Projecto Pedagógico. Sala dos Sorrisos
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- Cecília Rocha de Caminha
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1 Projecto Pedagógico Sala dos Sorrisos Crescer para Ser Educadora : Vera Andrade Auxiliar: Zinda/Zézinha Ano Letivo 2016/2017 1
2 Índice 1- INTRODUÇÃO CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO CARACTERIZAÇÃO DA FAIXA ETÁRIA FUNDAMENTAÇÃO DO PROJECTO PEDAGÓGICO DA... 7 SALA DOS SORRISOS OBJEYIVOS GERAIS OBJETIVOS ESPECÍFICOS TEMAS A DESENVOLVER ATIVIDADE E ESTRATÉGIAS ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E TEMPO PLANIFICAÇÃO ANUAL CONCLUSÃO
3 1- INTRODUÇÃO Nos dias que correm, a creche é considerada como um espaço educativo no qual se proporciona às crianças um ambiente calmo e efetivo com vista ao desenvolvimento físico, sensorial, social, linguístico e de hábitos de higiene das mesmas. Desta forma, surge a necessidade ao educador de elaborar um projeto pedagógico no qual, o mesmo organiza, planeia, reflete e avalia o seu trabalho expondo as características do grupo, tais como as motivações/interesses. Porque os primeiros anos de vida de uma criança são fulcrais para o desenvolvimento inteletual, emocional e moral da mesma, a creche deve ser importante para o seu desenvolvimento, visto que, proporciona o prolongamento da família em termos de cuidados e estímulos essencialmente afetivos e cognitivos. A creche deve proporcionar à criança o desenvolvimento das suas atividades lúdicas, manifestando o reconhecimento das suas capacidades e necessidades de espaço. Assim sendo, pretendo facilitar e dar informações às crianças para que estas consigam utilizar os seus meios, aperfeiçoar, enriquecer à medida que vai assimilando aquilo que já sabe com as novas aquisições. A intervenção do Educador deve ser sempre consciente e ter a 3
4 finalidade de apoiar, estruturar, estimular e/ou modificar uma situação, atitude ou ação que vise a construção da própria criança e constante harmonia consigo própria e com os outros. Em suma, pretendo expor neste projeto não só as necessidades do grupo de crianças, com o qual irei intervir no decorrer deste ano letivo, mas também aos objetivos gerais e específicos adequados às mesmas e, as estratégias mais apropriadas para conseguir atingir os referidos objetivos, de forma a desenvolver as crianças. 2 - CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO A sala de um ano tem capacidade para 10 crianças, mas neste momento, o grupo é constituído por 9 crianças. Das 9 crianças, 5 são do sexo feminino e 4 do sexo masculino, têm idades compreendidas entre os 9 meses aos 18 meses. Quanto à frequência na instituição 8 crianças frequentavam a sala de berçário e apenas uma criança está na instituição pela primeira vez. Neste momento, 8 crianças usam fralda e 1 já usa cueca, algumas utilizam a chucha para dormir. 4
5 A nível motor, 5 das crianças já andam sem qualquer auxílio, 2 gatinham, pondo-se de pé com ajuda do adulto, e 2 ainda não gatinham. Ao nível de alimentação, todas necessitam do auxílio do adulto, contudo a maioria mostra interesse em pegar na colher sozinho. Quase todos os meninos da sala dos sorrisos pegam sozinhos no copo com água. A nível da linguagem, todas as crianças tentam exprimir-se verbalmente, mas ainda com pouca variedade de palavras. Depois de fazer 1 ano a criança entra numa nova etapa do seu desenvolvimento. No primeiro ano, a criança habituou-se a ver, escutar e a dirigir o movimento das suas mãos, agora ao conseguir manter-se de pé e a dar os primeiros passos, vai interagir com os objetos que encontra à sua volta, demonstrando intencionalidade. Nesta fase, a criança sente-se auto motivada para aprender com o seu corpo e sentidos, para comunicar aquilo que sabe, sendo por isso extremamente importante as relações que mantém com o adulto. 5
