente consumida quando os animais podem escolher entre três rações, sendo cada uma fonte de um dos macronutrientes. Fisiologicamente, dentre todos os outros macronutrientes, os lipídios são os que apresentam a maior densidade energética e a maior capacidade de estoque no organismo (PEREIRA et. al, 2003). Os animais com dietas caseiras ficam mais propensos à obesidade, pois os constituintes tendem a ser ricos em gorduras e os ingredientes, e conseqüentemente o teor calórico, perdem consistência de um dia para o outro. Além disso, as rações manufaturadas são vendidas com guias de alimentação para cães, enquanto as dietas caseiras não possuem nenhum guia, dificultando a estimativa das exigências diárias (DUNN, 2001). 5 FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE A obesidade desenvolve-se em conseqüência de um distúrbio na ingestão de nutrientes e/ou no gasto de energia. O distúrbio no consumo nutricional pode ser mediado por alterações no apetite, o qual é controlado em parte pelo hipotálamo e pelo núcleo paraventricular. O hipotálamo lateral contém o centro da fome, e o ventrolateral contém o centro da saciedade. As diferenças na atividade ou no metabolismo bioquímico nesses centros podem ser responsáveis pelas alterações no apetite. O apetite é influenciado por diversos neurotransmissores, como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. Outros fatores que influenciam o apetite, modulando esses neurotransmissores, incluem a composição da dieta (gordura, glicose e aminoácidos) a palatabilidade, a visão do alimento, a distensão gástrica e o estresse (WOLFSHEIMER, 2004).

23 23 A leptina e a insulina são hormônios secretados em proporção à massa adiposa e atuam perifericamente, estimulando o catabolismo. No sistema nervoso central, a insulina e a leptina interagem com receptores hipotalâmicos, favorecendo a saciedade. Indivíduos obesos têm maiores concentrações séricas destes hormônios e apresentam resistência à sua ação (FONSECA-ALANIZ et al., 2007; HALPERN, 2004; MOTA & ZANESCO, 2007). 6 RESISTÊNCIA À INSULINA A resistência à insulina significa uma diminuição na capacidade da insulina em estimular a utilização de glicose, seja com deficiência no receptor de insulina ou com defeito em algum mecanismo pós-receptor durante sua utilização. Fatores ambientais estão descritos como causas dessa condição, tais como infecções, citotoxicidade ou outras lesões nas células β, sedentarismo, obesidade, desnutrição, estresse, hormônios, doenças pancreáticas entre outros. (PEREIRA et. al, 2003). Diez et. al, (2007), declara que em cães, altos índices insulinogênicos tendem a estar associados com uma média de sobrevivência maior, e animais com maior sensibilidade à insulina, tem um risco menor de morrer ou sofrer de uma doença crônica. Uma das explicações para o desenvolvimento da resistência periférica à ação da insulina nos indivíduos obesos estaria relacionada à maior ingestão de lipídios, que não seria acompanhada por aumento imediato de sua oxidação, mas o excesso de ácidos graxos livres (AGL) seria estocado em diferentes tecidos, além das células adiposas. Muitos estudos comprovam que há aumento da oxidação lipídica em pacientes obesos que possuem grande ingestão de lipídios e elevadas taxas de lipólise (diretamente correlacionada com o estoque de gordura corporal). Essa preferência de utilização de AGL seria responsável pela diminuição da mobilização de glicose via glicogênio. Isto levaria a um feedback negativo do glicogênio muscular e hepático sobre a atividade de glicogênio-sintetase e, conseqüentemente, no estoque de glicose. O resultado seria a intolerância à glicose e a resistência periférica à ação da insulina. O quadro de diabetes se desenvolve em obesos após período de intolerância à glicose, quando a glicemia se mostra acima dos valores normais, o que conduz, na maioria dos casos, a um estado de hiperinsulinemia (PEREIRA et. al, 2003).

