Quality of Work Life. Qualidade de Vida no Trabalho

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1 Quality of Work Life A Case Study of Employee Perception of a Registry Office Qualidade de Vida no Trabalho Um Estudo de Caso da Percepção dos Funcionários de um Cartório de Registros 1,2 Serigne Ababacar Cisse Ba, 2 Miriam Pereira da Silva, 1 Paulo Alexandre de Castro, 1 Márcio Silva Andrade, 1 Vagner Rosalem, 1 André Vasconcelos da Silva, 1 Gustavo Alexandre de Oliveira Silva, 2 Maxwell Ferreira de Oliveira 1 Mestrado Profissional em Gestão Organizacional / Universidade Federal de Goiás; 2 Departamento de Administração / Universidade Federal de Goiás / Catalão-Goiás, Brasil serigneababacar@hotmail.com, miryam_18@yahoo.com.br, padecastro@ufg.br, marcioandrade@iftm.edu.br, vagner@hotmail.com, profandrevs@hotmail.com, gustavoaosilva@gmail.com, maxwellarcos@yahoo.com.br Abstract The Quality of Work Life (QWL) has fundamental importance both for the company and for the employees, because it influences the lives of employees in a comprehensive way and are promoted within companies can produce mutual benefits. Therefore, in this work we aims to investigate how the QWL is perceived by company employees Registry of Property and 1st Notary Notes of Catalão - GO - Brazil. For this work, a case study was done in this company, with 22 employees who responded to the questionnaire, consisting of multiple choice questions to measure scales and open. To obtain the data model was adopted QWL Walton who has eight factors: fair and adequate compensation, safety and health at work; utilization and capacity development; opportunities for continued growth and security, social integration in the organization; constitutionalism; work and overall living space, and social relevance of work life. A survey was also done to identify the company with employees their understanding/comprehension of QWL, the perception of the employees in the company about this issue and what the Walton factors they consider to be most important. Finally, data analysis was done using descriptive statistics and content analysis, and concluded that the company's employees surveyed generally have a positive view of QWL, which means that the majority are satisfied with respect to factors that Walton. Keywords - quality of work life; perception; management. Resumo A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) possui importância fundamental tanto para a empresa como para os funcionários, pois ela influencia na vida dos funcionários de uma forma ampla e que se promovida dentro das empresas pode produzir benefícios mútuos. Portanto, este trabalho tem como objetivo investigar como a QVT é percebida pelos funcionários da empresa Cartório de Registro de Imóveis e 1º Tabelionato de Márcio Silva Andrade, Gustavo Alexandre de Oliveira Silva Mestrado Profissional em Gestão Organizacional / Universidade Federal de Goiás Catalão-Goiás, Brasil ; Instituto Federal do Triângulo Mineiro / Câmpus de Paracatus Paracatu-Minas Gerais, Brasil marcioandrade@iftm.edu.br, gustavoaosilva@gmail.com Notas de Catalão - GO - Brasil. Para a realização deste trabalho foi feito um estudo de caso nesta empresa, contando com 22 funcionários que responderam ao questionário aplicado, composto por perguntas de múltipla escolha com escalas de medidas e abertas. Para obtenção dos dados foi adotado o modelo de QVT de Walton que possui oito fatores: compensação justa e adequada; condições de segurança e saúde no trabalho; utilização e desenvolvimento de capacidades; oportunidades de crescimento contínuo e segurança; integração social na organização; constitucionalismo; trabalho e espaço total de vida; e relevância social da vida no trabalho. Também foi feito um levantamento para identificar junto aos funcionários da empresa o seu entendimento/compreensão sobre a QVT, a percepção dos funcionários sobre essa questão na empresa e quais dos fatores de Walton eles consideram como sendo mais importantes. Por fim, foi feita a análise de dados, usando estatística descritiva e análise de conteúdo, e concluiu-se que os funcionários da empresa pesquisada em geral têm uma visão positiva da QVT, o que significa que em sua maioria estão satisfeitos com relação aos fatores de Walton. Palavras Chave - qualidade de vida no trabalho; percepção; administração. I. INTRODUÇÃO A Qualidade de Vida no Trabalho, doravante representado pela sigla QVT, tem muita importância tanto para as organizações quanto para o trabalhador, visto que o trabalho é um fator determinante na autoestima e determina as condições de vida, que refletirão dentro da empresa, na execução das tarefas diárias, e também na vida pessoal. Em um ambiente de trabalho, com a convivência de empregador e empregado, é 241

