O PERFIL DO TÉCNICO DE FARMÁCIA ÁREAS DE INTERVENÇÃO NAS PREPARAÇÕES ESTÉREIS E NÃO ESTÉREIS E PERSPECTIVAS FUTURAS
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- Edson Delgado Álvares
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1 O PERFIL DO TÉCNICO DE FARMÁCIA ÁREAS DE INTERVENÇÃO NAS PREPARAÇÕES ESTÉREIS E NÃO ESTÉREIS E PERSPECTIVAS FUTURAS Líbano, Luísa Resumo Este estudo foi realizado, no âmbito da disciplina de Projecto em Farmácia da Licenciatura Bietápica. Pretendeu-se recolher dados, com intenção de nos elucidar acerca do perfil do Técnico de Farmácia, o seu campo de actuação nas áreas de preparações estéreis e não estéreis e suas perspectivas futuras. O Técnico de Farmácia é a designação profissional de uma das dezoito profissões que compõem o grupo profissional de Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica. O Técnico de Farmácia é um indivíduo com formação superior ao nível da licenciatura, em que o seu campo de saberes assenta, tradicionalmente, sobre duas grandes áreas: a Biologia, Química e Ciências da Saúde, Sociais e Humanas.(1) Tendo em conta a diversidade de funções, coloca-se assim ao Técnico de Farmácia uma série de grandes desafios, que constituem uma nova etapa no desenvolvimento e respeito desta profissão. Este estudo é observacional descritivo transversal, bem como descritivo exploratório. Efectuou-se ainda uma revisão literária para a elaboração de uma breve retrospectiva da carreira dos Técnicos de Farmácia. A população-alvo deste estudo é constituída por todos os Técnicos de Farmácia de Portugal, sendo a amostra constituída pelos Técnicos de Farmácia a Norte do Rio Douro, aplicou-se um inquérito epidemiológico entregue pessoalmente ou a Técnicos de Farmácia delegados para essa função. Recorrendo ao programa informático Statical Package for the social Science 10,0 foi possível fazer uma análise estatística do conteúdo dos 64 inquéritos epidemiológicos todos incluídos, pelo facto de não se ter aplicado nenhum critério de exclusão. Os resultados obtidos, devido à fraca adesão ao inquérito epidemiológico, apenas possibilitaram a realização de um estudo interpretativo dos dados, repercutindo-se na dificuldade de inferir sobre a população.
2 A realização deste trabalho demonstrou que apesar das funções estarem definidas por Lei ainda se encontram muito institucionalizadas, em que existe a necessidade de autonomia numa equipe interdisciplinar. Os Técnicos de Farmácia conseguiram num curto espaço de tempo, travar pequenas batalhas, ganhando um estatuto no sistema de Saúde. Palavras chave: Técnico de Farmácia, Perfil, Preparações medicamentosas. Material e Métodos Uma pesquisa é um processo complexo que se baseia em princípios lógicos e se efectua de maneira ordenada, passando por um certo número de etapas. (16) Material é tudo o que se utiliza para concretizar uma investigação e o método o modo como é usado esse material ao longo do processo de investigação. (17) 1. Tipo de estudo O estudo é observacional descritivo transversal porque fornece informações acerca da população em estudo, trabalhando um único grupo representativo dessa população em estudo. Podemos considerar que este estudo, pelo objectivo pretendido tem um carácter descritivo exploratório. Adoptou-se a utilização de um inquérito epidemiológico pois é considerado um instrumento apropriado e eficaz nesse tipo de estudos, uma vez que nos permite recolher grande quantidade de informação num curto espaço de tempo. (apêndice 1) A totalidade dos inquéritos epidemiológicos foram posteriormente analisados informaticamente por meio do programa Statistical Package for the Social Science (SPSS) na sua versão 10,0. Efectuou-se uma revisão literária, pretendendo-se elaborar uma breve retrospectiva da carreira dos Técnicos de Farmácia, para a qual uma pesquisa bibliográfica foi importante. A consulta na Internet em sites, tais como o da Associação Nacional de Técnicos de Farmácia do Grupo de Diagnóstico e Terapêutica (ANTEF), e das Escolas Superiores de
3 Tecnologia da Saúde de Coimbra, Lisboa, Porto, constituíram um complemento de informação. 2. Duração e período do estudo O estudo teve início na primeira semana de Julho de 2002, pelo carácter pessoal das respostas, entregou-se os inquéritos pessoalmente aos Técnicos de Farmácia, bem como a vários Técnicos de Farmácia delegados para a entrega e recepção dos mesmos. Os inquéritos foram recolhidos na sua totalidade na ultima semana de Julho de População em estudo e amostra Os dados obtidos foram recolhidos de um modo aleatório, sem obrigatoriedade de resposta ao inquérito epidemiológico. A população-alvo em estudo é constituída por todos os Técnicos de Farmácia de Portugal. A amostra é constituída por 64 Técnicos de Farmácia a Norte do Rio Douro, dos quais 46 são do sexo feminino e 18 são do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 22 e 61 anos. Todos os inquéritos foram incluídos, mesmo os que não foram preenchidos na totalidade das suas questões, uma vez que não estavam sujeitos a qualquer critério de exclusão. 4. Instrumento de Análise A colheita de dados do estudo foi possível através de um instrumento de pesquisa, inquérito epidemiológico (apêndice 1), elaborado pelo investigador do estudo. Este divide-se em três partes, sendo formado por questões fechadas (apenas com determinadas hipóteses de resposta) e por questões abertas (ficando a resposta ao critério do inquirido). 5. Análise estatística