24 24 7 OBESIDADE E UM BAIXO GRAU INFLAMATÓRIO Diez et. al, (2007), afirma que a obesidade é caracterizada por um estado crônico, sistêmico e de um baixo grau inflamatório De acordo com Mota & Zanesco (2007), os recentes avanços na área de endocrinologia e metabolismo evidenciam que, diferentemente do que se acreditava há alguns anos, o adipócito não é apenas uma célula armazenadora de energia, mas sim capaz de sintetizar e liberar diversas substâncias, sendo hoje considerado um órgão endócrino. O papel metabólico dos adipócitos se altera a medida que eles se ampliam com o aumento da obesidade. Estes, participam ativamente do estado inflamatório da doença, secretando um grande número de proteínas, denominadas adipocinas, que atuam de uma forma autócrina, parácrina ou endócrina, para controlar várias funções metabólicas. Adipocinas, sob condições normais de peso corporal, contribuem para a homeostase da glicose e metabolismo lipídico, mas a sua produção desregulada no estado obeso promove resistência a insulina e inflamação (DIEZ et. al, 2007). Entre as substâncias liberadas pelo adipócito incluem-se a adiponectina, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), alguns hormônios sexuais, a interleucina-6 e a leptina. Especificamente, a leptina desempenha importante papel no controle da ingestão alimentar e no controle do peso corporal em mamíferos. Além dos avanços no estudo da célula adiposa, um novo hormônio relacionado ao metabolismo foi descoberto recentemente, a grelina. A grelina é um peptídeo produzido pelas células do estômago e está diretamente envolvida na regulação do balanço energético em curto prazo (MOTA & ZANESCO, 2007). A ação da leptina no sistema nervoso central (hipotálamo) de mamíferos é promover a redução da ingestão alimentar e o aumento do gasto energético, além de regular a função neuroendócrina e o metabolismo da glicose e de gorduras. Ela é sintetizada também na glândula mamária, músculo esquelético, epitélio gástrico e trofoblasto placentário (MOTA E ZANESCO 2007, ROMERO & ZANESCO 2006). O TNF-α é uma citocina imunomodulatória e pró-inflamatória. Foi descrito como fator indutor de caquexia em animais e de inibição da lipogênese em adipócitos. É uma citocina multifuncional, implicada em inflamação, apoptose, citotoxicidade, produção de outras citocinas, e indução de resistência à insulina. Com relação aos adipócitos, age diretamente em processos dependentes de insulina, incluindo a homeostase do metabolismo

25 25 de carboidratos e de lipídeos. Inibe lipogênese e estimula lipólise (FONSECA-ALANIZ et. al, 2007). A grelina é um novo hormônio gastrointestinal identificado no estômago do rato, em 1999, por Kojima et al. Estudos em modelos animais indicam que esse hormônio desempenha importante papel na sinalização dos centros hipotalâmicos que regulam a ingestão alimentar e o balanço energético. Tal hormônio está diretamente envolvido na regulação à curto prazo do balanço energético (MOTA & ZANESCO, 2007; ROMERO & ZANESCO, 2006). 8 RISCOS PARA A SAÚDE RELACIONADOS À OBESIDADE Nos pequenos animais, é importante tratar e controlar a obesidade, pois ela reduzirá, com certeza, a qualidade de vida e, provavelmente, a expectativa de vida (DUNN, 2001). Com o excesso de gordura, o animal de companhia pode estar predisposto às mais variadas afecções, tais como: doença ortopédica, diabetes mellitus, anormalidades na circulação dos perfis de lipídios, doença cardiorrespiratória, desordens urinárias, desordens reprodutivas, neoplasmas (tumores mamários, carcinoma de célula transicional), doenças dermatológicas, e complicações anestésicas (GERMAN, 2006; HOENIG, 2007). Dunn (2001), cita ainda como associações com a obesidade, problemas circulatórios, hipertensão, infiltração gordurosa hepática, lipidose idiopática (gatos) e pancreatite 9 DIAGNÓSTICO Freqüentemente, o maior desafio para o clínico está em determinar qual a razão para a obesidade do animal. Na maioria dos casos, os proprietários podem preferir acreditar que o animal tem uma doença (ex: hipotireoidismo), ao invés de considerar que eles próprios têm um papel importante na instalação e/ou agravamento do problema (LANDSBERG et al., 2005). O primeiro passo para um programa efetivo de manejo da obesidade é a conscientização do problema por parte dos proprietários, uma vez que, a maioria dos proprietários não reconhecem que o seu animal está acima do peso (LAFLAMME, 2006)