2 necessário haver primeiramente uma relação de colaboração de ambas as partes para que se haja qualidade de vida no trabalho. Em busca de estabilidade financeira, buscada por meio do trabalho/emprego, as pessoas estão cada vez mais aumentando sua carga horária diária de trabalho, e com isso elas passam a maior parte do seu dia no ambiente de trabalho, convivendo com o empregador e outro(s) colaborador(es), assim é interessante e desejável que essa convivência seja de qualidade para todas as partes envolvidas. A QVT engloba, além de fatores relacionados a remunerações e benefícios, outros fatores como: condições físicas e psicológicas, que farão com que o funcionário exerça sua função com maior dedicação, satisfação e respeito, levando esse sentimento de realização para a vida pessoal. Uma pessoa satisfeita com o seu trabalho, tem maior facilidade de fazer amizades, criam expectativas dentro e fora da empresa, pois o trabalho, a cada dia que passa, influencia positivamente mais nos sentimentos dos indivíduos. Analisando o Cartório de Registro de Imóveis e 1º Tabelionato de Notas de Catalão - GO, que é de muita importância por fornecer um serviço único na área de imóveis, e sabendo que a qualidade de vida no trabalho interfere na qualidade dos serviços, este estudo objetiva responder a seguinte pergunta: Quais fatores são mais importantes para a qualidade de vida no trabalho na percepção dos funcionários dessa empresa? Portanto, o objetivo geral deste estudo é investigar como a qualidade de vida no trabalho é percebida pelos funcionários de um Cartório. E os Objetivos Específicos são identificar junto dos funcionários do Cartório o seu entendimento/compreensão sobre a qualidade de vida no trabalho, investigar a percepção dos funcionários sobre a QVT e verificar quais fatores são tidas como mais importantes para os funcionários do Cartório, quanto à qualidade de vida no trabalho. II. REFERENCIAL TEÓRICO De acordo com Eda Fernandes [1] não se pode falar em qualidade de produtos e serviços se aqueles que vão produzilos não têm qualidade de vida no trabalho. O que nos remete a importância QVT. Segundo Mendes e Leite [2] várias empresas brasileiras estão se mobilizando em busca da qualidade de vida, objetivando a obtenção não só da qualidade, mas também da produtividade e da competitividade. A. Qualidade Total No primeiro momento faz-se necessário a compreensão do termo qualidade total, pois muito se ouve falar sobre qualidade. E para entender melhor, buscaram-se várias definições sobre qualidade. Para o Dicionário de Aurélio, qualidade é atributo, característica, predicado e outros. Já Paladini [3], tem uma visão mais aplicada e cita que [...] não há forma de definir qualidade sem atentar para o atendimento integral ao cliente. Não há forma de atender ao cliente sem qualidade no processo produtivo. B. Gestão da Qualidade Atualmente, as organizações se defrontam com um ambiente cada vez mais dinâmico e mutável, onde as transformações globais ocorrem em um ritmo frenético jamais visto pelos mercados. E é nesse ambiente de grande instabilidade que se consagra a ideia de superação das organizações para conquistarem novos mercados, saindo da regionalização para competir com organizações de todas as partes. Com o afunilamento provocado pela competitividade o desafio maior enfrentado pelas organizações é o de se tornarem competitivas. Ao procurar se tornar competitivas as empresas estão se reestruturando e redefinindo seus processos produtivos de forma mais eficiente e com menos impacto sobre o meio ambiente. Segundo a ABNT/CB-25 (2011), um princípio de gestão da qualidade é uma crença ou regra fundamental e abrangente para conduzir e operar uma organização, visando melhorar continuamente seu desempenho, no longo prazo, pela focalização nos clientes e ao mesmo tempo, encaminhando as necessidades de todas as partes interessadas. Os oito princípios de gestão da qualidade são: i) Foco no cliente; ii) Liderança; iii) Envolvimento