6 3- CARACTERIZAÇÃO DA FAIXA ETÁRIA Com um ano, a criança ainda se encontra no estádio sensório motor, conquistando o mundo que a rodeia, através da sua própria ação. Segundo Piaget, esta fase é caracterizada pela permanência do objeto, isto é, embora um objeto não esteja presente a criança sabe que ele existe. As explorações que a criança realiza, permitem-lhe descobrir as suas propriedades, sendo a criança a partir dos 18 meses, prever certas situações pois já possui alguma capacidade de representar mentalmente. Assim nesta idade a criança já se sente mais autónoma, querendo comer sozinha, ajudando no vestir, dizendo adeus entre outros comportamentos. Nesta fase, as crianças gostam de se afirmar, impondo a sua vontade através de gritos, batendo os pés, tendo por vezes alguns comportamentos agressivos, quando contrariadas. Aspetos estes que vão de encontro ao que diz Erickson, que defende que crianças desta idade se encontram num estádio de confiança versus desconfiança, ansiando a criança pela sua autonomia. 6
7 Este aspeto, implica que o adulto promova estratégias que permitam a criança ser autónoma, estabelecendo os limites, com base na funcionalidade e compreensão. Relativamente à linguagem, nota-se um aumento de vocabulário. Nesta fase, a criança é extremamente egocêntrica, sendo o seu relacionamento com os outros bastante difícil. 4- FUNDAMENTAÇÃO DO PROJECTO PEDAGÓGICO DA SALA DOS SORRISOS O projeto do educador é um projeto educativo/pedagógico que diz respeito ao grupo e contempla as opções e intenções educativas do educador e as formas como prevê orientar as oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem de um grupo. Este projeto adapta-se às características de cada grupo, enquadra as iniciativas das crianças, os seus projetos individuais, de pequeno grupo ou de todo o grupo (Ministério da Educação, 1997: p.44). A intencionalidade deste projeto traduz-se na vontade de responder às necessidades e interesses do grupo e de cada criança com a colaboração do pessoal docente. 7
8 Sendo assim o Projeto a desenvolver no ano letivo de 2016/2017, tem como tema Crescer para Ser. Este projeto assenta na importância da criança aprender e crescer através das suas brincadeiras no mundo das brincadeiras no mundo da fantasia e do imaginário. A integração da criança no mundo social fundamenta-se em duas direções inatas dominantes: estabelecer relações pessoais gratificantes com os seus companheiros e aprender habilidades quotidianas essenciais, mediante várias formas de brincadeiras. Brincar e descobrir é assim tão necessário ao pleno desenvolvimento do organismo da uma criança, como falar, comer, dormir, etc. É a partir destas atividades que a criança alimenta o seu sistema emocional, psíquico e cognitivo. A criança nos seus primeiros anos de vida, utiliza a brincadeira como uma forma de linguagem que permite compreender, expressar-se, desenvolver os seus interesses, as suas aptidões e as suas possibilidades de bom relacionamento com os outros. Ao brincar ao faz de conta, ela assume diferentes papéis, trocas de experiências, entende e faz entender, cumpre as regras, partilha e constrói a sua personalidade. O surgimento deste tema para o projeto, não deriva de nenhum problema, mas sim da preocupação de dar ao grupo de crianças, um vasto leque de experiências, que lhes possibilitam um crescimento saudável, harmonioso e equilibrado. 8
9 Deste modo é nosso objetivo criar situações lúdicas e adequar estratégias que favoreçam o seu desenvolvimento e aprendizagem num ambiente de segurança e afetividade. 5- OBJETIVOS GERAIS Os objectivos gerais correspondem a um conjunto de objetivos, gerais que ao longo do ano, o educador procurará incutir nas crianças, tais como: - Promover a integração e adaptação da criança; - Criar laços afetivos com a criança, proporcionando-lhe um ambiente calmo, construtivo e seguro; - Respeitar a individualidade e o ritmo/evolução de cada criança; - Promover a interação Escola/Família, como contribuição para bem estar físico, social e psicológico da criança na Instituição; - Ajudar a criança a tomar conhecimento de si própria; - Estimular a aprendizagem através de atividades lúdicas permitindo à criança descobrir por si o meio que a rodeia; -Promover a autonomia da criança; -Proporcionar à criança o uso de materiais adequados à idade e que visem promover a descoberta, a imaginação e o desenvolvimento; 9