26 26 Os animais obesos devem ser submetidos a um exame clinico criterioso e exames laboratoriais (hemograma completo, alanina aminotransferase (ALT) sérica, amilase/lípase, fosfatase alcalina, perfil tireoidiano, urinálise, colesterol, creatinina, glicose, insulina), com ênfase na anamnese, uma vez que o problema se deve, em grande parte, as práticas de alimentação instituídas pelo proprietário (DUNN, 2001, LANDSBERG et al., 2005). Dunn (2001) afirma que tais testes não são necessários em todos os animais obesos examinados, mas serão importantes se o exame clínico evidenciar uma doença complicadora ou se o animal não for responsivo ao programa de perda de peso, de acordo com o objetivo fixado. 10 TRATAMENTO Para Nelson & Couto (2001), o tratamento da obesidade envolve modificação na dieta, exercício (se possível) e esforços contínuos para modificar o comportamento do proprietário. O comprometimento do proprietário é o fator mais importante para o sucesso de um programa de redução de peso. Os fundamentos de um programa de redução de peso são: redução na ingestão calórica diária e aumento no gasto de energia diária. Dunn (2001), concorda que a disciplina do proprietário é essencial. Os problemas de manejo serão identificados na anamnese, e deverão ser apontados, assim como deverão ser explicados os benefícios da perda de peso e as possíveis conseqüências da obesidade. Landsberg et al., (2005), salientam que todos os programas de redução de peso devem ser realizados sob a supervisão de um médico veterinário, para reduzir os riscos de complicações decorrentes da obesidade ou da perda de peso. A dieta de um animal adulto obeso deve começar com a estipulação de um peso-alvo. Nos caninos, o alvo geralmente planejado corresponde a perda de peso de 12 a 15% durante 12 semanas. Nos felinos, é importante controlar a taxa de perda de peso cuidadosamente, mas foi verificado que a perda média de 13,5% durante 18 semanas é segura (DUNN, 2001). O proprietário deve pesar e registrar o peso do seu animal semanalmente e o animal deve ser examinado e pesado pelo veterinário entre duas a quatro semanas. A meta deve ser 1 a 2% de perda de peso por semana. Caso a perda de peso não tiver ocorrido em um mês após o início de um programa de redução de peso, a ingestão calórica diária também deve ser reduzida em 40% (NELSON & COUTO, 2001).

27 DIETAS As dietas regulares em quantidades reduzidas normalmente não eliminam a obesidade. Sendo assim, dietas com baixa densidade calórica designadas para redução de peso devem ser fornecidas. A maioria das dietas com baixa densidade calórica comumente utilizada são dietas com baixo nível de gordura e alto nível de fibras. Os problemas potenciais associados com dietas contendo quantidades elevadas de fibras incluem redução na palatabilidade, aumento na freqüência de defecação e flatulência (NELSON & COUTO, 2001). Dunn (2001), utiliza, tradicionalmente, as fibras, pois se acredita que elas aumentam a saciedade, embora um trabalho recente sugere que elas têm reduzido efeito na saciedade de longa duração e na regulação do consumo energético, o que levou a introdução de dietas não baseadas em fibras. O tipo de fibra pode ser importante, com as solúveis induzindo a saciedade mais efetivamente que as insolúveis, mas as fibras solúveis também podem causar timpanismo e fezes líquidas, que são geralmente inaceitáveis. As dietas ricas em fibras têm sido utilizadas com sucesso nos felinos e caninos, embora ainda seja obscura a conseqüência no metabolismo de gatos sadios o aumento na fibra dietética. Deve-se ter cuidado adicional para restringir calorias de maneira gradual e monitorar o consumo alimentar, quando for iniciado um programa de redução de peso em gatos, para evitar a lipidose hepática (LANDSBERG et al., 2005). Sendo assim, a redução de peso em felinos depende quase que exclusivamente da redução da ingestão calórica diária (NELSON & COUTO, 2001). O alimento deve ser oferecido em duas ou três refeições por dia em vez de uma para aumentar a energia perdida por meio da termogênese induzida pelas refeições. Na média, 10% do gasto energético corporal encontram-se na forma de calor induzido por refeições, uma parte como resultado da energia gasta na utilização do alimento, e o restante produzido pelo tecido adiposo marrom e mantido por várias horas após a refeição (DUNN, 2001) EXERCÍCIOS O aumento na atividade física pode auxiliar no gasto energético e na perda de peso, mas sua contribuição não deve ser valorizada ao extremo e deve ser utilizada como alternativa