de pessoas; vi) Abordagem de processo; v) Abordagem sistêmica para a gestão; vi) Melhoria contínua; vii) Abordagem factual para a tomada de decisões; viii) Benefício mútuo nas relações com fornecedores. As organizações estão continuamente buscando melhorar seus resultados seja de forma direta ou indireta, através da adoção de padrões de qualidade que satisfaçam as exigências do mercado ou através de uma boa política a qual permita desenvolver sua função social sem agredir o meio ambiente. C. Qualidade de Vida no Trabalho Os estudos relacionados à qualidade de vida no trabalho foram iniciados na década de 50 e apresentaram diversas fases. Eric Trist e seus colaboradores do Tavistok Institute, Londres, são apontados como os primeiros a realizar pesquisas nesse contexto, qualidade de vida no trabalho [1]. De acordo com Chiavenato [4], o termo Qualidade de Vida no Trabalho foi cunhado por Louis Davis, na década de 1970, quando desenvolvia um projeto sobre desenho de cargos. Nessa oportunidade era abordada a preocupação com a saúde e o bem-estar dos colaboradores ao desempenharem suas tarefas. Na década de 60, com a conscientização da importância da qualidade, o movimento começou a crescer, buscando melhores formas de organizar o trabalho, com a finalidade de diminuir os seus efeitos negativos sobre os colaboradores e alcançar o bem-estar geral. A partir de 1979, a preocupação com a qualidade de vida no trabalho voltou, devido à perda de competitividade das indústrias norte-americanas decorrente das suas concorrentes japonesas. A perda de competitividade levou a uma investigação dos estilos gerenciais utilizados em outros países e 242

3 a relacionar os programas de produtividade aos de esforços com a melhoria da QVT. No Brasil a preocupação com QVT surge mais tardiamente, também em função da preocupação com a competitividade das empresas, em contexto de maior abertura para a importação de produtos estrangeiros e na esteira dos programas de qualidade total [1]. A partir dos anos 80, configura-se a qualidade de vida envolvendo diferentes dimensões, acompanhada de estudos para melhor compreensão do fenômeno, com avanço do conceito em bases científicas. No primeiro momento procura-se esclarecer os conceitos e definições da qualidade de vida. Para o Dicionário de Aurélio, qualidade quer dizer: atributo, predicado e condição. Segundo Limongi-França [13], [...] a base da discussão sobre o conceito de qualidade de vida encerra escolhas de bemestar e percepção do que pode ser feito para atender às expectativas criadas tanto por gestores como por usuários de ações de qualidade de vida na empresa. Por considerar a pluralidade de indicações e a diversidade de formas de discussão, autora propõe [...] agrupar as dimensões sobre o tema QVT em Escolas do Pensamento. As escolas do Pensamento propostas são: Socioeconômica, Organizacional e Condição Humana no Trabalho. De acordo com os conceitos apresentados pode-se entender a qualidade de vida como um programa que visa facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização, tendo como ideia básica o fato de que as pessoas são mais produtivas quanto mais estiverem satisfeitas e envolvidas com o próprio trabalho. Uma das propostas dos programas de qualidade de vida no trabalho é desenvolver ambientes propícios de trabalho que envolva a segurança e o bem estar dos funcionários. A ideia é diminuir os custos com reposição de funcionários e ao mesmo tempo mantê-lo presente na empresa com boa saúde, assim, a instituições não vai aumentar os seus gastos na reposição de funcionário que estão afastados por motivos de doenças. Segundo Chiavenato [4] os três modelos de Qualidade de Vida no Trabalho mais importantes e conhecidos tanto em pesquisa acadêmica, quanto em organizações são os de Nadler e Lawler, de Hackman e Oldhan e o de Walton. De acordo com Chiavenato [4] no modelo de Nadler e Lawler, a QVT está fundamentada em quatro aspectos, sendo eles: 1) Participação dos colaboradores nas decisões; 2) Reestruturação do trabalho por meio do enriquecimento de tarefas e de grupos de trabalho com autonomia; 3) Inovação no sistema de recompensas, buscando influenciar o clima da organização; 4) Melhoria no ambiente de trabalho, no que se refere a condições físicas, psicológicas, jornada de trabalho etc. Com o aumento desses quatro aspectos, a qualidade de vida no trabalho