4 Após a colheita dos dados foi possível o seu tratamento estatístico recorrendo ao programa informático SPSS, na sua versão 10,0. Para sistematizar e realçar a informação fornecida pelos dados foram calculados valores para frequências, percentagens, percentagens acumuladas e relação de variáveis dependentes e independentes. Discussão dos resultados Depois de uma apresentação exaustiva dos resultados indagados, é possível averiguar a fragilidade do inquérito epidemiológico, em vários pontos. Observou-se que as questões fechadas foram menos complicadas de responder (as hipóteses estão formuladas), contrariamente às questões abertas que, pela sua complexidade, promovem uma maior adversidade à resposta (principalmente nos argumentos a debater). A menor adesão a este tipo de questões por parte dos inquiridos, levou a uma análise descritiva pobre, não nos permitindo concluir os resultados da melhor forma. Uma outra fragilidade deste estudo, descreve-se quanto ao tamanho da amostra, apenas 64 Técnicos de Farmácia responderam ao inquérito, o que nos concedeu apenas a possibilidade de realizar um estudo interpretativo dos dados, repercutindo-se na dificuldade de inferir quanto à população. Relativamente às características gerais da amostra, os resultados não foram inovadores, a maioria dos Técnicos de Farmácia são do sexo feminino, têm uma faixa etária que se situa maioritariamente entre os 30 e 39 anos de idade. A maioria dos inquiridos têm entre 10 a 14 anos de actividade profissional, exercendo a sua profissão, diria exclusivamente em Farmácia Hospitalar, confirmando realmente, que os campos profissionais não são explorados o suficiente. Foi bastante curioso constatar que o grau académico maioritário da amostra é a Licenciatura (51,6%), no entanto à que referir o facto de a faixa etária desta amostra, ser maioritariamente jovem. Este estudo revelou que as tarefas executadas pelos Técnicos de Farmácia, correspondiam quase sempre ou sempre às definidas no conteúdo funcional. No entanto, ainda se depara com uma marcante falta de autonomia e responsabilidade nas preparações executadas, sendo a causa apontada por alguns dos inquiridos, a da hierarquização das instituições. Perante esta realidade é necessário criar um discurso firme e uma postura próprias de uma classe profissional.
5 É de referir que as expectativas destes profissionais são de carácter positivo, tanto pela percepção de ser uma profissão jovem com um enorme potencial, como pela consciência da sua importância e do seu valor no sistema de saúde, realçando no entanto que a fraca remuneração provoque interferências negativas na profissão. Salientou-se, também, o facto de existir ainda uma deficiente fiscalização quanto aos profissionais não qualificados a exercer a nossa profissão. Verifica-se a necessidade de actuar o mais rapidamente possível, competência que cabe à ANTEF e a cada um de nós Técnicos de Farmácia. Considerações finais Os Técnicos de Farmácia são um grupo profissional que conseguiu, num curto espaço de tempo, travar pequenas batalhas ganhando um estatuto no sistema de Saúde. Tratamse de profissionais que têm como principais objectivos a prevenção e promoção da saúde. A realização deste projecto, demonstrou que apesar das suas funções estarem definidas por Lei, ainda não estão institucionalizadas. É disso exemplo a necessidade de autonomia dos Técnicos de Farmácia numa equipe interdisciplinar. Como se verificou neste estudo, a Farmácia hospitalar, pública ou privada, é a área profissional que abrange a maioria dos Técnicos de Farmácia, sugerindo-se a descoberta de outros aliciantes campos de trabalho, tais como indústria farmacêutica, farmácias comunitárias e a vertente de ensino/formação. Esta última de uma importância vital para dar continuidade à formação de excelentes profissionais de Saúde. Pretende-se que todos os Técnicos de Farmácia intensifiquem esforços, para tornar do conhecimento público a nossa profissão, sem nunca esquecer que para ter sucesso, cabe a cada um de nós valorizar e difundir os seus conhecimentos nas suas vertentes técnicas e práticas. Esta profissão é dinâmica e está em constante evolução. No entanto apenas um novo trabalho de pesquisa mais abrangente nos poderá fornecer dados mais concretos e reais, dado haver pouca informação sobre o assunto. Um inquérito epidemiológico reformulado, a nível nacional, poderia-nos facultar muita informação neste âmbito.
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