28 28 para reduzir o consumo calórico. Os benefícios dos exercícios ainda não foram quantificados apropriadamente nos gatos e cães obesos, mas calcula-se que as exigências energéticas aumentem para 11,3% acima dos níveis de repouso em um cão de 25kg que esteja praticando os níveis de atividade típicos (DUNN, 2001) Nelson & Couto (2001), recomendam caminhadas como rotinas diárias podendo o cão iniciar com duas ou três caminhadas curtas por dia. A duração de cada caminhada pode ser gradualmente aumentada tão logo o cão se torne acostumado ao exercício e a perda de peso comece a ocorrer. O aumento dos exercícios é relativamente fácil em cães, porém é mais difícil nos gatos, nos quais pode envolver permissão para que saiam de casa, sendo indicado como alternativa a estimulação de brincadeiras (DUNN, 2001). Ao invés de realizarem atividades relacionadas ao fornecimento de petiscos, os exercícios interativos fornecem uma alternativa para o animal e seu dono aproveitarem juntos. Já em felinos podem ser realizadas brincadeiras interativas ou por criar elementos no ambiente, tais como: túneis, bolas em vários locais e brinquedos indicados para a espécie (LAFLAMME, 2006) MANUTENÇÃO Uma vez que o peso ideal seja obtido, a ingestão calórica diária do animal deve ser ajustada para a manutenção de um peso ideal. Podem ser fornecidas quantidades elevadas de dieta para redução de peso ou dieta de restrição calórica de manutenção. Deve-se continuar a determinar o peso corpóreo semanalmente, e ajustes apropriados na ingestão calórica deverão ser realizados para evitar a recidiva da obesidade (NELSON & COUTO, 2001). Para Dunn (2001), quando se atinge o peso-alvo, o animal deve ser mantido em dieta de manutenção apropriada, a qual pode envolver a continuação com dieta calórica baixa ou a mudança para outra ração comercial. O oferecimento de dietas caseiras deve ser fortemente desestimulado devido ao aumento na incidência de obesidade.