será melhorada [4]. Chiavenato [4] diz que no modelo de Hackman e Oldhan as dimensões do cargo produzem estados psicológicos críticos que conduzem a resultados de trabalho e pessoais que afetam a QVT, sendo as seguintes dimensões: 1) Variedade de habilidades; 2) Identidade da tarefa; 3) Significado da tarefa; 4) Autonomia; 5) Retroação do próprio trabalho; 6) Retroação extrínseca; 7) Inter-relacionamento. Segundo Chiavenato [4] para Hackman e Oldhan as dimensões do cargo são determinantes da QVT, uma vez que oferecem recompensas intrínsecas que produzem a satisfação no cargo ocupado e a automotivação das pessoas no trabalho. Ainda de acordo com Chiavenato [4] no modelo de Walton, oito fatores afetam a Qualidade de Vida no Trabalho, sendo eles: i) Compensação justa e adequada; ii) Condições de segurança e saúde no trabalho; iii) Utilização e desenvolvimento de capacidades; iv) Oportunidades de crescimento contínuo e segurança; v) Integração social na organização; vi) Constitucionalismo; vii) Trabalho e espaço total de vida; viii) Relevância social da vida no trabalho. D. A Importância da Saúde no Trabalho Funcionário doente não trabalha, acaba enrolando a empresa, falta muito, vive de atestado médico e outros. Nesse caso, o funcionário torna-se improdutivo para a empresa, além de causar prejuízos. Por isso, é muito importante a saúde no trabalho, cabe as empresas cuidar para que seus colaboradores estejam com saúde, o funcionário sadio tende a render muito mais e quem ganha com isso é a própria empresa. O assunto do trabalho é qualidade de vida no trabalho, e para se ter boa qualidade de vida é preciso ter saúde. Silva [5] faz uma pergunta muito importante: Porque é tão importante o bem estar e a saúde no trabalho? E apresenta uma resposta bem simples, é só lembrar a quantidade de tempo que passamos em nossas atividades de trabalho, sem exagero pode-se dizer que é a maior parte da vida, é por meio dele que o homem atinge grande parte de suas aspirações. Em seguida tem-se um estudo sobre o potencial motivador do trabalho. Bergamini [6], diz que a maneira de trabalhar, denominada modo operativo, desenvolvida pelo trabalhador, é sempre um compromisso que leva em consideração: 1. Os meios de trabalho: máquinas, equipamentos, ferramentas, manuais, procedimentos; 2. Os objetivos do trabalho: normas, padrão de qualidade, quantidade de produtos a serem produzidos, e 3. Os resultados produzidos: segundo a informação de que dispõe o trabalhador, o nível de produtividade alcançado. E. Programa de Qualidade de Vida Segundo Freires [7], [...] os aspectos que diferenciam um programa de qualidade de vida de outro aplicado a alguma organização radicam em quatro pontos fundamentais : A participação dos trabalhadores; Projeto do cargo; Inovação no sistema de recompensa; Melhoria no ambiente de trabalho. Para se ter uma boa qualidade de vida e aumentar a sua produtividade na empresa, deve-se uma vez por semana realizar o descanso total, dois dias por semana realizar atividades físicas com exercícios de força, 3 dias por semana, 243

4 realizar atividade física aeróbica, 4 dias por semana, ser ativo andando, subindo escadas, etc.; 5 dias por semana, ter uma boa qualidade de sono; 6 dias por semana, ter uma boa alimentação; 7 dias por semana, realizar alongamentos diários e frequentes. III. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para a realização desse estudo foi feita uma pesquisa que se caracteriza como exploratória. Segundo Gil [8] as pesquisas exploratórias tem o objetivo de proporcionar uma maior familiaridade com o problema, visando torná-lo mais explícito ou construir hipóteses. Para o desenvolvimento desse trabalho, foi feita uma pesquisa bibliográfica para melhor conceituação do tema qualidade de vida no trabalho, posteriormente houve uma reunião no local da pesquisa para uma familiaridade tanto da pesquisadora e o orientador, quanto dos pesquisados em relação à pesquisa e o instrumento de coleta de dados, que nessa pesquisa foi feita através de um questionário. Quanto à natureza é qualitativa e quantitativa (qualiquanti). Devido ao questionário aplicado com escalas e interpretado de forma gráfica e em porcentagem a pesquisa não pode ser classificada apenas como qualitativa, já que usou recursos quantitativos para analisar os dados. Quanto à escolha do objeto de estudo, caracteriza-se como um estudo