10 -Proporcionar o desenvolvimento motor, social, cognitivo e linguístico da criança; _-Promover situações de interação do grupo, favorecendo a sua socialização, o espírito de grupo e o respeito pelo outro. -Pretender ser o espaço de construção da história feliz de cada criança. 6- OBJETIVOS ESPECÍFICOS Os objectivos específicos correspondem a um conjunto de metas nas quais se pretende que as crianças atinjam, mediante a realização de atividades planeadas ao longo do ano letivo, de acordo com as várias áreas do saber: a) Área de Formação Pessoal e Social Reconhecer, nomear e apontar partes do seu corpo; Reconhecer-se no espelho e em fotografias; Estimular o valor de partilhar os brinquedos; Reconhecer e nomear pessoas que lhe são familiares; Reconhecer objetos pessoais; Demonstrar o que gosta e o que não gosta; Estimular os sentidos ; Reconhecer e dizer o seu nome; Compreender pedidos simples; 10
11 Reconhecer e nomear diversos objetos e pessoas; Ajudar a arrumar; Participar por iniciativa própria. b) Área de Conhecimento do Mundo Reconhecer e nomear imagens; Reconhecer ilustrações num livro, imagens, fotografia; Colar dentro de um espaço definido e limitado; Realizar jogos lógico-matemáticos: encaixe, tamanhos; Estimular a capacidade de atenção, compreensão e raciocínio; Adquirir destreza na manipulação de brinquedos; Reconhecer alguns elementos próprios dos estações do ano; Exploração de diferentes objetos; Observação da sala e do meio que os rodeia, de diferentes formas; Conhecer os diferentes sons de alguns animais; Provar diferentes tipos de alimentos de diversos sabores; Escutar e cantar músicas infantis, natalícias ou de outras épocas do ano. c) Área de Expressão e Comunicação Conhecimento do esquema corporal; Consolidar os movimentos: andar, correr, saltar; 11
12 Baixar-se/ levantar-se sem apoio; Desenvolver a motricidade fina; Iniciar a fase das garatujas; Desenvolver a compreensão de textos orais; Desenvolver o gosto pelas canções; Desenvolver o sentido de ritmo; Agarrar facilmente em objetos; Fazer desenhos em folhas de papel ou papel de cenário; Explorar os materiais para expressão plástica que forem fornecidos pelo adulto (tintas, pinceis, canetas, lápis, plasticina, massa de moldar) Ouvir diferentes estilos de música, expressando-se e movimentando-se ao som dos mesmos; Realizar pequenas ações através da mímica. 12
13 7 -TEMAS A DESENVOLVER Épocas festivas -Reconhecer e identificar imagens relacionadas com a temática de trabalho: Natal, Páscoa, Carnaval, Dia do Pai, Dia da Mãe, Dia dos Avós, Dia da Criança, etc. Animais -Identificar alguns animais domésticos, da quinta e do mar, reconhecendo e imitando os seus sons. Corpo humano -Descoberta do eu desenvolver uma imagem correta do seu próprio corpo -Identificar partes do corpo cabeça, tronco, membros -Sentidos Alimentação -Identificar alguns dos alimentos que constituem a nossa alimentação -Progredir na aquisição de hábitos relacionados com a alimentação -O comportamento à mesa 13
14 Estações do ano -Elementos de cada estação -O tempo que faz -A roupa que usamos As nossas músicas da escola -Identificar canções e sons dos animais -Reproduzir sons 8 - ATIVIDADE E ESTRATÉGIAS A fim de promover nas crianças um desenvolvimento que lhes permita atingir os objetivos definidos anteriormente, serão utilizadas varias estratégias: -Promover um ambiente calmo antes de cada atividade; -Sentar as crianças na manta, e cantar canções para acalmar; -Conversar sempre com as crianças sobre a atividade a ser realizada; -Deixar as crianças explorarem o espaço de forma livre; -Motivar sempre as crianças para a atividade a ser realizada; -Valorizar as crianças pelas suas vitórias; -Apresentar atividades diversificadas e desafiadoras; - Contar histórias; - Observar e explorar materiais e o ambiente que as rodeia; - Aplicar diversas técnicas de expressão plástica; 14