29 DROGAS Nelson & Couto (2001), afirmam que, numerosos agentes farmacológicos estão disponíveis para tratar a obesidade em humanos, entretanto, evidências da eficácia de drogas para o tratamento da obesidade em cães e gatos ainda são limitados. Dunn (2001), comenta que pesquisas acerca de drogas como hormônios tireoideanos, hormônio do crescimento, cetosteróides, agonistas α-adrenérgicos, antagonistas β- adrenérgicos e drogas anoréticas; são limitados, e seu uso prolongado ainda não foi comprovado, de forma que uma terapia com drogas ainda não é atualmente aplicável nos cães obesos, exceto especificamente para tratar uma causa complicadora. German et. al (2008) citam que, recentemente duas drogas foram aprovadas para auxiliar na conduta terapêutica de cães obesos. Entretanto, estas drogas não podem ser usadas em felinos. As drogas em cães que recentemente se tornaram viáveis, diferem no mecanismo de ação daquelas atualmente licenciadas para o uso humano. Ambas têm um efeito local na região da célula do epitélio intestinal, bloqueando o conjunto e a liberação de partículas de lipoproteína na circulação sanguínea. A entrada calórica dietética é diminuída em duas maneiras: - diminuindo a absorção lipídica; - diminuindo o apetite, mais provavelmente devido à liberação do sinal de saciedade proveniente do enterócito. Dirlotapide é licenciado para uso contínuo no gerenciamento de cães obesos e acima do peso, por um período de até 12 meses. Inicialmente uma dose baixa é administrada, e dobrada após duas semanas. Durante o resto do período do tratamento, visitas mensais de controle de peso são usadas para ajustar a dose individualmente. Quando a perda de peso corporal não atinge a taxa média de -0,75% de início de perda de peso por semana, a dose é aumentada. Uma significativa redução de peso pode ser conseguida durante o tempo em que a droga é usada, em muitos casos possibilitando ao paciente atingir o peso corporal ideal. Embora, mitratapide seja uma droga similar, o método de dosagem é diferente. Ao contrário de doses contínuas a longo prazo, esta droga é usada a curto prazo e em conjunto com o manejo da dieta e uma mudança de comportamento. Mitratapide é administrada por períodos de duas a três semanas, interrompidos por um período de 14 dias sem a medicação, quando são realizados os ajustes na dieta.

30 30 11 PREVENÇÃO A obesidade constitui uma preocupação relativa à saúde totalmente evitável. Os animais contam com seus proprietários para suprir suas necessidades de cuidados de saúde e a restrição calórica, em vez do excesso calórico, deve ser o conceito em vigor. A restrição calórica não só evita obesidade, mas também diminui o risco de problemas musculoesqueléticos e de câncer. Infelizmente, a perda de peso em animais não é mais simples para a maioria dos proprietários comparadas as suas próprias exigências dietéticas. A nutrição apropriada requer uma mudança filosófica, de forma que os proprietários entendam a diferença entre nutrição ideal e supernutrição (LANDSBERG et al., 2005). Médicos Veterinários devem começar ou continuar avaliando o escore corporal de todos os seus pacientes, discutindo com os clientes a importância da manutenção de um peso ideal. Registrando o escore e o peso corporal do paciente durante as consultas, faz com que o veterinário discuta tendências ao ganho de peso com o proprietário, desta forma, realizando o acompanhamento do paciente (LAFLAME, 2006). A fim de assegurar que todos os nutrientes essenciais sejam fornecidos, e a energia controlada, é importante que a densidade calórica da dieta alimentar seja apropriada a energia necessária do animal de estimação de forma individual. Os proprietários devem ser encorajados a desenvolver uma relação, ligada às atividades, sem alimentos, como uma caminhada e uma brincadeira interativa, de modo a reduzir a ingestão de calorias fora do horário das refeições, bem como aumentar o gasto de calorias (LAFLAME, 2006). A alimentação e as conseqüências a longo prazo da obesidade juvenil devem ser discutidas na primeira vacinação. Deve-se enfatizar a orientação acerca da dieta em raças suscetíveis e, também, a probabilidade de ganho de peso, após determinados procedimentos, os quais se pode citar gonadectomia ou cirurgia ortopédica (DUNN, 2001).

31 31 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS A alimentação de cães e gatos deve suprir as suas necessidades, sem carência nem excessos, lhes garantindo um estado ótimo de saúde, evitando qualquer tendência à obesidade, problema este com elevada freqüência em pequenos animais. Este transtorno nutricional é um fator altamente predisponente ao comprometimento da saúde, devido às doenças secundárias que comumente ocorrem. Para saber escolher o alimento ideal a ser fornecido ao animal, é importante seguir as orientações de um Médico Veterinário sobre uma nutrição adequada, devendo prover todas as exigências nutricionais, de acordo com o porte do animal, nível de atividade e estado fisiológico (gestação, animais jovens, idosos, lactantes, obesos, magros etc.), evitando assim, algumas patologias referentes à má nutrição, destacando sobretudo a obesidade.

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