de caso único. Segundo Bell [9] a abordagem do estudo de caso pode ser apropriada para pesquisadores individuais, pois possibilita que um determinado aspecto de um problema possa ser estudado com alguma profundidade. Para Godoy [10] o estudo de caso é caracterizado como um tipo de pesquisa que tem como objeto de estudo uma unidade que é analisada profundamente, busca o exame detalhado de um ambiente, de um sujeito ou de uma situação em particular. Portanto, essa pesquisa se trata de um estudo de caso único por ser realizada com os funcionários de um Cartório da cidade de Catalão, onde através de um questionário compreenderemos a percepção desse grupo em relação à qualidade de vida no trabalho. O instrumento de coleta de dados usado nessa pesquisa foi o questionário, com escala e perguntas abertas, proposto por Costa [11], que em sua pesquisa em uma empresa de serviços, buscou medir, quantificar atitudes, opiniões, comportamentos, predisposição das pessoas em relação a uma situação proposta. Portanto, houve para coleta de dados desta pesquisa uma entrevista estruturada, onde foram alocadas perguntas no questionário aplicado obtendo informações a respeito da qualidade de vida no trabalho, identificando as opiniões dos funcionários da empresa quanto ao tema QVT. Após a entrega do instrumento de coleta de dados respondidos pelos pesquisados, a parte do questionário com escalas foram divididos por cada fator de Walton e separados pelo índice de satisfação e posteriormente foi feita uma estatística descritiva dos dados. Quanto a entrevista estruturada, os questionários foram novamente divididos pela similaridade das respostas e posteriormente foram analisadas quanto aos oito fatores de Walton. A amostragem foi não-probabilística intencional. De acordo com Marconi e Lakatos [12] na amostra não-probabilística intencional o pesquisador se interessa na opinião de determinadas pessoas da população, mas não são representativas dela. IV. DESCRIÇÃO DE RESULTADOS A pesquisa foi realizada com os funcionários de uma empresa de serviços, que é denominada Cartório de Registro de Imóveis e 1º Tabelionato de Notas, o Oficial é o Sr. Mauro Sylvio Netto, com endereço na Avenida Raulina Fonseca Paschoal nº 1780, Centro na cidade de Catalão GO. A empresa está no mercado a mais de 60 anos, quando na época o Sr. Mauro Sylvio Netto, foi nomeado para assumir a função de Tabelião 1º de Notas dessa cidade, hoje conta com um quadro de 27 funcionários diretos. Para a coleta dos dados, foi feita uma reunião com todos os colaboradores da empresa, a pesquisadora e o orientador da pesquisa, onde foram apresentados os objetivos da pesquisa, além de um breve comentário sobre o tema qualidade de vida no trabalho. V. ANÁLISE DOS DADOS De acordo com os dados coletados na empresa Cartório de Registro de Imóveis e 1º Tabelionato de Notas de Catalão, temos o que: Os funcionários entendem por QVT o seguinte: a satisfação com o trabalho, reconhecimento de resultados e a democracia. Para os funcionários, a QVT está ligada a implantação de melhorias e inovações no ambiente de trabalho e motivação dos funcionários na prestação do serviço. Os mesmos admitiram entender que a remuneração adequada com salário justo e benefícios e o conforto no ambiente de trabalho são importantes quando se refere à QVT, deixando claro, segundo Chiavenato [4] dois dos quatro aspectos fundamentados por Nadler e Lawler, sendo eles a inovação no sistema de recompensas e a melhoria no ambiente de trabalho; Para os funcionários a QVT envolve respeito, oportunidade de crescimento dentro da empresa e também a relação de descanso e lazer, ou seja, o trabalho não deve prejudicar a vida pessoal, o que é elencado por Silva [5], que para o empregado, as razões são óbvias: uma vida melhor é provavelmente mais longa, com melhor saúde física e principalmente mais feliz; Os funcionários apontam ainda que a convivência no trabalho deve ser a mais correta e agradável possível, buscando o equilíbrio dinâmico e harmônico entre as necessidades humanas biológicas, psicológicas, sociais e organizacionais e os princípios do trabalho ergonomicamente correto e sustentável, possibilitando exercício das atividades com segurança e respeito necessário. O que tange a sétima dimensão do modelo de QVT de Hackman e Oldhan, para Chiavenato [4], o interrelacionamento. 244