15 - Mostrar cartões de imagens; - Exemplificar e repetir com as crianças as atitudes e comportamentos a desenvolver; - Repetição diária/semanal de novos conceitos ou assuntos; - Atribuir pequenas tarefas às crianças; - Transmitir carinho, afetos e segurança; - Criar momentos de convívio com as crianças da sala de 2 anos. 9- ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E TEMPO O ambiente educativo deve ser equipado de forma a proporcionar às crianças conforto e bem-estar e, ao mesmo tempo, oferecerlhes vastas oportunidades educativas. Ao pensarmos no espaço estamos a promover o progresso das crianças, em termos, da comunicação, desenvolvimento motor, competências cognitivas e interações sociais. A sala dos Sorrisos é arejada, com muito iluminação exterior e estruturada de forma em que as crianças possam explorar o que as rodeia. Sempre que seja necessário o ambiente educativo deve ser flexível e, ser modificado consoante as necessidades das crianças. A organização do tempo na valência de creche é bastante importante, pois ao longo do dia ocorrem momentos que se repetem diariamente, aos quais chamamos rotinas diárias: o 15
16 acolhimento, os bons dias, o recreio, o almoço, momentos de atividades orientadas, etc, são alguns exemplos. Visto que tempo é um conceito abstrato para as crianças, é indispensável que estas se regulem por estas ações que lhes permitam perceber o decorrer dos variados momentos que se sucedem na creche. Por outras palavras, a rotina surge como uma forma de estruturação de sequências temporais que possibilitará à criança uma antecipação e consciência do que irá surgir, não a deixando, por isso, ansiosa e insegura por não conseguir prever o que irá fazer. Isto irá facilitar as aprendizagens de cada criança, no sentido de que começarão a apropriar-se do espaço que a rodeia e,da própria sucessão de acontecimentos, ganhando, assim, autonomia e controlo sobre o tempo. Contudo, é necessário ter em conta que a Rotina não deverá ser sinónimo de rigidez, dado que o educador deverá aprender a responder ao horário diário e personalizado de cada bebé ou criança respeitando, assim, o seu próprio ritmo. 16
17 Sendo assim a rotina da sala regularmente é a seguinte: Horas 7h00 às 9h30 9h30 às 10h00 10h00 às 10h45 10h45 às 11h00 11h00 às 12h00 12h00 às 12h30 12h30 às 15h00 15h00 às 15h15 15h15 às 15h45 15h45 às 16h00 16h00 às 18h00 18h00 às 19h30 Rotinas Acolhimento Momento de conversa na manta Atividades Planeadas/livres Higiene Almoço Higiene Sesta Higiene Lanche Higiene Atividades planeadas/ livres Saídas 17
18 10- PLANIFICAÇÃO ANUAL SETEMBRO - Adaptação das crianças à sala/ rotinas - Sensibilização pelas regras, hábitos comportamentais e de higiene - Estação do ano:. outono OUTUBRO - Sensibilização pelas regras e rotinas - Os objetos pessoais - Comemoração do Halloween NOVEMBRO - Comemoração do São Martinho (magusto) - Os animais da quinta - Dia do pijama (20) - O teatro vem à escola (24) DEZEMBRO - Comemorações do Natal - Festa de Natal (16) - Estação do ano:. inverno JANEIRO - Comemoração do dia de reis ( vamos cantar as janeiras) - As minhas canções - Os animais da selva FEVEREIRO - Festa de carnaval (24) - Dia dos Namorados - O corpo/ sentidos MARÇO - Comemorações do Dia do Pai ( ida à Disney no gelo com o Pai ) - Alimentação - Estação do ano: primavera ABRIL - Alimentação (continuação) - Comemoração da Páscoa MAIO - Comemoração do Dia da Mãe - Transportes (básicos) JUNHO - Comemoração do Dia da Criança - Festa de final ano lectivo (3) - Estação do ano:. verão - Ida ao Jardim Zoológico (26) JULHO - Revisões dos temas abordados - Praia ( 3 a 7) AGOSTO - Férias / Lazer 18
19 11- CONCLUSÃO É na creche que a criança passa o período que constitui a base de toda a formação da sua personalidade que a identificará no futuro. Cabe aos educadores, em conjunto com a família, proporcionar-lhe um ambiente estável logo após o seu nascimento: estes intervenientes na construção da sua personalidade funcionam como suporte para as crianças, na sua primeira infância. Um abraço ou um pegar ao colo podem dizer tudo a uma criança, pois são símbolo de afetividade e ajudam-na a crescer, a tornar-se num adulto feliz, autónomo, livre, solidário e equilibrado. É imprescindível ter em conta que a creche/ jardim-de-infância são a base do processo de aprendizagem. Sendo os primeiros anos de escolaridade os anos mais importantes que a criança levará consigo para o resto da vida. 19
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