5 No que se refere aos oito fatores de Walton a percepção dos funcionários com relação à Qualidade de Vida no Trabalho é a seguinte: 1.º Compensação justa e adequada: este fator foi dividido no questionário em remuneração adequada e equidade externa. Para a remuneração adequada, 55% dos colaboradores estão satisfeitos, 27% estão moderadamente satisfeitos, 14% estão insatisfeitos e 4% muito insatisfeito. No que diz respeito à equidade externa, 55% dos pesquisados estão satisfeitos, 27% estão moderadamente satisfeitos e 18% estão insatisfeitos. Analisando os dados, observa-se que no que se refere ao fator compensação justa e adequada, a maioria dos funcionários estão satisfeitos, o quer dizer que não estão insatisfeitos, mas também não estão muito satisfeitos; 2.º Condições de segurança e saúde no trabalho: este aspecto foi dividido no questionário em jornada de trabalho, ambiente físico, material e equipamento e stress. No fator jornada de trabalho foram colhidos os seguintes resultados: 50% dos pesquisados encontram-se satisfeitos, 32% moderadamente satisfeitos, 14% muito satisfeitos e 4% insatisfeitos. Para o ambiente físico foram observados os seguintes resultados: 32% dos colaboradores estão moderadamente satisfeitos, 27% estão satisfeitos, 23% estão insatisfeitos e 18 % estão muito satisfeitos. No que tange o material e equipamento foram encontrados os resultados onde, 41% dos colaboradores estão satisfeitos, 36 % estão muito satisfeitos, 9% de funcionários moderadamente satisfeitos e insatisfeitos e 5% estão muito insatisfeitos. E por fim no que se referem ao stress os resultados foram os seguintes: 37% dos funcionários estão satisfeitos, 27% estão insatisfeitos, 18% estão moderadamente satisfeitos, 9% estão muito satisfeitos e também 9% estão muito insatisfeitos. Analisando estes resultados, é percebido que no fator jornada de trabalho, a maioria dos funcionários estão satisfeitos, contendo uma boa parcela moderadamente satisfeitos e insatisfeitos são minoria, de forma que o resultado é positivo; 3.º Utilização e desenvolvimento de capacidades: este fator foi dividido no questionário em uso de suas habilidades e conhecimentos, desenvolvimento da autonomia e retro informação. No que toca no uso de suas habilidades e conhecimentos foram obtidos os seguintes resultados: 45% estão satisfeitos, 32% dos funcionários estão moderadamente satisfeitos, 14% muito satisfeitos, 5% insatisfeitos e 4% muito insatisfeitos. No aspecto desenvolvimento da autonomia, os resultados foram: 50% dos colaboradores estão satisfeitos, 27% estão moderadamente satisfeitos, 9% estão muito satisfeitos ou insatisfeitos e 5% estão moderadamente insatisfeitos. No fator retro informação foi obtido os seguintes resultados: 55% satisfeitos, 23% dos colaboradores estão 9% muito satisfeitos, 9% insatisfeitos e 4% muito insatisfeitos. Observando os resultados, percebe-se que no fator utilização e desenvolvimento de capacidades a maioria dos pesquisados encontram-se satisfeitos, porém o número de moderadamente satisfeito, insatisfeito e muito insatisfeito dever ser levado em consideração, visto que analisando os resultados até aqui, essa parcela são de funcionários que querem ser percebidos pela empresa, através de sua formação acadêmica ou cursos específicos; 4.º Oportunidades de crescimento contínuo e segurança: este fator foi dividido no questionário em oportunidades de carreira na empresa, crescimento e desenvolvimento pessoal e segurança no emprego, e o resultado de cada um destes aspectos foram os seguintes: oportunidades de carreira na empresa - 55% dos funcionários estão moderadamente satisfeitos, 18% insatisfeitos, 14% satisfeitos, 9% satisfeitos e 4% muito satisfeitos; no que tange o crescimento e desenvolvimento pessoal - 55% dos funcionários estão moderadamente satisfeitos, 18% satisfeitos, 9% muito satisfeitos, 9% insatisfeitos e 9% muito insatisfeitos; no aspecto segurança no emprego - 46% estão satisfeitos, 36% dos pesquisados estão moderadamente satisfeitos e 9% muito satisfeito e 9% insatisfeito. Analisando os dados, pode-se observar a grande percepção dos funcionários nos aspectos oportunidades de carreira na empresa e o crescimento e desenvolvimento pessoal, que apresentaram um índice de insatisfação elevada, o que é justificado pelo fato da empresa pesquisada não oferecer oportunidades de crescimento contínuo aos seus funcionários, o que deve ser melhorado. Já no aspecto segurança no emprego, a maioria dos pesquisados encontram-se satisfeitos; 5.º Integração social na organização: neste aspecto foram resultados os seguintes: 32% dos pesquisados estão moderadamente satisfeitos, 23% estão satisfeitos, 23% estão insatisfeitos, 13% muito satisfeitos e 9% muito insatisfeitos; 6.º Constitucionalismo: os resultados obtidos acerca desse fator foram: 41% dos funcionários da empresa estão moderadamente satisfeitos, 32% estão satisfeitos, 14% muito satisfeitos, 9% muito insatisfeitos e 4% insatisfeitos; 7.º Trabalho e espaço total de vida: para esse fator foram adquiridos os seguintes resultados: 41% dos funcionários estão satisfeitos, 27% moderadamente satisfeitos, 18% muito satisfeitos e 14% estão insatisfeitos; 8.º Relevância social da vida no trabalho: para esse fator, tivemos os resultados a seguir: 41% dos pesquisados estão satisfeitos, 41% moderadamente satisfeitos e 18% muito satisfeitos. Neste aspecto, com os resultados obtidos, percebe-se que é grande o nível de satisfação dos funcionários. Por fim, foi realizada a última pergunta aberta, que busca saber quais dos oito fatores de Walton que os funcionários consideram mais importantes, a seguir a análise de cada um dos fatores, classificados em ordem de importância: Integração Social na organização foi apontada como o fator mais importante para quatro dos pesquisados, este foi um dos fatores que recebeu maior importância por parte dos funcionários, o que significa que para a maioria deles este é o fator que mais contribui para a Qualidade de Vida no Trabalho; 245

6 Oportunidade de carreira na empresa foi também escolhido por quatro profissionais. De acordo com esse resultado, este fator também possui importância significativa para que haja qualidade de vida no trabalho; Crescimento e desenvolvimento pessoal e o constitucionalismo foram escolhidos em terceiro lugar, juntamente com os que afirmaram serem todos os aspectos importantes, somando três dos pesquisados, apesar disso, esses fatores são considerados de muita importância para os funcionários e devem ser melhorados; A remuneração adequada e o ambiente físico foram escolhidos por dois dos pesquisados, ficando em quarto lugar na percepção dos funcionários, mesmo assim deve-se preocupar com os mesmos; O fator desenvolvimento da autonomia foi indicado por apenas um dos pesquisados como de maior importância, ficando em quinto lugar, porém também possui importância para a promoção da QVT. VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve inicialmente a proposta de responder a seguinte pergunta: Quais fatores são mais importantes para a qualidade de vida no trabalho na percepção dos funcionários da empresa Cartório de Registro de Imóveis e 1º Tabelionato de Notas de Catalão- GO? Através do levantamento da revisão de literatura com relação à Qualidade de Vida no Trabalho, foi possível responder essa pergunta, principalmente por Walton em seu modelo que propõe oito fatores, sendo eles: compensação justa e adequada, condições de segurança e saúde no trabalho, utilização e desenvolvimento de capacidades, oportunidades de crescimento contínuo e segurança, integração social na organização, constitucionalismo, trabalho e espaço total de vida, relevância social da vida no trabalho. E a partir do modelo de Walton, que foi baseado o questionário aplicado na pesquisa. Com a coleta de dados, foi possível perceber que para os funcionários da empresa pesquisada, os fatores mais importantes são: a integração social na organização, oportunidade de carreira na empresa e o crescimento e desenvolvimento pessoal, como também o constitucionalismo. Apesar de esses fatores terem recebido a maior percepção de importância pelos pesquisados, todos os oito fatores de Walton, devem ser agregados na empresa, para que se obtenha a qualidade de vida no trabalho. Respondendo ao objetivo específico Identificar junto dos funcionários da empresa o seu entendimento/compreensão sobre a qualidade de vida no trabalho através das respostas adquiridas pelo questionário aplicado na empresa, pode-se identificar que cada funcionário tem um entendimento diferente, porém os mesmos se confundem e complementam a teoria estudada sobre o tema QVT. Os pesquisados se identificaram com os oito fatores de Walton e compreenderam a importância dos mesmos para a empresa pesquisada. Para responder ao objetivo específico Investigar a percepção dos funcionários sobre a QVT na empresa foi feita uma análise dos resultados da pesquisa e houve a identificação de que os funcionários possuem uma percepção sobre QVT e através da análise dos oito fatores de Walton juntos, foi concluído que a empresa pesquisada oferece de forma geral Qualidade de Vida no Trabalho, pela percepção dos funcionários pesquisados terem sido em sua maioria positiva. Portanto a percepção da maior parte dos colaboradores da empresa Cartório de Registro de Imóveis e 1º Tabelionato de Notas de Catalão com relação à qualidade de vida no Trabalho é positiva. Porém, não se deve esquecer-se das percepções que em alguns dos fatores foram moderadamente satisfeitas, insatisfeitas e muito insatisfeitas, pois mesmo sendo em quantidade menor, são muito relevantes e devem ser analisadas. Em resposta ao objetivo específico verificar quais fatores são tidos como mais importantes para os funcionários da empresa, quanto à qualidade de vida no trabalho temos como resultado da pesquisa a identificação de quatro fatores de Walton, como os mais importantes para os funcionários da empresa pesquisada, porém foi percebido que os mesmos compreendem que todos os fatores são necessários para obter a QVT. Para a realização desse estudo houve algumas limitações, como a dificuldade da empresa pesquisada de aceitar a pesquisa, o tempo esperado para a reunião de apresentação e entrega dos questionários para com os funcionários da empresa e ainda o tempo esperado para a devolução dos questionários respondidos, sendo que alguns dos pesquisados resolveram por não responder ao questionário, impossibilitando que os resultados da mesma pudessem ser generalizados. Por fim, com essa pesquisa percebemos que apesar do resultado geral ter mostrado ser de satisfação para os funcionários do Cartório quanto à qualidade de vida no trabalho, os índices de moderadamente satisfeitos, insatisfeitos ou muito insatisfeitos, devem ser revisto pela empresa, visto que por se tratar de uma empresa de serviços de pequeno porte, onde o Oficial foi nomeado para tal função, podendo ser retirado da mesma por reclamações ou erros cometidos nos serviços prestados pelos pesquisados. Então, a situação dos fatores indicados são críticos, visto que funcionário insatisfeito não produz, não veste a camisa, não dão importância na realização do seu trabalho. Finalmente, como sugestão ao Cartório pesquisado, deve-se colocar em prática a qualidade de vida no trabalho, pelos mesmos ou através de um profissional da área da Administração. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a UFG, e as agências de fomentos CAPES, CNPq, FAPEG e FUNAPE, pelo apoio/suporte financeiro para a realização/submissão e apresentação deste trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] E. C. Fernandes. Qualidade de vida no trabalho: como medir para melhorar. Salvador: Casa da Qualidade, [2] R. A. Mendes, N. Leite. Ginástica Laboral: princípio e aplicações. 2 ed. Rev. e ampl. Barueri, São Paulo: Manole, [3] E. P. Paladini. Gestão da qualidade no processo. São Paulo: Atlas,

7 [4] I. Chiavenato, Desempenho humano nas empresas: como desenhar cargos e avaliar o desempenho. São Paulo: Atlas, 2004a. [5] J. M. da Silva. 5S- O Ambiente da Qualidade Prática. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, [6] C. W. Bergamini. Avaliação do desempenho humano nas empresas. São Paulo: Atlas, [7] M. A. da Costa Freires. Medidas ergonômicas visando melhorar a qualidade de vida dos: militares da aeronáutica. Disponível emhttp:// Acesso em 21 out [8] A. C; Gil. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010a. [9] J. Bell. Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação, saúde e ciências sociais. Tradução Magda França Lopes. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, [10] A. S. Godoy. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista de Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p , abril [11] B. B. da Costa. Qualidade de Vida no Trabalho: um estudo de caso sobre a percepção dos colaboradores da empresa Consultoria Técnico Contábil da cidade de Catalão-GO [12] M. A. Marconi, E. M. Lakatos. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, [13] A. C. Limongi-França. Qualidade de vida no trabalho o QVT: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas,